História Animals - Não se apaixone, não por mim.

Se esperas que eu o mate friamente, está enganado, vai ser muito pior que isso, eu vou jogar com ele, brincar com os seus sentidos, enganar seus sentimentos, ele mexeu com a mulher errada, ele me subestimou.

- Senhora Beatriz ? - perguntou Mila com a cabeça pra dentro do quarto -

- Ah, oi, entre.

- Seu vestido e a máscara, chegaram. - falou apontando para os tais -  

-  Máscara ?

-     É que a primeira, decidiu de última hora que seria baile de máscaras. 

- É alguma comemoração especial?

- Aniversário de casamento, senhora.

- Obrigada Mila, retire-se.

Era um vestido até o pé, preto, marcado na cintura, aberto nas costas, perfeito para a ocasião, a máscara era preta e brilhante, tudo foi escolhido a dedo, aquela seria A Noite, é só o começo, mal sabe ele...

Paulo Castagnoli POV's

Depois da surpresa que preparei para Salvatore, ela com certeza deve estar se borrando de medo, estou despreocupado, ela é só mas uma, mais uma que não chega aos meus pés. Estou no Rio de Janeiro, aniversário de casamento do Governador, vai ser um saco, ainda bem que meus primos Nathan e Caíque, vão estar lá, pelo menos isso. Cheguei lá, e todos estavam de máscara, menos eu, eu não sabia disso, mas acho que não faz diferença.

- Eaê, Castanha! - disse Caíque - 

- Fala aí, beleza? - falou Nathan - 

- Oi, vocês tão de máscara, sério? Coisa de baitola, eca.

- Ah, entra no clima, moleke! - Nathan disse - 

- Tá cheio de gatas aqui, vou aproveitar - Caíque disse esfregando as mãos - 

- Beleza, mas com máscara não dá pra dizer que são tão gatas assim, né! Mas vai lá vocês, vou beber. - falei já procurando algum garçom - 

Beatriz Salvatore POV's

A festa começaria ás 20:30, portanto fui tomar banho ás 18h e meia, sequei o cabelo, arrumei-o em um mini-topete e trancei o que sobrou de cabelo atrás, coloquei um salto preto, com um fundo vermelho, pus um maxi-colar prata, e estava pronta, me olhei no espelho e me orgulhei, eu estava perfeita, por fim, coloquei a máscara e desci, eu estava hospedada no próprio hotel, seria mais prático. Terminei de me arrumas ás 20:40 e então desci, no mesmo momento, eu o avistei, ele estava lá, o causador da minha dor, do meu sofrimento, o cara que tirou do sério, estava lá, era a minha chance, e eu a aproveitaria. Como eu estava de máscara, provavelmente não me reconheceria, afinal, nunca me viu pessoalmente, esse seria fácil de enganar. Fui em sua direção assim que uma música começou a tocar (dê o play), era lenta, e todos já estavam sendo tirados para a valsa, parei ao seu lado, e ele me olhos dos pés a cabeça, parecia confuso, tentando decifrar minha identidade, talvez. Eram todos muitos ricos e nariz em pé, tudo parecia muito ensaiado, não era nada desorganizado.

- Quem é você? - ele perguntou

Não o respondi apenas o puxei para o centro, e dançamos lentamente. Devem estar se perguntando, o porque de eu estar dançando com quem me causou todo esse mal, faz parte do meu jogo, vocês vão entender, vocês verão. Dançamos o ritmo da música, e a cantora começou a cantar (avá), ele levantou o braço para que eu pudesse girar, e assim fiz, girei e voltei ao seu encontro, eu o olhava fixamente, observava cada detalhe, e ele caímos para trás, e ele beijou de leve meu pescoço, tudo muito delicado, nem parecia ser aquele cara, que fez tudo aquilo, flutuávamos em meio as pessoas, ele me guiava perfeitamente, delicadamente, e eu não tirava meus olhos dos dele, eu o encarava, e ele devolvia o olhar desentendido, nesse momento já estávamos sozinhos na pista de dança, e girávamos, e flutuávamos soberanos, ele parecia fazer aquilo há anos, a música estava rolando ainda, todos nos observavam e parecíamos estar sozinho, acima das nuvens, talvez o casal perfeito no ponto de visão deles, A Bela e a Fera, talvez os dois adjetivos se encaixem em nós dois, a música parou, e eu ainda o olhava, queria impressioná-lo, queria que ele se perdesse em meio a todo aquele mistério em que eu o envolvia com o olhar.

Paulo Castagnoli POV's 

Quem era ela? Isso eu não sei, mais eu me perdi completamente naqueles olhos verdes, ela me olhava de um jeito, que parecia que iria me comer com eles, ela estava atenta a mim, me observava fixamente, e eu não sabia o que fazer, a não ser encará-la da mesma forma, dançamos plenamente, e todos nos observavam, aquilo não nos preocupava, estávamos só ali, reinando soberanamente em meio aos passos, parecíamos voar, era tão intenso e misterioso, aquilo me confundiu, mas eu gostei. Começou a rocar uma música mais agitada, e os 'jovens', minoria no local, ocuparam a pista (dê o play). Eu a procurei, rapidamente com o olhar, mais não a avistei, fui andando, em meio as pessoas que dançavam, até que eu a  vi, ao lado de uma coluna, parada, me observando, depois ela sumiu outra vez, e quando a encontrei novamente, ela estava de costas, dançando no ritmo da música, ela se virou pra mim, e continuou dançando, sensualmente, eu poderia dizer, parecia que era só pra mim, ela estava me encantando a cada movimento, de repente, deixei o animal que havia em mim, de lado, eu só queria tocá-la, eu só queria ela. Ela foi pro meio de todos na pista, e continuou se mexendo no ritmo, eu fui até ela, toquei sua cintura, que ainda se movimentava, ela virou metade do rosto pra me olhar, e mordeu os lábios, virou pra mim, me puxou pela gravata e me arrastou para o meio, colocou minhas mãos nas suas cinturas, e dançou despreocupada, e eu também, estávamos no ritmo, reinando soberanos, outra vez, e a cada movimento ela me impressionava, todos dançavam, e tudo parecia estar lento, ela mexia os quadris no ritmo trazendo toda a atenção pra ela, colocou suas mãos sobre meu pescoço, e continuou dançando, provocadamente, ela ainda me olhava fixamente, nós nos comunicamos apenas com um olhar, aquela garota era inesquecível, ela era única, diferente, perfeita. Ela jogou os braços pro alto, e balançou a cabeça de um lado pro outro no ritmo da música. Eu estava hipnotizado, eu a queria, só pra mim. Sem pensar mais a puxei ferozmente pra perto, colei nossos lábios, um beijo diferente, delicado, puro, único, foi só um selinho no primeiro instante, mais aos poucos já se transformou em um de língua, mas sem malícia alguma, estávamos acima das nuvens, estávamos voando.