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História Angels - Adeus, Gracie.


Escrita por: EMANTUNES

Notas do Autor


Eu demorei né? Sei que sim. Desculpa gente, mesmo, mas é que to tento várias provas e tals então fica meio difícil de parar pra escrever, quando eu parava eu ficava no twitter ou vendo serie pq não é mole não kkkk, mas eu to de volta, não por completo mas to.

1 PERGUNTA BÁSICA: Cês tem medo de mim? Pq véi, podem me adicionar aqui, eu aceito, sou boazianha, tanta gente aqui que conversa comigo nos comentários e não me adicionou. Af pra vocês viu kkkk. Ok, agora já podem adiconar, sem perder tempo.

Não vai explicar muita coisa nesse capitulo mas acredito que vai ser bem satisfatório já que vocês não sabiam de nada até aqui kkkkk.

Obrigada pelos mais de 150 favoritos e quase 15.000 visualizações, isso é incrível demmaaaaaiiissss.

Capítulo 33 - Adeus, Gracie.


Fanfic / Fanfiction Angels - Adeus, Gracie.

 

Harry Pov


Finalmente falei para Gracie o que sentia, finalmente descobri o que sentia, finalmente ela disse que sente o mesmo. Nos beijamos calorosamente, ela me deixou toca-la da forma que eu queria, ela havia me tocado, e estava a segundos de me dar o melhor orgasmo que eu já tive em minha vida, mas então tomamos um choque de realidade. Brooke, ela apareceu, apareceu e nos lembrou de que estávamos a procurando, na verdade não de primeira pois foi um choque ela ter chego do nada. Naquele momento a vergonha era tanta que não poderia caber dentro de mim. 


-Vocês estavam? - Ela apontou para nos dois e surpreendentemente começou a gargalhar.


Olhei para Gracie que também olhou para mim, estávamos ambos de olhos arregalados. Gracie fez um sinal com a cabeça indicando para que eu aproveitasse o momento de crise de risos da Brooke e subisse minhas calças. Sim, foi preciso ela  quase gritar para que eu entendesse o que ela tava querendo dizer. 


-Sempre soube, eu falei que vocês se gostavam - Falou depois da crise de risos. 


Brooke olhava atentamente para Gracie e eu, com aquele sorriso malicioso no rosto, enquanto a gente, é claro, morríamos com nossas bochechas vermelhas sem quaisquer reação. De repente veio um vento forte, fez as águas se mexerem formando pequenas ondas e os cabelos secos de Brooke voaram como se não pertencessem a ela. O vento passou rápido sem deixar amigos para trás, não deixou nem um pouco do seu frio, foi como se ele nem tivesse passado por ali. O sorriso que antes estava no rosto de Brooke havia sumido, também como se nunca estivesse ali. Não sei se foi impressão minha mas o olhar dela mudou, agora parecia não gostar do que estava vendo.


-Bom, acho que vocês estavam me procurando - Falou seria -Perderam seu tempo, eu estava bem - Ela falava friamente, o que aconteceu com a Brooke de momentos atrás? -Senão se importarem eu gostaria de voltar para o acampamento, agora - Frisou a ultima palavra com um pouco de tédio e impaciência na voz. 


(...)


Estávamos andando em torno de 20 minutos, Brooke ia na frente se afastando de mim e Gracie, que andava do meu lado. Não havíamos conversado muito, na verdade não havíamos falado nada um com o outro, Gracie só pegou seu sutiã e saiu do lago andando atrás de Brooke, e eu as segui. Grei parecia tensa, com todo o constrangimento que passamos a minutos atrás eu não posso falar nada, na verdade estou da mesma forma, mas parece que algo a mais está preocupando-a. 


-Você está bem? - Falei baixo para que apenas Gracie ouvisse -Quero dizer... 


-Estou bem - Ela me interrompeu no mesmo tom.


-Não parece bem.


-Uma hora ela ia descobrir, não é mesmo? É a Booke - Sorriu de lado meio sem jeito.


-Ela ter descoberto não foi o problema, foi a forma - Fiz careta.


-Você está vermelho - Grei riu.


-Qual é, foi muito constrangedor.


-Eu vou conversar com ela - Desviou o olhar para Brooke -Ela estava tão estranha, e ainda não falamos sobre o sumiço dela - Gracie falou seria. 


-Verdade, tinha me esquecido dessa parte.

 

Gracie Pov


3:17PM, e eu não faço a mínima ideia de onde estamos. Já havíamos andado por todos os lugares existentes naquela floresta, pelo menos era o que parecia, Brooke disse que sabia onde estávamos e como Harry e eu não fazíamos ideia da nossa localização apenas a segui-mos. E agora estamos perdidos. 


Harry não falava nada comigo a mais de uma hora, absolutamente nada, parecia até que eu não estava ali. O olhar dele era perdido - ah, claro, talvez seja porque estamos realmente perdidos - quero dizer, ele parecia distraído com alguma coisa, procurando algo que parecia fora de seu alcance e eu tenho certeza que não é uma saída dali. Brooke ainda andava na frente, os dois estavam na minha frente para falar a verdade. Aprecei meus passos na direção de Brooke, passando por Harry que pareceu nem notar que eu passei por ele.


-Provavelmente estamos perdidos - Ri fraco pra descontrair, ela não falou nada então decide continuar -Estávamos preocupados com você, Brooke. Você desapareceu por um dia inteiro - Ela parecia não dar muita importância, parecia não, ela realmente não estava dando importância. 


-Eu vi lá no lago o quão preocupados vocês estavam - Revirou os olhos.


-Foi um momento de fraqueza - Tentei me explicar mas pelo visto essa foi a coisa mais idiota que eu podia ter dito.


-Gracie, você é uma idiota - Brooke olhou para mim com um olhar furioso -Ela vai acabar com você - Olhou de relance para Harry -Pelo visto com ele não, ela gosta dele - Sorriu de lado me deixando ainda mais confusa, e devo admitir com um pouco de medo.


-Brooke, do que você ta falando? - Minha respiração estava falha.


-Não entendo como alguém consegue ser tão burra - Bufou.


Um vento forte e gelado passou por nós levando nossos cabelos e as folhas secas do chão. Aquilo me incomodou de um jeito quase insuportável, arrepiando todo o meu corpo, não um arrepio de frio e sim de medo.  


-Sua hora chegou, Grei.


Falou meu apelido com uma voz um tanto medonha, quando virei meu rosto para o lado para poder encara-la ela havia sumido, e Harry também.  


O vento voltou ainda mais forte e constante, levando tudo que estava no seu caminho, com todas aquelas folhas indo de um lado para o outro era quase impossível de se enxergar. Corri para os lados na esperança de sair dali mas era como se eu fosse a lugar nenhum, a medida que eu corria a minha falta de ar aumentava - e eu nem sei quando ela começou. Um som horrível vinha com o vento, não sei explicar o que era, mas parecia ruim, muito ruim. Eu me sentia perdida, sozinha, com medo. Tentei chamar por Summer, e por Deus, pedi a ele que me protegesse, com um pouco de medo que ele não ouvisse, mas ele é Deus, ele sempre ouve, certo?


No fundo, no meio de toda aquela agonia, ouvi a voz de Summer. Longe e abafada, mas era ela. Então Summer apareceu do meu lado, correndo contra o vendo junto a mim. Um alivio involuntário percorreu sobre meu peito, ela estava ali e iria me ajudar, ela prometeu que ajudaria. 


-Não pare de correr, Gracie - Gritou aflita.


-Summer, o que está acontecendo? - Gritei o mais alto que pude.


-É a floresta, Grei.


-O que? - Virei meu rosto com pressa para encara-la e acabei caindo no chão, Summer me ajudou a levantar o mais rápido que pode e voltamos a correr, o vento batendo em nossos rostos e ainda me impossibilitando de respirar direito. 


-Ela, a floresta, ela ta fazendo isso. 


-Do que você ta falando? 


-Porra, Gracie - Arregalei os olhos, essa é a Summer e ela xingou, é isso mesmo? -Essa floresta é o lar da escuridão. Ela, a escuridão, quer o seu mal, não quer vocês juntos. Ela precisa de você assim como ela precisa dele e ele precisa de você - Essa com certeza foi a coisa mais confusa que Summer já falou. 


-Me explica melhor pelo amor de Deus - Parei de correr ofegante.


-Ela nos deu poderes, ela nos fez evoluir, mas ela só quer que façamos o mal e você Gracie está em perigo - O olhar de Summer era como de uma mãe tentando proteger seu filho, ela estava agoniada e isso era perceptível. 


-Por que eu sou tão importante assim, Summer? - Agora a minha agonia era perceptível. 


-Gracie... - Ela ia falar mas fechou os olhos se impedindo de falar -Isso tudo não vai acabar hoje, mas acima de tudo fique perto do Harry, não deixe ele se afastar de você.


O tempo mudou em segundos, antes o que era claro ficou azul escuro, quase preto, o vento continuou na mesma intensidade. Senti algo prender em minha cintura e me puxar para trás, me afastando de Summer, gritei por ela que aos poucos foi sumindo da minha vista. Como naquele dia na floresta com Brooke, eu não enxergava nada, como se eu tivesse perdido a visão. Senti meu corpo sendo prensado a uma árvore - pelo menos parecia uma - uma espécie de corda me prendia com força pela cintura, me amarrando na árvore. O vento ainda forte ajudava a minha falta de ar a piorar mais e mais. Se existe situação pior que essa por favor não me ponha nela. Aos poucos minha visão foi voltando ao normal, aos poucos eu podia enxergar tudo a minha volta. Eu continuava na floresta, isso era visível, porém ela estava mais escura, suas árvores tinham seus caules mais escuros e não possuíam folhas, tudo estava coberto por neblina - o que nos impossibilitava de ver o chão - era medonho, macabro. Se antes o que eu sentia era medo, o que estou sentindo agora é muito pior.  


Ouvi gritos vindo detrás de mim, barulhos desconhecidos os acompanhavam. Passos eram dados sobre as folhas secas do chão - folhas essas que não davam para se ver por conta da neblina, mas estavam ali -  os passos se aproximavam de mim. Olhei para os lados em busca da pessoa que estava fazendo o barulho com as folhas e se aproximando de mim, mas não vi ninguém, e por mais louco que seja eu conseguia sentir alguém ali. Senti algo estranho em minha bochecha, como se tivesse sendo tocada por algo ou alguém, senti meu cabelo se afastar da minha orelha e escutei som de respiração perto dela. Tinha alguém ali comigo, e alguma coisa me diz que não é alguém que queira meu bem. 


-Quem é você? - Falei juntando toda a minha coragem inexistente -Apareça.


Depois de um minuto e meio de agonia em um silencio assustador...


-Certamente eu não deveria - Era uma voz masculina, grossa, dava medo, mas devo admitir que tinha um tom sexy.


-E por que não? - Minhas feições eram sérias, mas por dentro eu estava me cagando de medo.


-Eu iria te assustar - A direção da voz mudava a todo momento, alternando pelo meu lado esquerdo e direito -Além do mais eu não quero aparecer.


-Quem é você? - Tornei a perguntar.


-Gracie, você está com tanto medo - Senti a voz se aproximar do meu rosto -Eu poderia estar a quilometros daqui e sentiria esse cheiro de pavor vindo de você - Escutei-o rir pelo nariz -Tão nova e com tantos problemas - Fez um barulho de indignação com a boca -Tão linda, como pode você me fazer tão mal - Pude sentir claramente alguém beijar meu pescoço e uma sensação estranha percorrer todo o meu corpo - Faz tão mal a mim quanto aquele menino vai fazer a você. 


-Do que você está falando? - Quase gritei.


-Você não entenderia, se perguntaria porque escolheram você, e esse é o problema, Gracie Torres, pois não escolheram - O homem, se é que posso chamar assim, se afastou de mim, não estava mais colado a meu corpo -Minha pequena luz, eu ti vi crescer, e agora está tão perto de mim - Pude sentir novamente ele se aproximar de mim -Agradeço eternamente quem quer que tenha trago você a mim, te trouxeram para o perigo é claro - Estremeci quando senti uma mão segurar o meu rosto, e fechei os olhos de pavor quando vi a tal mão aparecer na minha frente, com suas veias ficando escuras a medida que tocava o meu rosto, então a mão se afastou e sumiu no ar -Como você finalmente veio e tem 16 anos, não vejo mais motivos para adiar tudo isso - Retornou a falar com certa urgência na voz -Não posso deixar vocês vencerem, eles não podem vencer - E a cada vez mais confusa -Eles fizeram eu me apaixonar por você para que não conseguisse mata-la, idiotas - Escutei-o rir sem humor, se apaixonar por mim? Do que ele está falando? E me matar? Provavelmente morrerei daqui a pouco e vai ser de medo.


-Eles? Quem são eles? - Essa sou eu assustada arrumando algo para falar e me dar mais tempo de vida.


-Não é importante para você agora.


-Se diz estar apaixonado por mim porque vai me matar? - Eu não deveria dizer isso, deveria? -Valho mais viva do que morta - É agora eu estou me vendendo.


-Gracie, você não entend...


-Por que vivem dizendo que eu não entendo, ninguém me fala nada, é impossível eu entender algo que eu não sei - Quase gritei já cansada de ouvir a mesma frase. 


-Já está na hora - Ouvi-o bufar -Adeus, Gracie.


Quando ouvi-o dizer aquilo meu coração acelerou, eu não estava pronta para morrer, eu precisava de ajuda e não existia ninguém ali que pudesse me ajudar, nem mesmo Summer, nem mesmo Harry, nem mesmo hã... a minha mãe. Eu queria vê-lo, alguma coisa dentro de mim implorava por isso, a voz dele tinha o poder de seduzir qualquer mulher existente na terra, e ele dava medo, sentir ele perto de você lhe dava uma sensação de medo horrível, pelo menos foi o que aconteceu comigo. Ele disse que me viu crescer, que era apaixonado por mim, mas teria que me matar pois era o certo e eu fazia mal a ele. Dês de quando meu mundo virou de cabeça para baixo? Ah sim, a dois dias atrás quando viemos para essa floresta. 


-CALMA! - Gritei quando senti a corda na minha cintura se apertar mais a meu corpo me machucando mais -Por favor, me deixa ir - Sem perceber eu comecei a chorar, as lágrimas desciam por minhas bochechas molhando todo o meu rosto -Eu não quero morrer - Solucei. 


Ele gritou e se afastou de mim com pressa, sei disso por conta do barulho das folhas secas e do vendo rápido que passou sobre mim. Ele grunhia e falava algumas coisas desconexas que eu não conseguia entender. Até que uma figura encapuzada virada de costas para mim apareceu diante de meus olhos, era ele. Fixei meus olhos nele esperando que ele virasse, mas assim que o próprio fez menção de virar, minha visão se escurecei e eu já não conseguia mais enxergar nada, de novo. Escutei os passos sobre a folha entregando que ele estava se aproximando, e depois de segundos pude senti-lo perto de mim. 


-Eu sou o escolhido para acabar com eles e com você, eu precisava ser mais esperto e eles foram mais espertos que eu, e você sem perceber está sendo como eles, esperta - Uma de suas mãos afastou o meu cabelo de meu rosto e enxugou uma de minhas bochechas -Mas eu sou ruim, eu mataria uma creche com centenas de crianças sem me importar com seus olhares inocentes - Ele apertou meu rosto com força me fazendo grunhir de dor -E agora, Gracie Torres, eu vou matar você - Prendi minha respiração, involuntariamente -E eu vou me importar com o seu olhar inocente.


Eu mantive meus olhos abertos, olhando para frente, na esperança de poder vê-lo. Ele ia me matar, eu iria morrer ali sem dizer adeus para as pessoas que eu gosto, sem dizer adeus a minha mãe, iria morrer ali nas mãos de um ser sobrenatural que eu nem sabia o nome, e eu não conseguia mais chorar por aquilo. Continuei olhando para frente, mesmo sem enxergar nada, sem conseguir pensar mais em nada e nem em ninguém, tento meus pensamentos bloqueados por... escuridão. Pisquei várias vezes sentindo meus olhos incomodados, senti uma respiração perto de mim - claro que era a dele, mas estava mais perto do que o normal. Fechei meus olhos com força por conta de uma pontada que senti neles, abri meus olhos lentamente com medo da dor voltar, quando já os tinha aberto por completo pisquei algumas vezes recuperando a visão e me dando de cara com um par de olhos azuis safira, talvez os olhos mais azuis que eu já vi na vida. Quando eu pensei em dizer algo o dono dos olhos azuis me beijou, invadindo meus lábios sem pedir permissão e me impedindo de recusar. Seus lábios eram gelados, carnudos, e me machucavam, a cada movimento que ele fazia queimava meu rosto, queimava como fogo. Era acima de tudo um beijo... satisfatório. 


(...)


-Gracie, pelo amor de Deus, acorda.


Tapas de leve eram dados no meu rosto.


-Por favor, Grei, pelo amor de Deus.


Uma mão grande segurando os dois lados do meu rosto.


-Abre os olhos, Grei.


Meus olhos abriram-se lentamente quase que por vontade própria, a claridade os incomodou de inicio mais aos poucos fui me acostumando, ao abri-los tive a visão de um menino, um menino muito lindo por sinal, sorrindo para mim com um olhar aflito, Harry.


-O que aconteceu? - Falei quase em um sussurro.


-Eu não sei, acordamos aqui.


Olhei em minha volta, estávamos em um lugar diferente da floresta, tinha poucas árvores e um laguinho que mais parecia uma possa, eu estava com a cabeça no colo de Harry, e ela doía demais. 


-Eu estou viva - Suspirei aliviada.


-Sim, Gracie, você ta - Ele sorriu lindamente.


-Ele não conseguiu - Sorri fraco, minha voz ainda falha e meus olhos se fechando por conta da dor -Ele me deixou ir. 


-De quem você está falando?


-Eu não sei - Fechei os olhos por conta da pontada que senti na cabeça -Ele não me falou o nome dele.


-Precisamos voltar para o acampamento, você precisa de um medico, sua cabeça está sangrando muito.


-Cadê a Brooke? - Tentei forçar meus olhos a abrirem por completo mas não consegui, me sentindo cansada demais para isso.


-Quando acordei ela não estava mais aqui.

 

Harry Pov


Eu só conseguir lembrar de alguns momentos, eram como flashes na minha cabeça, pareceram ter durado um dia inteiro, mas foram apenas poucos minutos. Tudo ficou preto, eu ainda estava na floresta mas ela estava diferente, me lembro que eu me sentia bem ali, mais vivo. Eu pude ouvir gritos, mas aquilo não me incomodou. E só o que eu lembro depois disso foi de ver um homem de capuz me olhando com seriedade, ele tinha olhos muito azuis, e a ultima lembrança que eu tenho foi a de ter olhada fixamente para os olhos dele. Então acordei caído no chão sentindo uma dor absurda nas costas e Gracie estava um pouco afastada de mim, ainda desacordada e com a cabeça sangrando. 


Corri até ela e fiz de tudo para tentar acorda-la, e ela felizmente acordou, não consigo por em palavras o quão feliz eu fiquei por conta disso. Ela estava meio lerda, provavelmente sentindo dor, falou umas coisas desconexas e eu me pergunto se ela também viu as coisas que eu vi ou se ela se lembra mais do que eu, provavelmente sim para os dois. Ela perguntou por Brooke, e bom, quando eu acordei só havia Gracie ali, nenhum sinal da Brooke, só o que nos falta agora é ela ter sumido de novo, sem contar que ela tava muito estranha quando achamos ela. 


-Harry... - a voz dela quase não saiu 


-Fala, Grei, eu ainda to aqui - Peguei a mão dela e entrelacei com a minha.


-Ta doendo muito - Uma lágrima caiu de seu olho esquerdo -Não deixa eu morrer, Harry - Ela fechou os olhos e fez menção de abri-los novamente mas não conseguiu. 


Se aquilo era para me ver mal, ela conseguiu. Mordi meus lábios reprimindo minha vontade de chorar, só Deus sabe o que sinto por essa garota. Eu não a deixaria morrer, nem que aquilo custasse minha própria dor. Balancei minha cabeça positivamente e sem querer deixei uma lágrima escapar, respirei fundo e tentei ergue-la. Claro que eu não consegui, senti uma pontada forte em minhas costas e cai novamente com ela no chão. Vamos Harry, você consegue! Repeti isso para mim mesmo umas trinta vezes. Respirei fundo mais uma fez e com toda força que eu tinha tentei ergue-la novamente, com sucesso, e ignorei toda a dor que eu sentia nas costas. Eu ia ter que deixar nossas coisas ali, eram apenas mochilas e não continham nada de estrema importância, meu celular e o de Gracie estavam no meu bolso. 


(...)


Não fazia ideia de quanto tempo eu estava andando, eu não parei um segundo, eu estava morrendo de cede, meus pés doíam e minhas costas pareciam ter acabo de ser esfaqueada, mas eu permaneci forte por ela. A medida que o tempo passava Gracie ficava mais e mais fraca, o medo de perde-la ali era mais forte que qualquer dor e necessidade que eu sentia, minha única necessidade real naquele momento era salvar a vida dela. Eu estava perto do acampamento, disso eu tenho certeza, me lembro de ter passado por ali em algum momento. O céu estava meio cinza, o que me faz pensar que deve ser por volta de umas 5:00PM. Não sei que horas isso começou mas meus pés meio que andavam sozinhos - é só uma forma de dizer que eu estava andando sem direção e por incrível que pareça estava indo na certa. 


De longe avistei uma entrada para um campo, como uma trilha, eu estava perto. Cada vez que eu me aproximava mais podia ouvir barulho de pessoas, aquilo me motivou a andar mais rápido, eu estava perto. 


-Estamos chegando, Grei, por favor aguenta mais um pouco.


Lágrimas de felicidade se formavam em meus olhos, eu estava conseguindo. Em poucos minutos eu já podia ver a movimentação de pessoas, não só de pessoas, tinha luzes vindas dali, luzes vermelhas e azuis, chegando mais perto pude ver homens fardados andando por todos os lados. Eram policiais. Eles haviam chamado a policia. E tinha três ambulância ali também. E eu tenho uma leve impressão que foi por nossa causa. 


Caminhei mais um pouco até realmente adentrar a área do acampamento, em questão de segundos todos os olhares estavam sobre mim e Gracie que estava quase desacordada em meus braços. Sem conseguir aguentar mais um segundo caí de joelhos e coloquei Gracie no chão, me jogando nele em seguida. Fechei meu olhos e deixei as lágrimas caírem enquanto sentia a dor insuportável que vinha tanto dos meus pés quanto das minhas costas. Ouvi pessoas gritarem e se aproximarem da gente. Eles diziam para pegar "a garota", eles estavam a socorrendo. Senti mãos me erguerem e me colocarem em uma espécie de maca, não abri meus olhos em nenhum momento.  


-Garoto, se está me ouvindo nos dê algum sinal.


Escutei uma voz grossa falar comigo, devia ser um dos enfermeiros da ambulância, abri um pouco meus olhos e os fechei em seguida sem forças para fazer qualquer outra coisa. Eles botaram uma máscara de oxigenio em mim e rasgaram minha camisa. Dois enfermeiros entraram na ambulância mexendo em algumas coisas e falando rápido, abri meus olhos para olha-los, eu não queria abrir os olhos mais minha curiosidade foi maior, ainda mais quando ouvi um deles dizer algo referente a Gracie.


-Vamos logo, não podemos deixar outra pessoa morrer aqui.


Outra pessoa? Do que eles estavam falando? Alguém já havia morrido antes de chegarmos ou... Não, ela estava viva em meus braços, não é possível que algo tão horrível tenha acontecido em poucos minutos. Os enfermeiros que cuidavam de mim seguraram meu braço para aplicar uma injeção, olhei de relance para eles e depois olhei para a porta aberta da ambulância. Eu não podia ficar ali sem noticias dela, eu disse que a protegeria nem que isso custasse minha vida e eu cumpriria a minha promessa.


-O que aconteceu com a Gracie? - Tirei a mascara de oxigenio e falei meio lerdo tentando levantar da maca, mas eles não deixaram -Eu preciso saber, não podem me obrigar a ficar aqui.


-Senhor por favor, você não está em condições - Um deles falou, o mais forte -Vamos cuidar de você, quando você estiver melhor você poderá ir onde quiser.


-Não, eu quero ir agora, eu preciso ver ela, preciso saber se ela está bem - Eu balançava minha cabeça negativamente.


-Olha, eu vou ver como ela está e você fica aqui - O maior falou, pensei por um momento e assenti.


Ele saiu da ambulância indo procurar informações sobre Gracie, me deixando com o segundo enfermeiro que cuidava de mim, só tinha eu e ele ali, ele era magrelo e bem menor que eu, devo dizer. 


-Eu preciso vê-la - Falei quase em um sussurro.


-Jerrei foi buscar informações para você, olha o seu estado, vocês se meteram em uma furada - Ele fez cara de desaprovação -Me pergunto o que aconteceu naquela floresta pra vocês voltarem assim, com certeza vai ser uma história que eu vou gostar de ouvir - Riu fraco, se eu tivesse forças e saco para isso reviraria os olhos.


-Você não entendeu, eu vou vê-la agora.


Falei com mais firmeza na voz e ele levantou o olhar do meu braço para mim. Não sei de onde arranjei força mas me levantei com tudo da maca, juntando um pouco mais de força o empurrei fazendo-o cair para trás e bater a cabeça em um banco, ele desmaiou na hora, mas eu não me importei com isso. Tirei o mais rápido que consegui a agulha do meu braço - ela estava ligada a uma bolsa de soro - e levantei da maca cambaleando. Desci da ambulância e era possível ver a quantidade de enfermeiros e policiais que rondavam a segunda ambulância, provavelmente Gracie estava ali, e alguma coisa de muito ruim estava acontecendo. Andei o mais rápido que consegui, ignorei por completo toda dor que eu sentia e apenas segui em direção dela. Me dirigi até a porta na ambulância, incrível como ninguém me impediu ou notou minha presença ali. Olhei para dentro e pude ver Gracie em uma maca, com uma mascara de oxigenio, cheia de agulhas e pessoas em cima dela, pareciam tentar reanima-la. Sem nem perceber eu já estava chorando, vê-la ali tão vulnerável, sem aquele sorriso, quase... morrendo, aquilo me matava em vida da pior forma que alguém possa imaginar, eu não podia fazer nada e aquilo me destruía ainda mais. 


-Eu sei o que você sente, eu sinto também. 


Olhei assustado para o lado e lá estava ele, o cara de capuz que eu vi mais cedo. Ele olhava atento para cada movimento de cada médico e enfermeiro dentro daquela ambulância.


-Devia ser pelas minhas mãos e eu não vou deixar um ferimento estúpido tirar o meu orgulho. 


Sem dizer mais nada ele entrou na ambulância como um vulto negro. Minha visão ficou turva, senti uma pontada forte em minhas costas, mais forte do que das outras vezes, minhas pernas ficaram bambas e minha cabeça rodou de uma forma que parecia que estava prestes a explodir, então eu cai no chão. 

 


Notas Finais




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