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História Aniquila-me - Fraco


Escrita por: Gessikk

Notas do Autor


Olá, lindinhos! Como estão?
Antes do capítulo, quero agradecer, pela milésima vez, por cada comentário, cada favorito, acompanhamento, recomendação, porque sério, não tenho duvidas que tenho os melhores leitores do mundo!!
Agora que Teen Wolf entrou no terrível hiatus, nada melhor do que se consolar com as fanfics, certo? Assim a gente não morre de saudades da série!
Então, boa leitura!

Capítulo 28 - Fraco


Nunca, na minha vida, dormi tão bem. Nem mesmo antes do inferno, nem antes de descobrir o mundo sobrenatural. Nunca me senti tão confortável, tão convicta que estava no lugar certo, abraçando o garoto certo.

As sensações que a pele quente provocava em mim, podia se resumir na sensação de me sentir completa, preenchida. Nossos corpos se encaixavam naturalmente, como se nossos troncos fossem feitos para se fundir, como se nossas pernas e braços fossem moldados para se entrelaçarem.

Cada músculo do meu corpo se derretia e por mais que estivéssemos próximos, a cada instante eu lutava para me aproximar mais, apertava meus braços contra seu corpo, até ele ficar completamente encolhido, grudado em mim, a cabeça descansando em minha clavícula, os lábios próximos do meu pescoço, respirando fundo, me causando arrepios.

Quando acordei, sonolenta, Stiles ainda dormia. Ele estava deitado de bruços, com um braço jogado por cima da minha barriga, sua mão apertava inconscientemente minha cintura.

Sorri, feliz por continuarmos bem próximos um do outro, mesmo depois de mudarmos de posição enquanto dormíamos. Ele fazia um biquinho engraçado e o rosto estava completamente esmagado no travesseiro. Aquela visão era tão adorável, que não tive coragem de acorda-lo, fiquei apenas o observando em completo silencio.

Ele acordou bem depois, mas eu continuava entretida com seu rosto, sentindo vontade de rir. Stiles abriu os olhos em um rompante, me encarou confuso, levantou a cabeça, coçou os olhos e aumentou ainda mais um bico em seus lábios finos.

Foi automático, quando percebi já soltava uma risadinha e me inclinava em sua direção. Colei minha boca no biquinho que ele fazia, de um jeito que nós demos um selinho quase infantil.

Os olhos já arregalados, quase saltaram do rosto e sua expressão de surpresa ficou ainda mais engraçada.

— Agora você vai me beijar sempre? — Foi a primeira pergunta dele, com a voz rouca, mais grave que o normal por ter acabado de acordar.

— Por quê? Você se incomoda com isso? — Murmurei com um misto de insegurança e provocação.

— Não. Não, não. Por Deus, não! — A resposta saiu meio desesperada, ele falou rápido, se enrolando e balançando a cabeça. — Na verdade eu acho que a gente está beijando pouco, se eu pudesse passaria literalmente o dia inteiro provando sua boca.

Percebi que ele falou por impulso, quando me olhou nervoso, como se perguntasse a si mesmo se tinha falado besteira. Sorri abertamente e passei os dedos por seu rosto, apertando os dedos contra suas pintinhas.

— Então por que você nunca me beija?

Ele engoliu em seco, afundando a cabeça no travesseiro e desviando o olhar. Eu sabia que estava sendo injusta, afinal, só tínhamos nos beijado de verdade, três vezes, mas tinha curiosidade em saber o porquê ele não tomava iniciativa e ansiava para que tivesse coragem de me beijar.

— Eu, hum, não tem como saber se você vai querer ou s-se não vou assusta-la ou s-se.... — Ele gaguejou, nervoso, sem conseguir terminar a própria frase, olhando para o teto e para baixo.

— Stiles, eu não tenho medo de você, sei que jamais me machucaria, que jamais faria algo contra a minha vontade. — Ele me olhou intensamente, os olhos avelãs perfurando os meus. — E eu quero muito que você me beije. — Acrescentei baixinho, aproximando meu rosto do seu, com as mãos ainda em sua bochecha. — Quero tanto, que não vou beijar você até que tenha coragem de tomar a iniciativa.

— O que? — Ele sussurrou muito baixo.

Sorri, beijei a ponta de seu nariz arrebitado, esfreguei os lábios contra as maçãs de seu rosto e me afastei, me arrastando para a ponta oposta da cama.

— Quero ver por quanto tempo vai ficar tão tímido. — Como que para afrontar minhas palavras, as bochechas do humano ficaram completamente vermelhas, ao mesmo tempo que assumiu uma expressão contrariada.

— Eu não acredito nisso. — Foi o que ele murmurou.

Sorri ainda mais, satisfeita.

***

Se passaram duas semanas e a boca de Stiles nem chegou perto da minha. Eu já sabia que ele é inseguro com garotas, mas depois de eu dizer claramente que queria que ele me beijasse, não imaginava que continuaria tímido ao ponto de nem selar nossos lábios, mesmo comigo fazendo o máximo para lhe dar oportunidades, deixando nossos rostos próximos, o beijando perto da boca.

Foi assim que percebi que foi uma péssima ideia falar que não ia beija-lo até que ele tomasse a iniciativa, pois começava a temer que ele nunca tivesse coragem o suficiente para isso.

Eu pedi para dormir novamente com ele, por três noites e depois, parei de pedir, tomando a liberdade, de todos os dias, ir direto para sua cama, me envolvendo com os lençóis que tinham o seu cheiro impregnando. Assim, tive o primeiro dia, seguido das primeiras semanas, que depois do inferno, não tive nenhum pesadelo.

Os braços magrelos com pintinhas, pareciam ser a solução para noites de sonos profundos. Não existia nenhum tipo de medo, nenhum pesadelo, quando estava entrelaçada com o seu corpo.

Acordei sozinha naquele dia, abri meus olhos e tinha apenas o vazio ao meu lado.

Levantei sonolenta, incomodada com a falta de Stiles, pois fazia com que meu corpo parecesse frio e rígido demais. Cambaleei até a sala e foi ali, que tive uma visão torturante.

Stiles estava sentado no sofá com as pernas cruzadas, passando, desesperadamente, as mãos pelo rosto, com o notebook apoiando no colo. Ele chorava.

— Stiles?

O humano não olhou para mim, um soluço dolorido escapou de sua boca e ele permaneceu ali, tentando enxugar as várias lágrimas que já inundavam sua blusa. Meu coração se apertou com aquela cena, o choro dele era silencioso e dolorido, o rosto estava vermelho e percebia que tentava esconder o rosto de mim.

Fui rápido até o sofá, sentei ao seu lado e por instinto, o abracei, desajeitava. Pensei que ele fosse tentar se afastar de mim, mas em vez disso, afundou o rosto no meu ombro e chorou mais, passando os braços em volta da minha cintura.

— O que foi, Stiles? O que aconteceu?

O garoto negou com a cabeça, sem responder. Apertei ele com mais firmeza e permanecemos daquele jeito por vários minutos, com Stiles chorando desesperadamente.

Sentia vontade de chorar também, agoniada com a sua dor e só entendi que o motivo daquele choro era eu, quando finalmente olhei para a tela do computador. Tinha várias páginas abertas na internet e a que estava na tela, mostrava várias mulheres gritando, com furos na cabeça, corpos cortados, repletas de sangue.

— O que é isso? — Murmurei trêmula, sendo preenchida por lembranças sombrias.

Ele falou algo que não consegui entender. Segurei seu rosto com as mãos e o obriguei a olhar para mim, seus olhos estavam torturados.

— Como você pode suportar viver comigo? Eu não consigo nem me perdoar. — A voz dele era uma súplica baixa, a expressão devastada. — Eles fizeram essas coisas com você, não foi?

Olhei novamente para o computador, minhas mãos tremiam quando cliquei para ver as outras pesquisas de Stiles. Eram milhares de fotos de atrocidades, todas em mulheres que gritavam e choravam, outras Banshees.

— Por que você está vendo essas coisas? — Não aguentei, quando percebi, lágrimas já caiam de meus próprios olhos, sentia o pânico surgir em mim.

— Você ainda não me diz quais procedimentos faziam em você, eu precisava saber.

Aquelas palavras, em meio ao choro torturado, causaram um efeito inesperado em mim. Eu senti raiva, fui dominada por ódio.

Soltei o garoto, me afastando do seu corpo.

Ele sempre insistia que eu falasse o que aconteceu comigo e eu tinha melhorado, já conseguia dizer algumas coisas, me expor um pouco mais, mas por que ele tinha a necessidade de saber de tudo? Por que ele queria me obrigar a lembrar de cada detalhe que aconteceu comigo? E ainda pesquisava sobre isso, como se tivesse a necessidade de saber sobre cada atrocidade, não satisfeito com as vezes que eu chorava, contando um pouco do meu sofrimento.

— Por quê? Por que, Stiles? — Falei alto, fechando as mãos em punho. — O que você quer que eu diga? O que eu preciso falar? Você tem algum desejo doentio que eu fale sobre o que eu passei?

Ele tremeu quando minha voz aumentou consideravelmente, os olhos castanhos se fixaram no meu rosto.

— Você quer ouvir o que aconteceu comigo, né? — Gritei aquela frase, sentindo meu quente e trêmulo. — Eu fui estuprada várias vezes e você sabe disso! Você já sabe que eu ficava sem comer, nua, que injetavam remédios em mim, que me drogaram, abriram meu corpo! O que mais você pode querer ouvir? —Perdi meu autocontrole, chorando, ficando de pé. — O doutor não me dava anestesia para saber o quanto de dor eu conseguia suportar! Quebrava os ossos da minha perna várias vezes, para testar se eu tenho algum tipo de dom de cura! Cortava minha garganta e me obrigava a gritar, Merlyn cuspia em mim, assistia enquanto eu gritava, rindo e me xingando! Kevin me espancava diversas vezes, quanto mais eu tentava lutar, mais tempo ele ficava por cima de mim, me tocando, se enfiando dentro de mim! É isso que você quer ouvir?

Só percebi que minha última frase saiu alta demais, quando vi o sangue espesso escorrer das orelhas de Stiles.

Não cedi, continuei de pé com as mãos em punho, sentindo meu corpo tremer, encarando o garoto que não parava de chorar por nenhum segundo.

— Por que isso importa? Por que você não me deixa fingir por um instante que nada disso aconteceu?

— Porque eles querem você de volta, Lydia. Eles estão procurando você. — Só nesse momento que Stiles desviou o olhar, encarando o chão, passando as mãos por onde o sangue escorreu. — E e-eu não sei o que fazer, não sei como proteger você.

Toda a raiva que se debatia dentro de mim, desapareceu. Senti meus olhos se arregalando, toda a força se esvaiu, meu corpo cedeu e só não desabei no chão, porque as mãos de Stiles me sustentaram e me puxaram de volta para o sofá.

— E-eu estou tentando descobrir o porquê disso, preciso saber o que fizeram com você para tentar entender qual o objetivo final disso. — Eu fiquei instantaneamente absorta, como se estivesse fora do meu corpo, sem conseguir raciocinar. — Mas eu só consigo pensar que já fizeram isso com você, que eu já permiti que você fosse torturada, violentada e que a culpa é minha! Eu não sou capaz de proteger ninguém. — Não tinha coragem de encara-lo, suas palavras me feriam ainda mais. — Eu não consigo proteger você, Lydia. Eu não consigo ajudar ninguém, mas não posso permitir que a levem, de novo não! Eu não posso ficar sem você, não posso deixar que a levem de mim!

Quando o encarei, fraca demais para ter alguma reação, me deparei com os olhos que me analisavam.

— Desculpa, Lydia, me perdoa. Nem eu consigo me perdoar, mas por favor, me perdoa por ter permitido isso, me perdoa por ser tão fraco, por querer continuar humano quando assim não sou capaz nem de defender a mim mesmo, me perdoa. — Ele falou abaixando o olhar e eu, só fui capaz de segurar sua mão. — Não importa o que eu tenha que fazer, não importa como, mas eu prometo que você não vai voltar para aquele lugar e nunca mais, nenhum homem, vai encostar em você dessa forma. E-eu vou arrumar um jeito, eu prometo, Lydia, e-eu...

— Stiles, no momento que você chegou naquela cela, que tirou Kevin de cima de mim e me olhou pela primeira vez, eu o perdoei. — Sussurrei, fraca, me sentindo frágil, com medo. — Nada disso é culpa sua, você me salvou, Stiles, você sempre foi capaz de cuidar de mim e todo dia que estou aqui com você, todo dia que você me abraça, dorme comigo, segura minha mão, você me salva novamente, salva minha sanidade, me salva de mim mesma.

Ele abriu a boca como se fosse falar, mas nenhum som saiu. Apesar do pavor que travava meus músculos, as palavras continuaram saltando de minha garganta.

— Você não sabe o quanto demorou para o doutor fazer com que eu sentisse raiva de você, de todos vocês. — Murmurei, suspirando. — Sabe por que eu queria matar você? Por que eu queria matar todos da alcateia? Porque o doutor não foi capaz de me fazer odiá-los, ele me torturava e dizia que a culpa de vocês. Ele me contava que a culpa era do Scott que orientou que me prendessem, que era você que mandava que ele batesse em mim, que Malia pedia para me deixar sem comer, que Kira disse que eu não merecia ter roupas e que Liam falava para me deixaram sozinha, mas eu não conseguia odiá-los, eu continuava amando cada um e isso que me fez ter raiva, isso que me fez ter vontade de mata-los, porque eu amava e confiava em cada um de vocês.

— E ele fez você que acreditar que por nossa culpa que você era machucada. — Ele completou minha frase, a respiração acelerada.

— Mas você me fez ver a verdade, Stiles. Eu achei que você estivesse diferente, que fosse me bater, que fosse me violentar, que quisesse morar comigo para brincar comigo, com meus sentimentos, com meu corpo. — Ele apertou a minha mão com cuidado, acariciando minha palma com o polegar. — Parecia mais fácil acreditar nisso, do que acreditar que você me trataria como uma princesa, do que acreditar que você continuava sendo o mesmo Stiles, que sempre foi bom de mais para mim, que eu nunca mereci.

E quando terminei de falar, não tínhamos mais o que dizer, me sentia fraca, não queria acreditar que o doutor estava atrás de mim, não queria que Stiles me explicasse isso. Ele parecia perceber isso, pois apenas entrelaçou nossos dedos e ficou em silêncio, me encarando.

— Eu amo você. — Sussurrou baixo, daquele jeito que eu não conseguia duvidar.

— Eu confio em você, Stiles. Você não é fraco, não é incapaz, você sempre me protegeu sendo assim, humano e sei que vai continuar fazendo isso, que vai continuar me salvando de tudo e me mantendo sã todos os dias. — Respondi na mesma voz baixa e apesar da situação, ele foi capaz de sorrir. — E eu também amo você.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Nesse capítulo podemos ver a Lydia começando a cuidar emocionalmente do Stiles, apesar do descontrole de raiva, mostrar que apesar de estar muitooo melhor, ainda não está 100% boa!
Relaxem, que apesar de agora a Lydia saber que estão procurando por ela, ainda teremos muitos momentos fofos desses dois e que o relacionamento deles ainda vai ser bem explorado!
Obs- Eu não imaginava que essa fic ficaria tão grande...mas já perceberem que já estamos no capítulo 28 e agora que eles estão começando a ficar juntos? Hahahah...fazer o que, é para não perder o costume de fazer o pessoal Stydia sofrer!
Beijinhos!!


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