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História Angels Fall First (livro 2.0, Jungkook) - Consequências


Escrita por: jeontaste , darkiot e callistos

Notas do Autor


Boa noite amores, como estão? Eu tô bem ahahshshs

Trago o capítulo de AFF bem recheado de informações e peço por favor, para que leiam devagar e associem as coisas. Cada palavra aqui tem uma razão e vai servir pra o entendimento da fic. Fiquem de olho.
E qualquer dúvida, deixem nos comentários que eu e a @pcxgguk respondemos, ok?
Capítulo de hoje tá tenso...
Boa leitura e perdoem qualquer erro xx

Betado por @pcxgguk ❤️

Capítulo 35 - Consequências


Fanfic / Fanfiction Angels Fall First (livro 2.0, Jungkook) - Consequências

"O amor é só uma história que podem provar, e quando você for embora eu lhes direi que minha religião é você. Quando Pôncio vier matar o rei no seu trono, estarei pronta para as pedras deles" – Bloody Mary (Lady Gaga) 

L U A 

Desperto de uma inércia profunda, imergida em uma letargia que quer me tragar outra vez para o mundo da inconsciência. Mesmo assim, reluto. Sinto uma presença abrasadora por perto, reconhecendo de imediato de quem se trata e isso me impele a lutar contra o sono.

Solto um resmungo abafado quando ouço sua risadinha divertida. As mãos dele tiram meu cabelo do rosto, a respiração morna pairando ali quando deixa um beijinho ridiculamente fofo na ponta do meu nariz.

– Hora de acordar, Flor. – Sopra suave.

Ainda de olhos fechados, passo os braços por seu pescoço e jogo uma das pernas por seu quadril, prendendo-o ali. Ele estava quentinho e muito cheiroso. 

Jungkook ri mais alto dessa vez com o que faço, deixando-se vir. Seu corpo fazendo deliciosamente peso sobre o meu. 

– Hmmm. – Cheiro seu pescoço com mais vontade. Meus olhos chegam a se revirarem pelo prazer estranho. 

— Vai ficar me cheirando, é? – Indaga em provocação, deixando um beijo caloroso em meu ombro. Seria muito esquisito pedir para ficar abraçada com ele daquela maneira? – Tudo bem, Flor? – Inquire, plantando uma sequência de beijinhos na minha bochecha. Estou meio molenga. 

– Uhum. – Solto-o vagamente. Jungkook apoia o peso do corpo nos braços e preguiçosa, abro os olhos para fitá-lo. Seu cabelo tem a aparência úmida, bem penteado, passado charmosamente para um lado, deixando à mostra a parte do undercut. As sobrancelhas inquisidoras estão evidentes, as orbes sombreadas de intensidade. 

Uma olhada mínima para suas vestes e percebo que ele vai sair. 

A camisa de botões escura é de seda, o colar de outro brilha em contraste com sua pele dourada. 

– Vai sair? – Questiono rouca e sem resistir ao impulso que vem dos confins do meu âmago, toco sua bochecha quente. Respiro sua essência dúbia e sofisticada. A pele dele parece queimar em minha palma e as orbes sedutoras seguem lentamente a ação, os cílios curtos, escuros e densos roçando a tez. 

Ele umedece a boca e suspira devagar, voltando a me fitar. Meu interior inteiro se aquece.

– Tenho um assunto importante pra resolver, te conto quando chegar. Vem cá. – Sussurra a última parte, se erguendo e me ajudando a levantar.

A letargia dominava meu corpo de um jeito que me fazia pensar que estava com a glicose baixa. 

Me sento na cama, enquanto Jungkook se agacha aos meus pés, me olhando atento. 

– Se lembra do que aconteceu mais cedo, Flor? Depois que eu fui pra casa do Yoongi? – Franzo o cenho, forçando a mente lenta para me recordar dos acontecimentos de mais cedo. 

Me lembro de irmos a casa da minha mãe, das descobertas que fiz sobre Alyssa e Miguel, de me sentir sobrecarregada com o excesso de informações e voltarmos para o chalé. Ele foi para casa do Yoongi por conta de uma ligação, eu fui tomar banho e... 

– Aquela garota. – Murmuro. Nesse ponto, as memórias se tornam turvas. Pequenas reminiscências de sentimentos que não sei distinguir ao certo. – Tessa. – Respiro fundo. Só de me lembrar do nome dela sinto algo ruim. 

Seus lábios se curvam ligeiramente em um sorriso torto. 

– Você deu uma surra inesquecível nela. – Arqueio as sobrancelhas, surpresa. Não me lembro disso. 

O que recordo são das suas provocações, a força desumana ao me atirar do outro lado da sala e o corte... 

Toco o local a qual se feriu com o impacto. Mas não há nada lá, nada mesmo. 

– Como? Eu... Eu não lembro disso. – Jungkook meneia a cabeça suavemente para a direita. 

– Existe algo muito peculiar na nossa natureza. Em geral, nós seres considerados místicos, temos facilidade para perder o controle. Mas eu e você, temos extrema dificuldade em equilibrar a nossa natureza. Tessa te deixou bem irritada, Flor. 

– Eu... Perdi o controle? – Inquiro, um pouco chocada, um pouco assustada. Na minha mente um branco sufocante suprime minhas memórias. 

– Sim. O feitiço de proteção do colar foi quebrado e você libertou parte da sua energia de Caçadora. – Eu não sei a razão, mas Jungkook está rindo. Rindo. 

– E você acha isso engraçado?! – Ele ergue as mãos, em sinal de paz. Mal percebo que meu tom se eleva. Era como se a qualquer momento eu fosse perder o controle de novo e isso me dava arrepios. 

– É que você parecia uma tigresinha. – Franzo o cenho, horrorizada. Jungkook me chamou de tigresinha? Seu sorriso só se amplia. 

Estreito meus olhos para si em ameaça, mas isso só o diverte. 

– Aquela garota, Tessa. Ela acha que tem chance com você. – Comento. Ele arqueia as sobrancelhas e dá de ombros. 

– Tessa é extremamente soberba por ser filha de um dos anjos que caíram e uma bruxa de luz. Faz parte da corte de Nefilins e sempre está nas reuniões como porta-voz do seu distrito. Ela acha que por termos semelhanças na nossa natureza somos compatíveis. 

– Não é só isso. Você nunca cortou diretamente as esperanças dela, por isso ela chegou no chalé como se fosse dona dele. – Cruzo os braços. – Quando vai me assumir para o seu povo, hã? 

– Flor, é tudo que eu mais quero. Mas é mais seguro enquanto não sabem que você está na minha vida. Vão querer saber quem é, o que é e isso é muito perigoso. 

– Minta. Fala que eu sou uma bruxa, ou sei lá. Vou ter que enfiar uma aliança no seu dedo? 

– Está me pedindo em casamento? – Ele ri brincalhão, mas percebo o brilho distinto nas orbes escuras. 

– N-Não muda de assunto. – Pigarreio, constrangida. – Não quero ser tratada como um dos seus casos! Eu sou a sua namorada. – Ele aquiesce, enrolando os braços ao redor da minha cintura e me arrastando para a ponta do colchão. 

– A Soyeon vai manipular as lembranças da Tessa, para ela não lembrar de como te viu. A sua forma real é desconhecida para qualquer ser e ela poderia dar com a língua nos dentes. Mas eu vou falar sobre você, Flor. É a minha companheira, o meu amor e o espelho de mim mesmo. – Assinto, sentindo o roçar da sua boca em minha bochecha. A sensação quente faz minhas pálpebras tremerem e então se fecharem. Minhas mãos sobem por seus ombros firmes, o pescoço quente. Resisto a vontade insana de beijá-lo porque acabei de acordar.

 – Você vai demorar? – Inquiro, sequer reconhecendo a manha em minha voz e em mim mesma. Não queria que ele fosse. Parecia que eu estava tendo picos de humor a cada dois minutos. 

Jungkook suspira longamente, voltando o olhar ao meu. 

Ajeito uma mecha que se soltara do penteado de volta ao seu lugar. 

– Vou encontrar o Seokjin. – Murmura. Seu olhar se obscurece com algo que reconheço como raiva. Ele não parece feliz. Nada feliz. 

E a ideia me deixa apreensiva. Seokjin andava com Miguel, ele sabia mais do que aparentava e eu não sabia dizer o que Miguel queria. Meu maior medo é que quisessem machucar Jungkook. 

– Ele aceitou o encontro? – Jungkook nega sutilmente, os lábios franzidos em uma linha fina. 

– Ele propôs. 

– Jungkook... 

– Eu vou ficar bem, Flor. – Sorri, tranquilo. 

– E se for uma emboscada? E se quiserem te sequestrar ou sei lá? – Questiono, o âmago se obscurecendo com o medo. Perder Jungkook estava fora de cogitação. 

– Não vão, Flor. Escute... – Ele segura minhas mãos levando ao centro do seu peito. Respiro fundo, sentindo as batidas potentes e compassadas no tato. – Sente o meu coração pulsar? A vida que corre em mim? – Não sei onde ele quer chegar, mas consinto. – Nossa conexão se inicia a partir disso. Meu coração e o seu se interligam por fios invisíveis. Minha energia completa a sua, minha alma existe porque a sua coexiste. Somos partes opostas do mesmo ser. Eu jamais deixaria que me machucassem sabendo que isso te afetaria diretamente. – Franzo o cenho, com a sensação asfixiante que me abate. A mesma que senti aquela vez que dançamos. A perda. 

Me pergunto se aquilo vinha dos meus próprios medos. Agora que estava imergindo nesse mundo, a profecia se tornava mais real a cada dia. 

– Tenho medo de perder você. – Confesso, a meia voz. E normalmente, eu tentava não pensar nisso ou me abater. Mas hoje, a sensibilidade havia me pegado em cheio e a noção de que eu não seria nada em um mundo o qual Jungkook não existisse, pesando sobre minha consciência. Eu preferiria a morte. 

Ele nega com a cabeça inúmeras vezes, me puxando de vez para seu colo e abraçando-me com força. Como se quisesse aspirar meus medos para si. Sinto sua energia, forte e reconfortante passar para mim como ondas de um marolar. Ele nos envolve em um casulo de proteção, posso senti-lo vigorosamente sobre mim, suturando-me por dentro. 

– Você não vai. Confia em mim. – Pede em sussurro. Aspiro o cheiro primaveril que emana da pele macia e assinto. 

– Desculpa, acho que a minha TPM deve estar perto. – Falo, quando nos soltamos o suficiente para olharmos um nos olhos do outro. Engulo a ridicula vontade de chorar na garganta. 

Jungkook é sutil em negar. 

– É um efeito colateral da quebra da sua energia. Naeun disse que você poderia sentir oscilações de humor. 

– Ótimo, agora sou uma bomba atômica de sentimentalismo. Cadê a parte boa de ter super poderes? – Fungo, para reter a coriza. Ele sorri. 

– Depois dos treinos amanhã, prometo que vamos fazer algo juntos, só nós dois. Sem Caçadores, Nefilins, ou Profecias. 

– Tipo um encontro? – Pergunto meio enrubescida. O jeito com que ele me olha com tanto carinho e amor me deixa... Tímida. É, isso aí. 

– Tipo um encontro. – Repete, sorridente. 

– Tá. – Ele se levanta de repente, comigo em seu colo. E eu me agarro em si porque não esperava. – Ei! – Rio, assim que meus pés encontram o chão de novo. 

– Hora de tomar banho e depois comer. Vou te levar na casa da Naeun. Lia, Soojin e Hoseok estarão lá. 

– Eu não tô com fome. – Resmungo, quando ele me gira pelos ombros, me levando rumo ao lavabo. 

– Vai comer sim, não quero nem saber. – Ganho um tapa ardido na bunda que me faz sobressaltar, em contrapartida, desperta partes adormecidas. 

Sorrio. 

E como as coisas mudam, não é mesmo? Eu que sempre detestei a ideia de ser cuidada por alguém, agora amava ser paparicada. O amor vem pra todos. 

❦❦❦

O céu nublado concentrava nuvens pesadas acima de nós. Relâmpagos cruzavam a infinidade azul e trovões soavam ainda distantes, o prenúncio de uma tempestade que logo viria. 

Alguns pingos já batiam contra o parabrisas e Jungkook hora ou outra acionava as escovas para deixá-lo mais limpo. 

– Ah, eu já ia esquecendo. – Ele abre o porta luvas com uma das mãos e tira de lá uma caixa pequena. – Pedi pra Hoseok comprar pra você. – Pego a pequena caixa, reconhecendo imediatamente do que se trata. Solto uma interjeição surpresa ao abri-la e me deparar com um celular novinho e de última geração. – Já coloquei meu número aí para nós comunicarmos quando estivermos distantes. – Ligo o aparelho e fico maravilhada com a tecnologia. Nem parece o meu antigo celular fodido e todo ralado. 

– Hm, obrigada, Kook. – Sorrio maior. – Você vai me buscar ainda hoje? 

– Amanhã pela manhã. Pensei em te dar um descanso da minha presença. – Brinca, entrelaçando nossas mãos em sua perna. Queria dizer-lhe que jamais me cansaria dele ou que desejava dormir no calor do abraço dele, mas a mínima ideia de expor isso tão diretamente me fazia corar. 

Entretanto, tanta coisa já havia mudado dentro de mim e tínhamos até agora, tão pouco tempo para estarmos juntos realmente. Cabiam receios e vergonhas entre nós? – Você ficou silenciosa. – Comenta baixinho, o olhar escuro me fitando atentamente. 

– Nada. – Sorrio para abstrair. Mas Jungkook não parece convencido. 

– Quer que eu te busque hoje? Não tem nenhum problema pra mim. Você sabe que eu amo ficar com você, Flor. Só pensei que talvez você quisesse ficar um tempo com os seus amigos. – Faço que sim. 

– Deve ser só… Os efeitos da quebra de energia que eu fiz. 

Quer ficar comigo? – Seu questionamento é sutil, suave, sem julgamentos. 

Eu não costumava ser tão melosa assim com ele. Mas me lembro perfeitamente de ter tido uma crise de saudades quando falei com ele por telefone no dia que fomos à boate. 

Aquela estranha sensação de saudade ia e vinha em momentos aleatórios. Daquela vez ao menos, eu tinha um motivo válido. Seu encontro com Seokjin. 

– Não precisa, você me busca pela manhã. 

– Não vou te deixar se sentindo assim, Flor. Virei assim que terminar o jantar. – Diz, conciso. 

Eu me sentia sutilmente diferente, isso era um fato. Uma sensibilidade que não me cabia, uma sensação de carência atípica. 

– Promete? – Inquiro, suspirando baixo ao acolhimento do seu toque. 

– Prometo, Flor. – Beija o torso da minha mão. 

A casa da tia de Lia ficava numa rua tranquila e bem iluminada. Jungkook estacionada em frente às pequenas escadas que levam à residência. 

Suspirando, tiro o cinto e guardo a caixinha do celular no bolso do moletom que ele havia me emprestado. 

Não passam de oito da noite, mas não há uma alma viva fora de casa, o frio excruciante é de tremer os queixos. 

Jungkook ao contrário de mim que estou congelando em pé, não parece sentir o clima. Seus lábios estão corados, assim como as bochechas e ele estende a mão para mim assim que dá a volta no carro e se encosta na lateral desse. 

– Vem aqui, deixa eu te namorar um pouco. – Sorri todo sedutor. 

Mais morosa do que o aconselhável, me rendo ao seu charme não humano e sou trazida em direção ao seu corpo atlético. 

Minhas mãos enluvadas encontram seu pescoço quente e sua boca ainda está curvada em um sorriso irresistível. 

– E esse sorrisinho lindo, hm? – Belisca suavemente meu nariz, os olhos oblíquos me cativando de perto. 

– Para, idiota. – Murmuro, envergonhada, mas toda derretida. Ai, que inferno. 

Ele solta uma risadinha, segurando meu queixo delicadamente com o indicador e polegar. E não consigo segurar minha própria risada constrangida. Mordisco a boca para prender a graça e as orbes felinas descem para a mesma. Parte do humor se vai quando sua intensidade dá as caras e ele me guia pelo queixo para mais perto. 

Suspiro, as pálpebras pesando. Seus lábios se encaixam aos meus com uma suavidade desconcertante. A umidade natural da sua boca faz meu corpo amolecer sobre o seu. 

Minhas mãos descem sozinhas pelo seu peito, percorrendo as laterais do talhe robusto e descansam na cintura magra e delineada. 

Minha mente se cala e as sensações quentes me tomam. Jungkook desliza a língua atrevida pela fenda que se abre para si e meu íntimo se revira em anseio. Um quase imperceptível gemido é engolido pelo fervor dos seus lábios. Ele chupa cada um separadamente, deixa-os dormentes e molhados. 

Uma das mãos firmes puxam meu cabelo pela raiz para um lado, enquanto seu rosto prova-me do outro. Do seu corpo emana um calor intenso, sua temperatura se eleva para me esquentar e levar embora qualquer resquício de frio que eu pudesse sentir. 

Sinto em mim a candura que o cerca, um desejo e amor pulsantes e todo o meu interior vibra em resposta 

Um fogo distinto se injeta em minhas veias e me impulsiona a abocanhar seu lábio inferior para mim. Aperto as mãos sobre a pele fervente, abraçando-o de vez pelo pescoço. 

Jungkook me devolve o gesto ao pressionar meus quadris pelos ossinhos salientes, nos seus, a boca massageando a minha com lentidão proposital. 

Seu gosto é delicioso e refrescante, seus lábios extremamente macios e bons de beijar, sua pegada era irresistível. Rapidamente, eu havia esquecido de todos os meus problemas. 

A ocitocina se espalha por meu âmago, sensibilizando o contato físico e torna a sensação ainda mais arrebatadora. 

Ensandecida pela vontade voraz de senti-lo mais perto, empurro sua cabeça para o lado, chupando a pele febril, cheirosa e tentadora do seu pescoço. Ele estremece, os dedos apalpando meus quadris com força e oferecendo mais da tez dourada a meu deleite. 

Meus lábios apanham aquela pintinha charmosa em seu pescoço, os dentes se juntam com a ação, para em seguida a língua apaziguar a ardência. A pele volta vermelhinha e irritada. Dura uma fração de segundos, até que sua regeneração rápida aja e a deixe normal. 

Seu cheiro intoxica meus sentidos e me deixa zonza. Mal percebo quando estou empurrando seu torso para o capô e lambendo sua garganta como um felino. 

Arfares incontidos escorrem de si e se espargem entre minhas veias. 

Meus dedos encontram os botões da sua camisa e no intuito de puxar a peça para o lado para beijar mais da sua pele saborosa, acabo desabotoando alguns botões de suas casas a força. 

Suas clavículas bonitas são meu novo alvo de atenção e espalho mordidinhas suaves que deixam marcas tentadoras, e que infelizmente somem. Segurando seu rosto, provo do outro lado do seu pescoço. Jungkook abaixa o rosto, permitindo que eu desfrute da sua epiderme e o sinta crescer a cada minuto. Senti-lo excitado física e emocionalmente falando é uma combinação perigosa para quem já está tão quente. Seus beijos sempre me tiram de órbita, mas hoje estava sendo difícil segurar consigo tão entregue. 

O sabor dele só me apetece mais e quando vejo, já estou escorregando os lábios por um dos seus ombros e mordendo no meio da rua. 

– F-Flor… – Sussurra. E o som faz meus olhos revirarem por trás das órbitas. Empurro mais meu meu corpo contra o seu e o barulho da sua mão encontrando o capô para se segurar pela falta de equilíbrio, poderia chamar minha atenção, mas estou imersa demais nele. 

Jungkook tem que me afastar pela nuca, os dedos se enganchando nos fios para me levar para trás. 

Arfando, encaro-o tão ofegante quanto eu. 

Sua figura toda desalinhada faz mais daquele calor se direcionar a um único ponto especifico. 

Os lábios vermelhos, as bochechas também. A camisa com mais quatro botões abertos, deixando à mostra um dos mamilos eriçados e pende em um dos ombros. Seu cabelo está todo revirado e eu não sei realmente em que momento fiz aquilo, mas ele está tão lindo. 

Jungkook sorri, os olhos escuros cheios de desejo e diversão. 

– Minha Dom-Dom está insaciável hoje. – 

Já estou corada, mas sinto-me ainda mais ao ver seu estado. 

– Dom Dom? – Questiono, confusa. 

– Dominadora. – Explica ao que acaricia minhas bochechas quentes. 

– D-Desculpa. – Ele nega com a cabeça. 

– Me dá mais um beijo? – Inquire, baixinho. E eu não resisto em pressionar minha boca a sua mais vez. Jungkook guia o beijo com mais lentidão dessa vez, afogando os dígitos em meu cabelo e deslizando a língua com delicadeza pela minha. Incita aquelas borboletas flutuarem em meu estômago e fazerem cócegas. 

Fico toda arrepiada quando seus beijos fazem uma trilha do canto da minha boca até minha orelha. 

Abraço-o com toda a vontade possível, a cabeça zonza pendendo a lateral da sua.

Meus olhos se abrem em êxtase, e estremeço quando Jungkook solta uma risadinha marota na minha orelha. 

– A Soojin está na janela. – Mais vermelha que nem um pimentão, viro meu rosto para a janela de vidro da casa de Naeun, e quase deixo minha cara cair ao chão quando vejo Soojin imitando a mim e Jungkook. Ela abraça o próprio corpo e faz caras e bocas, balançando o cabelo loiro. 

– Que merda. – Solto uma risada constrangida, voltando a fitar Jungkook. 

Seus dedos fazem um carinho singelo no meu rosto. 

– Venho te buscar mais tarde, tá bom? – Assinto, me aproximando para deixar mais um selinho nos lábios viciantes. 

– Não demora. – Ele sorri, consentindo. 

– Vou vir correndo pra você. – Ajeita meu cabelo atrás da orelha. – Até daqui a pouco, Flor. – À contragosto me despeço do calor do seu corpo e pigarreio para tentar estabilizar a voz. 

– Até, Kook. – Ele me espera adentrar a casa de Naeun, enquanto o observo da janela dar partida no carro e desaparecer no breu. 

Tento espantar o sentimento ruim do peito para um lugar distante e sou recepcionada pela risada escandalosa de Soojin. 

– Tava quase tirando a roupa do menino no meio da rua. Lua do céu… – Coro até o último fio do cabelo, estreitando os olhos para si. Ela nem liga, jogando os braços ao redor do meu pescoço e me dando um abraço apertado. – Vem, os outros estão na cozinha. – Sigo a loira pelo corredor. A casa é peculiar em todos os sentidos e tem cheiro de ervas, mas ao mesmo tempo é acolhedora. Traz uma sensação boa. 

Lia e Hoseok estão próximos a pia, enquanto a acastanhada corta algo, ele fala consigo e sorri. Naeun tem um livro de aparência antiga nas mãos e está sentada à mesa. Seu olhar se ergue assim que Soojin e eu entramos na cozinha. 

Ela sorri amigavelmente. 

– Trouxe a beijoqueira. – Soojin cantarola e acabo sorrindo sem graça. 

– Lulu. – Hoseok abre um sorriso pra mim e ganho seu abraço também, além de um beijo no topo da cabeça. 

É tão estranho ter um irmão de repente, mas ao mesmo tempo é muito bom. Como se eu tivesse sempre alguém com quem contar. Lia me abraça de lado pelas mãos estarem úmidas e só depois, cumprimento Naeun. Ela faz questão de segurar as minhas mãos para que eu sinta a força da sua energia e tire minhas próprias conclusões. 

– Como você está? Se sente melhor? – Consinto. 

– Me sinto um pouco estranha, mas estou melhor. Não me lembro de muita coisa que aconteceu durante a tarde de hoje. – Confesso. 

– Soube que você deu uma surra numa Nefilim chata. Amiga, nunca duvidei do seu potencial. – Soojin diz, beliscando uma das fatias de tomate cortadas pela Lia. 

Sorrio, acariciando as têmporas. 

– As memórias retornarão até você. Sentiu muitos picos de humor, não? 

– Sim. Uma hora triste, outra hora ciumenta, então feliz e bem… – Engulo em seco ao lembrar do meu ataque a Jungkook minutos atrás. 

– Não conheço bem como chamas gêmeas com o tipo de poder que você e Jeon tem, se comportam. São os primeiros que vejo. Mas acredito que as emoções sejam ampliadas a evolução do relacionamento. É uma relação bastante intensa. A intimidade, o espelho dos sentimentos, ciúmes, prazer, tudo é multiplicado. Seja cuidadosa com os sentimentos ruins, eles tendem a te levar a um descontrole. – Adverte sutil, mas eu captei bem. 

O meu ciúmes por Jungkook tinha feito aquilo. Eu tinha batido em alguém porque me descontrolei sentindo ciúmes. Como se quisesse garantir que ele era meu. Crise. 

– Que cringe. – Sussurro. 

– Sei que são muitas coisas para se assimilarem de uma vez. Seu dia hoje foi longo e cheio de revelações, mas estamos com pouco tempo. – Assinto. 

– Sei que preciso entender como tudo funciona logo. Os perigos não vão esperar até que eu me sinta pronta. – Suspiro. – Jungkook disse que vai começar a me treinar amanhã. 

– Ele sabe de muitas coisas. – Hoseok comenta. – Vai ajudar muito. 

– Hoseok vai contribuir com defesa pessoal. – Lia se junta à mesa, após adicionar os condimentos ao fogo. – Todos nós vamos precisar nos defender. 

– A luta corpo a corpo é a favorita dos Caçadores. É assim que eles vencem uma luta. São rápidos, violentos e fatais. 

– Até eu vou ter que treinar? – A loira interpela, ganhando um assentir em resposta. 

– Mesmo que você não tem força ou rapidez o suficiente para competir com um Caçador, pode atrasá-lo e com as armas certas pode dar uma boa surra e até matar. – O mais alto sorri. 

– Bem, Lua. Acho que podemos iniciar, não é? – A mais velha pergunta sutil. Eu respiro fundo porque sei que lá vem bomba. – Vamos à sala. – Seguindo os passos da bruxa de luz, ela nos indica os sofás e pega cobertores para os mais humanos. 

– Há muito tempo aconteceu uma revolta no Céu. Todos conhecem como a Queda dos Anjos, A Rebelião de Lúcifer contra Deus no intuito de criar seu próprio reino infernal. Bem, ele conseguiu. – Naeun começa. – Ele nunca superou sua expulsão, a queda que o transformou em demônio. A história contada pelas minhas ancestrais, bruxas, é a mesma. E não, não tem a ver ainda com Jungkook. – Me sinto arrepiada com o jeito que ela narra as coisas. – Lúcifer foi apaixonado por uma mulher. A primeira mulher de Adão, não Eva, mas Lilith, também conhecida como demônio do Mar Vermelho. Sua menção na Bíblia não existe mais, mas pequenas lacunas mostram o contrário. Ainda no primeiro capítulo de Gênesis que faz parte da Bíblia, fala que Deus cria homem e mulher à sua imagem e semelhança. Porém, logo após no capítulo posterior, apenas Adão é citado. O que fez a muitos se perguntarem onde teria ido parar a tal mulher mencionada no primeiro capítulo. E é apenas no segundo capítulo que Eva é criada, e apenas aí que recebe seu nome. Essa incoerência sugeria que uma parte do texto original tenha sido editada ou removida. Porque Lilith já estava lá. Lilith era conhecida muito antes de Gênesis ter sido escrito. Ela foi criada a partir da poeira juntamente a Adão, antes de Eva. Mas ela cansou-se de ser tratada de forma inferior por seu marido visto que os dois haviam sido criados da mesma forma: à imagem e semelhança de Deus. Em protesto, abandonou o Éden. Ou seja, segundo o folclore judaico, Lilith se rebelou contra a soberania masculina de Adão. Tornando-a figura problemática conhecida por muitas religiões patriarcais. 

– Sério que Adão era machista e ela foi tratada como um demônio por querer igualdade? – Soojin parecia tão incrédula quanto eu e Lia. 

– Isso é injusto. – A acastanhada completa. 

– Eu concordo. Mas os caminhos que ela tomou a partir disso infelizmente corroboraram com a ideia deles. Após sair do Éden, Lúcifer foi diretamente atrás dela. No mundo esotérico a notícia de mais um rebelado contra a Deus tomou conta. Algumas bruxas relatam que ele a ofereceu ser a rainha do seu reino e ela aceitou. Viveu no inferno por um tempo, reinando ao lado de Lúcifer e sendo conhecida como o pior demônio feminino. Ela, influenciada por Lúcifer teria persuadido a Eva a comer a maçã para se vingar de Adão e os fazerem enxergar o pecado, mudando todo o contexto da humanidade. Mas aconteceu que com o tempo, Lilith havia se arrependido e aparentemente havia pedido misericórdia a Deus, o que enfureceu a Lúcifer. O que sabemos depois disso, é que Deus reconheceu o arrependimento no coração dela e a deu outra chance. 

– Onde ela foi parar? – Hoseok inquire, curioso. 

– Ninguém sabe. – Naeun suspira. – O que vem depois disso, muitos anos depois fora a procura de Lúcifer por um ser tão poderoso como Lilith para dar criação a sua raça. 

– Assim surgiu o Jungkook. – Concluo, e muitas coisas passam a se encaixarem na minha mente. – Ele queria uma parceira forte para que o filho dele nascesse forte

– Sim. Uma bruxa de luz em seu estágio máximo de sabedoria manipula facilmente os quatro elementos e usa da natureza para fazer antídotos e venenos, se conecta a ela para sentir as alterações da terra. Ele corrompeu a bruxa de luz, que deu a luz ao primeiro e único Nefilim, filho de um demônio com sangue de arcanjo e os poderes místicos de uma bruxa. A Profecia veio a ser revelada séculos após. Todos chegaram à conclusão que ela foi escrita pelas falhas contínuas das tentativas de matar Jeon. Ele comandava uma massa extensa de Nefilins, seu exército fiel. O Dilúvio lavara boa parte dos primeiros demônios da terra. Mas a generalização pode ter sido um erro. 

– Assim como existem Caçadores com boa índole, existem aqueles com a má. – Naeun assente ao que Hoseok diz. – Você crê que a Profecia não seja somente para dizimar os Nefilins, mas para erradicar todas as criações de coração ruim. – Afirma. 

– Acredito na missão das chamas gêmeas. – Naeun suspira. – Não creio que você tenha nascido exclusivamente para ser a arma letal que mataria o filho do demônio. Mas que isso pode vir a acontecer caso falhem na missão que lhes foi incumbida. – Estremeço, sentindo profundamente o peso daquelas palavras sobre mim. – O que sabemos da Profecia fala: Quando a mais bela lua nascer, herdará toda a sua tristeza e poder. Essa parte sabemos que se trata de você. O silogismo é obvio: Você é a Lua, logo é dona do poder. A tristeza, seria a falha da missão. A fúria das chamas gêmeas, o descontrole. – A palavra descontrole agora parecia um tabu na minha vida. Eu ainda não me lembrava do que havia acontecido no chalé e se isso fora apenas uma parte de mim sendo liberta, não imaginava como seria quando estivesse em posse de todo esse poder.

– Acha que ela não reconheceria Jungkook? Ele conseguiu pará-la hoje cedo. – Hoseok se manifesta, apoiando os cotovelos sobre as pernas e nos fitando com atenção.

– Não podemos pagar pra ver. O poder de Lua é muito forte, mas não sabemos a que medida pode ser saudável. Ela precisa saber controlar o mais rápido possível.

– Está... Sugerindo que ela force os poderes dela a se libertarem antes do aniversário de dezenove? – Meu irmão parece chocado, um riso incrédulo soando da sua garganta.

– Exatamente. No dia do aniversário da Lua, a energia do planeta vai estar aberta. É citado no grimório de Nara. Os poderes da Luz e das Trevas; Há um único dia em que os dois podem ser usados. A chama gêmea masculina vai estar em seu ápice. Jungkook tem mais familiaridade com o descontrole, mas ainda assim, é um tipo de poder a qual ele não está habituado. Lua é jovem, e inexperiente. Seus poderes em crescente ascenção podem cegá-la e ao invés de ver Jungkook como sua chama gêmea e seu complemento, ela pode vê-lo como seu inimigo.

– Meu Deus... – Suspiro, me encolhendo sobre a manta quente. Lá fora, os pingos gelados batem contra a janela de vidro.

– A Lua tem que despertar antes do aniversário dela. Temos pouco menos de um mês pra isso. Certo. – Lia argumenta. – Tenho certeza que vamos conseguir. – Me lança um sorriso acolhedor.

– O papel das chamas gêmeas precisa ser compreendido, isso é um fato. Mas ninguém, além de Lua e Jungkook podem desvendá-lo. Vocês tem um papel a cumprir. Ainda assim, vocês são resolução de algo que não é culpa de vocês. 

– Acha que a Profecia está ligada com o início? Gênesis? – Hoseok, inquire. Com a luz da lareira iluminando parcialmente suas feições, ele parece ainda mais sério. 

– Não sei dizer ao certo. Mas creio que Alyssa, Miguel e Lúcifer sejam peças chaves de alguma maneira. Alyssa deu à luz a criança que possui uma extrema importância e é muito forte. Ela foi escolhida por Deus para se envolver com o Arcanjo mais poderoso dos céus. Uma Caçadora. – A morena olha para todos nós atentamente, insinua algo que não consigo entender. Lia parece tão confusa quanto eu, franzindo o cenho. Entretanto, Hoseok parece ter chegado a uma conclusão. 

– A mãe seria a encarnação de algum antepassado importante. 

– Quem? – Questiono. 

– É isso que precisamos saber com certeza, não podemos nos precipitar. – Naeun se levanta e pega um grosso livro que esteve em cima da mesa sem que ninguém visse. O faz visível através de magia e por fim, o estende para mim. 

Temerosa, seguro o grosso livro em minhas mãos. 

Sua capa é escura, trancado por hastes douradas, e no centro possuía uma pedra azulada. 

– Nara me instruiu a guardá-lo, ela sabia que você viria. Não sei o que te espera ou quais os próximos passos. Mas ela deve te dar alguma dica. – As bordas amareladas dão a sensação de antiguidade e é impossível não me sentir temerosa pelo que me espera. – Não deve temer seu destino, mas saber como encará-lo. Alyssa jamais te deixaria sem alguma luz de como sair disso. – Consinto vagamente. – Estaremos na cozinha. – Sinto o coração disparado no peito ao me ver diante daquela responsabilidade. 

– Vai dar certo, Lu. – Hoseok, sorri encorajador. 

– Você consegue. – Lia completa. E eu sorrio ou tento.

Soojin também sorri e um a um eles saem do cômodo e a porta se fecha em um estalo suave, para me darem privacidade. 

Suspirando, tomo coragem para perpassar os dedos sobre a capa dura. Um estranho magnetismo formigando a ponta dos meus dedos. A pedra azulada reluz quando a rodeio suavemente. O azul fica mais vivo e me atrai a pressionar o indicador ali. Ela afunda como um botão sendo acionado e as hastes vibram. A pedra se move e gira, o barulho soa como um cofre sendo aberto. 

Solto-o, deixando sobre meu colo e espero que ele pare de vibrar. 

A capa treme e então, se abre, revelando uma foto ainda na capa. 

Arfando, aproximo meu rosto. Reconheço imediatamente Alyssa. Seu cabelo estava trançado de lado, sua barriga volumosa denunciava uma gravidez, ao seu lado está o Hoseok que conheço agora, só que anos mais jovem, e a sua esquerda, aquele que pensei ser Dylan, mas era Miguel. 

Na legenda da foto, havia uma frase. Uma letra bonita e elegante. 

O amor é o dom do Espírito, a emanação do espírito interior. – A. 

Sussurro cada palavra outra vez, sentindo um arrepio estranho abrir meus poros, um calor estranho percorrer-me o torso. 

Uma emoção distinta fecha minha garganta e afetada, olho para a primeira página. A mesma letra enchia cada linha e a primeira frase, imediatamente faz meus olhos marejarem. 

"________, se chegou até aqui, saiba que nada disso é sua culpa. Nossa punição foi e sempre será amar o que nos é proibido. 

Pedi a Nara que fizesse um grimório para mim e que selasse para que apenas você pudesse abri-lo. Sou Alyssa Hathaway, sua mãe. Queria saber como você está hoje e queria estar nesse momento com você. Mas infelizmente, sacrifícios tinham de ser feitos para lhe manter à salvo. 

Meu corpo está selado com um sigilo, portanto, não posso lhe contar tudo diretamente. Leia com atenção. 

O início está longe de ser isso e esta tampouco é a história inteira. Mas parte dessa Profecia discorre do momento em que me apaixonei por ele. 

Seu pai. 

Flashback on 

Muito antes da Guerra entre Caçadores e Nefilins; visão de Alyssa

As prímulas desabrocharam naquela primavera. Mais um amanhecer discorria na aurora. O tempo estava prestes a mudar. 

– Dong-sun está chateado. – A presença de Arcanjo Gabriel inunda todo o ambiente, transmitindo paz e sabedoria. Curvo-me em respeito. Seu olhar esverdeado fita o horizonte também. – Ele não compreende sua missão nessa terra. – Suspira, as mãos cruzadas solenemente atrás do corpo. – Você venceu Miguel, deixou a todos chocados. – Acaricio a pétala macia da flor arroxeada em minhas mãos. A menção do nome dele faz meu coração disparar. 

– Ele deve ter me deixado ganhar. 

Ele tentou, Alyssa. Miguel lutou. – Sua pele morena cintila com os primeiros raios de sol.– Por que se separou de Dong-sun? 

– Arcanjo... 

– Seja honesta. Sinto a ira no coração dele, a raiva que sente quando Miguel está por perto. Por que? – Ergo o rosto, sentindo as bochechas rubras. 

– Não o amava mais. Dong-sun é ambicioso demais. 

– Sinto sua sinceridade, mas ainda falta algo. – Ele sorri, suave. – Não vou pressioná-la, mas quero lembrá-la da razão pela qual encarnou. Você pediu uma segunda chance. 

– E estou tentando me redimir. – O fito. 

– Sua missão só está no início. Dong-sun está com o coração manchado, e em breve será expulso da Aliança. Sinto por Hoseok, ele gosta do pai. 

– Dong-sun não é bom para ele. Hoseok vai entender. 

– Parabéns por sua vitória. Miguel irá coroá-la. – Escondo o tremor nas mãos ao entrelaça-la. 

Será ele? – Gabriel consente. 

– Esteja pronta. O Senhor planeja sua missão hoje a noite. Trarei-a em um pergaminho. – Assinto, o coração apertado pelo receio. 

– Tenho fé em você, Alyssa. Tenha fé em si mesma. 

Flashback off 

"Arcanjo Gabriel sabia do sentimento que nutria por Arcanjo Miguel, mas ele sempre fora compreensivo. Lia a todos como ninguém.

Quando Dong-sun foi exilado, senti sua raiva por mim ainda mais vívida. Neste momento, você deve saber que ele é de grande perigo e deseja seus poderes. Temo pelo que possa fazer, mas garantirei que fique à salvo. 

Ele tinha raiva desde o princípio, dos meus sentimentos por Miguel, por tê-lo vencido e me tornado líder, por ter decretado sua expulsão.

Como Gabriel disse, o coração dele havia sido manchado pela maldade. Ele não havia compreendido sua missão e seguira por caminhos obscuros.

Naquela mesma noite em que fui coroada, minha missão foi finalmente dada.

E fiquei assustada. Você viria ao mundo para lavar a maldade dele. Você e ele possuíam uma missão maior que o entendimento dos outros.

Ele estava perdido, vagando no mundo, você estava prestes a nascer. A alma pura seria o complemento da torpe. " 

Flashback on 

A passos duvidosos sigo em sua direção. Ele está silencioso, encostado sobre a janela. A luz noturna incidia sobre sua pele e ela parecia brilhar. De todos, ele fora o escolhido e eu não sabia se ficava feliz ou aterrorizada. 

Ele havia escolhido justo aquele o qual meu coração amava além do que o respeito permitia. 

E não importava se aquela missão poderia ser a minha redenção finalmente, sentia que tudo aquilo estava longe de terminar. 

Paro ao seu lado, fitando a paisagem noturna. Controlar o ritmo a que respiro parece inútil. 

– Sei do seu coração. – A voz dele irrompe o silêncio. E eu peço perdão a Ele mil vezes por gostar tanto do quão ela soa rouca. Fito-o com o coração na mão, e a força do seu olhar azulado sobre mim é visceral. – Não pode nutrir esse sentimento por mim, Alyssa. – Sussurra. A brisa da noite perpassa por seus fios louros, o deixam ainda mais bonito.– Assim, irá falhar em sua missão. 

– Você é a minha missão. – Engulo em seco, encontrando uma coragem que não sei de onde tirei. Meus passos são firmes apesar de lentos. 

Miguel não se move um centímetro, mas em contrapartida seus olhos seguem cada ação. 

Ergo minha mão, o receio a faz tremer no ar. 

Calidamente, toco sua bochecha. A pele dele é morna e macia como pensei e envia mil borboletas para meu estômago. 

– Faço parte, mas não sou. – Retruca, sutil. De perto, seus olhos são tão azuis que parecem duas piscinas. – Não deve esquecer da razão de estar aqui. Eu não sou uma distração. 

– Sei que não. – Chego mais perto. As marteladas do meu coração soam na garganta. 

Eu não deveria desejá-lo tanto, sabia que não existia qualquer ínfima chance de ficarmos juntos. Éramos de realidades opostas. 

Miguel jamais poderia ser meu. 

– Mas precisamos fazer isso juntos. Ela já terá tantas responsabilidades para cumprir, não precisa ter a sensação de que só veio ao mundo como uma obrigação. – Deslizo os dedos suavemente para os fios da sua nuca e sua mão segura meu pulso, mas não o tira dali. – Já fizemos o rito de união, eu e você já temos nossa palavra de honra. – Mais um passo, estou respirando o mesmo ar que si. 

– Tem que tirar isso do seu coração. – Sorrio, meio inebriada. Sua boca tem um formato bonito demais para que eu não caia de amores. – É errado. Alyssa... – Seu tom é repressivo. Mas não me importo, segurando sua nuca com precisão, vendo como seus olhos relutam em se manterem abertos. 

– Você não pode me obrigar. – Seu respirar forte me masca o juízo. A última sentença que tenho de si, é o fechar dos seus olhos. 

Enamorada por sua figura sempre tão imponente parecer tão indefesa, eu decreto meu pecado definitivamente ao beijar pela primeira vez os lábios intocados do Arcanjo guerreiro. 

Flashback off 

Paro de ler imediatamente, a mão sobre o peito disparado. As sensações descritas a cada tracejar da letra bonita me trazem um formigar no peito. 

Ela era completamente apaixonada por Miguel. 

Meio aérea, pego o copo de água ao lado da escrivaninha e tomo um longo gole para me acalmar. 

Respirando profundamente três vezes, tomo coragem para voltar a ler de novo. 

"Tive que comprar aquela guerra, fazia parte da minha missão.

Deus escreve certo por linhas tortas.

Não se engane por aquilo que parece crueldade. Pois há uma dualidade em todas as coisas. A natureza ensina a vida.

Meu destino estava traçado, o seu também.

Mesmo com uma missão, você foi feita com amor, ________.

Miguel me amava também, por mais que jamais pudesse dizer. Ele sabia em seu coração e eu também.

Hoseok ficara feliz de ganhar uma irmã e eu queria que vocês tivessem crescido juntos. Mas ter você, implicava em um perigo constante. Sua existência traria o que o mundo precisava. Temi pela Aliança, temi por Dong-sun, temi por Lúcifer. Os princípios da Aliança não eram os meus, mas ser um líder requer ter a confiança de seu povo e fazer coisas que nem sempre fazem parte da sua índole.

Eles acreditavam que você veio para dizimar todos os Nefilins, como bem diz a Profecia. Assim que o matasse, sua alma se tornaria pó também e todos eles seriam erradicados.

Sua missão é maior _______. 

Tome cuidado com as decisões que toma, não se deixe levar pela sensação do poder. Quando se tira a vida uma vez, as outras se tornam fáceis. O valor da vida se reduz a nada.

E não há nada mais importante que a chama de uma vida.

Miguel é seu pai, não o tema. Chame por ele quando se sentir desamparada, ele te trará paz e serenidade. 

Também não me tema. Estarei em seus sonhos. 

Siga seu coração, descubra quem é, não se prenda ao que já passou, mas aprenda com a história. 

A minha parte foi feita e as esperanças desse mundo eu tive de deixar, deixo-as para você. 

Não se importe com o que eles dizem. São tolos, cegos. 

Eles aguardaram por mim ainda distante de voltar pra casa. 

Eles vivem de olhos sempre abertos

Foram os primeiros a ver

Serão os últimos a cairem.

Nada escapa à Lei e nada se esconde dela.

Lembre-se, assim como a lua, você tem fases.

Procure Nara. Mande minhas saudações:

Seus berloques de marfim de lápis-lázuli e chapéu de feltro.

Ela irá entender.

Aos poucos, as coisas se esclarecerão e você compreenderá.

Mas nunca, em hipótese alguma, se afaste da sua chama gêmea. Ela é o seu complemento e te guiará ao discernimento, até atingirem a luz dourada.

Já dizia Kant: “Toda reforma interior e toda mudança para melhor dependem exclusivamente da aplicação do nosso próprio esforço.”

Confio em você. E me perdoe por ser o pilar de tudo.

Amo você.

Da sua, querida e saudosa mãe.

Alyssa." 

Fito a janela envidraçada por um momento, sentindo um vazio no peito. Nas páginas seguintes não haviam mais nenhum escrito. Nenhuma pista, apesar de sentir que em cada entrelinha havia uma resposta para minhas perguntas. 

Ainda assim, considerações haviam sido ratificadas em minha mente. 

Meus pais biológicos se amaram.

Minha missão e a de Jungkook ia além de matar os Nefilins. 

Nos amarmos era uma parte essencial e vital para a compreensão de algo que eu não fazia ideia. 

Alyssa não concordava com as doutrinas pregadas pela Aliança. 

E todo o futuro da nossa existência esotérica estava em minhas mãos. 

J U N G K O O K 

Ajeito as mangas acetinadas da camisa nos cotovelos, adentrando pela porta de acabamento impecável. Reconhecendo a madeira como jatobá.

As mesas estão dispostas em linhas transversais e longitudinais. 

Suspiros femininos e masculinos soam pelos meus ouvidos, suas energias luxuriosas resumem seus desejos. 

Ajeito os botões da camisa e a recepcionista mal consegue respirar quando a cumprimento, cortez. Parte disso, se deve ao libertar pouco da minha energia. 

É incrível como as pessoas tendem a gostar e admirar o errado. 

No centro do local, abaixo de um dos lustres caríssimos, a energia dele se sobressai. Odeia não ser o centro das atenções. 

Seu cabelo escuro está penteado para trás, olhos escuros profundos me fitam atentamente, os lábios ocupados com o vinho que degusta. 

É inevitável não sentir afinidade com sua energia. Era densa, forte, carregada. Algo nunca antes visto e sentido por mim. 

Evito o deglutir, cerrando os dentes. Não me intimido por sua imponência. 

Puxo a cadeira e me sento casualmente, como se estar em frente aquele que sempre esteve na minha mente não me causasse um peculiar sentimento conflituoso. 

Ele sorri apenas com os lábios, deixando a taça sobre a mesa. 

– Está atrasado. – Seu punho encontra a mesa, um rolex enfeitando-o. 

Sorrio de volta, em cinismo. 

– Estava ocupado. 

– Com a sua garota? Soube que tem feito um bom trabalho em profanar a filha do Arcanjo. – Tomo um fôlego, na tentativa de não ceder aos instintos de virar aquela mesa sobre si. 

Ele solta uma risada divertida, os olhos me avaliando de cima a baixo. 

– Você não é muito paciente, não é? Séculos convivendo com você e digo que esse traço foi puxado do papai aqui. – Aponta para o peito. 

Me pergunto se ele ainda riria quando eu quebrasse todos os seus dentes. 

– Não tente isso, é burrice. – Me lança uma piscada marota e quase me soco pelo erro brutal. Ou controlo a intensidade dos meus pensamentos ou ele conseguirá me ler inteiro. 

– O que você quer? – Pergunto, sem qualquer rodeio. – Me observando por tanto tempo, a par de todas as minhas decisões. – Ele gesticula como se fosse óbvio. 

– Me aproximar do meu filho, oras. – Curva-se para encher minha taça vazia com vinho tinto. – Sou um cara muito paterno, você sabe. – Solto um riso descrente. 

– Como sei. – O garçom achega-se com os cardápios, suas mãos tremem ao entregá-lo ao demônio primordial a minha frente. Não sabe porque sente tanto medo. – Podemos parar com o papo furado? Não vim aqui pra jantar com você. 

– Coma comigo. – Sussurra, os olhos me fitando. – O que aconteceu com o seu cabelo? Passou por um furacão antes de vir? – Sorri, passando as orbes pelas opções no cardápio. 

Meus olhos não conseguem desgrudar do seu rosto límpido, aquele que tanto conhecia, mas que agora parecia tão diferente para mim. 

Como nunca percebi?

– Eu sei que sou bonito, mas seu olhar me constrange, filho. – A última palavra soa propositadamente mais lenta. 

– Você tem um acordo com Miguel, não tem? – Ele solta uma risada curta. 

– Ossos do ofício. – Responde simplesmente. 

– Se vai ser evasivo em suas respostas, não vou perder meu tempo com você. – Deixo o cardápio sobre a mesa, fazendo menção de me levantar. Antes disso, ele segura minha mão sobre a mesa. Sem impor qualquer tipo de truque, murmura sério:

– Fique. Temos muito o que conversar. – Sento-me de volta, esgueirando a mão para longe do seu toque. É… Desconfortável. 

Meu celular vibra no bolso e checo se não é a Flor. Mas é Soyeon. Rejeito a ligação. Depois retornaria. 

À contragosto sigo o roteiro ridículo que ele impõe. É impossível não me sentir curioso a respeito de si. 

Quando os pratos chegam, averiguou se não há nenhum tipo de substância que me leve a me arrepender de ter sentado aquela mesa de novo. 

Ele sorri a cada vez que ergue o olhar e me vê o encarando nada amistoso. 

– Você ainda não conseguiu nenhuma pista sobre como se salvar dessa Profecia. – Não é uma pergunta. – Acha que pode vencer com os artifícios que possui? – Dou de ombros. 

– Não será por falta de tentativas. – Ele ergue as sobrancelhas, acabando de comer. 

– Vai falhar. Você e ela. – Pontua, tranquilamente. – Você não se conhece. Não sabe o que é capaz de fazer. Nunca ultrapassou seu limite. 

– E não pretendo. 

– Não é uma escolha. Está dentro de você. – Beberica seu vinho, ao que deixo os talheres de lado. 

– Onde quer chegar com isso? 

– A garota é o seu ponto fraco. Na primeira tentativa de a machucarem, você ficará maluco e o seu descontrole será insano. Acredite, sei do que estou falando. – Arqueio as sobrancelhas. O Diabo está me dizendo que sabe o que é amor? – Amei uma vez, Jungkook. – Seus dedos acariciam a haste, o olhar profundo. – Não recomendo, a traição vem de quem menos espera. – Me pergunto se ele fala da minha mãe ou não. 

– É um pouco presunçoso comparar o que eu e a Lua temos, com seja o que você teve. Ela me ama. – Ele ergue o queixo, insolente. 

– Vocês dois possuem naturezas parecidas, compartilham a mesma alma, o mesmo gênio forte. No dia da Profecia, ela vai ser incontrolável e nem você e nem o seu amor tolo conseguirão a trazer de volta. – Fogo ferve meu sangue e meu punho se fecha em cima da mesa. – Por isso, eu tenho uma proposta. Juntem-se a mim, os dois. Se jurarem um pacto eterno ao inferno, suas almas estarão presas a um lado e a Profecia não se realizará. Vocês estarão livres. 

– Presos ao Inferno? – Retruco.

– Ao menos ficarão vivos no final. Suas almas escolherão um lado e você sabe que o outro jamais te acolheria junto. – Meneia a cabeça para o lado, enquanto permaneço em silêncio. – É a possibilidade de ficarem juntos. 

– E você se beneficiaria junto. 

– Sou o menor dos seus problemas, Jungkook. 

– E o que me diz de ter um pacto com Dong-sun? Ele me detesta. Mas acho que a sua paternidade falsa não se importa com isso. 

– Jungkook… – Ele rosna. 

– Deixe-me te lembrar que eu odeio você. Odeio ter que pagar pelas merdas que você fez, odeio o fato de carregar seu sangue e de ser perseguido a porra do tempo inteiro e nunca ter tido uma vida feliz nessas centenas de anos. A única coisa que me mantém vivo e me faz sentir desse jeito é a Flor. Esses meses em que a conheci valeram mais do que essa vida desgraçada inteira. Por isso, se for pra morrer, eu prefiro morrer por ela. – Apoio as mãos sobre a mesa ao me levantar, sendo seguido por seu olhar mortífero. – Não finja que isso é por mim, porque nunca foi. Sempre foi por você e pelo seu orgulho. Então, não. Eu não confio em você e nunca cederia ao inferno por medo. Seja lá o que estiver tramando, espero que seja bom, porque na primeira oportunidade eu mesmo te atirarei do inferno onde você nunca devia ter saído. – Deixo-o sozinho, mas seu poder permanece em minha mente. 

Você vai se arrepender e me implorará de joelhos para ser aceito. 

Balanço a cabeça, fechando os olhos por um momento para tentar ao menos ofuscar a força da sua energia. 

Saia da minha cabeça! 

Grito mentalmente. 

Ela será a razão da sua queda e no fim não terá valido a pena. 

Pressiono a mão na cabeça, cambaleando pela parede externa. 

– Senhor, está tudo bem? – Uma funcionária indaga ao que me obrigo seguir em frente. 

– Estou bem. – Rosno de volta, sofrendo de lapsos momentâneos. Em um momento estou saindo do restaurante, na outra percebo que estou indo até o estacionamento. 

Você vai perder tudo. 

Me apoio no capô de um carro qualquer, a respiração parece não chegar aos pulmões, o que é impossível. Mas é o efeito dele sobre mim. Sua proximidade demoníaca atrai a minha energia e me sufoca quando reluto. 

Sofro para me concentrar e desmistificar os fios que se interligam a mim. 

Aos poucos sua presença se torna distante na minha mente e eu finalmente posso respirar em paz. 

Dura meio segundo até que outra energia se sobreponha e meus olhos se abram sozinhos, atentos. 

Vasculho rapidamente o estacionamento aparentemente vazio. Espremo os lábios em uma linha fina ao me virar para trás e me deparar com Tessa. 

Seu corpo ainda possui pontos roxos não curados. Era essa a marca que um Nefilim como eu e a Flor deixávamos para trás. O que nos diferia dos outros. 

Ela sorri, parecendo extremamente feliz. 

– Demorou até que eu entendesse. – Sua voz soa divertida. A roupa desgrenhada é a mesma de mais cedo. – Nunca tinha visto uma energia como aquela, a não ser pela sua. – Cerro os dentes e os punhos. Ela dá dois passos simples para frente. – De todas as coisas impossíveis no mundo, essa realmente me surpreendeu. Você quebrou meu coração em mil pedacinhos. – Nega com a cabeça. – As marcas não curaram ainda e eu fingi um desmaio para que seus amiguinhos não conseguissem acessar minha mente ou apagar memórias. Espero que você tenha uma boa justificativa para explicar a razão de esta dormindo com a maldita Caçadora da Profecia. – Suas feições se obscurecem e não é preciso que eu mova um centímetro para sentir as inúmeras energias que me cercam. Vários deles, de todos os distritos, me olham com desprezo. 

Nefilins, por todas as partes, em cada canto. E eles tem raiva. De mim. E não hesitam em se aproximarem e fecharem algemas douradas em meus punhos. 

Suas vozes se unem em um único som e sentimento, sentenciado por fim, minha primeira derrota:

Traidor




Notas Finais


Poxa, poxa...


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