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História Angels and Demons - Reencontro


Escrita por: Srta_Vieira

Notas do Autor


Olá Pessoal! \^-^/ Estou de volta depois de um looongo tempo longe!

Quero pedir desculpas pela demora e dizer também, que eu não vou desistir da fic, mas as postagens agora serão um pouco mais demoradas :/

Eu queria conversar com vocês sobre o final de Bleach... Eu nem sei definir tudo o que estou sentindo sobre aquele final... Mas enfim, sobre isso, postarei algo mais tarde.

Esse capítulo terá uma surpresinha! Espero que gostem!
Tenham uma boa leitura! :*

Capítulo 15 - Reencontro


A semana infernal havia finalmente chegado ao seu fim, finalmente as dores acabariam, o sofrimento cessariam, e as memórias findariam... Pelo menos era isso o que ele queria. Acordou naquela manhã, preparado para voltar ao tormento da escola que frequentava, preparado para os olhares de medo e ódio... Preparado para tudo... Ou quase tudo.

O despertador tocou e ele lentamente abriu os olhos, novamente havia tido aquele pesadelo na noite que acabara, e só conseguiu achar uma posição confortável e segura para dormir... Sentado no chão frio, abraçado à uma de suas espadas. Levantou-se da posição desconfortável para muitos, mas que era extremamente aconchegante para ele. Andou lentamente em direção ao rádio relógio que o despertara de seu sono, que não era nada tranquilo.

Aproximou-se do pequeno aparelho, que apesar de pequeno criava um barulho considerável, colocou sua mão esquerda sobre um dos botões e o apertou levemente, e finalmente o barulho irritante acabara.

Andou lentamente até o banheiro, precisava tomar um bom e relaxante banho. Entrou embaixo do chuveiro e liberou a água morna e aconchegante, que relaxava seus músculos e o levava as mais distantes e escondidas memórias passadas... Nem conseguia tomar um banho sem o tormento do passado.

Após alguns longos minutos, com a água morna chicoteando suas costas, o garoto saiu nu do banheiro. Estava novamente sozinho naquele grande apartamento... Os outros anjos precisavam voltar aos seus postos, deixando-o para tomar conta daquela imensa cidade sozinho.

Caminhou até o quarto sem se preocupar com as poças de água que ficavam para trás... Mais tarde ele enxugaria as poças do chão... Mais tarde. Entrou pela porta de madeira e olhou em volta... Sentia-se meio nostálgico, mas não sabia o motivo. Travou seus olhos em um porta-retratos na cabeceira de sua cama, olhou fixamente para as garotas que o olhavam sorridentes. Uma garota ruiva sorria enquanto abraçava-o. Tinha longos cabelos, que chegavam até a cintura, os olhos vermelhos. Tinha um rosto sereno e um sorriso angelical... sua irmã era realmente um anjo, em todos os sentidos da palavra.

Olhou agora para a garota loira, que o abraçava do outro lado. Tinha cabelos um pouco mais curtos do que a outra garota, mas ainda assim, consideravelmente longos, os olhos azuis vividos e perspicazes brilhavam brincalhões, o rosto puro, apesar da face enciumada que fazia, mesmo estando sorrindo, era lindo. Lembrava um pouco o rosto de Rukia. Em seu rosto estava estampado um sorriso divertido. A pele alva de sua face estava um pouco corada nas bochechas... também era um anjo...em todos os sentidos da palavra.

No meio de duas garotas tão lindas, estavam um garoto de cabelos alaranjados, curtos e arrepiados. Os olhos castanhos estavam confusos, mas ainda assim brilhavam alegres, as bochechas fortemente coradas, e um sorriso sem jeito nos lábios... Ichigo havia mudado muito, seus cabelos agora já passavam os ombros, os olhos, agora vermelhos como os da irmã, eram frios e não tinham mais o mesmo brilho de antes. Passou tão pouco tempo, e ele já havia mudado tanto...

Balançou a cabeça para afastar as memórias e aproximou-se do grande guarda-roupas no outro lado do quarto. Abriu-o e pegou o uniforme escolar. Vestiu-se e penteou os longos cabelos. Olhou-se uma ultima vez no espelho. Pegou sua mala, e saiu do apartamento, trancando-o. Desceu até o hall do prédio pelas escadas, não gostava muito do elevador. Encontrou o gerente do prédio, este lhe deu um leve aceno de cabeça, que foi respondido da mesma maneira.

Saiu do grande e luxuoso prédio que ficava no centro da cidade, as mãos no bolso e a mala embaixo do braço, andava tranquilamente pelas ruas da cidade de Karakura... Pelo menos era isso que aparentava.

Ele sentia um mau pressentimento, não sabia o que, mas os pelos em sua nuca estavam eriçados desde que acordara naquela manhã. Isso não era bom sinal. Andava prestando atenção ao seu redor. Fazia algum tempo que não via aquela aura roxa de antes. Apesar de não ter tido tempo para se concentrar nisso nos últimos dias. Mas algo o estava incomodando... Tiveram tantas chances para atacá-lo nos últimos dias, mas nada aconteceu... Isso era outro mau sinal.

Andava distraído com seus pensamentos, então nem ao menos notou uma garota de pele alva e cabelos cor de ébano parada a alguns metros, olhando para o garoto. Ichigo passou pela garota sem nem ao menos notá-la... Isso foi o suficiente para despertar sua ira.

- Ara, Kurosaki-kun, há quanto tempo não te vejo. – um discreto, porem poderoso chute foi desferido em sua canela. Isso, mais a voz melosa e enjoativa que seguiu o chute, foi o suficiente para Ichigo descobrir quem estava “cumprimentando-o”.

- Ora sua... – virou-se furioso, pronto para esganar aquela anã de jardim, mas um calafrio o fez parar. Olhou assustado em volta, mas não notou nada.

- O que foi, Kurosaki-kun? Parece distraído hoje. – a voz falsamente gentil da garota o estava irritando, e um anjo irritado não era uma boa coisa.

- Não foi nada. – desviou-se da garota e voltou a andar em direção aos portões do colégio. Rukia estranhou, normalmente Ichigo iria gritar com ela, ou dar um cascudo pelo chute na canela.

- Está se sentindo bem? Ainda sente aquelas dores? – perguntou tentando parecer desinteressada, não obtendo muito sucesso. Mas o interesse na voz da garota passou despercebido pelo jovem anjo.

- Eu estou bem, não sinto mais aquelas dores. – andou até o armário de sapatos e o abriu. Um envelope rosa, com corações e consideravelmente perfumada, caiu em seus pés. – O que é isso? – pegou o envelope do chão e o olhou de perto.

- Hooooooooo. – Rukia disse em sua voz falsa. – Uma carta de amor, que fofo! – disse um pouco exasperada.

- Hum? – abriu a carta e a leu atentamente, aos poucos seus olhos foram se arregalando, e quando finalmente terminou de ler a carta, seus olhos já quase saltavam de sua face.

- O que aconteceu, Ichigo? – Rukia olhou atentamente para o garoto. Ele estava um pouco pálido e parecia suar, suas mãos tremiam levemente, e seus olhos estavam incrivelmente arregalados. – Ichigo? – tocou seu ombros e o garoto afastou-se rapidamente.

- Ah, Rukia? – Ichigo pareceu voltar a si. – N-Não foi nada. – tentou parecer tranqüilo, mas falhou. Suas mãos tremiam enquanto ele esmagava o pequeno papel rosado em suas mãos. – V-Vamos para sala, ou chegaremos atrasados. – sorriu amarelo e começou a caminhar em direção à sua sala. Tremia tanto que, ao tentar colocar o papel em seu bolso, o papel caiu no chão, e o garoto nem reparou. Rukia correu rapidamente até o papel e tentou desamassá-lo, pelo menos o suficiente para conseguir ler.

Quando conseguiu esticar o papel, começou a lê-lo:

 

“ Olá, Ichi-chan! *_*, a quanto tempo eu não falo com você, não? ^_^
Provavelmente você já reconheceu a minha letra, eu estou com muuuuuuuuuuuuuuuiiiiiiiiiita saudades de você X3. Eu gostaria de me encontrar com você... Venha à floresta fora da escola hoje, à meia-noite. Eu tenho algo especial para falar com você ;). Até logo, Ichi-chan =*.

Ass: Masao Yukari.”


- Masao... Yukari? – perguntou-se. – Não conheço nenhuma garota com esse nome. – deu de ombros. – Bem, quem ele conhece, ou deixa de conhecer, não tem nada a ver comigo. – guardou o papel em um dos bolsos de sua mala.

Ichigo parecia nervoso. Tremia um pouco e respirava com um pouco de dificuldades, mas ainda assim fingia que estava tudo bem. As aulas acabaram, e Ichigo voltou rapidamente para sua casa, Rukia estranhou a pressa do garoto, e resolveu conversar com Tatsuki. Telefonou para a garota.

- Alô. – disse meio hesitante. – Tatsuki-san?

- Ara, Rukia? – a artista marcial de cabelos azuis respondeu animada do outro lado da linha. – Como vão as coisas por ai? E o Ichigo?

- É exatamente sobre ele que eu queria falar... Ele está agindo meio estranho. – disse pensativa. – Desde que ele recebeu uma carta de amor ele está estranho.

- Hoooooo, o Ichigo recebeu uma carta de amor? – Tatsuki perguntou curiosa. – Então, você ta com ciúmes? – perguntou diretamente.

- C-C-Claro que não! Por que eu estaria? – Rukia corou furiosamente, mas tentou controlar o tom de voz.

- Ara, por que será, né? – Tatsuki respondeu irônica. – Bem, ele só deve estar um pouco tímido, ele nunca tinha recebido uma carta de amor. Apesar de já ter escrito algumas, todas para a mesma garota. – disse meio nostálgica.

- Hoo, e quem é essa garota? – perguntou curiosa.

- Ela fazia parte do trio especial dos anjos, os Querubins.

- Nossa, ela devia ser forte, acho que é por isso que o Ichigo gostava dela. – disse meio incomodada. – Como ela e Ichigo se conheceram? – perguntou interessada.

- Ichigo também fazia parte dos Querubins, na verdade, ele era o Líder do trio. – respondeu. – O trio era formado pelo Ichigo, o 6º Anjo. Por Afrodite, o 13º Anjo, Sophia, irmã de Ichigo. E pelo 10º anjo, Freya, Masao Yukari. – completou a explicação. – Depois do que aconteceu em Paris, os Querubins foram desmanchados, afinal, só Ichigo ainda estava capacitado a lutar. Sophia, irmã de Ichigo, pereceu na batalha. Masao Yukari ficou em coma, e até hoje não acordou.

- Hmmm... Masao Yukari? – Rukia disse meio confusa. – Que coincidência, esse é o mesmo nome da garota que escreveu a carta de amor para o Ichigo. – disse rindo. – Engraçado, não? – Rukia ouviu o som de algo caindo e se quebrando do outro lado da linha.

- O que você disse? – Tatsuki gritou do outro lado. – Isso é impossível. Como era a carta? – perguntou assustada.

- Era meio estranha, ela falava como se já conhecesse Ichigo. O chamava de Ichi-chan e disse que provavelmente ele já teria reconhecido a letra dela antes de assinar o nome. – respondeu rapidamente, já que Tatsuki parecia realmente apavorada pela situação.

- I-I-Isso é impossível! – gritou. – Ela está em coma! O que mais ela disse na carta? – perguntou quase gritando.

- Disse que esperaria Ichigo à meia-noite na floresta fora da cidade. – respondeu simplesmente.

- Eu já estou indo pra cidade, espere por mim. – gritou novamente Tatsuki, e desligou o telefone.

- Meu Deus, o que foi isso? – Rukia perguntou assustada, deu de ombros e caminhou em direção à sua casa.


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Ichigo acabara de chegar a seu apartamento, já passava das 8 da noite. Ele havia ido até o céu, precisava confirmar que Freya ainda estava lá. O corpo da garota, pálido e inerte, respirando fracamente, continuava do mesmo jeito que estava desde a ultima vez que ele havia visto a garota.

Mas então, por que a garota que escrevera a carta o chamava do mesmo jeito que ela o chamava? Por que o nome dela era Masao Yukari? Por que a letra era tão igual à de Freya? Ele não entendia. Mas o que mais o incomodava, era o vestígio de uma aura roxa que estava nas ultimas palavras da carta. Quem será que escrevera a carta? O que será que ele ou ela queria? Uma dúvida que continuava a atormentá-lo...

Precisava ver com seus próprios olhos, precisava ter certeza absoluta que não havia sido Freya que escrevera a carta... Precisava ver quem havia feito aquilo. Notou uma aura azul saindo de seu quarto... Um anjo.

- Poderia saber o que você quer, Tatsuki? – perguntou quando a aura azul tomou a forma da garota. Mesmo sabendo o motivo da visita inesperada.

- Masao... Yukari.- disse, esperando Ichigo se espantar por saber disso, mas ele simplesmente deu um sorriso de canto.

- Aquela baixinha te falou da carta, não? – deu de ombros. – Eu notei que a carta não estava no meu bolso, provavelmente caiu quando eu fui guardá-la e ela pegou. – caminhou até sua cama e se sentou.

- E... O que você vai fazer sobre isso? – perguntou receosa.

- Eu vou, obviamente, no ponto de encontro marcado na carta... Preciso ver quem escreveu aquela mensagem. – espreguiçou-se.

- Mas pode ser uma armadilha. – levantou-se. – Isso vai ser perigoso, eu vou com você.

- Não, não vai não. – olhou friamente para garota. – Eu vou sozinho, não se meta. – deitou-se. – Agora saia que eu quero descansar um pouco antes de sair. – fechou os olhos e não olhou novamente para garota.

- Aquela humana, Rukia... Parece preocupada com você. – Ichigo abriu um dos olhos e fitou o teto.

- E o que eu tenho com isso? – fechou novamente o olho. – Eu nunca pedi para ela se preocupar comigo. – ouviu o suspiro de Tatsuki.

- Baka... – Tatsuki fechou a porta e saiu do apartamento do garoto.

- Yare, Yare... – Ichigo sorriu de canto e relaxou. Precisava dormir um pouco.


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Acordou novamente com o som do rádio-relógio e levantou-se. Trocou o uniforme do colégio pela roupa negra que sempre usava. Apanhou duas katanas e amarrou suas bainhas uma em cada lado da cintura. Vestiu por fim a capa negra e saiu pela janela do apartamento. Ainda faltava 30 minutos até o horário marcado, por isso não correu muito até a floresta. Precisava também de um pouco de tempo para armar a barreira... Ele não apareceria lá sem nenhuma defesa, não seria tão idiota.

Andou até uma grande clareira que ficava quase no centro da floresta, faltava apenas 10 minutos para a meia-noite, e o vento frio daquela noite escura o relaxava um pouco. Esperou alguns momentos no centro da clareira, quando, de repente, uma flecha veio rapidamente em sua direção. Ele não desviou, nem se moveu, então um pilar de gelo saiu do solo e bloqueou a trajetória da flecha, que seria a testa do garoto.

- Ichi-chan não muda nunca, não é? – uma garota loira, aproximadamente a mesma idade de Ichigo, saiu sorridente de trás de algumas arvores. Carregava uma aljava de flechas nas costas e um arco composto em sua mão direita... Era idêntica à garota na foto do quarto de Ichigo.

- Você... Quem é? – Ichigo perguntou... Parecia um pouco incomodado com a presença da garota.

- Ara, esqueceu de mim, Ichi-chan? Mesmo depois das cartas de amor que escreveu pra mim? – fez beicinho.

- Você não pode ser Freya... Ela está em coma, eu a vi ainda hoje. – tremia levemente, por isso segurou na empunhadura de uma de suas katanas para relaxar.

- Hahahahaha, você é tão bobinho, Ichi-chan... – gargalhou. – Quem está deitada na ala médica do céu nesse exato momento é uma farsante. – riu de novo.

- Impossível... Ninguém seria tão parecida com a Freya que eu conhecia. – deu um passo à frente.

- Você não acredita mesmo em mim, Ichi-chan? – pareceu um pouco triste. – Você acha que qualquer um saberia o que eu sei sobre você? – perguntou. – Como por exemplo, quem tirou aquela foto que você guarda até hoje em seu quarto. – sorriu.

- Você só quer me confundir, você não sabe disso. – Ichigo disse um pouco exitante... O vento da noite agitou-se fortemente.

- Claro que eu sei... Quem tirou aquela foto foi Masa... – não conseguiu completar o nome, já que Ichigo usou sua imensa agilidade para colocar a ponta da espada no pescoço da garota. - Calada, sua farsante. – mesmo segurando a espada, Ichigo tremia consideravelmente.

- Ichi-chan... Acalme-se... – a garota andou desviou-se lentamente da lâmina, sem nenhum movimento brusco, e aproximou-se de Ichigo. Enlaçou-o pelo pescoço e apoiou o próprio corpo no do garoto. – Eu lembro que você gostava de ficar assim comigo, não era? – perguntou.

- Você... Não pode ser Freya. – sussurrou lentamente.
- Sim... Eu sou Masao Yukari... Freya... a mulher que você ama. – depositou um suave beijo na face do garoto.

- Yu... Kari... – Ichigo soltou o cabo da espada, que havia ficado na mesma posição desde que a garota havia abraçado o garoto. A espada fincou-se no chão no mesmo momento que os braços do garoto abraçaram a loira.

- Você... Não pode ser ela. – uma lagrima caiu pelo olho direito de Ichigo.

- Eu sou. – soltou-se lentamente do abraço e deu alguns passos para trás. – Ichi-chan, você está vendo a aura que me envolve agora, não está? – perguntou calmamente.

- Sim... Ela é... Roxa. – limpou rapidamente o rastro que a lagrima marcou em seu rosto e voltou a olhar fixamente para a garota.

- Eu não sou mais um anjo, Ichi-chan... Agora eu sou diferente. – abraçou o próprio corpo.

- Como assim diferente? – perguntou confuso, não estava conseguindo raciocinar direito.

- Há uns três anos atrás, um pouco antes de eu conhecer você e sua irmã, um homem me disse sobre uma grande experiência. – começou a explicar. – Ele estava recrutando anjos que não queriam mais servir ao céu, como cobaias. Eu, obviamente, recusei... Naquele tempo eu não tinha motivos para trair o céu. – Ichigo nem piscava enquanto prestava total atenção na explicação da loira. – Então, algumas semanas depois, eu fui designada para o trio dos Querubins, um trio que basicamente trabalhava com grandes missões. Foi quando eu conheci você, Ichi-chan, e também conheci a garota que se tornou minha melhor amiga... Sophia. – sorriu nostálgica. Fez uma longa pausa.

- Continue, por favor. – Ichigo disse educadamente.

- Quando comecei a trabalhar com os dois, você era alegre e feliz. Também era incrivelmente forte, e muito inteligente... Não era de se espantar que desde os dez anos estava na posição do sexto anjo, com o titulo de Loki. Também não era de se espantar que você era o líder dos Querubins. – suspirou. – Eu fiquei com muita inveja de você... Alguém mais novo do que eu, com tanto poder? Por quê? Eu treinava tanto todos os dias para me tornar forte... Mas sua força cada vez mais se distanciava da mim. – fechou os olhos. – Então me lembrei do que aquele homem disse... Com uma simples modificação genética, eu teria um poder incrível. – seus olhos brilharam.

- O que seria essa modificação? – perguntou Ichigo, curioso.

- Eles adicionariam D.N.A de um demônio em mim, um anjo... Então eu teria mais força física, mais inteligência, mas agilidade, velocidade... Maior controle elemental, maior resistência e regeneração... Eu finalmente seria mais forte do que você. – fechou o punho. – Mas, eu não poderia simplesmente sair do céu... Uma vez que você entra, você não pode sair vivo... Então, eu e meu mestre fizemos um plano.

- Que... Plano? – perguntou receoso.

- Primeiro, precisávamos de alguém parecida comigo... Foi um pouco difícil, mas rapidamente achamos alguém... – começou. – Um dos seguidores do meu mestre controla o elemento água, o que ajudaria muito ao fazer uma ilusão, para aumentar a semelhança entre mim e minha sósia. – sorriu. – Depois, quando uma missão grande e perigosa aparecesse para os Querubins, tudo estaria pronto.

- Como assim, tudo estaria pronto? – perguntou tentando se manter calmo.

- O meu mestre... É o mesmo homem que cria os demônios... Então, quando fomos enviados para Paris, eu só precisei fazer você e sua irmão serem pegos. – riu por alguns momentos. – Sua irmã era incrivelmente forte... Muito mais forte do que você. Mas ela não sabia disso... – fechou os olhos por alguns instantes. – Então, meu mestre se interessou por ela... Um anjo daquele nível... O que aconteceria se fosse adicionado D.N.A demônio? – perguntou. – Infelizmente duas coisas não esperadas aconteceram... Primeiro, você fugiu da cela... Segundo, o corpo de sua irmã rejeitou o D.N.A demônio, e começou a se atacar por dentro. – suspirou. – Foi um acidente horrível, não esperávamos a morte da sua irmã. – olhou para o rosto de Ichigo. Ele estava pálido, e com os olhos arregalados.

- Você quer dizer que... Que aquela maldita missão... Foi tudo um plano? – perguntou com a voz calma, apesar de tremer e suar frio.

- Sim. – sorriu alegre. – Ótimo plano, não? – deu uma risadinha.

- Você... Só queria me falar isso? - Ichigo tentava se acalmar, mas a imensa vontade de estocar sua espada através da garganta daquela garota era imensurável.

- Não... Eu vim te fazer um convite.

- Convite? – perguntou rangendo os dentes.

- Sim... Junte-se a nós, Ichigo... Mesmo você sendo só um anjo, é incrivelmente forte. – sorriu. – Meu mestre certamente ficara feliz se você se juntar ao nosso grupo. – tentou abraçar Ichigo novamente, mas o garoto se afastou rapidamente.

- Você tem que estar brincando comigo... – riu alto. – Você quer que eu me junte a vocês?!?! – gritou com a loira. – Não brinque comigo! Eu sou um anjo! Eu luto pelos humanos! Eu jamais vou mudar de lado! Nunca trairei meus amigos! – gritou novamente, pegando a garota pelo pescoço. Mas quando olhou-a nos olhos, rapidamente a soltou.

- Você não consegue, não é? – perguntou. – Mesmo sabendo de tudo o que eu fiz, você não consegue me matar. – sorriu. – Você luta pelos humanos, é? Quantos humanos você já matou? Só em paris foram centenas. – riu irônica. – Trair seus amigos? Que amigos você acha que tem? – gargalhou. – Você não tem nenhum amigo, Ichigo. – disse séria. – Ninguém tem sentimentos por você... Além de medo e inveja. – riu. – Nenhum deles gostam de você... Nem Tatsuki... Nem o gigante... Nem Ishida... Nem os gêmeos... Nem aquela humana. – riu mais alto ainda. – Pra ela, você é uma aberração... Um monstro! – tentou aproximar-se do anjo, mas novamente um espeto de gelo saiu do chão, bloqueando a passagem. – Somente eu gosto de você, Ichi-chan. – disse carinhosamente.

- Diga ao seu “mestre”... Que eu vou matá-lo... – Ichigo disse sério e baixinho.

- Você não precisa responder ao meu convite agora... Em uma semana, eu vou te esperar aqui. – atravessou a barreira de Ichigo tão rápido que ele nem teve tempo de se assustar. – Até mais, Ichi-chan. – depositou um suave beijo nos lábios do garoto e rapidamente se afastou, logo após isso, desapareceu. Ichigo ficou parado no lugar que estava por alguns momentos, antes de andar até a katana que estava fincada no chão. Tirou-a do solo e a colocou na bainha.

- Hey, vocês duas, saiam daí logo. – olhou para algumas árvores, então Tatsuki e Rukia apareceram.

- Você sabia... Que estávamos aqui? – Tatsuki perguntou hesitante.

- Claro que sim... Não se esqueça dos meus olhos. – começou a caminhar.

- Ichigo... – Rukia o chamou. – O que ela disse é mentira... Eu não acho você um monstro. – Rukia disse gentilmente.

- Eu... Não me importo com isso. – Ichigo nem ao menos olhou para trás, nem parou de caminhar.

- Ichigo... O que você vai fazer? – Tatsuki perguntou receosa.

- Obvio, não? – parou de caminhar e olhou para a garota. – Eu jamais demonstrarei piedade aos meus inimigos. – Tatsuki deu alguns passos para trás... O ódio no olhar do garoto era tão ou talvez mais forte do que o ódio que ela viu nos olhos dele dois anos atrás.

- Ichi... Go. – Rukia tentou se aproximar, mas Ichigo desapareceu rapidamente.

Continua...



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