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História Aniquila-me - Raiva


Escrita por: Gessikk

Notas do Autor


Tudo bem com vocês?? Sim, mais um capítulo novo! Afinal, como eu já tinha prometido antes, estou completamente concentrada em Aniquila-me para tentar acabar ainda esse ano e focar em outras fics!
Confesso, eu achava que já teria acabado a fic no capítulo 46...mas aqui estou eu kkkkkk essa reta final está sendo bem maior do que eu pensava. Tenho muitas coisas para explicar, para dar um encerramento a fic... e preciso mostrar aqui, o desenvolvimento final da Lydia!
Então, sinceramente, não sei quantos capítulos nós ainda temos. Mas fiquem tranquilos que quando estiver bem próximo do fim, eu vou avisar.
Boa leitura!

Capítulo 47 - Raiva


— Lembra de mim? Lembra da vadia? — Usei o palavrão lembrando de quando aquela palavra era usada repetidas vezes para se referir a mim. — Agora a vadia voltou e quer encontrar uma pessoa. Se você não me ajudar, eu vou matá-lo! Entende o que eu estou dizendo?

— S-sim.

— Fale mais alto! — Rosnei contra a nuca asquerosa. Deixei meus dentes tocarem na pele do homem encurralado.

— Sim!

— Ótimo. Agora você vai me dizer onde está Scott McCall.

— E-eu...

— Se você falar que não sabe onde ele está, sua língua não vai ter mais utilidade! — O ódio fez com que as palavras saíssem sem dificuldade. — Quer que eu arranque sua língua?

— Você não teria coragem.

Rosnei e segurei nos braços de um dos funcionários da Eichen que mais batia em mim na época que passei presa. O virei de frente para mim e encarei os olhos azuis irritantes, tendo a consciência de que mais uma vez, meus olhos estavam negros e opacos.

Ergui o joelho e com força, atingi o estomago do homem. Ele arquejou de dor e tentou encolher o corpo, porém eu não deixei. Minhas mãos em seus braços o mantinham encurralado na parede, imobilizado. Observei ele ficar sem ar por causa da joelhada. Esperei que voltasse a respirar e então, mais uma vez, atingi o joelho no mesmo ponto.

— Acha mesmo que eu não teria coragem? — As palavras ríspidas enchiam minha língua com um sabor amargo. Eu quase desejava que o homem não fosse útil para mim, para que eu pudesse realmente arrancar a língua de sua boca. — Você me espancava, me torturava! — Voltei a aproximar meu rosto do dele e abaixei minha voz até um sussurro. — Acha que eu esqueci quando ameaçou cortar meus mamilos? Acha que eu não lembro da forma que você cortava meu corpo?

— Eu não tenho medo da queridinha do doutor! — Mesmo com o rosto do homem já manchado por roxo dos meus socos, ele ainda era capaz de me responder daquela forma. — Não tenho medo da puta do Kevin!

— Devia ter. — Foi minha única resposta antes de permitir que o descontrole me tomasse.

Deixei o fogo do ódio subir por mim e queimar minha sanidade. Eu podia ter me recuperado, podia estar melhor, mas jamais seria a mesma Lydia de antes da Eichen House. Aquela Lydia já tinha morrido em muitos aspectos.

Aquela antiga eu, não mataria daquela forma. Aquela Lydia não torturaria, não teria tanta coragem ou tanto ódio. Mas depois de ter experimentado o inferno, depois de ter sido liberta e presa novamente, não existia mais nada que eu não fosse capaz de fazer.

A vida de Stiles dependia de mim. A vida de Scott dependia de mim. Malia e Liam precisavam da minha ajuda, precisavam que eu usasse meus poderes, meus traumas, meus medos, para nos livrar daquele lugar. E eu ia protegê-los, não ia permitir que ninguém mais enfrentasse o que eu passei.

Aproveitei o momento horrendo que estava vivendo para descarregar todos os sentimentos e frustração que não fui capaz de despejar nem mesmo com o Stiles. Ele não merecia saber a profundidade dos meus traumas, nem do que eu passei.

Ali, no lugar em que eu estava e no estado que me encontrava, não tinha mais motivo para me controlar, para prender dentro de mim tudo o que eu sentia e tudo que já tinha acontecido comigo.

Por isso, com meu corpo já sujo pelo sangue dos outros, com o ódio fazendo meu corpo tremer e com os olhos negros, forcei uma mão nas bochechas do homem miserável. Daquela forma, obriguei que ele abrisse a boca.

Sorri sem nenhum tipo de escrúpulo. Fixei o olhar naqueles olhos azuis e com a outra mão, segurei na língua dele. Senti a carne mole em meus dedos e sem deixar a consciência dos meus atos pesar sobre mim, forcei a mão com uma força concedida pelo sobrenatural.

Foquei nos olhos azuis repletos de dor, senti a língua tentar se mover contra meu aperto. Os braços do homem me agarram e tentaram inutilmente me mover do lugar. Mas eu era mais forte, muito mais. Continuei puxando aquele pedaço da carne vendo o sangue inundar o rosto dele e atingir o meu.

Arranquei a língua para fora do corpo e não olhei para aquilo. Apenas larguei no chão e me afastei do homem em plena agonia. O vi despencar contra o cimento irregular e permiti que meus olhos descessem pela cena que eu não vou descrever.

— Você devia ter falado onde o Scott está. — Murmurei baixo. Não sentia nem um resquício de compaixão pelo homem. Tudo que eu sentia era raiva, nada mais.

Depois de ver o que Stiles foi capaz de fazer com o Kevin, depois de ver aquele demônio preso como um animal nas correntes, eu perdi o medo das pessoas daquele lugar. Meu pavor era apenas pela vida de Stiles e de Scott, mas ainda assim, fui capaz de canalizar esse temor através da raiva.

Abandonei o homem que perdia uma quantidade alarmante de sangue e corri pelo corredor silencioso. Só estava naquele completo silencio porque eu derrubei os quatro homens que antes, andavam por ali.

Não tinha noção do tempo desde que sai da cela com Liam, Malia e um Stiles inconsciente. No entanto, sabia exatamente o que fiz durante aquele tempo. Quebrei nove braços, dezesseis pernas, matei quatro homens e uma mulher. Aquela era a primeira língua que eu arrancava.

Corri com as pernas repletas de tensão e virei o corredor enquanto meus olhos percorriam os lugares que eu já tinha passado. O inferno parecia um imenso labirinto que não tinha fim. Era enorme!

Assim que cheguei no ponto de encontro, uma cela ainda menor do que a minha, Liam rosnou para mim. Parei por poucos segundos e no instante que ele reconheceu que era eu, relaxou o corpo e seus olhos voltaram ao tom normal.

— Como ele está? — Perguntei entrando no pequeno lugar.

— Acordou, mas... — A voz de Liam falhou enquanto eu observava Stiles. — Eu continuo tirando a dor dele, estou tentando aliviar.

Stiles estava estendido no chão. A cabeça apoiada no casaco que antes, Liam usava. Os olhos arregalados e repletos de consciência me encaravam com desespero, todo seu corpo estava ferido.

Ajoelhei na frente do corpo caído e passei a mão pelo rosto de Stiles. A pele dele estava fria, no entanto, encharcada de suor. Liam segurava uma de suas mãos trêmulas e eu via o esforço que o beta fazia enquanto puxava a dor de Stiles, fazendo com que veias negras saltassem de seus braços.

— Estou tentando achar o Scott. — Disse trêmula, grata por Stiles estar aguentando o suficiente para continuar vivo.

— S-sangue. — Stiles tossiu com o esforço para dizer aquela única palavra. Percebi a preocupação de seus olhos sobre mim.

— Esse sangue não é meu, eu estou bem. — Agoniada, vi os olhos de Stiles se fecharem bruscamente. Ele desmaiou. — Liam! E-ele...

— Ele desmaia toda hora. — Liam respondeu com dificuldade.

Olhei para o Dunbar e notei pela primeira vez sua expressão de dor e o rosto pálido. Ele não suportava mais sugar aquilo de Stiles e mesmo assim, sua mão apertava a de Stiles com muita força e determinação. Liam sabia que era aquilo que fazia com que meu namorado estivesse sobrevivendo.

No momento que Liam e Malia chegaram, nós saímos da minha cela, abandonando Kevin acorrentado. Em poucos minutos de discussão enquanto corríamos, com Liam carregando Stiles, chegamos à conclusão de que Malia lutava melhor o Dunbar.

Por isso, Liam ficou responsabilizado de cuidar de Stiles dentro de uma nova cela que nós achamos. Ele o mantinha vivo e o protegia de possíveis pessoas que fossem o atacar. Enquanto isso, eu e Malia nos dividimos indo para lados opostos da Eichen para tentar achar Scott. Isso incluía termos que atacar toda pessoa que representasse perigo ou que pudesse dizer onde o McCall estava.

— Você precisa continuar lutando. — Sussurrei para Stiles no momento em que eu finalmente vi o enorme lobisomem caído ao lado de Liam. — Ele tentou atacar vocês? — Perguntei analisando o corpo.

— Eu precisei matá-lo. — Notei como a voz de Liam tremeu ao dizer aquilo. O encarei e percebi a juventude e horror nos olhos claros. Ele era novo demais, inocente demais. Não tinha enfrentado o que eu enfrentei para conseguir matar sem sentir culpa. — E-ele queria pegar o Stiles e.…

— Liam, você salvou a vida do Stiles. — Disse com força, erguendo uma mão suja de sangue para agarrar um de seus braços. — Se não fosse por você, ele já teria morrido e eu juro que seria capaz de cometer suicídio se o perdesse. — Mesmo com o rosto cansado, vi a surpresa atingir o rosto de Liam. — Você está salvando a minha vida também enquanto cuida dele.

Eu não sabia como tinha aquela força. Não sabia como tinha aquela coragem. Parecia ter se passado uma eternidade desde o momento em que fui covarde, vendo Stiles apanhar. Depois daquilo, eu tinha a segurança de que era capaz de destruir todo aquele lugar.

Com Stiles quase morrendo, com meus amigos correndo risco para nos ajudar, com Scott sumido, eu percebi que era capaz. Antes eu achava que dependia de Stiles para conseguir me manter de pé, porém eu percebi que não.

O que Stiles fez por mim foi muito além de ser uma bengala para que eu me apoiasse. Ele não fez somente com que eu voltasse a me amar, não fez somente com que eu parasse de ter alucinações ou que perdesse o medo de sexo e aprendesse a ser amada.

Mesmo sem que eu tivesse percebido antes, ele fez com que eu me tornasse independe como nunca fui. Nem antes do inferno. Eu agia como se precisasse depender de popularidade e esconder minha inteligência, como se dependesse do relacionamento ruim com Jackson, como se precisasse ter minhas distrações masculinas para ficar bem e até mesmo, como se dependesse toda minha vida aos meus amigos para que me ajudassem nos problemas de banshee.

Só depois de ter passado por tanta coisa, percebi que Stiles sempre lutou para que eu acreditasse em mim mesma ao ponto de alcançar essa força, essa independência. Ele me mostrou que eu podia enfrentar os problemas sozinha. Mostrou que eu era forte e corajosa o suficiente.

Eu não vivia sem ele. Mas não por fraqueza e sim por ter me apaixonado como nunca antes e por ter escolhido me entregar ao amor que eu jamais poderia me desfazer.

Não era dependente de Stiles por não saber ficar sem ele. Eu poderia suportar viver sem ele, porém essa possibilidade era tão tenebrosa, que eu preferia morrer do que viver sem o garoto que jamais me abandonou.

— Lydia! Onde é a sala do doutor? — A voz afobada e repentina de Malia fez com que eu virasse o corpo na direção da porta.

A Hale tinha surgido do nada. Estava suja de sangue, quase tanto como eu e uma ferida ainda se cicatrizava em sua perna. Em seu rosto exibia dentes afiados e olhos azuis animalescos.

— Eu acho que sei chegar até lá. — Respondi incerta, tentando lembrar do exato caminho que me levava a sala onde os experimentos e a maior parte da tortura acontecia.

— Nós precisamos encontrar agora! Um homem disse que estavam levando Scott para a sala desse doutor.

— Você tem certeza que ele falou a verdade? — Engoli em seco ao perguntar, rezando para que Scott não tivesse as mesmas experiências que eu.

— Tenho! Eu estava rasgando o pescoço do guarda com meus dentes quando ele respondeu sobre o Scott.

Fiquei de pé e encarei Stiles por uma última vez. Suas pálpebras se moviam, ele estava voltando a consciência. Desviei o olhar para Liam que parecia prestes a desmaiar, mas não fazia menção de largar a mão do meu namorado.

— Liam, se você ficar fraco demais, não vai conseguir protegê-lo. — Falei a contragosto, mesmo me destruindo ter que sugerir que Liam deixasse Stiles voltar a sentir dor.  

— Stiles não vai suportar essa dor, não sozinho. Se eu ficar um pouco mais, acho que ele vai conseguir sair daqui andando. — Estreitei os olhos, duvidando da palavra de Liam. — Só mais um pouco, para o bem dele.

Concordei com a cabeça e encarei Malia. Ela estava tão furiosa quanto eu. Podia distinguir a determinação e a força enlouquecida que se agitava nela. Se separadas nós tínhamos feito um grande estrago no inferno, eu sabia que juntas íamos fazer algo ainda maior.

— Nós vamos destruir esse lugar e pegar o Scott! — Disse já saindo da cela, abandonando Stiles com um Liam muito fraco. Eu não tinha outra escolha.

A resposta de Malia foi um rosnado violento de concordância. 


Notas Finais


Sinceramente, eu não estou confiante em relação a vocês. Estou com medo de não estarem gostando desses últimos capítulos, mas estou fazendo o melhor que eu posso e como eu tinha imaginado... Com algumas mudanças que eu não tinha previsto.
Como eu disse nas notas iniciais, estou escrevendo mais do que eu esperava nesse final. Mas isso é bom para conseguir deixar tudo da fic encaixado e com uma boa conclusão. Estou me esforçando bastante para isso!
Se vocês pensavam que a evolução da Lydia tinha acabado, creio que perceberem nesse capítulo que se enganaram. Nossa Martin poderosa continua amadurecendo, mudando tanto para coisas boas e ruins.
Mesmo nessa situação horrível... esses últimos acontecimentos foram essenciais para que ela possa finalmente, por um ponto final em tudo que aconteceu na Eichen.
Por causa das mudanças da Lydia, que eu voltei a narrar com o ponto visto dela (como sempre acontecia no inicio da fic) e focando realmente nela, até porque o Stiles não está com condições para fazer muita coisa...
Preparados para o doutor?
Preparados para ver mais da Void Lydia?
Estou ansiosa para escrever cada palavra que está por vir!


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