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História Angel With a Shotgun (The Walking Dead X Harry Potter) - Capítulo I


Escrita por: MissRubiRosalie

Capítulo 2 - Capítulo I


ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.

Atlanta, Geórgia.

Ano de 2012.



The Walking Dead sempre foi a série favorita de Larissa e ela, como sempre, acabou por se apaixonar mais do que deveria por cada um dos personagens e suas personalidades distintas. 

Claro, Larissa confessa que desejava ter a chance de vivenciar algo do estilo como os personagens da série. Mas realmente...

Ayuadame! Ayuadame!

Era apenas um desejo idiota!

Olhando para o beco de onde veio o grito de ajuda, a mulher não pôde deixar de fazer uma careta quando Daryl acertou Miguel com sua besta para calá-lo. E, com toda certeza, aquilo deve ter causado uma dor infernal no garoto.

— Ania?

A atenção da mulher foi rapidamente desviada para o garotinho de pele achocolatada que a chama com grandes olhos negros e brilhantes, curioso com o que sua salvadora estava olhando e franzindo o rosto. O coração da jovem mulher rapidamente derreteu, como manteiga na chapa quente, diante daqueles olhinhos que só Andre podia fazer.

Realmente, o filho de Michonne é uma fofura! Ela nunca se deu tão bem com seus sobrinhos quanto se dá agora com o pequeno marshmallow.

Se aproximando da criança de apenas dois anos, a mulher o pegou em seu colo e acariciou devagar suas minúsculas costas enquanto sentia seu cheirinho característico de bebê. Era bom que tenha conseguido um local com um pequeno gerador para banhar o menino, e a troca de comida por suprimentos de bebê com os Vatos vinha a calhar também, pois foi fácil arranjar uma desculpa para conhecer tranquilamente o povo de G e o próprio.

— Está tudo bem, Cariño. Não é nada.

Falou suavemente enquanto depositava um beijo leve na testa do menininho, deitando-o em seu peito e balançando levemente para acalmar um pouco o garotinho curioso. No fim, a mesma também se afastou rapidamente da janela e da confusão desencadeada lá embaixo, tentando o que podia para ignorar a agitação crescente que se manifestava na boca do seu estômago quando pensou na situação de Glenn.

Um olhar verde escuro se voltou inconscientemente para a forma adormecida de Merle Dixon, um tanto preocupada. 

Não sabia muito da personalidade do Dixon mais velho, mas o tanto que viu a fez agir quando presenciou o grupo de Atlanta deixando-o algemado naquele telhado com um sol escaldante. Não havia comida, água e muito menos uma arma para os caminhantes que batiam furiosamente na porta trancada com correntes de aço enferrujado e um cadeado por T-Dog.

Claro que, na série, Merle era um idiota de marca maior nas poucas vezes que apareceu em cena, mas aquilo não fez com que Larissa formasse um caráter de perspectiva completa para ele — então a mulher de olhos verdes manteve a mesma mentalidade de esperar e ver. Afinal, nunca foi mostrado as outras diversas facetas do homem de fala rude que ama seu irmão menor mais do que sua própria vida.

Em uma análise superficial, por parte dela nesta vida, era como se Merle quisesse colocar um tipo de armadura ao seu redor, não estando disposto a demonstrar fraqueza a ninguém e fazendo coisas imprudentes e grosseiras para afastar as pessoas.

Bem, mesmo se ela estivesse enganada ao esperar demais do homem, ela não se arrependeria de sua ação. Sendo grosseiro ou não, um idiota ou um bastardo preconceituoso, ela definitivamente não seria capaz de deixar alguém para trás daquele jeito, muito menos um tão importante para Daryl — um de seus personagens favoritos. Isso não era de sua natureza, e as duas formações que teve em sua vida anterior também não permitiriam tal ação.

As memórias de sua vida passada como Larissa são um pouco embaçadas e desordenadas, mas o tempo foi o melhor remédio para isso. No fim de tudo, sabia que não tinha muita atenção ou carinho dos pais e que preferia ficar reclusa em seu quarto.

As vezes aprendia coisas novas naqueles momentos sozinha, como línguas estrangeiras e algumas coisas sobre sobrevivência que seriam bem úteis neste mundo agora, ela também aproveitava para assistir séries, filmes e animes, até mesmo passava um tempo escrevendo e lendo de tudo um pouco. Claro, havia raros momentos de conversas com seus irmãos mais velhos e brincadeiras com seus sobrinhos.

Realmente não foi uma vida ruim, um tanto solitária por sua própria personalidade introvertida, mas isso não importava muito.

Ela também não diria que era alguém ambiciosa e com grandes sonhos, só fez o que era sua obrigação como a única filha por parte de pai e para, pelo menos, ter um caminho a seguir.

Terminou o trabalho de dois anos que teve como aprendiz de uma área administrativa na prefeitura, concluiu o ensino médio, finalizou os cursos onlines e presenciais que fazia, conseguiu até mesmo servir o exército e, aproveitando que eles pagavam a faculdade, entrou em uma de medicina no momento em que atingiu 24 anos, a idade mínima para uma mulher poder servir no Brasil.

O tempo que passou servindo ao exército brasileiro foi a primeira vez que experimentou uma camada de emoção e motivação em sua vida — e isso era algo que ela não queria largar — então prosseguiu com a carreira de PM depois de formada, muito para o desgosto dos seus pais.

Para Aparecida e Basílio, seus pais em sua vida anterior, era um total desperdício de anos de estudos e esforço para algo que facilmente a mataria.

Bem, não foi muita coisa no final de tudo, pois uma pandemia abateu o mundo e eles pareciam um tanto aliviados por sua filha não ter que ficar em uma área que eventualmente poderia lhe matar como fez com muitos outros. Mas, mesmo não sendo uma médica, Larissa ficou doente nos primeiros dias e, como sempre, foi normal ela se manter a maior parte do tempo reclusa em sua atual casa quando doente, e ninguém de sua família havia checado a mesma quando seus olhos se fecharam pela última vez. Suas melhores amigas também não estavam cientes de sua doença, estavam presas fora do país quando tudo começou e ela não se atreveu a explicar sua situação por telefone.

E então, quando Larissa acordou, era apenas uma bebê recém nascida de descendência espanhola com o nome Melania Osíris Black-Potter, filha de Charlus Potter por meio de uma inseminação artificial.

O que a dita filha do homem sabia até agora era que — com base nas pesquisas dos goblins em Gringotts e a conversa com sua família adotiva — Dórea Black-Potter não conseguia dar filhos ao marido e que todas as suas tentativas acabavam em abortos espontâneos, fazendo ambos optarem pelos métodos trouxas e contratarem uma jovem amiga espanhola de confiança para carregar o seu bebê.

E, nove meses depois, Melania vem ao mundo, mas as custas de Osíris, sua portadora, que morreu por conta das complicações do parto após um acidente de carro que havia sofrido. Charlus e Dórea também não estavam mais vivos, foram mortos por um enorme incêndio mágico em 1991, um pouco antes de seu nascimento, e ninguém sabe quem foram os culpados do ocorrido.

Como única herdeira do casal, Melania foi escondida dos olhares gananciosos a pedido dos seus pais e foi colocada sob os cuidados de uma família de confiança do casal Potter na América, os Rhee. Ela foi criada como parte da família e conseguiu um irmão dois meses mais novo e duas irmãs mais velhas, mas quando ela completou dezenove anos, o casal Rhee e as duas filhas mais velhas sofreram um acidente de carro e morreram no local. O culpado também não conseguiu ser identificado.

Melania queria saber quem estava por trás disso, sentia que tudo era muito familiar, mas não conseguia se situar com toda a situação e perda. Tendo assumido sua herança deixada pelos seus pais biológicos, a mesma morou com Glenn por um ano — antes dele querer seguir sozinho seu próprio caminho.

Ela e Glenn eram muito próximos e ficaram praticamente inseparáveis quando seus pais e irmãs morreram, mas, com a separação, Melania não podia deixar de pensar que a culpa era dela. Que ela era o agouro que trouxe apenas morte para a gentil e acolhedora família Rhee.

E então, com seus recém completados vinte anos e com Glenn morando em seu pequeno apartamento, ela se mudou temporariamente para a Inglaterra — mais especificamente para Londres trouxa — e tudo parecia muito familiar quando estava lá.

Mesmo nunca tendo visitado a terra natal de seus pais, a sensação de apego era grande e, não muitos dias depois, foi que ela entendeu quando o nome Harrison James Potter apareceu em um dos seus relatórios de Gringotts, e também foi amplamente estampado e comentado no jornal bruxo britânico.

Houve um ataque na casa do filho de seus falecidos tios, Fleammont e Euphemia Potter, e seu primo James junto com sua esposa foram mortos, apenas o bebê de um ano e meio havia sobrevivido — e com o testamento tendo sido selado por alguém chamado Albus Dumbledore, a criança ficou sob a guarda dos seus tios maternos.

Naquele momento, arrepios desagradáveis se apossaram de Melania, sua cabeça prestes a explodir quando centenas de memórias de sua antiga vida ficaram mais claras e passaram diante dos seus olhos como um filme.

A vida de Harry Potter, o Menino-Que-Sobreviveu e Salvador do Mundo Bruxo, não foi nem um pouco simples quando leu ou até mesmo assistiu seus filmes, mas agora estava particularmente pior. Parecia mais como as obras de fãs que lia em seu tempo livre, Dumbledore e os Dursley eram as maiores preocupações e no futuro mais pessoas cegas pela ganância se juntariam para se aproveitar do garotinho por um determinado período de tempo, antes de alguém salvá-lo. Seja o seu salvador sendo Severus, Sirius e Remus, Tom, alguém do futuro ou ele próprio.

Mesmo sabendo disso, que haveria um salvador mais cedo ou mais tarde, Melania não pensou duas vezes antes de entrar na briga para obter a guarda da criança — todas as obras de fãs que havia lido sobre esse tema deixavam muitas cicatrizes profundas em um menino tão pequeno. Se ela tinha o poder de intervir, por que não fazê-lo?

Tendo o sangue Potter correndo em suas veias, ela rapidamente pôde abrir o testamento do jovem casal Potter, e foi uma surpresa descobrir seu nome na lista de possíveis guardiões. Mas isso só tornou a briga ainda maior e mais demorada.

Foi um ano lutando contra Dumbledore e seus apoiadores, o velho sorrateiro sempre armando armadilhas sem fim. Aquilo deu uma dor de cabeça maldita em Melania e nesse meio tempo Harry teve que continuar aos cuidados dos parentes maternos e, quando tudo finalmente acabou, os Dursley conseguiram fugir com o menino.

A vontade de esfolar Dumbledore até a morte era muito grande naquele momento. Porém, parecia que nem mesmo a velha cabra sabia as verdadeiras intenções dos Dursley.

Com a ajuda dos goblins e alguns agentes de investigação trouxa, foi fácil encontrar os rastros da família Dursley saindo da Geórgia e entrando em Atlanta, mas então os mortos resolveram fazer sua entrada e tudo ficou um completo caos. Ela voltou rapidamente para Atlanta por meio de uma chave de portal internacional e seguiu para um acampamento que estava sendo noticiado pela televisão e rádio, na esperança de encontrá-los lá.

Ela procurou em cada canto daquele imenso acampamento, mas não os encontrou, e logo o lugar foi invadido pelos mortos vivos.

Andre foi encontrado minutos antes dela abandonar o local, e ela só podia voltar para Atlanta depois disso. Com sua intervenção ao salvar o menino de Michonne, suas memórias sobre sua série favorita de sua vida anterior também vieram como uma avalanche. Ela não ousou sair da cidade, tanto para continuar sua busca por Harrison, quanto para esperar que seu irmão seja resgatado pelos outros.

Encontrar e cuidar de Merle foi algo imprevisto, mas que ela não daria um passo atrás — mesmo que estivesse preocupada em como isso afetará o rumo da série.

Uma mãozinha pousou em sua bochecha e ela sorriu levemente para o pequeno Andre.

— Tudo bem, Cariño. Vamos deixar o nosso convidado descansar e comer um pouco, está quase na hora da sua soneca.

Enquanto a mulher falava, o menininho acenava de modo obediente com a cabeça de cachos escuros. E isso trouxe um sorriso afetuoso ao rosto de Melania.



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