1. Spirit Fanfics >
  2. Angry Too - (Chensung - Chenji) >
  3. 23

História Angry Too - (Chensung - Chenji) - 23


Escrita por: yeol_yeol

Notas do Autor


Obg pelos 260 favs!!!!!!

Uma coisa que eu quero deixar claro, é que eu amo vocês!! 🥺

Obg pela ajuda na explicação sobre a Demissexualidade, para entender melhor sobre eu fixei o comentário no capítulo anterior, onde uma leitora demissexual comentou e me contou melhor sobre!!

Vi a diferença entre uma pesquisa no Google e uma experiência própria!!! Obg inclusive!!!

✨boa leitura✨

Capítulo 23 - 23


Chenle teve que por sua rotina nas mãos de Jisung.

Em um ambiente novo, eles tinham que se programar, mas estava sendo complicado, principalmente quando Chenle recebeu uma ligação logo pela manhã de seu supervisor, dizendo que já que Jisung estava na cidade era bom aproveitar e assim, por conta própria – sem informar ao chinês – marcou uma consulta psiquiatra para Park.

O menor não sabia que diabos havia feito para merecer aquilo, sem aviso prévio? E justo em algumas horas? Ele pediu para ser remarcado, mas foi negado diversas vezes.

Zhong pensou, pensou, fez várias ligações e no fim adiantaram uma hora mais, dizendo que quanto mais cedo melhor. O apoiador tentou explicar que a condição de Jisung não era boa e dependia de seu humor diário para poder tomar decisões como estas, principalmente quando se tratava de consultas e saídas constantes.

Era verdade, ele dependia do humor alheio, se Jisung estava difícil de lidar o dia seria agitado e mais estressante, mas se estivesse calmo e dentro de sua confortabilidade, o dia seria tranquilo.

Após mencionar as características do explosivo, tudo piorou, além de um psicólogo, teriam que fazer agora uma pilha de exames mensais, para ver se estava tudo certo, já que os remédios mexiam com os organismos e poderiam causar várias coisas indesejadas, tanto no cérebro quanto no coração.

Aquilo já não era mais o que ele esperava.

Chenle estava ficando doido com tudo aquilo, e quando teve que confrontar Jisung para que saíssem, e tivessem que comparecer ao escritório psiquiatra e eventualmente ao hospital, o coreano teve um mini surto de raiva e começaram a brigar.

- Você prometeu!

- Isso não depende de mim! – rebate baixo, sem querer estressar o mais velho com sua insistência – depende das diversas pessoas que trabalham comigo e que assim como eu querem seu bem! Isso é mais que necessário!

- Não é! Eu estou perfeitamente bem, sem problema nenhum de saúde.

- Jisung...

- Eu sabia que tinha dedo seu no meio dessa vinda para a cidade. Eu não queria ter vindo por causa disso! – reclama alto, batendo com as mãos na mesa. Jisung se levanta – eu não quero exame nenhum. Você me prometeu, e eu te disse várias vezes que não queria ir ao hospital!

- São exames de rotina, Jisung... – explica – e são obrigatórios, você vai querendo ou não – diz passivamente, Park lhe olha incrédulo, mas não diz nada, ele estava irritado, mas não queria fazer nenhuma besteira e explodir de vez. Era o que ele mais evitava fazer.

- Chenle, por favor, eu não quero ir.

- Jisung eu não posso fazer nada... É o meu trabalho que está em jogo, não posso perder meu emprego, e eu vou estar ao seu lado em todos os exames, e a consulta você pode entrar sozinho, não quero te deixar desconfortável... Mas prometo te esperar...- diz tentando acalmar o coreano, ele se aproxima, como sempre fazia, bem lentamente, como quem não queria nada. Mas Jisung percebe e na hora dá um passo para trás.

- Você não faz ideia que isso é ruim...

- É para o seu bem, Jisung...- explica – pensa, você perdeu quase cinco exames mensais, e não quer nem tentar? Ver se está tudo certo? Eu também vou fazer com você se quiser, de qualquer forma vou ter que fazer.

Ele o olhou, Chenle estava mesmo disposto a lhe acompanhar. Mas Jisung ainda não estava pronto, estava tudo acontecendo muito rápido, muito complicado. Ele suspira, e cruza os braços, incomodado.

- Sabe porque eu parei de ir aos hospitais? – indaga com os olhos marejados, Chenle não imaginaria que chegariam aquele ponto – porquê dói, dói demais ficar lá dentro e saber que eu não tenho porra de cura nenhuma, que eu provavelmente vou morrer em uma cama qualquer de hospital, porque não importa quanto você negue, você sabe que é verdade.

O mais velho se virou, e caminhou até a cozinha, mas estava sem rumo, mão querendo ficar perto do chinês que havia lhe traído na cara dele.

Então era aquilo que Jisung pensava?

[...]

Jisung sempre odiou hospitais, de verdade, não era a coisa que ele mais gostava na vida. Aquele lugar frio, com cheiro de soro e esterilização, os sons angustiantes de desespero, dor, sofrimento e após tudo isso, silêncio.

Ele não gostava de seus exames de rotina também. Principalmente os dele, que eram mais complicados de serem feitos, muito mais do que uma simples pessoa faria. E isso era o ruim de estar ali.

Não importa o quanto evitasse, ele via de perto o sofrimento da mãe, de muitas formas. Via seu olhar triste e preocupado, suas expressões tristes, e ouvia seu choro todas as noites em que dormia com ela. Seus pais estavam separados a alguns meses e desde então Jeno estava frio consigo, e era tão ruim quando ele o ia acompanhar nesses dias.

Jeno ficava em um canto do quarto, então a mãe colocava todas as tachinhas no pescoço de Jisung, sendo a única que poderia fazer isso sem o rapaz ter um surto explosivo. Jeno achava aquilo um absurdo, uma mentira, achando impossível que uma pessoa tivesse um ataque de raiva por simplesmente tocarem uma parte de seu corpo.

O mais velho sempre estava de cara fechada, braços cruzados e olhar frio em direção ao seu irmão. Culpando-o mentalmente por ter separado os pais, culpando sua saúde mental e seus colapsos. Era tudo culpa de Jisung ao seu ver.

Mas Jisung amava o irmão, nunca havia explodido ao seu lado, ele era a sua força, como a pessoa que ele sempre teria, por isso se esforçava muito para não machucar o irmão, mas Jeno não acreditava naquela história de transtorno.

Jisung não se importava muito em ser ignorado, mas ele sempre estava agradando ao seu hyung, querendo que este fosse mais amigável, ele sofria tanto quanto o outro, e talvez muito mais de modo que Jeno nem pudesse imaginar na vida.

- Jeno...- a mãe chamou, ele estava com os braços para cima, evitando que Jisung pegasse o celular para falar com o pai. O menor respirou fundo, sentia falta do pai.

- Deixa eu falar com o appa, Nono...- pede quase implorando, o mais velho sorriu maldoso, enquanto erguia o dedinho e desligava a ligação.

- Jeno! – a mãe foi até si e pegou o celular de suas mãos, o rapaz de treze anos se emburrou na hora, e o menor apenas encolheu os ombros, magoado pela atitude do irmão consigo.

O seu hyung levou um esporro da mãe, mas assim que a mulher saiu do quarto, Jisung foi até si.

- Hyung, você é a única pessoa que eu tenho no mundo...- disse sério, ele sentiu um aperto no peito – omma fez você ‘pra me proteger, e eu para cuidar de você...- o mais velho lhe ignorou completamente, não deixando nem de ler seu livro – eu te amo muito, então porque está me tratando assim? Não gosta de mim? – o rapaz passou seus olhos pelas linhas do livro, sem se importar com o irmão mais novo – quando a mamãe e o papai forem embora? Eu só vou ter você e você só vai ter a mim...

Cansado do papo do irmão, Jeno fecha o livro.

- Yah! Pare de me incomodar, e outra, o mundo é enorme! – diz enojado – eu tenho muitas pessoas, você também poderia ter se não fosse um transtornado.

Jisung fechou os punhos, mas logo os abriu, chateado profundamente com o coreano mais velho. Os olhos de Park marejaram, o mais alto voltou a ler sem se importar em ter machucado o irmão.

- Não é m-minha culpa N-nono...- ele diz choroso.

- Então pare de fingir para ganhar atenção.

- Mas! Não estou fingindo! – se defende. Jeno não dá a mínima.

- Você fica indo no hospital só para mamãe ter mais gastos e depois ficar pedindo para o papai dinheiro para te bancar, estorvo.

Naquele dia, Jisung foi dormir mais cedo, e quando o pai veio buscar Jeno, ele não desceu para ver seu appa, chateado profundamente com Jeno, não imaginando que as palavras do adolescente lhe machucassem tanto como estavam fazendo.

No dia seguinte, Jisung se recusou a ir ao hospital, ele nunca teve tantas horas de surto, seu pai teve que lhe segurar até chegar lá e depois quando entrou imediatamente foi sedado. E onde estava Jeno? Onde ele mais precisava, quando ele mais precisava de alguém segurando sua mão depois de horas e horas?

Jeno estava saindo com os amigos, esquecendo completamente que tinha um irmão. Naquele dia, Park até tentou, mas chorou, ao ponto dos próprios médicos lhe consolarem.

O tempo passou, e Jisung fez seus onze anos, Jeno não foi em seu aniversário, não ligou, nem mandou mensagem. Foi horrível não ver o irmão, toda a graça do aniversário tinha acabado assim que o seu pai avisou que Jeno não iria.

Jisung teve que aceitar, não poderia fazer nada, no dia seguinte seria seu primeiro exame do mês, janeiro tinha passado rápido e ele não precisou fazer nenhum exame, foi uma alegria para a família, mas apenas para conferir e montar um cronograma, os médicos resolveram iniciar os exames em fevereiro, logo o próximo seria em março.

Estava tudo certo, até mesmo sua vó havia lhe acompanhado.

- Onde está Jeno? Mamãe...- pergunta e em seguida lhe cutuca.

- Jeno não pode vir querido, mas vai dar tudo certo! – sorri doce beijando a bochecha do menor.

Jisung se conformou, não poderia fazer nada.

Depois de toda aquela relação tóxica, Jisung ainda sim tinha um certo ranço por Jeno, mesmo sendo carinhoso e compreensivo, ainda tinha algo que lhe provocava raiva.

O menino se lembrava bem do dia em que foi preso no closet do quarto deles.

Era um dia normal, Jeno estava na casa da mãe, e por isso ficou com Jisung. Até ter a brilhante ideia de fazer seu irmão confessar a mentira que havia criado para chamar atenção. Foi bem simples, mandou o menor pegar uma camisa no closet e em seguida correu, fechando a porta e o trancando lá dentro.

Jisung nunca entrou em tanto desespero, com medo do escuro, e o espaço pequeno.

- A-abra a porta! - pede em desespero.

- Fala que é mentira!

- N-não é! – diz batendo as mãos na porta – por favor me tira daqui, hyung! – implora chorando, mas Jeno não liga. O lugar estava ficando mais pequeno, e ele já não sentia o ar direito. Começou a tossir.

- Jeno? – houve a voz do pai, provavelmente este já o vinha buscar. Jeno se desespera, tentando abrir a porta mas estava emperrada.

- Porra – xinga e consegue ouvir os pedidos do irmão cessando lentamente, enquanto ouvia além de suas batidas, sua tosse e respiração descontrolada, Jeno sabia que era uma crise respiratória, mas nunca se importou em aprender como parar uma, vendo que o irmão não conseguia fazer isso sozinho.

O pai estava se aproximando e a porta não abria de jeito nenhum. Ele se desespera, mas ainda sim, não tentava contato com o menor.

- J-jeno! – ouve o grito de Jisung, o pai entra no quarto e corre até o armário, empurrando Jeno e tentando abrir a porta. Podia-se ouvir bem o choro e falta de ar alheio, Jeno ficou de canto e logo a mãe chegou, sem entender.

Foi o maior desespero da mãe, tentando abrir a porta e quando conseguiu, teve que ir correndo até Jisung porque esses não tinha forças para ir até si, pela debilitação que seus remédios e exames lhe proporcionavam. 

Eram tantos, que ele já não tinha forças suficientes em algumas ocasiões. Park era uma criança, frágil e sensível, todas aquelas radiações em que era exposto lhe causavam muito mal, ele era magro demais, pálido ao ponto de ter que cuidar diariamente da pele para não ficar todo marcado, uma criança.

Os órgãos de Jisung funcionavam de modo completamente diferente, tanto pelos tipos de remédios quanto por seu próprio jeito de lidar com toda a exposição a riscos físicos como machucados causados por si, ou reações diversas a medicações novas.

O seu appa lhe puxou, ouvindo seu coração batendo fraquinho, e sua falta de ar ainda presente, tentando fazer uma massagem cardíaca simples em si, logo massageando suavemente seu peito, o deixando respirar melhor, Jeno observava tudo de longe, em seguida o menor todo molinho pela falta de forças.  

Jisung não podia passar por tudo aquilo, ele era muito pequeno para a idade, era mais fraco que os outros, e Jeno sabia disso.

A mãe abraçou o pai, que pegou o menino no colo. Jisung estava com um dos olhinhos abertos, que usou para ver Jeno uma última vez no dia, e Jeno nunca sentiu tanta dor no olhar de Jisung sobre si.  

Aquilo foi uma pancada, os olhos marejados e os batimentos cardíacos fracos do coreano, enquanto sua mãe corria para pegar uma bombinha, usando-a para ajudar o rapaz.

Jisung nunca imaginou que sua dependência era tão grande, muito menos que ficaria tão cansado em menos de trinta minutos. Era a primeira vez que se sentia tão cansado na vida, não tinha forças nem para caminhar, por isso o pai o ajudou, pegando-o no colo.

Eles levaram Jisung para o hospital, e depois de horas voltaram, com uma suspeita de claustrofobia e um inalador.

Jeno estava dormindo – fingindo – enquanto a mãe na outra cama estava sentado junto ao pai. O homem colocou a masca respiratória em Jisung e esperou este dormir, quando teve certeza, apenas segurou a mão da sua ex mulher e a consolou, e Jeno ouvia seu choro e sofrimento.

- Porque? O que eu fiz para ele sofrer tanto? – ela chorava.

- Shiu, ele vai ficar bem, nosso garoto é forte...

- Junghoon, eu não tenho mais certeza...

Aquilo foi o ápice, Jisung dormia com o inalador, Jeno se culpava e os pais choravam.

Quando seus quatorze chegaram, ele nem de lembrava da última vez que havia falado com Jeno. Mas tudo piorou no dia em que este foi ver o pai e Jeno disse que estava fazendo um trabalho escolar quando na verdade estava jogando.

O problema não foi o rapaz jogar, mas sim a mentira para não querer ver o irmão. Não foi dois tempos, Jisung pulou em Jeno e teve sua prima briga na vida, ele estava com tanta raiva, que não se importava em machucar o outro, ele descontou toda sua raiva de anos em Jeno, a culpa de sua claustrofobia, de sua raiva e surtos.

Os dois se socaram, bateram e não pararam até o pai separar, e depois ainda ter que lidar sozinho com um surto de Jisung.

- Chega! – o homem grita – eu estou cansado da sua implicância com Jisung! – diz segurando o menor, que se debatia. Jeno estava com medo de Jisung, seu nariz sangrava assim como a boca do coreano, eles tinham se batido tanto – você sabe da condição dele! – diz e abraça ao filho, sussurrando que tudo ia ficar bem em seu ouvido – olha ‘pro appa, está tudo bem...- dizia acariciando ao rapaz que se debatia, querendo terminar de bater em Jeno.

O pai estava com medo de Jisung querer mesmo bater em Jeno até lhe machucar de verdade, afinal, Jisung era forte assim como ele, e de uns anos para cá estava praticando diversos esportes onde poderia descontar sua raiva ali.

Jisung praticava box, Taekwondo e corrida a linha distância. Era um adolescente mais esportivo, porém era parte de seu tratamento, onde poderia descontar sua raiva e nervosismo fisicamente, para que não surtasse com tanta frequência. E de fato estava funcionando bem.

Agora com mais força, o machucaria em um curto período de tempo. Mesmo tentando todo custo acalmar o filho, Jisung estava quase se soltando. O coração de Junghoon estava batendo rápido, ele odiava ver seu filho naqueles momentos, sentia a dor do seu pequeno.

- Me solta! – diz entre os dente e Jeno vai para trás. Nunca havia visto Jisung tão nervoso na vida – eu vou acabar com esse desgraçado! Seu filho da puta, eu estou tentando a-a anos! – diz se soltando do pai, antes que Junghoon pudesse pegar Jisung novamente, este soca Jeno, com raiva e ódio.

Jisung ficou por cima do mais alto, lhe socando enquanto Jeno colocava os braços frente do rosto, o impedindo de lhe acertar ali. Junghoon o agarrou de novo o segurando no chão.

- Filho, se acalma! – pede deitando o menino no chão, ele não gostava de ver o filho nessa situação, Jeno se sentou, limpando o sangue que escorria de seu nariz.

Jisung começou a bater com a própria cabeça no chão, e imediatamente o pai colocou a mão por baixo de sua cabeça, o impedindo de fazer isso. Jisung estava uma fera.

- Sung, olha pro papai...- pede mantendo a calma, enquanto o puxava para um abraço – Shiu... – acalma o rapaz.

Jeno estava assustado, muito assustado. Nunca viu o irmão tão irritado, ele parecia querer cuspir fogo de tanto ódio.

Jeno cambaleou, enquanto sentia dor em seu nariz que provavelmente estava quebrado.

- Jeno! Pega o remédio dele – o pai pede e Jisung para de se debater, cansado de tanta força usada, ele relaxa um pouco, retribuindo lentamente o abraço do pai.

- Appa...- chama quase em um sussurro – eu vou acabar com Jeno, ele vai me pagar por tudo – as palavras duras do filho lhe assustaram, por isso o mesmo negou, enquanto Jeno vinha em sua direção, estendendo um comprimido para ele, junto com um copo da água.

- Liga para sua mãe e para uma ambulância – pede a Jeno acariciando os cabelos escuros do menor, lhe acalmando serenamente – e saía dia quarto.

Jeno não diz nada. Apenas saiu do quarto e bateu a porta.

- Filho, o appa vai te dar um remédio, hum? Você tem que tomar, pra ficar melhor...- pede e coloca o comprimido na boca de Jisung, colocando o copo próximo a sua boca. Jisung toma e se agarra ao pai.

Nesses momentos, não existia mais ninguém, apenas os dois, Jisung disfrutava dos braços do pai, sendo acariciando, com a delicadeza das mãos do progenitor em sua pele, como se fosse a coisas mais preciosa do mundo, dizendo coisas para lhe acalmar.

- Quando você nasceu – moveu seu corpo, como se estivesse ninando Jisung, o pondo para dormir – sua mãe disse que você parecia com ela, eu te vi pela primeira vez, e tive certeza que era mentira...- sorriu, beijando a testa do filho – aí você abriu os olhos...- passou a mão pelas costas do menor – e eu nunca vou me esquecer do seu olhar filho...

A ambulância chegou junto com a sua mãe, e depois daquele dia, além de um Jisung internado, uma pausa temporária nas visitas paternas, para melhorar um pouco de sua condição, os vizinhos já fofocavam frequentemente sobre a família Park, principalmente sobre as aparições mensais de ambulâncias na casa, mas nunca se atreveram nem a pesquisar o porquê.

E tudo piorou depois da perca da mãe. Jeno sumiu em um piscar de olhos.

- Jisung, me desculpe...- foi o que ouviu dos parentes, no velório da mãe.

[...]

- Não vai ser difícil...- Chenle diz abrindo a porta do escritório. Jisung suspira de braços cruzados – Senhor Jung? – chamou curioso, enquanto Jisung entrava atrás de si.

Jisung preferiu ficar calado, talvez fosse rápido, e só dependia de si, por isso tentaria responder tudo de modo rápido e sincero. Não tinha nenhuma ligação com Jung, mas teria que se esforçar caso quisesse um bom laudo psicológico.

Apareceu um homem alto, forte que trajava roupas sociais e um belo sorriso, mas nada que lhe deixasse confortável. Ficou apenas mais apreensivo quando viu o mesmo, talvez por perceber o jeito que Chenle olhava para ele.

- Olá – sua voz era firme, Jisung não sorriu, mas Chenle sim, cumprimentando Jung – eu sou o Jaehyun – se apresenta ao coreano.

- Jaehyun já trabalhou comigo, Ji – explica e o coreano assente sem vontade – ele é bom.

- Hm.

- Eu...- começa andando para trás – vou esperar vocês lá fora – diz e acena, sem tempo de deixar Jisung falar ou protestar contra.

Eles se encaram.

- Pode se sentar, Jisung – diz apontando para uma cadeira. Ele se senta e logo Jaehyun fica em sua frente, sentado com as pernas cruzadas e os braços também, em dominância.

- Você está bem?

- Sim.

- Quantos anos tem? – tenta arrancar algo.

- Você já leu tudo, senhor Jung – diz sério – já sabe do meu currículo escolar, dos meus remédios, problemas, de tudo – Jaehyun suspira, mas sorri.

- Vamos lá. Você deve ter muitas coisas para falar.

- Não.

- Você tem irmãos?

- Não.

- Pais?

- Não.

- Mora sozinho?

- Não.

- Chenle é seu apoiador a pouco tempo?

- Não.

Todas suas perguntas foram negadas e isso deixou Jung mais contente, tinha certeza que estava quase lá.

- Está estudando? Fazendo faculdade? Não, certo?

- Sim – responde ao contrário.

- Você estuda o que? – agora não tinha escapatória. Jisung suspira, relaxando um pouco, encarando ao outro coreano.

- Psicologia.

- Viu!? Temos algo em comum! – começa sorrindo – Você está em que ano?

- Antepenúltimo.

As respostas eram curtas e secas, e ele já queria sair dali.

- Okay, vamos lá – Jung sugere – me conte sobre você, como você tem ido ultimamente?

- Bem.

- Todas as suas respostas só serão anotadas se houverem mais de cinco palavras – diz se referindo ao laudo psicológico e ele suspira, para poder passar e lograr com o consulta tinha que ter todos os pontos.

- Eu estou muito bem, ultimamente – responde sério.

- Como andam os seus surtos? Você tem TEI, não é? Eu quero saber como é, pode me explicar?

Jisung suspira e assente.

- É ruim, parece que te cega, você não tem noção do que está fazendo na hora da raiva e isso é muito ruim...- inicia sua explicação, sentando mais confortavelmente na cadeira – geralmente é leve, mas quando tenho um surto mesmo, não lembro de muita coisa, mas é ruim.

- Você acha que isso é ruim só pra você?

- Não, porque eu não fico cem por cento isolado, eu tenho um apoiador e um segurança, mas de qualquer forma posso machucar ambos, em qualquer hora do dia – diz triste, Jaehyun entende, assentindo.

- Jisung, me conte por favor sobre Jeno.

- Como você... – começa incrédulo – Chenle também sabe e-

- Novamente, é sigilo....- Jung promete.

-

As horas passaram lentamente, e depois de quase duas horas Jisung saiu de lá. Eu estava ansioso, mas ele não parecia nervoso ou desconfortável.

Isso me intriga, mas antes que eu possa dizer algo ele me puxa para fora, e a única coisa que eu recebo de Jaehyun é um assentimento e um sorriso simples. Não entendo o porquê, mas decido não entrar no assunto.

Jisung me puxa para fora e quando fecha a porta suspira.

- Caralho...- xinga colocando as mãos no rosto, em seguida na cintura.

- O que aconteceu lá dentro?

- Onde vamos agora? – ele indaga e não me responde. Ignorando minhas perguntas a respeito da consulta, eu desisto.

- Vamos ir ao metrô e voltar para casa, amanhã vamos ao médico – explico.

Caminhamos e ele me para, apenas para me dizer algo. Sua mão segura a minha, e seu corpo fica na frente do meu, impossibilitado minha passagem. Ele me olha sério.

- Chenle, você não vai se esquecer de mim, certo?

Eu o encarei incrédulo, e neguei.

- Claro que não, porquê?

- Você confia em mim? – ignora novamente minhas perguntas.

- Sim, eu confio.

- Mas tem medo de mim.

- Não, eu não tenho.

Jisung suspira, e solta minha mão, caminhando na minha frente. O que tinha acontecido naquela sala?



Notas Finais


Não vai ter irra pq esse capítulo doeu na alma para escrever. Comentem e me façam feliz.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...