História Anjo Caído - Capítulo Extra 3

Pov´s May

Diante de inúmeros edifícios espalhados em Tokyo, ou das milhares de pessoas se locomovendo pelas ruas com vários comércios de todos os tipos. Aquela noite era agitada, com poucas nuvens no céu notava-se a lua iluminando as partes com menos claridade (que eram poucas),  conversas banais se espalhavam pelo local e eu apenas observava de longe, de um terraço num prédio do meu colégio, sem dar muita importância as coisas ao meu redor.

Meu primeiro dia aqui e já arrumo confusão, pois é... Vou ficar só um ano, logo estarei no céu e assim vou estar onde nunca deveria ter saído, mas, enfim, vai demorar um pouco.

Tinha um banco de ferro com dois lugares com um encosto que parecia ser confortável, então fui lá me sentar.

Me arrepiei um pouco ao sentir o gélido do banco, aquela noite estava fria e com uma brisa meio forte, que faziam meus cabelos voarem em direção ao sul (que ficava na minha esquerda), mas eu não sentia nem um pouco de frio.

--Não vai voltar para classe? - essa voz... Eu conheço essa voz!

Ela vinha da direção da porta do terraço, por isso me virei para ver se minhas hipóteses estavam certas.... E estavam.

--Subaru... - ele estava encostado na parede, do lado da porta, com as mãos nos bolsos e me fitando. - O que faz aqui? - perguntei, encarando aqueles olhos incrivelmente atraentes.

--Eu perguntei primeiro. - ele estava sério, assim como nas ultimas vezes que o vi. Sempre estava sério.

--Foda-se, eu perguntei em segundo. - provoquei.

--Tsc... Você é bem irritante, sabia? - falou ele, desencostando da parede e indo parar em frente a grade de proteção, para encarar a bela vista do alto do terraço. O banco em que eu estava ficava meio distante de onde ele se encontrava.

--Não é o primeiro que me diz isso. - dei de ombros. - E você também não é lá a pessoa mais divertida do mundo. - então ele me encarou, sério. 

A brisa que antes era fraca, agora ficou um pouco mais forte, fazendo os lindos cabelos de Subaru voarem na direção do vento. O que deixou ele extremamente sexy.

--Mas, respondendo sua pergunta, não vou pra classe porque fui expulsa e você sabe o motivo. - disse sem dar muita importância pro assunto. - E você, por que não ta na classe?

--Você não é a única pessoa que se envolve em brigas nesse colégio. - deu de ombros, voltando a olhar na direção de antes.

--Hum... Por acaso tirou sangue do infelizardo? Porque eu tirei. - sorri ao lembrar da bela visão daquela vagabunda (conhecida como Hana) desmaiada na mesa e ainda com o nariz sangrando. Me pergunto como ela deve estar agora...

Ele riu pelo nariz.

--Me seguraram antes disso acontecer, sorte a dele.

Me levantei do banco e fui até ao lado de Subaru, nem eu e nem ele nos encaramos em nenhum momento.

--Então... Pretende ficar aqui? - perguntei, sondando um cachorrinho que procurava comida numa lata de lixo no prédio à frente de onde eu e Subaru estávamos.

--Sim.

--Você gosta de ficar no terraço?

--Sim.

--Você gosta de ficar sozinho?

--Sim.

--Vai ficar me respondendo só nas monossilabas mesmo?

--Sim.

--Você é gay?

--Sim... NÃO! Não sou não. - comecei a rir sem parar. - Filha da puta. - ele logo riu comigo.

E ficamos rindo durante um tempo.

--Quer que eu pare de falar? - perguntei, fitando seus olhos.

--Não. 

--Por que?

--Gosto de ouvir sua voz. - deu de ombros.

Alguém chama o pessoal do guinness book, bati um novo recorde: a garota com a cara mais vermelha do mundo.

--Por que você faz isso comigo? - perguntei olhando pro nada. Ele me olhou confuso.

--O que?

Peguei sua mão e o arrastei com força até a parede do terraço. O prendi contra a parede e fiquei nas pontas dos pés para encara-lo melhor. O próprio ficou mais perdido que filho da puta em dia das mães, enquanto me olhava confuso. Pus minhas mãos no seu rosto e o fitei sem desviar.

--O que você tem pra me deixar assim? - perguntei séria.

--O que quer dizer com... - o interrompi.

--Calado, só eu falo! Eu mal te conheço e já fiquei mais vermelha que um pimentão só com 4 palavras saindo da sua boca. - disse rapidamente, Subaru ficou quieto e com a cara mais confusa do mundo.

Nossos rostos estavam próximos...

-Você tem olhos super atraentes, seu cabelo liso tampa metade do seu rosto, o que te deixa extremamente sexy, ainda mais quando bate um ventinho no seu rosto. Seu corpo parece que foi desenhado pelos deuses gregos de tão perfeito que é e ainda tem a sua pele branca que é a mais linda que já vi. Sem espinha, sem sardas, sem porra nenhuma! Qualé, você passa asepxia nessa porra ou oquê?

Agora estamos numa distancia perigosa.

--Você é um dos garotos mais lindos e gostosos que já vi durante esses dois anos que estive na Terra, mas não foi o único. - parei um pouco para respirar, falei tudo muito rápido.

Eu já parei de encarar seus olhos, aquela boquinha linda me atraia bem mais...

--Agora me responde, o que é que você tem de especial pra me deixar estranha desse jeito?! 

O mesmo não respondeu. Subaru ficou surpreso com a minha "confissão" para ele, então suas mãos encontraram meu rosto, o acariciando com o polegar devagarinho, enquanto me fitava sem desviar. Estava tendo uma competição entre sua boca e seus olhos, qual eu olhava mais. Estava rolando um clima bem estranho naquele momento: Eu estava com as mãos segurando seu rosto para encara-lo, ele me acariciava com o polegar enquanto me encarava, nossos rostos estavam com uma pequena distancia, até que...

--May! Você ainda ta aqui?! - Akemi... Tinha que ser. Ela gritou ainda sem entrar.

Nos separamos rapidamente, eu provavelmente estava corada e ele não estava diferente. Então aquela maldita apareceu adentrando no terraço.

--Ué... - ela disse, analisando o Subaru que por uma velocidade inexplicável estava no banco enquanto eu ficava encostada na parede. - Não sabia que estava acompanhada.

--O que você quer? - perguntei à fuzilando com o olhar.

--O carro está nos esperando, vamos?

Olhei para Subaru que me olhou de volta, então desviou o olhar para qualquer outro canto.

--Sim.