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História Angels Fall First (Spin-Off, 2.1) - Fogo Crescente


Escrita por: jeontaste , darkiot e callistos

Notas do Autor


Roiii, vocês não tão vendo uma alucinação. É o spin-off de AFF.
Antes de tudo, explico que um spin-off é uma obra derivada de outra obra já existente. Aqui, eu e a Chym vamos fazer um compilado de alguns momentos na visão de outros. Um exemplo: esse primeiro capítulo refere-se a um pouco da vida do Jungkook antes dele conhecer a Lua, e logo após conhecendo-a!

Peço que quem nunca leu Angels Fall First, leia antes para não ficar confuso, pois as cenas ficarão completas apenas pra quem leu a fanfic original.
É isto, chero

Capítulo 1 - Fogo Crescente


Fanfic / Fanfiction Angels Fall First (Spin-Off, 2.1) - Fogo Crescente

Agora estou aqui e minha dor é a minha companheira, agora eu sei que o corte não foi feito para se curar, é muito profundo. Chega de anos desperdiçados em sangramento sacrificial. Eu sou o mestre da guerra dentro de mim. Liar Liar, Wasteland Monarchy (Kamelot) 

Izmir, Turquia 

J U N G K O O K 

Um suspiro resignado é compelido para fora dos meus pulmões. 

Contemplo a chama azulada que escorre pela ponta dos meus dedos e se estica através das veias da minha mão direita, até tomarem-na inteira. 

Uma vez, minha magia foi suprema. Eu a sentia em cada lufada de ar, fluindo dentro do meu sangue e se espiralando à minha volta. Anos juvenis que não voltariam mais. Desde que maturei como Nefilim, a densa carga de poder sombrio se espalhara dentro de mim, sobrepondo tudo que um dia possuí de inocência e benevolência. 

Bem no começo, quis lutar contra meus instintos mais… Animalescos. 

É como nadar contra a correnteza. 

Era ilusório refutar que houvesse alguma chance de domar meu lado mais obscuro. Às vezes, eu deixava que pouco dele aparecesse. Apesar de minha alma ser naturalmente manchada pelo sangue ruim, aquela magia pura que sobrara relembrava-me que havia uma parte ínfima que ainda não havia se partido. Como se esperasse ser salva. 

Um tolo pensamento para quem já viveu tanto. 

P-por favor… Poupe-me… – Franzo o cenho lentamente, deslizando os olhos até o jovem e burro Caçador. 

Estalo a língua no céu da boca, negando. 

– Onde está o seu orgulho? Implorando misericórdia ao filho do diabo… – Displicentemente atiro mais um grão da chama incandescente em meio às chamas que o prendem em um círculo, alimentando-as.

O garoto não podia passar de 50 anos humanos, mas sua aparência era jovem, matara alguns nefilins no caminho para roubar-lhe os anos de vida. 

Ele grita, agoniado pela dor crescente ao ter os miolos pressionados pela compressão que faço apenas com a força da mente. 

Casualmente, escorrego as mãos pelos bolsos frontais da calça. 

Seu cabelo longo é preso por uma fita, os olhos âmbar mirando-me com ódio. 

Bom, melhor assim. Aprecio a honestidade em qualquer ocasião. 

– Desgraçado! Amaldiçoado! Imundo! 

– Oh, agora sim. Estamos evoluindo. Mostre-me sua ira. – Deslizo a língua pelo interior do lábio inferior ao sorrir. 

Aquela última década havia sido tão… Chata.

Matar um Caçador lentamente poderia ser um entretenimento por hora. 

E ele se contorce, o rosto avermelhado, veias pulsando em seu pescoço. 

Ela vai caçá-lo! Não pense que sua existência pútrida não será punida! – Cospe, quando alívio a pressão mental. – Você vai pagar por todas as vidas que tirou! – Grunhe, ao apoiar-se nas mãos. Sua ira é quase palpável. 

Não me abala. Ganhei olhares como aquele durante toda a minha longa e emocionante vida. 

Arqueio as sobrancelhas. 

A garota perdida? Nem mesmo a líder de vocês quis que o bebê salvador do século se misturasse com sua raça. Vocês, Caçadores são hipócritas… – Aproximo lentamente, um passo de cada vez e seu pomo de adão sobe e desce. – Cometem a maioria dos males que pregam contra. 

Deus não lhe ouça. Filho do demônio, Ele virá para decretar sua derrota. 

Não tente me convencer com mensagens de Deus, vocês nos acusam dos pecados cometidos por vocês mesmos. Você, Caçador jovem, estava lá quando seus entes massacraram famílias, crianças, a sangue frio. Vocês nos perseguem pelos pecados cometidos por outros. – Agacho-me ao pé da chama e os olhos dele cintilam, pupilas dilatadas, o corpo trêmulo. – O silêncio de vocês clama por justiça. E não pensem por um dia que esqueci. Então, me chamem de Messias Infernal, Judas, filho do Diabo, mas lembrem-se, foram vocês que iniciaram essa revolta primeiro.  – Fecho o maxilar, e observo, sua agonia e terror quando as chamas os alcançam. 

Cada grito reverbera por meu interior com uma força arrebatadora. Domado pelas chamas negras, seu corpo apodrece e entra em putrefação. 

Não é com orgulho que sinto sua vitalidade verter-se até mim. 

Grunho, com a sensação entorpecente, um prazer unicamente perverso fervendo meu sangue e revitalizando cada ponto de energia em meu corpo. Fecho os olhos zonzos por um momento. 

Corre dentro de mim, a manifestação de uma compulsão violenta e tenho de manter os punhos cerrados ao chão para me controlar. 

Como brasa, as tatuagens aparecem, luz vermelha emana delas e sinto o dorso da mão arder, quando ali aparece uma nova. 

Uma cruz invertida. 

Miro o céu estrelado com dor. 

Não importa quantas mortes eu morra, eu nunca esquecerei de tudo que meus olhos já viram, do que meu coração sofrera.

Não importa quantas vidas eu viva, eu nunca irei me arrepender das escolhas que fiz, se era isso que eles consideravam justiça, eu faria a minha própria. 

Há um fogo corpulento dentro do meu coração, uma revolta insana à espera para explodir em chamas. 

Olho para as cinzas negras do que um dia foi o corpo daquele Caçador. Sua perseguição soturna a mim durante aquelas semanas me manteve entretido, de fato. Deixei que ele pensasse que estava no controle, que me pegaria. Era da minha doente natureza ver o prazer da dor de uma esperança sendo estilhaçada. 

Mais forte do que a parte minimamente boa que reside em mim em algum lugar. 

Ergo-me, olhando com desdém para seus restos. Liberto as asas que se mantiveram presas e minha postura relaxa. 

Onde está seu Deus agora? 


Assisto o céu bordado de estrelas se desvanecer ao clarear do dia. A cidade ainda dorme, o garoar parece atê-los na cama. 

No limiar de um prédio abandonado, nos confins da cidade, assisto cada hora se passar, incapaz de dormir

Requer uma tranquilidade, uma confiança que não possuo. 

Os chuviscos não me incomodam, sequer o frio. Na escuridão da noite, é onde me encontro. O silêncio refreia a velocidade que minha mente pensa. 

É fácil notar energias, detectar a cinética que as compõem. 

Humanos, ao contrário do que muitos pensam, possuíam energias também, exatamente como os esotéricos, apenas com uma frequência menor. A raça preferida do Altíssimo era tão parecida conosco, que chegava a ser ridículo. 

Diferente do que pensavam, atormentar os mundanos não passava perto de ser o hobbie preferido dos Nefilins. Humanos, na verdade eram irritantemente sensíveis, arrogantes, pretensiosos e desinteressantes. Não reclino no entanto, a diversão carnal que eles podem me gerar. 

Lá embaixo, um ponto dissonante se move contra a escuridão. Jaehyun toma um longo impulso, saltando janelas e se agarrando às paredes, até estar do meu lado. O cabelo molhado denota que ele também estava perambulando pela noite. 

– Vai se isolar para sempre? – Demanda, agachando-se ao meu lado, no parapeito molhado. 

Viver eternamente nunca foi um pensamento do Jungkook jovem, não obstante, me manter vivo agora era minha prioridade, ainda que não tivesse motivos maiores que salvar meu povo. 

Estive vivendo por tanto tempo, vi muitas  estações passarem por mim. Vi reinados através das eras, os vi acenderem-se e então, caírem. Vi maravilhas e vi horrores diante dos meus olhos. 

Mas cada ano era torturante a chegada do frio, da neve, da chuva. 

Os séculos e séculos eram aflitivo quando se sabe que seu nome está incluso numa Profecia que decreta seu fim, em contrapartida, não havia uma data exata para que eu me preparasse, além do adendo do fim de um inverno. Nada mais. 

Era apenas começo de outono, mas sentia-me claustrofóbico, em debilidade. Todo ano era a mesma situação. A reclusão era impossível de ser contida. 

Não temer o que você não conhece seria uma ignorância que jamais cometeria. 

– Estou apenas pensando. – Contravenho, fitando com apatia a neblina que recobre os montes. 

Uma gota desliza da ponta do meu cabelo até meu nariz, e por fim, desliza por meus lábios. 

– Faz semanas que não fala com ninguém. Todos sabem a razão do seu receio. Sempre se isola nessa época do ano, some. – Suspiro, olhando-o. 

Planejava partir para Andrômeda, a terra dos magos. Camuflar-me entre as energias dissonantes, sentir um pouco daquela magia distinta, repor minha própria energia, quem sabe. 

– A Turquia está me cansando. – Entretanto, é tudo que respondo. O Nefilim ao meu lado sorri, como se desacreditasse. 

– Por que não passa um tempo na Corte? Ficar perto do seu povo talvez o traga mais tranquilidade. – Um riso se desponta da minha garganta. 

Precisamente, estou procurando por distração. 

– Bom… – Jaehyun considera. – Então, volte ao Maine. Você visitou suas terras ano retrasado, passou um tempo na Stigma. Decerto, será melhor se esconder debaixo das gamas místicas. Aquele Caçador não é o único atrás de você. Muitos estão disfarçados na cidade. Talvez, seja hora de despistá-los. – Miro a penumbra mais uma vez, a turva névoa que recobre os pontos mais declinados. 

Voltei a Portland no início da primavera do ano retrasado após alguns séculos. Usualmente, mantinha uma distância segura daquela parte humana da minha vida, o condado relembrava-me de épocas antigas. Meu avô havia deixado as terras para mim, seu velho chalé não fora mais visitado desde que ele morrera. 

E ainda que a caça fosse um distrativo, aquele rápido prazer se dissiparia, assim como logo denunciaria minha presença ali. Pessoalmente, não possuía nada a perder, contudo, a Corte precisava de mim e da minha discrição. 

– Yoon e Nam estão lá. Talvez devêssemos fazer o mesmo. – Completa. 

Passar um tempo enclausurado nas paredes da Stigma não me parecia agradável. Assim, como possuía boas memórias humanas de Portland, também haviam as memórias ruins como Nefilim.

Em frente aquelas muralhas, o sangue da última líder dos Caçadores havia sido derramado pelos seus semelhantes. 

Vi acontecer. 

Naquela noite, o céu pareceu mais sombrio, fechado. O ar tão pesado que respirar se tornou difícil até para alguém como eu. 

Não havia criança em sua barriga, muito menos em seus braços. Alyssa havia a escondido para que ninguém, nem mesmo os seus soubessem. Sua traição custou-lhe a vida e eu nunca havia compreendido a razão pela qual ela fizera tal coisa. 

Horas depois, ainda permaneci ali, um frio estranho congelando meu sangue. Vi quando o Arcanjo desceu dos céus, as imponentes asas brancas reluziam por conta própria e de si, emanava densas cargas de energia. Mesmo longe, senti-me intimidado. 

Seus dedos tocaram o chão ensanguentado, o último resquício de que Alyssa esteve ali. Seu grito, esganiçado, reverberou pelos quatro cantos da cidade e estremeceu-me. Dor. Uma dor que jamais imaginei que eles pudessem sentir. 

Foi a primeira vez que vi um arcanjo chorar. 

Um arrepio gélido escorre pela espinha ao relembrar. Aquele grito, ficara marcado na minha memória. 

Voltar para Portland significava muitas coisas para mim. Sei que ali era o mais perto que podia chamar de casa, talvez estar ali onde tudo começou me trouxesse respostas para as perguntas nunca respondidas. Talvez, eu estivesse indo diretamente rumo à minha morte. 

Ainda assim, algo dentro desse pensamento atraiu-me o suficiente para sopesar. 

– Estudar pela milésima vez entre os mundanos, eu não poderia estar mais feliz. – Jaehyun ri do tom que uso. 

– Devemos nos despedir dessa cidade em grande estilo. – Reconheço o sorriso canalha que ele se dispõe a usar. – Selecionarei as melhores garotas para o Rei da Corte. 

– Jaehyun… 

– Como nos velhos tempos. – Ele dá dois tapinhas em meus ombros, antes de girar o corpo para baixo e apoiar-se apenas no parapeito com as mãos. –  Um harém, quem sabe? 

– Sabe que detesto essas coisas. – Ele meneia a cabeça de um lado para outro e sorri. 

– Vamos ver. – Seu corpo despenca no ar com a graciosidade de uma pluma. Negando com a cabeça, não evito sorrir também, saltando do parapeito. 

A descida rápida me deixava eufórico antigamente, hoje apenas um suave comichão na ponta dos pés e dedos. Quando se vive demais, as emoções se tornam repetitivas. Nada é surpreendente ou extraordinário. Era um cargo que tinha de carregar. 

Tornar-me apático não foi uma escolha, mas uma consequência. 

Pouso com leveza sobre a área cimentada de uma calçada, seguindo Jaehyun pela escuridão. 


A chuva cessara assim que os primeiros raios de sol incidiram através das nuvens. O arrastar do relógio manteve-se entediado até próximo ao anoitecer. 

Sem nenhuma notícia sobre Caçadores próximos a Corte ou de nossa pior ameaça desaparecida há dezoito anos atrás, meu celular permanecia apagado sobre a cama. 

Faziam anos desde que sentira algo distinto de indiferença. Como se cada dia fosse um eterno preto e branco. Quis voltar para Izmir com o intuito de sentir ao menos um pouco da sensação de alegria de muitos anos atrás. Quando Soyeon, eu e Yoongi morávamos ali e a cidade se tornara pequena para as travessuras que fazíamos. 

Sentia falta dela, do seu espiritismo, risada frouxa e sinceridade absurda. Yoongi fora embora de lá, logo após ela ser aprisionada no inferno, imagino que cada parede dali o lembrasse dela. Muito do brilho dos seus olhos havia esvaído-se. 

Por vezes, o pegara em silêncio sepulcral, como se sua existência por si só, doesse. Contudo, ele ainda se mantinha firme e insoluto, à espera de que aqueles 100 anos passassem. Sua devoção era cultuada por um sofrimento que nunca passava e eu jamais poderia entendê-lo, em vista de que de modo algum senti algo em tal grau de intensidade. 

Todavia, não era algo o qual sentisse falta, tampouco o desejasse, seja pela vida que levava, integralmente desarmônica com relacionamentos duradouros, seja pela minha natureza intempestiva e desumana. 

Parecia até mesmo uma mentira, viver centenas de anos incontáveis sem apaixonar-se. Quiçá Lisa chegara perto disso, mas suas mentiras destruíram o que quer que fosse o sentimento. 

Meu prazo de confiança era apenas um. Segundas chances não eram comigo. 

Eventualmente, levo a taça de néctar até os lábios, e os efeitos surgem gradativamente pela quantidade ingerida. Meu organismo absorve rápido, então, tentar ficar bêbado é uma tarefa árdua. 

Quem sabe assim, eu sentisse algo diferente daquele vazio que me consumia por dentro. 

Calor se condensa abaixo do meu abdômen e observo o trabalho que a odalisca faz. Seu cabelo escuro é escorrido, os olhos pretos me fitam por baixo, os lábios atraentes estão encaixados no formato do meu pau. E ela o succiona lentamente, movendo-os com destreza sobre o comprimento e molhando-o com a saliva abundante. 

Mordisco o interior da boca, acariciando seu cabelo macio. Era esse o tipo de confusão que Jaehyun me arrumava. Pegar a mulher favorita de um dos sultões mais importantes dali. Disfarçados como falsos mercadores, a negociação durara exatamente o tempo que eu manipulara. Dois dias. O suficiente para a odalisca favorita dele me cortejar e levar-me aos aposentos do seu Sultão. Audaciosa o suficiente para me atrair. 

Talvez eu saísse dali com alguns tiros no corpo, mas seria divertido. 

Sultões frequentemente faziam acordos com Nefilins, sabiam da nossa existência e o quão influentes éramos. Bom, ele achava que eu era apenas um Nefilim comum em busca de acordos financeiros para meu povo e isso era o melhor de tudo. 

– Gosta assim senhor? – Ela inquire, a voz ronronada. Posteriormente, os lábios se unem a glande e a língua se enrola no prepúcio. Sorrio, um pouco letárgico. 

Felizmente, o néctar estava fazendo efeito. 

– Pode fazer melhor. – Cicio. A odalisca se empenha em me agradar, descendo os lábios até a pélvis e meu pau roça nas amígdalas, estremecendo-me inteiro. Seguro seu cabelo, incitando-a ao vai e vem da sua garganta. – Assim. – Murmuro, a visão meio turva pela embriaguez. 

Suas mãos pressionam minhas coxas, os seios nus roçando contra minha pele. 

Sinto-me inchar em sua boca e então gozar. 

Ela apara cada gota, sorrindo ao subir lentamente em mim. Suas mãos abrem mais da minha camisa, tateiam o abdômen, os lábios roçando em meu queixo. Ela senta ali, se atrevendo a tentar ter algum controle sobre mim. 

Mas o subtâneo movimento de jogá-la para o lado a surpreende. 

Após deslizar o preservativo sobre a extensão, navegar em seu interior é meu próximo passo. Erguendo-a pelas nádegas e pressionando seu rosto contra o colchão, desfruto de tudo que a provoquei, entrando e saindo do íntimo molhado. 

Na verdade, sequer precisei fazer muito, ela estava pronta para mim muito antes de tê-la tocado. Senti seu desejo através da pulsação acelerada, do olhar demorado, os toques longamente desnecessários. Nossa brincadeira na cozinha noite passada deveras a deixara instigada a ficar pensando. Meus dedos invadindo o tecido leve do seu vestido e estocando-lhe a buceta, enquanto a boca desfrutava dos seios volumosos despidos. 

Imaginei que fodê-la com meu pau seria tão interessante quanto com meus dedos fora. 

Fazia um tempo desde que uma humana havia me entretido. O sexo e degolar  algumas cabeças, eram as únicas sensações físicas e emocionais que possuíam emoções o suficiente, e como esta segunda não era lá das mais saudáveis, me esbaldar em corpos humanos era uma distração plausível por um tempo. Pois até mesmo, os prazeres carnais se tornavam enfadonhos. 

Se Yoongi estivesse aqui, provavelmente me diria que era uma crise de meia idade. Bom, eu não duvidava. 

A cada fim de orgasmo eu apenas… Deixava a sensação de esvair do meu corpo e então, o vazio retornava. Como se eu fosse apenas uma casca, com mais nada dentro. 

Ser pego trepando com a odalisca favorita do Sultão por este mesmo, havia trazido uma emoção maior de fuga, confesso. 

Estava a fodendo pela terceira vez, quando o Sultão abriu a porta exasperado. 

Jaehyun e eu fomos atirados à sarjeta aos risos. Ganhar algumas balas só tornou tudo mais empolgante.

Nossa última noite na Turquia foi memorável e ao raiar do dia, já estava no Maine. 

A flora ainda era a mesma, cedros balanceavam em poder do vento outonal, desprendiam as folhas já amareladas de seus galhos. Jaehyun e eu nos separamos perto da encosta, deixei-o para trás e voei pela noite até meu chalé. Ou o que sobrara dele. 

A madeira velha estava puída e apodrecida, tudo que sobrara eram apenas restos do que um dia já fora. 

Uma solene nostalgia me faz agachar sobre os escombros, tocar aquele material que um dia foi tão poderoso. 

As memórias são turvas, faz tanto tempo… Apenas me lembro de sutis sensações, o tempo havia levado todas as boas coisas e buscar anelante pela sensação saudosa, é como buscar por uma agulha em um palheiro. Não importa o quanto eu me esforce. 

Suspiro e condenso a magia na ponta dos dedos, modelo o chalé ao meu pensamento. 

Ergo a mão e a madeira velha se transforma em nova, forte. Os rastros esverdeados rodopiam pelos escombros e eu guio o processo com mover de dedos e braços. Meu velho diário da época do Dilúvio me auxiliara a não me esquecer dos feitiços ensinados por minha mãe. 

Usar a força de vontade, materializar o que sua mente pensa com clareza. 

Feitiço de materialização custava muito da minha pouca magia restante, a sentia gasta e o peito levemente ofegante quando ergui a última vidraça. 

Algo quente escorre por meu nariz, e displicentemente passo a manga da camisa ali, fitando o sangue viscoso. 

Ainda não havia acabado. 

Construo cercas e uma cancela. O chalé envolvo com feitiço de proteção. 

Minhas mãos formigam quando acabo de finalizar o processo e me seguro ao batente da porta, sentindo o corpo quente. 

Usar magia sempre detonava comigo. Por mais que com o tempo eu tenha recuperado mais dela, a magia em si tinha vida própria. Ela ficava retida, espessa e dura, quando eu matava alguém. Aquele Caçador estava sendo minha punição, matá-lo sob o efeito de magia agora estava me custando. 

Ainda assim, tomo um fôlego longo e forço os passos pesados a me levarem até o interior. Estava frio, sem móveis. Eu passaria em alguma mobiliária antes de ir a Stigma. Precisava comprar roupas novas também. Ficar materializando coisas me gastava energia. 

Por hora, satisfeito com o resultado, apronto-me ainda com uso de magia. Tomo um banho em um riacho próximo e visto roupas novas usando artifícios mágicos. 

Olhando para fora, vejo-me diante de um impasse. 

Voar até a Stigma seria perigoso e imprudente ao dia, mas estou sem carro. 

Não utilize a magia por vaidade, Jungkook. A natureza reconhece os desejos do seu coração. 

A frase povoa-me a mente repentinamente. Uma lembrança subtânea e antiga. 

É por necessidade. – Me desculpo mentalmente, forçando a magia a irromper do meu espírito de novo. Dificultosamente a ponto de me fazer espremer os olhos, moldo um carro de última geração, pensando em cada parte e espiralando mais da magia esverdeada que escorre em doses desiguais. 

Estou destruído quando entro dentro do automóvel. E descanso a cabeça no encosto de couro macio por um tempo. Até que sinta a energia nefilim aumentar progressivamente e minha visão clarear de novo. 

Só então, dirijo até o centro com fluidez. Encomendo os móveis na mobiliária e compro algumas coisas para minha estadia em Portland. Apenas o essencial. Provavelmente, não ficaria lá por muito tempo, mas seria bom rever alguns amigos. 

No porta-luvas, o celular exibe a notificação de uma mensagem. 

Com uma mão apenas no volante, uso a outra para checar o conteúdo. 

Yixing: Soube que está de volta à cidade. Podemos marcar uma reunião de boas vindas. Tessa, Andy e eu. 

Sorrio, Yixing era um dos líderes do seu distrito. Cabia a ele falar sobre seu povo. Fazia tempo que não os via e apesar de não idealizar a ideia de trazê-los para meu chalé, estar a público poderia chamar as atenções desnecessárias.

Eu: Sim, estou. Adoraria, venham a meu chalé. Gostaria de saber como andam as vigílias pela cidade. 

Os portões da Stigma são familiares a mim, os adornos de ferro são envelhecidos, e na lateral esquerda, próximo às murtas, havia uma passagem pela qual os forasteiros fugiam durante as noites.

Olhando de um lado para outro, retiro a mochila do banco carona e saio do carro. A mochila, reduzo rapidamente a um tamanho minúsculo, e então transformo-a num anel, o qual insiro no dedo médio. O carro desaparece, não antes que pegue meu cappuccino, o qual comprara no centro. 

Com uma das mãos nos bolsos, os portões são abertos e cumprimento os velhos vigias. Flores de cerejeira enfeitam o caminho, sempre preservadas. Imagino que suas exóticas manutenções ali fossem algo relacionado a magia, talvez, fossem a força que protegessem a Stigma. 

Recoberta de magia por bruxas centenárias, sinto que minha energia baixa gradativamente. Um recurso básico para se estar ali dentro. Protegido, mas fraco. 

Cochichos. Humanos eram tão previsíveis. 

Podia ouví-los nitidamente. 

Com certeza, era de fato entediante se estar preso a uma trupe de adolescentes a flor da pele dentro de um reformatório. 

Seokjin, expurga um sorriso cretino ao vir em minha direção, o cabelo preto e reluzente seguindo o ritmo do vento. 

– Ora, o bom filho à casa torna. – Beberico meu café, sorrindo suave ao ganhar tapinhas amigáveis nas costas. – Estou surpreso. 

– Estaria informado se ainda fizesse parte da Corte. – Ele ri, nem um pouco ofendido. 

– Como você é rancoroso. A quem será que puxou? – Reviro os olhos, acabando por rir. 

Ele havia saído da Corte há muito tempo, por desejar correr com as próprias pernas, mas ainda mantinhamos relações amigáveis. 

– Algo de diferente esse ano? – Inquiro e o moreno dá de ombros. 

– Acho que você é a diferença. Já posso ouvir os colos arquejantes clamando por Jeon Jungkook. 

– Como você é idiota. – O Seok ri, o olhar negro brilhante. 

– Também senti sua falta. – Recebo seu abraço. – Está convidado para a minha Social hoje à noite. 

– Beber parece ótimo. – Suspiro, olhando em volta. 

– Seja otimista, acho que esse ano promete. – Me lança um sorriso travesso. – Deixe-me ir, combinei de tomar café com meu amigo de lancheira, Taehyung. Nos vemos mais tarde! – Aceno para o mais alto e retomo os passos para o outro lado, evitando a entrada do reformatório por hora. Cumprimento alguns conhecidos com acenos e sorrisos. 

O vento outonal é rigoroso e faz com que os mundanos se encolham em seus casacos. Os mesmos rostos estavam ali, sem mudanças. 

– Bem que o Jaehyun me avisou e eu não quis acreditar. – Namjoon expõe um sorriso largo pra mim. Automaticamente sorrio também. 

– Sei que vocês não conseguem viver sem mim. – Dito com um meio sorriso. Yoongi vem logo atrás, a pele pálida tremeluzindo contra a incidência dos primeiros raios solares. 

– É bom te ter em volta, irmão. – O cumprimento assim como Namjoon. 

Revê-lo, traz-me a reminiscência de que em meio à cacofonia tivemos momentos memoráveis. 

– A Corte sabe que veio? – Namjoon inquire, seguido do meu assentir. 

– Eles vão cobrar mais presença agora que está próximo. – Faço que sim outra vez. 

Não é que não goste da convivência com meu povo. Eles me estenderam a mão quando estive no chão, mas viver cercado de Nefilins de diferentes patentes pode ser um pouco claustrofóbico. 

– Estou ciente. – Beberico outra vez o cappuccino já frio. – Arrumaram muita confusão sem mim? 

– Aigoo, como ele se acha. –Yoongi estreita os olhos pra mim. – Eu praticamente te criei!

– Não vamos exagerar. – Rio. 

– Ao menos o temperamento foi herdado. – Namjoon brinca, o sorriso faz com que covinhas despontem em suas bochechas. 

A Stigma passa distante de ser aconchegante, mas por hora seria a minha melhor opção, já que não suporto as horas maçantes dentro da Cúpula em reuniões mais sérias, imagine morar. 

Entretanto, estar ali com Namjoon, Jaehyun e Yoongi foi o melhor. Talvez, abrandasse um pouco daquele vácuo em meu interior, me trouxesse a sensação de estar vivo de novo. 

Talvez, ainda não fosse nesse inverno e ganharia mais um ano. Poderia ir a cidade dos magos outra vez, buscar por outra maneira de reverter aquela profecia ou uma pista. Qualquer pista. 

Ao longo dos anos, posso ter deixado algo passar. 

Alheio ao que Namjoon fala, lanço-o apenas um sorriso de concordância. Então, uma fustigante sensação de algo morno serpenteia por minha pele, quase palpável como um afago. 

Diligente, busco de onde vem a sensação e olhos morteiros me fitam de volta. Um calor incomum surgiu dos confins do meu estômago. Rosto marcante, longos cabelos castanhos que enganam a olhos desatentos da sua verdadeira cor. Ruivo, castanhoPondero. 

A garota, cuja qual percebe ser pega, vira o rosto repentinamente para frente, o corpo rígido. Se forçar um pouco a audição, consigo ouvir a pulsação acelerada dela. 

"Esqueci uma coisa no meu armário. – Ela diz e o som da sua voz acaricia meus tímpanos. – Vejo vocês daqui a pouco."

A garota se levanta, parecendo atordoada, deixando as amigas confusas para trás. Mas não consigo tirar os olhos de suas formas, de como ela parece… Atrativa de um jeito perigoso. 

Ela não estava aqui antes. Um rosto como aqueles não se esqueceria com facilidade. 

A sensação morna se esvaiu junto com ela. Teria vindo dela? Estive na mira da sua observação, o suficiente para que chegasse até mim de uma maneira distinta. 

Internamente, meus instintos intimam atenção. 

Parece uma ilusão óptica e some assim que pisco, mas posso jurar ver um rastro de luz azulado do lugar que ela partira. 


O quão fútil é estar curtindo festinhas colegiais com nenhuma finalidade além de ficar bêbado, quando se tem um atestado de morte muito próximo? Muito fútil, eu sabia. 

Parei de indagar-me quando não obtive respostas. Não importava quantos alquimistas, anjos caídos, bruxos ou qualquer ser esotérico, tivesse procurado. Nenhuma informação que eu já não sabia. Era como se o segredo tivesse morrido junto com Alyssa. Como se a profecia não existisse. 

O silêncio que viera após seu anúncio era visceral para mim. A impotência atava minhas mãos. 

Esperar. 

Era tudo que podia ser feito. 

Festinhas inúteis, bebidas baratas e de péssima qualidade, lidar com adolescentes indiscretos, essa era a minha vida agora. Era… Patético

A vida na terra em si, era insuportavelmente vazia, mas a vida entre adolescentes com síndromes de rebeldia, era pior ainda. 

– Você parece um velho. – Yoongi enfiara um copo vermelho em minha mão. Trago-o para perto do nariz, só o cheiro já me deixa enjoado. 

– Eu sou um velho. – Ele me lança um sorriso gengival. 

– Minha namorada está acorrentada no inferno e eu não estou tão ranzinza assim. – Nego com a cabeça.

– Todo mundo sabe que você chora no travesseiro a noite, Yoonie. – Ele dá de ombros. 

– Ao menos eu finjo bem. – Justifica-se, os olhos escuros fitando meu rosto. – Pare de ser tão ranzinza. Não podemos apressar o tempo das coisas. Sei que a proximidade do inverno o deixa apreensivo, eu também. Mas se eu não viver essas coisas idiotas, humanas, beber essa cerveja horrível… – Rimos. – Meus dias nessa terra serão uma tortura. – Suspiro. Eu sei que estava fazendo aquilo, tecendo meu próprio inferno diário todos os dias. Como se nada pudesse mudar. 

Há muito tempo, tive de deixar as esperanças desse mundo ou não sobreviveria ao padecer da minha mente. 

Minhas tentativas frustradas de felicidade sempre eram brutalmente arrancadas de mim. 

Eu sempre compreendi o mundo, mas ele nunca me compreendeu. 

Assim, nasceu o desinteresse pelas coisas triviais as quais um dia costumei amar. 

Mantive em minha mente como força, apenas o rancor pelas injustiças sofridas por mim e meu povo. 

Eu os faria pagar. 

Uma revanche um dia. 

Eram pensamentos como aquele que me faziam prosseguir a cada dia. 

– Não garanto nada. – Yoongi fala sobre irmos ao Red Dragon mais tarde, alguns nefilins que moravam pelo perímetro costumavam passar o tempo por lá. Não só Nefilins, mas alguns anjos caídos e demônios também. O local tinha como proprietário um anjo caído e não era nada difícil dar confusão. Demônios são inconvenientes e presunçosos, provocar um Nefilim com o insulto de sermos meio sangue era algo corriqueiro. Ao menos, não faziam na minha frente. 

Repentino. 

Aquele sopro morno na tez me acomete outra vez. E em algum lugar ouço alguém dizer meu nome. 

Jeon Jungkook. 

Como uma carícia ardente, me sinto arrepiado e ávido, meu olhar busca o motivo. 

A garota. De novo. 

Agora, mais próximo, vejo o rubor que acomete as bochechas. Seus lábios possuem um formato delicado, tortuosamente sensuais,  os olhos são grandes, cílios negros, vastos, curvados sedutoramente, e o cabelo possui aquelas ondas bonitas que emolduram uma face angelical. 

Delicada como uma… Flor. 

Ela prende a respiração, e desvia o olhar para o garoto com quem fala. Ouço com clareza quando ela diz:

"– E-eu preciso falar com a Soojin. Err... Vou indo". Mais uma desculpa gaguejada. 

Quando volto a olhar para Yoongi, estou a um passo de hiperventilar, confuso com aquele formigamento que surge de dentro de mim. 

– Quem é a garota com Taehyung? – Yoongi arqueia uma sobrancelha, fitando a ponto de vê-la sair de perto do avermelhado. 

Assim que me olha outra vez, um sorriso perspicaz nasce em seus lábios. Conheço-o bem.

– Não me olhe assim. O jeito que ela me olha, parece me conhecer. 

– Ou talvez ela tenha ficado encantada com seu charme obscuro. – Rio incrédulo. – Não sei seu nome ao certo, acho que tem Rodrigues no meio, do terceiro A. Anda com duas garotas sempre. 

– Hm. – Pondero, sentindo aquele roce morno em minha pele de novo. Não precisava olhar para saber que ela estava me observando. O intrigante de toda a situação é que estava sentindo-me tentado a conhecê-la. Uma mundana. Não sabia a razão pela qual uma mundana estava projetando aquele tipo de sensação em mim. 

– Maricas. – Namjoon achega animado, na mão alguma bebida com teor alto de álcool. – Vamos no Red mais tarde? 

– Estava chamando o vovozão aqui. – Yoongi zomba, e dou de ombros. 

– Eu irei. – Reviro os olhos. 

– Sabe o nome daquela garota, Nam? –Yoongi indaga ao mais alto. Namjoon checa, franzindo o cenho. 

– A _______? O que tem ela? 

– Jungkook está interessado. – Rio, incrédulo. 

– Não estou interessado. – Pontuo, colocando outro assunto em pauta. Ao menos os distrai. 

Pois, ao cursar da noite, finjo que não sei ser observado. Posso sentir o olhar dela quente e abrasador sob cada ação que faço. Sou estudado minuciosamente pelas orbes energéticas. Aquele calor se amplia a cada minuto, sinto a nuca arrepiar e quase mordisco os lábios com a sensação. 

Há quanto tempo não havia me sentido daquela maneira sem ajuda de bebidas? 

Eu não me lembrava. 

Falo com um aqui e ali, sorrio para todos. 

Mas sou atraído pela sensação, por mais. Se ela conseguia fazer com que eu me sentisse daquela forma com um olhar, não conseguia imaginar um toque. 

Monto meu teatro, checo as horas no relógio e digo a Namjoon e Yoongi que tenho algo a fazer e os encontro no Red. 

Desvio dos corpos dançantes e bêbados, subindo as escadas de volta ao quarto do Seok, saio silenciosamente pela porta e os corredores tácitos recepcionaram-me. Envolvo-me entre a escuridão, usando de uma técnica Nefilim de camuflagem e espero pacientemente. Sei que ela seguiu cada passo meu com os olhos até que saísse para fora. 

Não demora. Ela sai, fecha a porta atrás de si e olha de um lado para outro, sem me ver. 

Desfruto da brecha para observá-la de perto. Cada curva sinuosa moldada por jeans e jaqueta, aqueles cabelos longos irresistíveis. Meu cenho se franziu em contemplação. 

_______. 

Digo seu nome em minha mente, saboreando como ele soa. 

Quando não me acha do outro lado do corredor, um suspiro resignado irrompe por seus pulmões. 

Desfaço o truque e ela para, diante de mim. E sua beleza próxima é obscena. 

As elegantes sobrancelhas arquearam em susto, resposta do seu arquejo ao me ver. 

Pulsação acelerada

– Há algo que queria me dizer ou me perguntar _______ Rodrigues? 

Saboreio da sua surpresa, seu colo ofegante. A pele amorenada parece perigosamente apetitosa. E perto, sinto a pressão daquele calor aumentar, algo sobre ela… É fascinante

Detenho o olhar para não prender-me ao morder da sua boca. Me provoca arrepios, mexe com algo distante. 

– Como sabe meu nome? – Indaga e aquela voz… Eu definitivamente gostava do som da voz daquela humana. 

Ela esconde as mãos nos bolsos, tenta parecer despreocupada, mas seus batimentos e olhos inquietos a denunciam. 

Um brilho distinto reside nas orbes sedutoras, detecto a sombra de um nervosismo e atração. 

Ela não me conhecia. 

Estava atraída por mim. 

E a constatação, fez-me sorrir lentamente. Ela não percebe, mas segue a ação. 

Estou queimando, meu próprio coração martela mais forte no peito. 

– Me responda você _______, por que acha que eu sei seu nome? – Refuto, deixando que seu nome se dissolva na minha língua. 

Aquele instinto pressiona-me ao pressupor-se de um perigo vindo dela. Não consigo encontrar as palavras certas para definir como me sinto. 

_______ gagueja, tenta falar, mas parece perder-se nas próprias palavras quando endireito a postura. 

Frente a frente, ela mal chegava a altura do meu queixo. 

Adoravelmente sedutora. Olhos de corça matadores. 

Resisto a vontade primitiva de pressioná-lo aquela parede e sentir sua forma feminina se moldar a meu corpo. Testar a tecitura daqueles lábios de sereia. Quase me vi fazendo isso. 

– Você é uma garota interessante. – Minha confissão facilita o processo do dilatar de suas pupilas e fico assustado por mim mesmo ao sentir minha própria pulsação disparar. Aquele instinto insistia em ressoar minha mente, barrando o efeito daquele flerte. 

Ela havia me seduzido a noite inteira com seus olhos lascivos. Pensei que eu pudesse estar tecendo a situação, mas fora ela… Ela e aquela bendita boca voluptuosa.

 – Mas eu não gosto de ser espionado. – Digo, naquela doce contradição entre escutar aquele instinto que já me salvara inúmeras vezes e seguir as emoções vindas das sensações do meu corpo. A ponta das minhas botas encontram as dela e sou incapaz de não fitá-la inteiramente. 

Quem era aquela garota? Por que estava mexendo comigo daquela maneira? 

Seus lábios estão entreabertos, de onde uma fina camada de ar escapa, quente. 

Brasa em minhas veias. 

Sinto minha própria boca comichar, sedenta, como se eu não ficasse com alguém em anos. 

Cerro os punhos, em busca de conter-me, mas seu encabulamento, as palavras que não parecem conseguir sair de si, o jeito que ela me olha, brejeira, ansiosa… Franzo o cenho. 

Quero beijá-la, quero beijá-la agora. Provar daquela boca de Psiquê, senti-la se desfazer nos meus braços. 

Toco com a força de penas seu queixo delicado, erguendo-o. Chego a inclinar o rosto sucintamente em direção ao seu, parando em seguida. 

Disfarço o desejo nos atos, mas não consigo disfarçar na voz, quando digo:

– Se você quer saber algo sobre mim, me pergunte diretamente. – Queria que ela soubesse que ouvi sua conversa com Taehyung, que sabia do seu interesse. Porém, ao mesmo tempo, detenho-me um passo, depois outro. Engulo o excesso de saliva ao passar por si. 

Ou sairia dali e ouviria o último resquício de razão ou me entregaria a intensidade daquela atração instantanea. 

Sinto-me quente dos pés a cabeça, imergido na estupefação de uma sensação febril. 

Quando estou quase virando o corredor, ouço sua voz emburrada gritar-me:

– Eu não estava te seguindo, seu metidinho de quinta!

Um indiscutível sorriso divertido nasce em meus lábios. 

Talvez, voltar ao Maine tivesse sido uma boa ideia, afinal. 


Notas Finais


🤭


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