"De cima para baixo, deixe-me olhar nos seus olhos, você sabe que cada segundo seu é todo meu." - Mushroom Chocolate (QUIN feat. 6LACK)
L U A
A tristeza se espalha em meu peito. Doses potentes de preocupação e medo também, pesando meu coração. Era tudo muito aterrorizador, não só se fosse verdade o fato de eu ter aquele tipo de poder, como as consequências que ele trazia.
Era por essa razão os desmaios, o mal-estar? O fato de nos últimos dias eu ter ficado doente do nada?
Fraqueza repentina, febre, lapsos de memória, excesso de sonolência.
Eu poderia realmente prever o futuro de uma pessoa a tocando? Podia ver seu passado também?
Não queria ter uma responsabilidade dessas jogada nas minhas costas. Não considerava um dom, mas, um fardo.
– Lu, calma. – Lia se aproxima, sentando-se sobre os tornozelos, a expressão em seu rosto se tornando afável. Ainda que estivesse tão assustada quanto eu, ela tentava se acalmar para me ajudar. – Se você realmente for uma médium esponja, ainda tem muita coisa pra aprender. Você pode ter sentido situações antigas que o Taehyung ou o Jungkook passaram e ainda não sabe discernir bem isso. – Respiro fundo, sabendo que ela tem razão quanto a minha total inexperiência com o assunto. Eu esperava que ela estivesse certa. – Não vamos nos desesperar. – Consinto, apesar de o peso em meu peito não se dissipar totalmente.
– Você tá certa. É só que é assustador quando eu sinto a parte ruim. – Como a sensação passava pra mim, transpondo todas as minhas próprias sensações. Pesado demais para que eu suportasse.
– Eu consigo imaginar, de verdade. – Seu tom ameno me tranquiliza e ela sorri de leve, tentando achar o lado bom daquela situação. Ela sempre fazia aquilo. – Mas, tenho certeza que você vai aprender a controlar isso. – Diz com uma certeza que eu não compartilho. Meu suspiro exasperado é a prova disso.
– E quanto ao Taehyung? O que faço? Nós somos amigos e apesar da crise de ciúme que teve no dia que ficamos, ele não agiu estranho. Se bem... - Paro pra pensar. – No dia seguinte do Halloween, na segunda feira, quando você estava de ressaca. Se lembra que eu disse que vi uma tatuagem nele? – Só em lembrar do acontecimento meu corpo se arrepiava de um jeito estranho.
– Sim, mas, eu estava tão avoada que nem me atentei a conversa direito.
– Então, eu juro que vi os contornos de uma tatuagem nele. Lia, era tão nítido e real como você me vê na sua frente. – A acastanhada arregala os olhos já naturalmente grandes e engole em seco.
Isso que ela não sabe do resto das coisas estranhas que tem acontecido comigo nas últimas semanas.
– Eu realmente não tenho nenhuma teoria pra isso. Tem certeza que não foi só uma impressão? – Nego com a cabeça, consternada.
– Eu achava que o lance de sentir a áurea das pessoas também fosse uma impressão, mas, parece tão real quanto respirar. Será se eu tô enlouquecendo? Tipo, meus neurônios bugaram.
– Não acho que esteja enlouquecendo, Lu. Você é a mesma de sempre, ainda que eu note visíveis mudanças melhores.– Ela suspira e um sorrisinho se desenha em seu rosto. – Mudando um pouco de foco da coisa estranha e sobrenatural, você disse que o Jungkook confessou seus sentimentos... – Ela deixa o comentário no ar, sutilmente desejando uma resposta mais abrangente. E a pressão em minha mente vai se anuviando rapidamente só de lembrar nele. O efeito imediato é surpreendente.
– Fomos pra o chalé dele noite passada. – Começo, encostando a cabeça na parede, pensando em toda a noite de ontem e como eu tinha me sentido incrivelmente invencível. Capaz de contornar qualquer problema. Hoje, no entanto... – Nunca pensei que ele fosse me dizer algo como aquilo. É tão estranho pra mim, o sentimento, essa dependência quando ele vai embora, o fato de que eu me torno a versão mais idiota de mim mesma quando ele tá por perto...
– Você tá apaixonada. – Lia completa, com um sorriso orgulhoso por eu estar finalmente me abrindo.
– É... Isso aí. – Falo sem jeito.
– Você disse pra ele como se sente também?
– Não, não tive coragem. Não saía. – Confesso. O fato de que eu estava apaixonada por Jungkook estava tramitando por minha mente, sendo digerido vagamente. Agora, dizer aquilo em voz alta, especialmente para ele era impossível no momento. Tinha uma barreira na minha garganta, me impedindo de dizer tais palavras.
– Tudo bem, tire o seu tempo para pensar. Mas, não deixe de falar para ele, mesmo que ele já saiba. É preciso que algumas coisas sejam ditas em voz alta. Nunca te vi tão feliz, Lua. E torço pela sua felicidade, não deixe que ela escape das suas mãos por orgulho. – Assinto, sem contestar, me sentindo subitamente sensível. Lia era absurdamente forte à sua maneira. Ela estava sofrendo por Hoseok, mas, mesmo assim, estava me ajudando.
Como um bebê, pouso minha cabeça em seu colo, me encolhendo. Mostrando pela primeira vez toda a minha fragilidade.
– Você é a melhor amiga que eu poderia ter.
– Não deixe que a Soojin escute isso. – Rimos.
– Ela também faz parte desse nosso trio maluco. – Lia desenrola uma mecha do meu cabelo calmamente, enquanto fecho os olhos me sentindo à beira de um precipício. – Estou com medo. – Reconheço. – Do futuro.
– Eu também. Mas, o que a gente pode fazer é viver intensamente o agora, como se cada um dos nossos dias nessa terra fosse o último.
❦❦❦
É, eu estava estranha mesmo. Ou eu era estranha por natureza, ficava me perguntando porquê logo eu tinha ganhado aquele dom. Eu nunca quis e por mim, faria de conta que ele nunca havia existido. Mas, estava longe do meu controle. E se era algo que iria ficar pelo resto da vida comigo, de alguma maneira eu tinha de achar um modo de superar e conviver.
Suspiro, agora no silêncio do meu quarto.
A chuva persistiu durante toda a noite, batendo contra minha janela e Jungkook não apareceu como disse que tentaria fazer.
Enrolada em meus lençóis não tão confortáveis como os seus e com meu colchão longe de chegar aos pés do dele, aquela noite eu teria que me contentar com aquilo. Me perguntei onde ele estaria e o que estaria fazendo, se por algum acaso estava pensando em mim também. O pensamento me deixou miserável e eu me obriguei a fechar os olhos e dormir. O que não foi fácil em vista de que eu não parava de pensar nos meus pseudos poderes esquisitos e em Jungkook. No que aquela sensação que eu havia sentindo ao tocar em si, se encaixava.
Inquieta, peguei meus novos fones e selecionei minha playlist calma, a que eu usava frequentemente para dormir ou quando queria relaxar. O aleatório, zombando da minha cara, selecionou justamente Patience e eu afundei meu rosto no travesseiro, choramingando.
– Que merda, saia da minha cabeça. – Resmungo para o nada, mas, não me atrevi a trocar a música.
Me lembrando dele, cada acorde adentrando-me a mente e coração. Sentia meu coração disparado mesmo que Jungkook não estivesse por perto e aquilo só podia ser um sinal claro de que eu tinha surtado, surtado totalmente por aquele garoto.
Pensando na curva bonita do seu sorriso solerte, a sonolência chegou sorrateiramente, embebedando meus sentidos e sorvendo-me para o mundo do sono sem sonhos.
Acordar pela manhã sem nenhum despertador tocando, pessoas me chamando ou meu próprio alarme mental acostumado a despertar cedo demais, me fez ganhar mais 100 anos de vida.
Estava revigorada.
Bem o suficiente até para naquele sábado tentar uma ligação para casa.
As cinco cabines estão quase vazias aquela hora e eu me enfio dentro de uma, discando os números memorizados na cabeça e pressionando o telefone contra o ouvido.
Faço um desenho imaginário no vidro, enquanto espero chamar.
O som de uma respiração, seguida da voz cheia de sotaque do meu pai toma meus ouvidos.
– Alô?
– Oi, pai. – Digo, baixinho e ouço sua risada surpresa.
– Filha, é você? Como está? Eu e sua mãe estamos morrendo de saudade. – Sorrio, porque seu tom me lembra casa e mesmo que eu já não gostasse muito de casa, não podia anular as lembranças boas.
– Estou bem, com saudades também.
– Como é bom ouvir sua voz, você faz muita falta aqui em casa. – Suspiro assentindo para o nada. – Como anda o último ano no colégio? Animada?
– Bom... – Rio. – Não muito, o frio tira toda a minha boa vontade. – Ouço sua risada do outro lado também.
– Você nunca gostou de muito frio. Sente saudades do Brasil? –Sua pergunta me deixou surpresa. Não tocávamos no assunto Brasil há muito tempo.
– Sinto saudades da minha vó e acho que só.
–Você... Não gostaria de voltar para lá? – E assim, eu sei que ele quer chegar em algum lugar com aquela conversa. Meu pai suspira e mesmo de longe posso imaginar com clareza as linhas de preocupação em sua testa. – Eu e sua mãe andamos conversando, talvez o Maine não seja pra nós. – Se fosse há um tempo atrás eu amaria a ideia de voltar para meu país natal. Mas, eu já tinha conquistado consistência aqui. Lia, Soojin, Hoseok e até mesmo Taehyung. E tinha Jungkook e o significado que ele estava se tornando para mim. Não era justo.
– Eu me encontrei aqui pai, tenho amigos e planos. Já me habituei ao frio e gosto de como as coisas são mais preguiçosas aqui. Para ser sincera, não quero me mudar quase no fim do ano, prestes a me formar. Não quero deixar todas as coisas que conquistei aqui. – E a veracidade com qual disse cada palavra surpreendeu a mim mesma. Eu realmente havia conseguido me acostumar com a realidade da Stigma. Depois de tanto tempo.
Meu pai não falaria algo por falar se não tivesse planos, se não tivesse conversado bastante com a minha mãe. E aquilo me desesperou. Toda a felicidade ruindo.
– Por favor, não tire isso de mim. – Houve um grande momento de silêncio em que tive absoluta certeza de que ele estava ponderando.
Por fim, ele suspira outra vez.
– Vou falar com a sua mãe sobre isso, tentar dissuadí-la da ideia, sei o quanto sofreu com a mudança, filha. – Aliviada é pouco para como estou me sentindo. – Sempre vamos fazer de tudo para zelar seu bem estar e segurança, mesmo que não consiga ver isso agora.
– Certo, pai. Obrigada. – Não podia dizer que entendia seus motivos realmente, mas agradecia por compreender meu lado também.
Ele muda o rumo da conversa, me conta como meu gato tinha engordado bastante nos últimos meses e que uma prima minha havia engravidado de outro primo meu. Contou também que tinha sido promovido no emprego e que estavam pensando em fazer uma reforma na casa. Me senti incluída na minha antiga vida de novo, deitada na minha cama, ouvindo música alta nos fones e fuçando as redes sociais do meu artista favorito. A ligação acabou cedo demais, com meu pai dizendo que me amava e eu como sempre ficando com vergonha para responder.
Mesmo com o teor inicial da conversa, eu tinha me sentido bem pela primeira vez em tempos ao ligar para casa e deixei a cabine com um sorriso no rosto, que logo se transforma numa careta surpresa quando avisto Taehyung vindo na minha direção.
Ele parece despreocupado com a vida, atraente vestido num pijama estiloso. O cabelo azulado jogado para os lados e revelando mais da pele de melanina bonita. Sorri quando me vê e eu não sei o que faço realmente. Correr e agir como maluca. Ou ficar e agir como se nada estivesse acontecendo.
– Lu... Tudo bem? – Indaga, a voz mansa. Sorrindo amarelo, eu me aproximo de si. Nada de pânico.
– Oi, Tae. Tudo sim.
– Bem melhor agora. Você tá sumidinha esses dias. – Comenta, me fitando fixamente.
– Ah... Tenho me camuflado bem por aqui.
– Hmm. Tá certo, depois a gente se fala, então? – Surpresa por ele ter encerrado a conversa primeiro, assinto, aliviada.
– Claro. A gente se vê. – Sigo o meu rumo e Taehyung o dele.
Percorro os corredores calmos procurando por uma loira ou uma acastanhada, sorrindo quando encontro as duas lá fora, numa das mesas perto das árvores de Sakura. A maioria dos alunos estava ali, aproveitando o feriado.
– Hey.
– Olha quem apareceu, a margarida. – Soojin sorriu, exibindo a fileira de dentes certinhas. – Anda sumidíssima depois que começou a namorar o gostoso. A vida de casada é diferente, né? – Reviro os olhos, mas, a despeito acabo rindo.
– Nossa, você é muito idiota.
– Pelo menos agora somos duas pra aguentar a vergonha que eu tô passando. – Lia resmunga e só agora reparo como ela está vermelha.
– Não posso nem desabafar mais? Você é minha amiga, tem que aguentar por obrigação. – Acusa apontando o dedo pra Lia que responde dando a língua.
– Do que vocês estão falando? – Pergunto, roubando a metade de sua tangerina sem que ela veja.
– E lá vamos nós. – A acastanhada cantarola, cobrindo o rosto com a mão.
– Noite passada, estava com o Namjoon. Ele tava muito pilhado com algo, parecia preocupado. Aí, eu pensei, o que deixa qualquer homem relaxado? – Indaga aleatoriamente, as sobrancelhas finas arqueadas. – Um oral, óbvio. E como dizia a minha vó: Um copo d’ água e um boquete não se nega a ninguém. Então, gentilmente ofereci uma boca amiga para o Joonie Jr. até porquê eu tava louca pra cair de boca também, né? Não sou burra, nem nada. Mas, ele disse que não estava no clima. Na minha cara. Sério, quis morrer. – A história é engraçada e me faz quase rir, mas, a curiosidade é maior.
Jungkook tinha perdido a aposta e agora eu tinha que pagar a minha parte. E não por obrigação, me vejo querendo aquilo bem mais do que achei ser possível.
– Você parece ser expert no assunto. – Jogo no ar.
– Não é por nada não, mas, amiga, na arte de dar uma mamada, eu tenho PHD. Se você quiser umas dicas, é só pedir. – Não acredito no que vou dizer. Não acredito no que vou dizer.
Respiro fundo, mas, nem tem tempo. De algum jeito muito estranho, Soojin saca antes. Abrindo a boca, surpresa, e apontando o dedo na minha cara.
– Não creio! – Massageio uma das têmporas, me concentrando para não ruborizar.
– Soo, sem escândalo. – É a mesma coisa que pedir.
– Gente, o que tá acontecendo? – Lia, pergunta confusa.
– Meu Deus, eu vivi por esse momento. Jesus, eu sei que Tu estás vindo. É o Apocalipse, o fim dos tempos!
– Esquece isso, pelo amor de Deus. – Peço em vão.
– Ela quer fazer um boquete no boy. – Cochicha para Lia, que cora violentamente. Por vingança ao seu escândalo, roubo o resto da tangerina. Mas, a loira nem liga.
– É sério, Lu? – A acastanhada pergunta, enquanto eu estou tentando não me afundar na minha própria vergonha.
– A gente fez uma aposta e eu ganhei. – Começo, falando baixinho pelo constrangimento.
– O que era especificamente a aposta? – Os olhos de Lia parecem curiosos.
Resisto a vontade de soltar um suspiro resignado e cruzo as mãos sobre a mesa.
– Apostamos não nos beijarmos por uma semana. Se eu perdesse, ele me... Chuparia. E se eu ganhasse...
– Você chuparia ele. – Soojin completa e em seguida estende o braço eriçado. – Tô toda arrepiada, caralho, e nem foi comigo. Um homem desses, misericórdia. – Ela se abana com a mão. – Não se preocupe, amiga. Você hoje vai sair daqui como uma guru do boquete. Me dá essa banana de exemplo. – A loira pega a fruta de Lia sem permissão da mesma, exibindo um sorriso maravilhado.
– Ah, não, minha banana não, Soojin! – Não acreditava que estava me submetendo aquele papel. Que vergonha do caralho.
❦❦❦
Depois de morrer de vergonha durante toda a tarde e ganhar olhares estranhos de outros alunos, enquanto Soojin masturbava uma banana, simulando ser um pênis, dando dicas de como não morrer engasgada ao fazer uma garganta profunda e aguentar seus comentários sórdidos e maliciosos, saí daquela mesa traumatizada pelo resto dos meus dias.
E apesar desse clima descontraído, de certo modo, não pude evitar sentir aquele sentimento ruim de preocupação me abater quando na noite daquele mesmo dia de sábado, Jungkook também não apareceu.
Então, eu aproveitei o domingo para dormir o dia todo. Minhas atividades e trabalhos estavam em dias e as provas ainda estavam longe, por isso, me dei a dádiva de passar o dia inteiro dormindo, se possível.
Mas, minha mente tinha outros planos pra mim. Despertei do nada, com uma sensação diferente no peito. Como se eu tivesse esquecendo de algo e meu subconsciente tentava me alertar sobre isso. Sentei-me confusa, checando o horário no celular esquecido entre minhas cobertas. Eram 10 e 47 da manhã de um domingo friorento. Um segundo depois de eu checar isso, alguém bateu na minha porta.
A percepção nítida de que eu sabia quem era me deixou assustada.
Juntei rapidamente meus cabelos num coque desajustado no topo da minha cabeça e corri pra o banheiro, quase caindo porque meu pé enrolou na coberta.
Parte da pasta de dente caiu dentro da pia quando afobada tentei colocar sobre a escova e eu xinguei o universo.
Escovei os dentes o mais rápida e higiênica que consegui naquelas condições e lavei o rosto inchado de sono. Sem tempo para parecer menos trapo que aquilo, destranquei a porta e a abri.
Eu realmente não me importava em ter que me arrumar pra outra pessoa, mas, aparecer com bafo e cara revirada também já era demais.
Contenho um suspiro aliviado quando vejo Jungkook ali, espetacular com sua camisa social branca e com três devastadores botões abertos que mostravam uma parte generosa do peito bem talhado e uma das clavículas tentadoras. O colar finíssimo que ali residia fazia um contraste incrível com sua pele cor de oliva, e o jeans claro e rasgado abraçavam sua anatomia, os sapatos lustrosos terminavam de compor seu visual.
Ele me lança um sorriso enviesado, o olhar negro me perfurando a alma. E eu não estava acreditando em como senti falta dele.
– Te acordei, Flor? – Suspiro, ao ouvir sua voz naquele tom travesso que estou habituada.
– Eu já estava acordada há um tempo. – Minto na cara dura e pela expressão divertida que Jungkook me lança ele sabe perfeitamente desse fato. – Você sumiu. – Não digo nada além daquilo, desejando ser sutil, até porquê ainda não me sentia no direito de interrogá-lo. Mas, depois de toda aquela coisa sobre dons e tudo mais, eu não pude evitar ficar um pouco... Preocupada com seu desaparecimento.
Jungkook assente vagamente.
– Vou te falar sobre isso. Mas, você tem que aceitar meu convite antes.
– Mais uma fuga? – Arqueio as sobrancelhas, sentindo o típico formigamento ansioso no corpo quando ele aparece.
– Sim, quero te apresentar uma pessoa. – É impossível não ficar surpresa e me sinto... Importante para si. Tenho de conter o sorriso, inclusive.
– Tá, mas, eu preciso me arrumar antes.– Seu indicador e polegar acariciam meu queixo, enviando choques de calor para dentro de mim. Ele mantinha a pose casual, com uma das mãos dentro dos bolsos frontais do jeans, mas, seu olhar me descancarava intensamente.
– Te espero lá fora. – Diz ele, o tom ameno, a expressão pacífica.
Seu toque me deixa e instantaneamente sinto frio, mas, assinto rapidamente para afastar a súbita dependência por seu toque.
Quando fecho a porta, é impossível não soltar um suspiro. O modo com o qual meu coração batia forte no peito não podia ser normal.
Eu sentia falta dele e me sentia bem quando ele estava por perto. E tinha percebido naquele momento que eu iria a qualquer lugar que Jungkook pedisse, contanto, que ele estivesse comigo.
E isso foi a coisa mais ridiculamente romântica que eu já pensei na minha vida e eu quis bater com a minha cabeça na parede.
Agindo para não pensar no que eu estava me tornando, fui tomar o meu banho gelado de sempre. Como tinha lavado os cabelos no dia anterior, decidi não fazer o mesmo hoje e me viraria pra aquietar o descontrole da minha cabeleira.
Parei na frente do meu guarda roupa em dúvida do que vestiria. E me praguejei por estar tentando parecer mais apresentável pra ele.
Vesti uma blusa de mangas longas apertada ao corpo, de decote modesto e meu jeans justo mais novo e os coturnos, que não podiam faltar. Coloquei minha jaqueta acolchoada para não morrer de frio e fiz uma trança simples e frouxa de lado.
Olhei o resultado no espelho e achei suficiente.
Deslizei o brilho labial nos lábios e o guardei dentro do bolso traseiro.
Pronta, tranquei o quarto ao sair e fui para fora.
O dia estava calmo, como todo bom domingo. Parecia instigar a preguiça aos alunos da Stigma também.
Encontrei Jungkook entretido digitando algo no celular, mas, ele me percebeu antes que eu fizesse menção de me aproximar realmente.
– Você não sente frio? – Indago verdadeiramente curiosa. O tecido da camisa que ele usava era muito fino e ele sequer parecia incomodado.
Ele semiergueu as sobrancelhas e uma de suas mãos se encaixou em minha cintura por dentro da jaqueta, me guiando até si, até que meu corpo estivesse grudado a lateral do seu.
Seu cheiro bom entrou direto pelo meu olfato, causando-me um amolecimento instantâneo e a temperatura corporal dele era muito boa de sentir.
– O objetivo é você me esquentar, Flor. – Seu olhar negro e brilhante despertou aquela vontade que sempre se mantinha à espreita, esperando por si. E é inevitável não soltar um suspiro. Minha mente fazia questão de frisar quanta falta tinha sentido de si e o quanto era bom estar com ele agora.
Mas um click costumeiro de foto me chama para a realidade e minha cara quase cai no chão quando vejo Soojin com a câmera do celular apontada para mim e Jungkook. Lia me olha com uma visível felicidade.
– Desculpa, eu tinha que tirar. Vocês são muito lindos, aff. Casem e tenham 10 filhos, logo.
– Soo! – Repreendo, sentindo meu rosto arder, mas, Jungkook só solta uma risadinha.
– Perdoem a indiscrição, ela é meio doida. – Lia, fala puxando Soojin pelo braço.
– Não tem problemas, meninas. – O moreno diz tranquilo, eu ainda tô tentando não morrer de vergonha. – Vamos, Flor?
– Sim. – Jungkook já está olhando pra frente, mas, eu vejo perfeitamente quando Soojin empurra a língua contra a bochecha e fecha o punho, fazendo a simulação de um boquete, enquanto Lia tenta não morrer de vergonha junto comigo e rir ao mesmo tempo.
– Ok, vamos fingir que nada disso aconteceu. – Ele me lança um olhar divertido.
– Você que manda.
❦❦❦
– Então, seu sumiço. – Começo, quando estamos dentro de uma 4x4 branca, novinha rumo ao centro de Portland.
Não chove, nem neva, mas, o céu está totalmente nublado, sem nenhum vislumbre do sol.
Jungkook pega minha mão e a coloca sobre sua coxa e eu posso sentir com nitidez, os músculos bem trabalhos dali. O que me faz engolir em seco involuntariamente.
Ele cobre minha mão com a sua palma quente, entrelaçando os dedos aos meus. A sensação, me deixou elétrica. Como se no lugar de veias, eu tivesse fios de alta tensão.
– Tive que sair da cidade, Flor. Um antigo conhecido a quem eu devia um favor estava precisando de ajuda, teve a casa saqueada. – Ainda encarando o enlace entre nós, pisco confusa.
– Ele se meteu com gente errada?
– Basicamente. – Disse evasivo.
– E o que você fez? – Ele vira o rosto límpido pra mim. As obsidianas tremeluzindo em tons obscuros de preto. Senti um arrepio na espinha.
– Cuidei para que não acontecesse de novo. – O jeito com o qual ele falara aquilo, a voz inflexível, o olhar duro, não deixaram dúvidas.
– Você matou ele? – Pergunto horrorizada.
Ele meneia a cabeça como se considerasse, só então, me lança um sorriso presunçoso.
– Não, mas, acho que o deixei impactado o suficiente. – Respirei em alívio. Pelo menos, ele não tinha matado. – Ele não vai repetir o erro novamente, tenho certeza.
– Você é tipo um mercenário? – Ele riu, suavemente.
– Não, Flor. Mas, quando se vive no meu mundo, as coisas passam a ser um pouco... agitadas.
– Estou me sentindo como a Britney Spears em Criminal. – Digo, meus instintos estavam certos desde o início. Jungkook era encrenca pura, mas, estava totalmente submersa em tudo que o compunha. Minha mãe me mataria se soubesse que eu estava saindo com ele. Era a cara dela o apelidar de Zé droguinha.
O sorriso dele se alargou ainda mais ao ponto de seus olhos diminuírem e irresistíveis ruguinhas se formarem ao redor destes.
– Você está louca por mim mesmo, não é? Devo tatuar seu nome na minha pele como um amuleto da sorte? Eu adoraria reproduzir a cena do banheiro. – Repreendo-o com um apertão na coxa, mas, ao inverso, o moreno ri e eu sou surpreendida pela textura e o quão firme era.
– É um descarado de primeira.
– Você instiga esse meu lado. – Acabo sorrindo também, como uma idiota. Mas, me sinto leve como uma pluma.
Fico me sentindo como a virgenzinha que sou quando ele procede com a mão sobre a minha durante todo o percurso, deixando-a só quando vai trocar de marcha e toda vez que ele as enlaça novamente, meu coração dispara e eu tenho de me esforçar para não suspirar.
Jungkook dirige pela cidade movimentada e sou fisgada por todo aquele alvoroço urbano a qual já fui tão acostumada.
Conversas paralelas, conhecidos conversando no meio da rua, crianças apontando para vitrines onde viam brinquedos. Era tão natural, mas, me trouxe a sensação de estar viva. Não só sobrevivendo como tenho feito nos últimos anos.
Jungkook faz uma curva perfeita ao entrar numa viela menos movimentada, o motor poderoso roncando forte e macio. As casas ali tinham o estilo vitoriano, clássico, luxuoso e exalando poder e riqueza.
E é com surpresa que paramos na frente de uma.
Em tons madeira, a casa mescla o antigo com o novo, localizada numa rua tranquila e com um vasto jardim atrás.
– Se você me disser que essa casa também é sua, o surto vai ser inevitável. – Jungkook, sorri de leve.
– Essa é do Yoongi, Flor. – Ele sai do carro, batendo a porta e eu faço o mesmo logo em seguida, embasbacada com toda a beleza ali.
Impossível não me perguntar o que uma pessoa com uma casa dessa fazia estudando na Stigma.
Jungkook segura minha mão na sua antes que eu sequer pense no que fazer e sou tragada de volta a sua presença.
Caminhamos sobre a calçada ladrilhada e o moreno abre o portão de ferro negro.
– Você vai me levar pra conhecer o Yoongi? – Questiono, confusa.
– Não. Vou te levar pra conhecer a Soyeon, namorada dele. – Com a menção da dita cuja, me lembro de Jungkook ter dito que ela era muito especial para si. E sorrio, sem saber realmente o motivo.
– Certo. – Jungkook não bate, ele já chega abrindo a porta mesmo com toda a intimidade do mundo.
A casa é ainda mais surpreendente por dentro. As paredes brancas e móveis cinzas, perolados e escuros, davam um ar sóbrio de elegância e sofisticação.
Um lustre grande, com detalhes cristalizados só completava o luxo e eu parecia uma criancinha curiosa com tudo o que via, sendo guiada pelos pais.
Risadas vinham da cozinha, onde nos dirigimos.
Uma garota está de pernas cruzadas em cima do balcão, tem um copo na mão e ri histericamente de algo que Jaehyun diz.
– Não acredito que vocês começaram a beber sem mim. – Jungkook diz, e posso perceber o sorriso em sua voz. Chamamos atenção automaticamente e os olhares caem para nossas mãos juntas. Eu me sinto até envergonhada.
– Eu que não acredito no que os meus olhos estão vendo! – A garota descruza as pernas rapidamente e desce do balcão num salto astuto.
Ela tem piercings na sobrancelha e os olhos são delineados com lápis preto. Cabelo curtinho e platinado e um sorriso contagiante. Ela abraça Jungkook, forte e ele a segura facilmente só com um braço, rindo do seu ataque. – Só pode ser o fim dos tempos mesmo, você com uma garota! – A platinada sorri maior o soltando e me abraça também repentinamente.
Seu toque faz minha mente girar um pouco. Eu sequer tinha me preparado para aquilo, mas as profundas sensações e sentimentos dela escorrem para mim. Sinto sua perda por alguma coisa muito importante, mas, também sinto determinação e concentradas notas de algo etéreo que não sei identificar. Sua energia é muito forte e vital, e inacreditavelmente não me sinto mal.
– Sou Jeon Soyeon e você deve ser a Flor. – Coro com o apelido e toda a intensidade do seu olhar rasgado.
– _______ Rodrigues, mas, pode me chamar de Lua.
– É um exótico e bonito apelido. – Ela troca um olhar surpreso com Jungkook.
– Obrigada. Vocês são... Parentes? – Indago, curiosa pelo mesmo sobrenome.
– Provavelmente fomos em outra vida. Mas, nessa, infelizmente é só uma coincidência. – Ela sorri. – Posso roubá-la de você um pouquinho, Jeonggukie? Realmente preciso conhecer quem conseguiu fisgar esse coração bandido.
– Vou confiar em você. – Ele diz, bem sério mesmo. – Vou estar lá fora, Flor. – Seu tom se suaviza ao falar comigo e eu assinto. Acenando para os garotos na cozinha.
– Vem, me ajuda a fazer uma lasanha. Eu sou a visita e esses mortos de fome que querem comer. – Rio, com seu jeito, tirando minha jaqueta já que lá dentro é bem aquecido.
Ergo minha blusa até os cotovelos e lavo as mão antes de me encarregar de desfiar o frango, enquanto ela corta tomates com uma destreza invejável.
– Como se conheceram? Eu realmente estou curiosa.
– Na Stigma, tenho certeza que já ouviu falar.
– O purgatório na terra. – Ela revira os olhos e eu concordo com um aceno frenético. – E então, de quem foi a iniciativa? – Lembrar agora parece um pouco vergonhoso.
– Bom, talvez eu tenha o perseguido um pouco. – Soyeon ri alto.
– Eu já amo você, garota. – Ela me empurra com o quadril num gesto afetuoso. – E então, provavelmente ele agiu todo ao estilo de eu sou mais frio que o Sasuke Uchiha. Falei pra ele não assistir tanto Naruto. – É minha vez de rir com a informação.
– Mais ou menos isso.
– Mas, você conseguiu conquistar o garanhão. – Ela sorri, dessa vez menor. Juntando todas as coisas que fatiou numa vasilha.
– E qual a história de vocês? – Pergunto, curiosa. Quando ela vai jogar os restos desperdiçados no lixo, vejo duas cicatrizes grotescas em suas costas por ela estar usando regata. Meu ar se perde um pouco em espanto. Eu não conseguia imaginar pelo o que ela tinha passado para deixar cicatrizes tão profundas.
Desvio o olhar para o frango quando ela se vira novamente.
– Faz um bom tempo que nos conhecemos por essa vida. Eu salvei a vida dele uma vez e desde então nos tornamos amigos. Considero Jungkook meu irmão. Ele já passou por muita coisa pesada e eu pensei que dentre todas essas coisas ele houvesse se perdido. – Ela me olha intensamente. – Mas, ver você me faz pensar o contrário.– Engulo em seco, encabulada com o excesso de informação. Meu coração disparara no peito. O modo como qual ela falara me fez ter a impressão de que um jeito muito estranho Soyeon já sabia quem eu era.
– Mas, não fala que eu te disse algo assim, ele me mata. – A platinada segreda e eu assinto, jogando a sensação esquisita para algum canto distante da minha mente.
– Pode deixar. – Soyeon me conta sobre as viagens que já fez pelo mundo, como conheceu Yoongi e as festas e shows que já foi com o mesmo e Jungkook em Nova Orleans, Las Vegas e Flórida. Ri com suas aventuras bêbadas e de algum jeito o trio Soyeon, Yoongi e Jungkook me lembravam eu, Lia e Soojin. Eram boas lembranças e eu me senti dentro delas a medida que a loira me contava. Desejei ter conhecido Jungkook nessa época, mas, me vi ficando com um sentimento distinto no peito, porque eventualmente dois corações rebeldes viriam a se encontrar. Nós dois.
E sim, isso foi muito boiola, eu sei.
Fiquei com uma saudade estranha, mesmo podendo ouvir sua voz há alguns metros de distância de onde estava.
Soyeon me serviu bourbon dos antigos e a bebida desceu queimando na minha garganta por fazer um bom tempo desde que tinha ingerido destilado.
– Esse aqui é dos bons. – A platinada disse, me lançando uma piscadinha. – Você tem costume de beber, né? Não quero desvirtuar ninguém.
– Tenho sim, mas, não vou exagerar. Faz muito tempo desde que bebi algo tão forte. – Yoongi adentra a cozinha, o cabelo meio bagunçado, interrompendo nossa conversa.
– Vocês estão sussurrando há horas aqui, devo ficar assustado? – A loira joga os braços ao redor do pescoço dele e eu me pergunto se eu e Jungkook nos olhamos daquela maneira também.
– Ainda não. Estava só conhecendo a nossa convidada de honra.
– Hmm... – Vejo nitidamente línguas se encontrarem e eu arregalo os olhos.
– Ok, essa é a minha deixa. – Saio sorrateiramente pelos fundos, seguindo as vozes.
A área no fundo é vasta e os garotos estão fritando algo na churrasqueira, o cheiro é muito bom.
Reconheço Jaehyun e Namjoon parecendo ter uma discussão acirrada sobre quando virar a carne para não queimar.
Encontro Jungkook relaxadamente deitado numa rede bordada. As pernas longas escapam dos lados, e os pés tocam o chão hora ou outra. Com um dos braços dobrados atrás da cabeça, servindo como apoio, seus olhos negros bem sedutores me encontraram.
A cena me tira o fôlego e a passos lentos me dirijo até si.
– Parece confortável. – Falo, parando a sua frente. Acho que já estava cansada de dizer como o olhar dele era uma coisa incrivelmente intensa. Eu me sentia despida todas as vezes que nossos olhos se encontravam. Como um feitiço poderoso, aquelas orbes pareciam me prometer mil loucuras, noites agitadas e beijos quentes. Simplesmente não conseguia resistir.
– Você só vai saber se entrar aqui. –Sua voz, de timbre melódico soou irresistivelmente baixa e rouca, raspando na garganta. Meu peito vibrou e me senti arrepiada de repente.
– Com você? – Questiono num fio.
– É a intenção. – Contrapõem, firme.
– Mas, seus amigos estão ali. – Era um pretexto ridículo, sabia, porque eu estava toda tentada. A ideia de ficar com ele dentro daquela rede era muito irresistível.
– Não ligo pra eles, Flor. Você nunca deu o meu beijo hoje. – Respiro fundo para tentar acalmar meus nervos, mas, é inútil. Ele torra meu autocontrole.
– Não acredito que estou fazendo isso. – Murmuro, desamarrando meus coturnos. Um sorriso cafajeste se desenhando em seus lábios lentamente. – Tem certeza que essa rede aguenta nós dois? – Ele riu sacana.
– Até se você quiser sentar em mim. – Ruborizo com sua resposta, e infelizmente, não só de vergonha. – Sei que está imaginando isso agora. – Jungkook completou, dessa vez mais sério e compenetrado e todo o meu corpo se eriça. Nossos corpos estavam cheios de tensão desde o início, mas, agora, eu sentia que as coisas estavam esquentando ao ponto de serem insuportáveis. Pensei em jogar tudo para o alto desde o chalé, mas, achei que ainda fosse cedo. Porém, será se realmente tempo significava alguma coisa? Eu estava apenas adiando algo que eu também queria.
Foi naquele momento que a ideia me veio, tentadora.
Me apoio em si para entrar na rede e ele me guia pela cintura, o toque sempre cobiçoso.
Sua respiração se perde com a minha e nos olhamos de perto.
Meu corpo derrete quando deposito todo o meu peso sobre si, me encaixando ao seu talhe. O magnetismo que nos atrai vai além do físico, quando o toco sinto tanto calor que poderia me sufocar, mas, só me alimenta.
Roço nossas bocas, e fios de eletricidade eriçam minha pele.
O hálito quente que escapa de sua boca cheira a bourbon e menta e só de senti-lo, ondas calorosas de desejo se espiralam por minha barriga e descem até meu baixo ventre. Mas, sou surpreendida quando Jungkook ergue o pescoço e mergulha de primeira lábios e língua pela minha fenda, instigando que eu a abra. O que faço imediatamente, abrindo-a para que sua língua deslize fundo sobre a semelhante e o gosto se espalhe entre sua saliva e a minha. O toque entre essas duas me deixa totalmente zonza, sedenta para que aquilo nunca acabe. Uma lamúria sofrida e manhosa morre entre nossas línguas, Jungkook a engole com fervor, os toques em minhas costas e cintura ainda mais intensos, nossas respirações a cada segundo se tornando mais densas. Seu beijo é delicioso, prendendo todos os meus sentidos e tudo que eu queria era mais, correspondendo com tanta avidez que Jungkook não resistiu ao deslizar uma das mãos até minhas nádegas, a apertando com força.
O apertão fez um som nada discreto sair por minha garganta e repentinamente sem ar, quebro o ósculo em um estalo alto. Jungkook só os larga quando suga tão forte meu lábio inferior, que ele volta latejando, deliciosamente maltratado.
Pulso lá em baixo, a mão pousada sobre seu peito.
De onde acho coragem para dizer as próximas palavras, é um mistério.
– Quero muito cumprir a minha parte da aposta, aqui e agora, exatamente do jeito que você está. – Abro os olhos, completamente tonta, um prazer absurdo se alastrando por mim.
Seu negrume intenso acaba comigo e ele ofega, realmente surpreso com minha audácia repentina.
A boca vermelha corada e grudenta pelo meu brilho labial. Limpo cuidadosamente os cantos, sentindo que seu aperto em minha cintura aumenta, em um aviso.
– Eu adoraria que você fizesse isso. – Ele sussurra, o olhar libidinoso.
– O almoço tá pronto! – Sorrio, como uma provocadora que nunca pensei ser, deixando um selinho em sua boca, que rapidamente Jungkook quer transformar num beijo, mas, eu me afasto antes disso. Tocando seus lábios com o indicador.
– Vai ter que esperar, Kook. – Saio da rede num salto, sorrindo satisfeita ao vê-lo se sentar também, todo provocado.
– Flor... Você não vai querer jogar esse jogo comigo. – Seu timbre é baixo, perigoso e acende ainda mais aquele fogo interior.
– Tenho que te lembrar que da última vez você perdeu? – Tive a nítida certeza de que cutuquei a onça com a vara curta assim que ele sorriu morteiro, os olhos sombrios e dissimulados. Até mesmo o ar a minha volta pareceu ficar mais frio.
Ele se levanta, casualmente endireitando a camisa amarrotada.
Para diante de mim, me medindo de cima baixo com uma voracidade tão feroz que poderia ser palpável.
– No fim da noite, é você quem vai estar de joelhos para e por mim, Flor, e você vai adorar isso. – Minha respiração fica trêmula quando ele se vai e eu permaneço ainda em choque. Sinto meu corpo se eriçar e a ansiedade me acometer porque quero fazer isso. O quero nas minhas mãos o quanto antes.
E assim, o jogo vira. Porque agora sou eu que não vejo a hora daquilo tudo acabar e ficarmos sozinhos.
A cozinha logo se enche com as risadas e conversas masculinas. Soyeon serve coca cola com gelo e limão pra mim e eu agradeço com um sorriso.
– Precisamos sair juntos de novo, ir para algum show como nos velhos tempos. Eu mereço, né? Fui no inferno e voltei. Não é todo que isso acontece. – Soyeon diz, erguendo o copo. – Façamos um brinde a todos os excomungados, rejeitados e exilados desse mundo. Nós somos fodas! – Faço um brinde também, sem entender muito do que ela fala, além de que provavelmente a loira passou por algo pesado também. Entretanto, reconheço a afinidade da rejeição e como ela manipula nossa personalidade, até que nos tornemos pedaços fragmentados de nós mesmos.
– Tim, Tim. – Namjoon diz.
A comida estava realmente deliciosa e tarde discorreu entre bom humor e os olhares nada discretos de Jungkook sobre mim.
Já a noite, Yoongi ficou encarregado de levar todo mundo pra Stigma, mas, só tínhamos um carro e teríamos que dar um jeito de caber ali dentro.
Yoongi foi dirigindo e Soyeon ao seu lado no banco do carona.
No banco de trás iam Namjoon, Jaehyun, Jungkook e eu em seu colo. O que foi engraçado, porque realmente estava cheio e um pouco tenso, porque eu estava no colo de Jungkook.
Ele agiu como um monge durante o resto daquele dia, sem mais provocações orais, mas, me cercando com seu olhar como se eu fosse sua presa e ele o predador, atento, tecendo um caminho próprio até que eu me visse sem saídas e por fim, ele atacaria.
O abraço dele a minha volta era forte para que eu não sofresse com a velocidade e descansando em seu peito eu ouvia sua voz bem de perto na minha orelha quando ele respondia algo para alguém. Eu tinha certeza que as risadinhas que ele soltava ali eram de propósito, porque vez ou outra sua boca esbarrava com a minha orelha e ele arfava quente, rindo baixinho em seguida quando me via arrepiar ou estremecer sem poder dizer nada.
Era realmente um desgraçado, mas, um desgraçado muito gostoso.
Yoongi freou bruscamente quando chegamos a Stigma e eu só não voei pra frente, porque, Jungkook me segurou com precisão.
– Porra, Yoongi, quer me matar, filho da puta? – Jaehyun reclama, a voz lenta pela embriaguez.
– Aquele uísque foi de matar. Minha cabeça tá girando. – Namjoon massageava as têmporas.
– Vocês são muito fracos. – Soyeon zombara.
Eu ri, mas me deu um nervoso quando Jungkook abriu a porta se despedindo de Yoongi e Soyeon.
– Tchau, pessoal. Tchau Soyeon, foi um prazer te conhecer! – Digo, já com uma perna de fora.
– Prazer todo meu, Lua. Espero te ver de novo! – O vento frio jogou mechas soltas da trança nos meus olhos e Jungkook me guiou pela mão até a passagem da Stigma.
Eu já estava mais acostumada com o toque, mas, ainda me sentia elétrica e somado a tensão e ansiedade do momento por seu silêncio, mais um pouco e eu estaria tremendo.
Sua habilidade em se camuflar dos monitores é admirável, devia ter feito aquilo tantas vezes que se tornara profissional.
O silêncio nos acolhe aterrador, tudo que ouço é o descontrole da minha própria respiração e os grilos lá fora.
Ele continua caminhando e o que difere da sua pose casual, é o músculo em seu maxilar que hora ou outra se move quando Jungkook cerra os dentes.
– Você não vai falar nada? – Questiono, num fio de voz, a garganta seca. E sua risada rouca me atinge vertiginosamente o íntimo. Sério, eu não acreditava que fiquei muito excitada porque ele tinha rido de forma rude.
– O que quer que eu diga? – A sua voz petulante rasga minha moral e eu mordisco a boca. Quando ele se vira para mim, seu olhar é mais negro que a escuridão e o calor que deles emana, faz com que uma febre se espalhe por minha pele, corando meu rosto. – Que você me deixou duro? Que tive de me conter o dia inteiro e que tudo que eu quero agora... – Ele pausa, toca minha boca com o indicador, a fitando fixamente. Jungkook não precisava terminar de falar para que eu soubesse. E me surpreende a vontade que eu tenho de fazer aquilo. Então, ele completa, com a voz mais baixa, de um jeito intimidante e extremamente sedutor. – É destruir essa sua maldita boca gostosa com o meu pau. – O calor que se condensa a nossa volta empalidece o restante do mundo. Tudo o que vejo agora é ele, tudo que sinto é a sua paixão, desejo e um carinho ardente, que se despeja sobre mim numa força latente. É insano, é vulcânico, inefável.
Minha pele se torna sensível e meus olhos pesam com um prazer descomunal. As vertentes do seu querer se inundam sobre meu corpo e alma e da minha boca escapa um ofegar sofrido.
Aproximo-me de si sem perceber, enquanto seu olhar observa cada pequeno detalhe sobre mim.
Seguro as laterais do seu torso com minhas mãos trêmulas, apertando a carne quente mesmo através do tecido de sua camisa. Sou domada por aquelas sensações e os sentimentos que me devoram. O cheiro de nardos me enfeitiça, e eu busco pela fonte, afundando meu nariz na pele do seu pescoço, salivando em excesso pela vontade.
A tez dele se arrepia com o contato e eu não resisto em beijar calidamente a pintinha em seu pescoço, tendo de ficar na ponta dos pés para isso.
– Flor... – É um aviso, lamuriado, mas, um aviso. Minhas mãos o cobiçam, sentindo os músculos bem desenvolvidos dos seus braços, a força que ele deve ter. Deixo mais um beijinho em seu maxilar e suas mãos tomam posse da minha cintura, colando nossos corpos. Rapidamente, tomo nota de que ele está excitado, sua rigidez pressionada em minha barriga me faz ofegar e num sopro embriagado, eu peço:
– Por favor, me beija. – Sinto sua mão tocar minha bochecha, encaixada na minha nuca, numa posição perfeita.
Seu olhar afoito busca o meu, cheio de fogo. Possessividade exalando dos lumes ônix.
Ele sorri, de canto, como um verdadeiro canalha, a expressão carregada de uma nebulosidade soberana.
– Abre a boca. – Não é um pedido e necessitada, eu o faço. – Põe a língua para fora. – Obedeço e no instante seguinte, ele inclina a cabeça e com língua e lábios, chupa a minha para dentro da sua boca. Absurdamente molhado, ainda com aquele gosto irresistível de bourbon e menta.
Meu corpo amolece totalmente entregue e um gemido manhoso de satisfação me escapa, se perdendo nos movimentos que ele faz.
Mergulhei os dedos entre seus fios lisos e escuros, imergindo na sensação de tê-los deslizando por meus dígitos.
Jungkook cruza os braços em minhas costas, deixando nosso aperto ainda mais forte, enquanto, sua boca me beija com extrema paixão.
Ele suga meu lábio inferior e superior separadamente, arranhando com os dentes e causando uma dor gostosa de se sentir.
Minha mente vira breu, sem conseguir pensar em algo que não fosse o modo faminto que sua boca se encaixava a minha, como suas mãos me reivindicavam com vontade e como eu desejava me entregar ao seu poder lúbrico e picante.
Escorrego os lábios para seu queixo quando Jungkook me pressiona na parede. Estamos no corredor do meu quarto, poucos passos. Mas, a afobação nos faz famintos. Porque eu sinto.
Seu anseio latente, poderoso e infindável.
Ele ofega, me deixa afogar lábios, língua e dentes na pele do seu pescoço. Meus dedos afobados desabotoam com dificuldade os botões de suas casas e a cada pedaço de pele descoberto, percorro as palmas por sua tez quente e arrepiada, descobrindo sua textura. Os mamilos turgidos escorregam sobre meu toque e seu aperto em meus cabelos aumenta.
O gosto de sua pele em minha língua é ensandecedor e quanto mais provo, mais quero. Sua respiração fica pesada, a medida que vou me abaixando sem sequer perceber.
Ele me guia para baixo, desfazendo minha trança e bagunçando meu cabelo com os dígitos firmes.
Abro os olhos pesados, deslizando a língua pelo relevo abaixo do seu umbigo, para o caminho tortuosamente devasso que leva até o centro do seu prazer.
Segurando meu cabelo com força, Jungkook me faz encará-lo debaixo, e sua expressão concentrada me instiga a cometer todos os pecados desse mundo. Com um sorriso ordinariamente lindo no rosto, sua mão livre acaricia meu rosto calidamente, o que não contrasta com o que sai de sua boca no instante seguinte:
– Ajoelhe-se Flor, e eu vou te ensinar como se reza.
Meu íntimo se contorce em um desejo insano que me faz ceder sobre os joelhos, vidrada na imagem que se contradiz; o modo como a escuridão parcial obscurece partes do seu rosto, realçando suas feições maliciosas e sombrias, mas, é etéreo como a pouca luz da lua que reflete sobre o vidro da janela, derrama-se sobre sua pele, num brilho prateado.
Tateio o abdômen marcado, me deliciando com a textura que intercala entre macio e firme. Aprecio as sensações que causo em sua pele, os poros que se abrem e dilatam.
Minhas mãos desafivelam seu cinto sem que eu sequer perceba e mordendo os lábios com que está por vir, desabotoo o jeans e Jungkook suspira no mesmo segundo, parecendo aliviado. O modo como seu peito desnudo sobe e desce com mais força é lindo.
Jungkook é lindo, inteiramente.
E então, ele arfa, não sei se com a visão ou com algo que se passou em sua cabeça.
Olhando em seus olhos afetados, eu deslizo o zíper pelo contorno da ereção e o mínimo roçar faz sua tez se arrepiar de novo. O abdome se contraindo diante dos meus olhos.
Sem conter a mim mesma por mais nenhum segundo, toco seu membro rígido ainda por cima da calça. Sinto a pressão, a firmeza que parece tão grande para minha mão. Jungkook ofega, de um jeito surreal de tão suave, uma das pernas sofrendo um espasmo involuntário.
– Flor... Não me provoque. – Adverte, naquele tom perigoso que tanto me seduz.
– Não estou te provocando. Estou só... Descobrindo você. – Sussurro. Não era minha intenção realmente, mas, não consigo evitar a satisfação que me acomete por ter conseguido atiça-lo com tão pouco.
O cabelo ondulado dele quase cobre os olhos afiados e cheios de desejo quando ele me olha de cima. A mandíbula cerrada.
– Você deixa? – Peço, sem reconhecer meu tom, vendo-o assentir freneticamente.
– Sou todo seu, meu amor. – Sorrio outra vez, abaixando sua calça até a metade das coxas tonificadas. E vê-lo quase despido, daquele jeito por mim, fez-me pulsar, a boca encher de saliva acumulada. Nunca imaginei que sentiria tanta vontade de pôr tudo aquilo na minha boca.
A box escura apertada revela mais do que eu esperava, e posso ver nitidamente o contorno da ereção ali aprisionada.
Eu nunca quis tanto chupar um pau na vida.
O aperto de Jungkook em meus cabelos se intensifica e seu quadril se move no ar em busca de um toque mais conciso. Ele parece tão sedento e ansioso que, em resposta minha mão acaricia toda a extensão e cobiçosa agarro seu pau com minha boca por cima do pano.
O ataque faz as pernas de Jungkook fraquejarem por um momento, apertando suas coxas eu sinto quando os músculos dali se enrijecem e ele geme meu nome e aquele som... Só eu e a minha calcinha sabíamos o efeito que tinha causado.
Seu cheiro particular me enfeitiça e é hipnotizante como o sinto enrijecer em minha boca. Passo a língua pelo lugar onde sua glande está, e seu arfar se perde no ar.
Tenho certeza que alguns fios se perdem quando ele pressiona meu rosto em sua ereção, roça o quadril em minhas bochechas coradas e geme baixinho completamente alucinado. Minha boca saliva excessivamente e eu tento não gemer em um esforço para parecer menos carente por si do que já me sentia.
O desejo cru, torpe e violento, a cobiça que nunca passa.
– Flor... Me chupa de uma vez. – Murmura, sofrido e curiosa por ver sua expressão, levanto o olhar, cruzando com seu, fascinado. A boca vermelha parece irritada e imagino que ele esteve a mordendo há algum tempo.
A visão faz meu ventre formigar e tão ansiosa quanto ele, eu seguro a box pelas extremidades e vagamente desço para baixo. Fisgada por um prazer primitivo, meu olhar fita a ereção que pulsava com veias proeminentes.
Minha boca se entreabre em reflexo e não consigo parar de olhar para o que estava a minha frente. Ouço sua risadinha sacana e ele rodeia a mão sobre seu sexo, segurando-o como se fosse um presente pra mim.
– Você o quer? – Sua voz rastejou sobre minha pele como uma carícia áspera e numa resposta imediata minhas mãos se apertam em suas coxas, tão forte que minhas unhas pouco afiadas poderiam perfurar a carne. Mesmo a dor para ele era boa, Jungkook começou a mover a mão para cima e para baixo, apertando o punho na cabeça inchada de seu pau. – Quer ele, Flor? – Insiste e umedecendo os lábios, com o coração batendo forte no peito, meu olhar apelativo o implora.
– Quero. – Ele inclinou a cabeça de um jeito arrogante.
– E o quanto você quer? – Incapaz de lidar com toda a carga sexual que nos rodeia, eu assumo:
– Muito. Eu quero muito, Jungkook. – Seu sorriso é extraordinariamente ordinário.
– Então, o tome para você. – Respirando com dificuldade, antes mesmo do ato
Eu aproximo meu rosto e fechando os olhos, chupo a ponta sedosa de sua ereção. Seu gosto se derrete em minha língua e não sei se o gemido é meu ou dele, mas, me intoxica. Esfrego minhas coxas para tentar me saciar do calor absurdo que faz mais da minha lubrificação se espalhar pelo tecido da calcinha.
Num estado de torpor absoluto, eu seguro seu membro, iniciando uma masturbação lenta a medida que afundo mais do pau gostoso pela minha boca, tendo todo o cuidado para não raspar os dentes sem querer.
– Isso... Assim, amor. – Ainda mais tentada pelos seus gemidos, busco dar atenção a glande molhada, cutucando com a ponta da língua a pequena fenda que expõe mais do creme que inunda meu paladar. Rodeei a língua e chupei mais uma vez, fazendo um estalo soar quando meus lábios se separam. Jungkook se apoia na parede a qual estive encostada, com um braço. Observo deslumbrada as veias ressaltadas que o recobrem, assim como o braço que se enrola em meus cabelos. A testa franzida em concentração e como ele sorri malicioso ao me ver naquele estado.
Seu abdômen se contrai, a respiração quente cortando o ar, a glande chegando até minha garganta. Meus olhos marejam pela ânsia e eu volto ao topo novamente, observando o prepúcio subir e descer, escondendo e revelando a cabeça rosada, que acumula mais do pré gozo.
Não resisti em dar um beijo ali, roçando sua textura em minha boca, sentindo que meus lábios ficam ainda mais lambuzados por si. Passeio pelo comprimento com os lábios ao redor, dando beijos e pequenas sucções, espalhando saliva. Lembrando das dicas de Soojin, sobre deixar bem molhado.
Sinto suas veias em minha língua e logo sua mão cobre a minha, aumentando o ritmo da punheta que bato para si. Seu rosto totalmente ruborizado me faz engoli-lo mais uma vez, fechando os olhos sem que eu mal perceba. A sensação de o sentir tão cheio e pulsante dentro da minha boca me traz uma sensação primitiva.
– Flor... Que boca gostosa... – Ouço sua voz suspirada, mais do seu prazer se derramando em minha boca. Os sons molhados escapam vez ou outra denunciando o que estamos fazendo. Seu quadril desliza para frente rapidamente, estocando minha boca. – Deixa eu foder ela, meu amor? – O tom carinhoso de sua voz somada ao teor daquela frase me fazem gemer em seu pênis, e eu o vejo morder os lábios já completamente irritados.
Em resposta a sua pergunta, eu seguro suas pernas torneadas pelos lados, sentindo-as fortes, estremecerem por mim.
Ele acaricia minha têmpora direita com afabilidade uma última vez, os olhos escuros me fitando com toda a atenção do mundo, enquanto ainda vou e volto em seu comprimento.
– Linda. – Sussurra. – Você quis isso desde o primeiro momento, não foi? – Ele ri, mordendo a boca. – Já gosta tanto de ter o meu pau nessa boca gostosa. – Meu corpo já em febre, se derrete em algo ainda mais intoxicante e eu assinto.
Então, sua condescendência some e no lugar a expressão libidinosa aparece. Jungkook escorrega as duas mãos de volta para meus cabelos, segurando minha cabeça no lugar e seu membro desliza para fora da minha boca em um som molhado. Sinto falta no mesmo segundo e eu vejo o sorriso dele se tornar mais ardiloso.
Ele segura o pau com uma das mãos, mantendo-me bem presa pelo couro cabeludo. Minha cabeça dói, meus joelhos doem e minha mandíbula já começa a doer, mas até mesmo isso é excitante agora.
Jungkook bate com o pênis molhado nas minhas bochechas vermelhas, o som estalado me fazendo gemer. Eu estava tão quente, tão desgraçadamente molhada e tão insuportavelmente submissa que me sentia totalmente enfraquecida de um tesão latente. O que aquele garoto fazia comigo não podia ser normal.
Ele esfrega a glande avermelhada contra meus lábios, gemendo quando a abocanho de repente. Ele está ainda mais inchado, mais duro, e mais delicioso.
Aproveitando a oportunidade, Jungkook enfia o pau gostoso tão fundo que eu me engasgo, tirando-o logo em seguida, enquanto tusso, totalmente excitada.
Ele volta a enfiar pela metade, estocando minha boca em movimentos curtos e ritmados. Observa minuciosamente seu trabalho, o peito subindo e descendo, os mamilos eriçados, o abdômen marcado sempre se contraindo. Por que ele tinha que ser todo delicioso?
Relaxo a boca e deixo que ele faça como queira, que me encha de libido ao penetrar cada vez mais fundo, mesmo que isso me faça engasgar quase sempre. Eu gosto disso e ele sabe.
Me delicio com seus músculos bem trabalhados, enchendo minhas mãos com cada nádega durinha e macia, apertando-as e estimulando Jungkook de mais um jeito. Ele geme, sua voz vibrando meu interior. Pressiono mais a carne em minhas palmas e sinto seus dedos também pressionarem mais meus fios. Seu quadril se movendo contra minha boca. Tento não deixar a ânsia vir quando ele se enterra até a base e meu nariz se amassa contra a pele de sua virilha.
Mais um gemido e ainda mais sôfrego escapa de si e eu não acreditava como era maravilhoso ouvi-lo gemer por mim.
– Porra, amor. Que delicia. – Sopra, escorregando para fora, a mandíbula marcada, o cabelo começando a grudar na testa, sua pele ganhado uma fina camada de suor, os olhos negros totalmente dilatados.
Seu pau está ainda mais molhado e eu aproveito para tomar um longo fôlego, deixando uma de suas nádegas só para fechar o punho em torno de si, batendo uma forte e rápida como sei agora que ele gosta. Jungkook joga a cabeça para trás, o queixo bonito e pescoço claro e cheio de veias sendo minha visão.
Desço o rosto rumo aos testículos inchados e pesados. Sinto-os em minha boca, lambendo com cuidado, gostando da textura.
O moreno ofega mais alto, o peito perdendo o ritmo. Volta a me fitar com as orbes semicerradas.
– Hmm... Tão gostoso, Flor. – Diz baixinho e eu continuo a bombear o pênis molhado, enquanto chupo delicadamente uma bola de cada vez. Percebi que os gemidos de Jungkook ficaram mais suaves e manhosos. Ele realmente parecia gostar daquele tipo de carinho, porque estava ainda mais afetado.
Seu pulsar ficava mais frequente a cada sugada que eu dava e ele estava tão lindo em seu desalinho. Era impossível não imaginá-lo dentro de mim, eu quase podia sentir sua ferocidade me atingindo fundo com estocadas poderosas. Seu gemido mais alto chama minha atenção e seu lábio inferior estremece.
– Eu tô tão perto. – Saber daquilo fez meu interior se remexer inteiro. E levada por uma necessidade pura para expor como me sentia, eu disse:
– Na minha boca. – Beijo sua glande inúmeras vezes e seu rosto espetacular se torce, como se ele sentisse muita dor. Mas, sei que é o contrário disso.
– Quer que eu goze dentro da sua boca, Flor? – Indaga, a voz sussurrada. Totalmente inebriada, eu consinto. E ele arfa, rendido. – Você tá acabando comigo, amor. Mas, eu vou dar o que você quer. – Seu membro entra de novo no interior quente da minha boca. Seu pau entrando e saindo era tão gostoso de sentir e ele estava tão entregue, segurando meus cabelos novamente e inchando a cada segundo. Inteiramente imersa no momento, fechei os olhos e permiti que ele penetrasse minha cavidade bucal com força. Indo tão fundo que ficava difícil respirar. Porém, era tão delicioso que não podia evitar gemer juntamente com ele. Meu íntimo pulsou freneticamente, calor se espalhando por toda a área e me deixando ainda mais insana.
Seu gosto estava em cada parte da minha boca, me inundando e seu pau chegava até minha garganta, enterrando até a base.
– Flor... – Meus cabelos foram puxados e senti alguns fios irem embora, e Jungkook me encheu com seu prazer. A sensação foi tão arrebatadora, transpondo para dentro de mim, que surpresa, cheguei ao meu ápice dois segundos depois, gemendo contra seu pau, que esguichava os últimos resquícios do seu prazer contra minha garganta. – Porra... – Ofega, movendo o quadril por mais alguns segundos, antes de se afastar, o membro molhado escapando da minha boca dolorida.
Completamente mole e sem forças, cedi ao chão, encostando-me na parede.
Meu orgasmo repentino havia drenado boa parte das minhas forças.
Jungkook guardou o membro dentro da box novamente, mesmo que eu tivesse percebido que apesar de ter gozado, ainda continuava meio duro.
Ele se agachou até mim, o rosto todo corado e lábios vermelhos, absolutamente lindo. Seu sorriso cansado prendeu meus sentidos e seus dedos tocaram minha bochecha, para em seguida seus lábios o fazerem.
A boca bonita tocou a minha, em selares simples, mas, que me encheram de algo muito diferente. Senti todo o sentimento que ele quis transmitir, não apenas a satisfação sexual, mas uma paixão quente, uma admiração sem palavras.
– Você foi maravilhosa pra mim, Flor. – Meu nariz toca sua bochecha, num afago sincero, quando ele me trás para si. Com uma perna de cada lado, Jungkook me suspende com facilidade e eu sorrio porque deve ser uma cena e tanto nos ver daquele jeito. O moreno pega minha jaqueta esquecida jogada no chão e nos guia pelo corredor silencioso, me cercando com os braços fortes e beijando minhas bochechas.
– Acho que eu não tô conseguindo sentir minhas pernas. – Sussurro e ouço sua risadinha baixa.
– Vamos resolver isso. – Com os braços jogados em seu pescoço, fito seus olhos cor de ébano.
– O que você quer dizer com isso? – Pergunto, em minha total inocência. Jungkook sorri, com uma calidez que não combina com a frase que ele solta a seguir:
– É a sua vez Flor. – Quando seus dedos deslizam para dentro do bolso do meu jeans, para pegar a chave do meu quarto, eu estremeço em seu poder. – Agora eu vou chupar você
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