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História Anomalytale - uma estória baseada em Undertale e suas AUs - O possível alvo.


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 20 - O possível alvo.


No momento em que Rave, Gaster e outros agentes da ACPM deixaram a casa da família de Erik, ainda chovia pela cidade, porém não com a mesma intensidade do início da noite. Dado a hora e o mal tempo, o humano e o monstro no comando marcaram um encontro para discutirem o ocorrido pela tarde daquele dia que já havia começado.

Assim, Gaster se despediu de seus aliados e voltou para casa. Lá, o monstro seguiu diretamente para seu laboratório, onde deixou a amostra de sangue que pegou em análise dentro de um de seus dispositivos; após isso, Gaster deixou o local e voltou para a sua cama.

Retornando à central da ACPM, Rave ouviu os relatórios de seus funcionários que permanecerem monitorando toda a cidade e o escudo, para o alívio do líder da organização, mais nenhuma anomalia havia sido detectada. Então, antes de dispensar os maiores trabalhos naquele horário, Rave reuniu todos no saguão principal e ordenou que o assunto ocorrido naquela madrugada deveria ser mantido em segredo, até mesmo dos outros agentes da ACPM que chegariam apenas mais tarde, pelos turnos da manhã e da tarde.

Rave foi bastante rigoroso quanto a essa ordem, deixando claro que quem quer que a descumprisse, poderia ser demitido no mesmo instante.

Todos concordaram, alguns um pouco mais relutantes do que outros, e assim Rave pôde enfim descansar um pouco pelas horas que ainda lhe restavam, na central mesmo.

Horas mais tarde, após um tempo de descanso para cada, o momento de conversarem sobre os acontecimentos da madrugada passada chegou.

Rave e Gaster se encontraram em um dos laboratórios da ACPM, como de costume, e primeiramente repassaram as informações já sabidas e conhecidas, antes de partirem para o desenvolvimento de teorias.

- Não faz sentido aqueles Worms terem passado, sem alertar o escudo, pois mesmo abaixo da terra, a Defesa Mágica está presente e ativa, como na superfície. – Disse Rave, preocupado. – A única resposta que consigo pensar para isso, é a informação do Erik sobre os Worms estarem diferentes.

- Presença de olhos, aumento de poder e coloração roxa... É realmente a única opção aparente a se pensar, afinal, os Worms em si já não são tão conhecidos por nós, essa nova “variante” pode ter ainda mais propriedades peculiares, como atravessar o escudo de forma despercebida, por exemplo. – Disse Gaster, pensativo.

- O problema aí é como essa “variante” surgiu e por que? Droga, e por que isso aconteceu agora? Por que não antes? – Disse Rave, estalando a língua, levando uma de suas mãos até a cabeça. – Se tivéssemos mais dados sobre essas coisas...

Gaster olhou para a direção de Rave, era notável o cansaço e a preocupação estampados no rosto do humano, o monstro logo suspirou e arrumou um pouco seu sobretudo.

- Talvez possamos conseguir mais dados, eventualmente, se soubermos o alvo mais recente dos Worms. – Disse Gaster, chamando a atenção do humano.

- “Alvo”...? Sabemos que eles têm como alvo almas em geral, de Monstros e Humanos, isso nunca fez diferença para eles. – Disse Rave, intrigado. – Por outro lado, na madrugada, foi a primeira vez que vi um caso aparente de união de vários Worms em uma caçada só...

- Sim, podemos não saber as motivações dessas criaturas e o porquê de terem começado a agir dessa maneira agora, mas se nos focarmos em analisar o seu alvo melhor, talvez possamos descobrir coisas mais interessantes. – Concordou Gaster.

- ...E o alvo, aparentemente, é o filho do Isaak e da Maia, Erik... – Disse Rave, após alguns segundos em silêncio. – Cientificamente falando, eu posso entender isso, afinal, a alma do Erik é única entre nós, Humanos, até mesmo não totalmente conhecida por nós. Mas se fosse assim, os Worms teriam o atacado há muito tempo...

- Que eu saiba, ele já foi alvo dessas criaturas antes. – Disse Gaster.

- Sim, mas aquela vez foi um acidente e os Worms eram exatamente iguais a todos que já vimos antes... E desde então, isso nunca se repetiu. Os Worms nunca foram tão longe, não assim, e apenas por uma alma, mesmo que seja especial? – Disse Rave, massageando seu pescoço. – Sem falar que o Asriel, perdão, o Rei dos Monstros, foi o primeiro ser a possuir uma alma com sete traços no nosso mundo... Se fosse pela alma apenas, ele também seria um alvo.

- Talvez os Worms tenham um nível de consciência que os permite diferenciar presas fácies de presas mais complicadas. – Comentou Gaster, levando seus braços para trás. – É mais fácil atacar uma criança com pouco treinamento, do que o Rei dos Monstros. Na minha concepção.

- Eu sei, talvez, mas...não sei... – Disse Rave, suspirando cansado. – Algo não parece certo nessa história, é como se faltasse algo importante...

Um breve silêncio se estabeleceu entre as duas partes, logo Gaster começou a andar pelo laboratório enquanto voltava a falar, chamando a atenção de Rave.

- Acredito que, a essa altura, você já deva ter pensado o mesmo que eu... Que os últimos acontecimentos estranhos devem ter algum tipo de relação. O misterioso ressoar de todas as almas, há três meses atrás, a invasão estranha do escudo mágico e agora o ataque surpresa dos Worms a uma residência comum, aparentemente.

- De fato, são coincidências demais com poucos intervalos de tempo acontecendo..., mas aonde quer chegar? – Disse Rave, curioso.

- Assim como você, também sinto que uma peça importante falta neste quebra-cabeças, mas essa peça não é algo que possamos encontrar baseado em nossos conhecimentos atuais e nem locais. – Continuou Gaster, agora aproximando-se de seu colega, sério. – Creio que um agente externo tenha ligação com todos esses últimos acontecimentos.

- Um agente externo...? Mas quem? Como chegou nessa conclusão? – Disse Rave, surpreso, mas confuso.

O monstro, então, retirou de dentro de seu sobretudo o pequeno frasco que continha uma mínima quantidade de amostra de sangue e o entregou nas mãos de Rave.

- Coletei isso no quarto do jovem Erik, quando o visitei mais cedo, em suas roupas de cama. – Disse Gaster, notando a confusão no olhar de seu amigo. – Depois que voltei para casa, coloquei a amostra em análise.

- Mas por que? Quero dizer, já fizemos diversos exames no Erik, o banco de dados dele aqui está completo com novos resultados anuais, e não detectamos nada de anormal nele além de sua alma, que também não apresenta nenhuma peculiaridade potencialmente hostil ou perigosa... – Disse Rave, observando o pequeno frasco, ainda confuso com o ponto de Gaster.

- Eu sei disso, eu mesmo realizei alguns desses exames no passado, se está lembrado. – Disse Gaster, recebendo um olhar de ainda mais confusão do humano. – Eu...apenas tive uma sensação e decidi fazer um teste, algo me parecia estranho.

- Certo...e então? Chegou há alguma conclusão nova? – Perguntou Rave, interessado, devolvendo o frasco para o monstro.

- Sim, surpreendente e ao mesmo tempo decepcionante. – Concordou Gaster, realizando um aceno positivo com sua cabeça. – O sangue em questão não pertence a Erik e nem a nenhum de seus familiares, porém minha máquina não foi capaz de identificar a quem pertencia afinal. Os dados foram inconclusivos, pois eram incompatíveis aos registros de qualquer monstro e humano que vive nesta região onde vivemos.

Rave não tinha palavras, ele não podia acreditar no que estava ouvindo, com isso, Gaster mexeu mais uma vez em seu sobretudo e retirou um pequeno envelope, entregando-o ao humano. Ali havia o papel com o resultado da análise da amostra e, como Gaster havia dito, os dados estavam como “inconclusivos”.

- Ma-Mas...isso... O que isso quer dizer!? – Disse Rave, nervoso.

- Que temos um intruso na cidade, ao que parece. – Disse Gaster, dando de ombros. – Como sabemos bem, os Worms se desintegram em fumaça quando são destruídos, eles não sangram, pois não tem organismos complexos e similares aos nossos. Porém, com a informação de uma nova variante, a amostra pode ser deles, afinal não há como provar.

- Mas o que você acha? – Perguntou Rave.

- ...Acredito que existe alguém desconhecido por todos entre nós, não um Worm, mas outra coisa, que é responsável, direta ou indiretamente, pelos recentes acontecimentos. – Disse Gaster, sinceramente. – Não tenho provas, é apenas minha opinião, baseada em um pressentimento.

- Oh não... Isso é extremamente preocupante... – Disse Rave.

- Acalme-se, precisamos analisar as coisas o mais tranquilamente e atentamente possível se quisermos descobrir a verdade. – Disse Gaster, voltando a entregar o frasco para Rave. – Gostaria que ficasse com isso por agora, os dispositivos da ACPM são mais completos que os de meu laboratório particular. Acredito que aqui, com uma outra análise, é possível tirar mais informações desse sangue.

- Claro, sim, sim! Farei uma análise pessoalmente disto o quanto antes! – Disse Rave, determinado. – Manterei contato com você e enviarei novos resultados assim que possível.

- Sim, obrigado. – Disse Gaster. – Imagino que, depois de noite passada, não esteja sendo fácil manter tudo em sigilo, mas ainda acho que deveríamos deixar as coisas assim. Especialmente com essa nova descoberta e com as poucas informações que temos.

- Sim... Tem sido difícil, mas eu concordo com a permanência do sigilo ainda, especialmente agora, pois a última coisa que quero é que as pessoas fiquem em pânico e que os políticos interfiram agora... – Disse Rave, sério. – Mas se as coisas saírem do controle, faremos como dissemos antes, sim?

- Contaremos tudo, se a situação exigir. Não se preocupe. – Concordou Gaster.

Após entrarem em acordo sobre o assunto principal, havia ainda uma questão em aberto.

- Se esse sangue foi encontrado no quarto de Erik, supondo que não pertence aos novos Worms, então seja lá o que está se escondendo por aí, estava na casa de sua família. – Disse Rave, observando o frasco da amostra mais uma vez. – Pensando nisso, quando chegamos lá, o rapaz parecia relutante em deixar o próprio quarto, para que pudéssemos revistar atrás de Worms...

- Ele está ciente de algo. – Disse Gaster, logo suspirando. – Por mais que deseje fazer perguntas a ele, acredito que agora não seja a melhor hora, especialmente sem saber a quem pertence essa amostra.

- Concordo, também não seria prudente relatar isso ao Isaak e a Maia, especialmente ao pai de Erik... Ele não encararia as coisas nada bem, isso é certo. – Disse Rave, pensativo. – Por hora, vou pedir para o meu pessoal monitorar o rapaz à distância.

- É uma boa medida provisória, saberemos algumas coisas mantendo os olhos nele, de uma forma ou de outra. – Disse Gaster, logo levando suas mãos até seu rosto. – Bom, acho que podemos encerrar essa discussão por aqui, com o que temos...

- Claro, não temos mais para onde ir em base de teorias... Está na hora de ir atrás de dados. – Disse Rave, concordando com um aceno de cabeça, logo sorrindo levemente. – Além do mais...estou cansado, essa noite e manhã parece que não passaram direito...

- Nem me diga... Mantenha-me informado, Rave, e boa sorte. – Disse Gaster, sorrindo levemente também.

- Igualmente, Gaster. 



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