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História Anomalytale - uma estória baseada em Undertale e suas AUs - Uma pista valiosa


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 41 - Uma pista valiosa


Erik e Kiara mantiveram-se juntos no quarto durante o restante da manhã, saindo apenas para o almoço com o chamado de Asgore, durante a refeição a jovem não disse muita coisa e comeu bem pouco, então voltou para seu quarto depois.

A sós, Erik decidiu explicar o acontecido na floresta para o seu aliado, que demonstrou bastante confusão e surpresa, especialmente ao ouvir sobre a estranha flor dourada.

- Aquilo era um Monstro ou outra coisa, grandão? Sabe dizer? – Perguntou Erik.

- Estranho... Ao mesmo tempo em que não me lembro de nenhum monstro flor, a descrição não me é estranha... – Disse Asgore, pensativo. – Mas ainda assim algo não faz sentido.

- O que? – Disse Erik, confuso.

- Bom, não sei, me perdoe, há há há... – Disse Asgore, rindo um pouco, sem graça. – Mas seja lá o que aquela flor é, parece viver na floresta, então sabemos que não é mais um lugar seguro para vocês dois, especialmente para a Kiara.

- É, isso é claro... O que é uma pena, a floresta era o lugar favorito dela. – Disse Erik, com um suspiro triste.

- Oh sim... Estou muito triste em saber também sobre o pai dela... – Disse Asgore, tristemente. – Que crueldade dessa vida, não é? Aquela menina já sofreu tanto, nos últimos dias estava feliz enfim, com uma pista nova sobre uma família...e então tudo isso foi tirado dela...

Erik se manteve calado, com os punhos cerrados, apenas conseguindo pensar o quão injusto aquela situação era.

- E o que a gente faz agora...? Eu estive pensando... – Disse Erik, preocupado. – Se o passado da Kiara for tão terrível quanto parece, se ele trouxer mais dor... Vale a pena ainda ir atrás dele? Eu não gostaria que ela se ferisse mais... Ela não merece isso.

Asgore suspirou e então sorriu para o rapaz.

- Você é bem gentil, Erik. – Disse Asgore. – Mas acho que isso é uma coisa que apenas a Kiara pode decidir... Falando como uma pessoa que possui um passado sombrio, posso afirmar que é inútil tentar escapar dele... Goste ou não, é parte da minha história, que envolveu outros além de mim, então mais cedo ou mais tarde tive que encará-lo para poder seguir em frente de cabeça erguida hoje.

Não era a resposta que Erik gostaria de ouvir, mas ele sabia que era a correta.

- E sobre o que fazer... Acho que devemos deixar essa pergunta para outro dia. – Continuou Asgore, suspirando. – Kiara precisa de um tempo e não podemos decidir nada sem ela, não é mesmo?

- Sim, tem razão... – Disse Erik, logo deixando a cadeira em que estava. – Vou voltar a ficar com ela, valeu pelo almoço, Asgore.

- Ah, antes de ir! – Disse o monstro, mexendo em algo dentro de seus bolsos, tirando uma pequena corrente dourada. – Leve isto para Kiara, eu notei que ela estava segurando o pingente do colar solto, então imaginei que deva ter perdido a corda.

Erik agradeceu e pegou a corrente, deixando a pequena sala de jantar e seguindo até o quarto de sua amiga; o rapaz ajudou a colocar o pingente preso a nova corrente, colocando de volta ao redor do pescoço de Kiara.

Por boa parte daquela tarde, os dois se mantiveram juntos novamente, calados, ouvindo apenas música enquanto Kiara ficava abraçada a Erik, que mesmo após a sua conversa com Asgore, tentava pensar no que poderiam fazer a seguir sobre a busca pelas memórias da jovem amiga.

Em certo momento, mais tarde, Asgore, que assistia televisão em sua sala, ouviu algumas batidas na porta, no andar de baixo; o monstro desligou o aparelho de televisão e desceu, ficando um pouco surpreso ao ver que era o pai de Erik, Isaak, que estava aguardando do outro lado da porta.

Destrancando a entrada, Asgore abriu a porta, encontrando o agente da ACPM bastante aborrecido, como de costume quando o assunto era conversar com qualquer monstro.

- Boa tarde, posso ajudá-lo? – Perguntou Asgore.

- Meu filho está aí escondido na sua casa, não está? – Disse Isaak, rispidamente.

- Perdão? – Disse Asgore, parecendo confuso.

- Ah, por favor, não tenho tempo para isso... O Erik está aí, não é? – Disse Isaak, impaciente. – Ele vivia fugindo para cá, quando era mais novo.

O olhar gentil de Asgore logo ficou mais sério, enquanto a expressão firme de Isaak manteve-se inalterada.

- Sim, o Erik está aqui. – Disse Asgore, sério. – Ele está bem e me pediu para ficar comigo por um tempo.

- Mas não vai mesmo. – Disse Isaak. – Ele fugiu de casa, no meio de um castigo, a mãe dele está preocupada além dos limites... Não vou deixar ele aqui assim, ainda mais por sua conta.

- É verdade que não estava muito ciente da situação, e lamento que sua família esteja passando por problemas, mas temo dizer que não é você quem decide o que o Erik faz ou não. – Disse Asgore. – Ele não é mais um garotinho, ele tem direito de tomar as suas próprias decisões.

- Você não tem direito de me dizer como eu devo ou não tratar meu filho! – Retrucou Isaak, aborrecido. – Mais do que ninguém, eu sei que ele é inconsequente e ainda mais incapaz de tomar decisões com cabeça fria e bom senso!

Isaak começou a se exaltar, enquanto Asgore continuava firme com suas palavras, tentando acalma-lo ao mesmo tempo que não o deixava passar da porta; no andar de cima, Kiara e Erik acabaram pegando no sono, mas as vozes mais altas chamaram a atenção dos dois jovens, especialmente da garota, por conta de suas orelhas mais aguçadas.

- O que tá acontecendo...? – Disse Kiara, se sentando na cama, sonolenta.

- Parece o Asgore falando com... – Disse Erik, da mesma forma, logo reconhecendo a outra voz. – Droga...

Erik se levantou rapidamente, deixando Kiara um pouco confusa, o rapaz disse para que ela permanecesse ali, então desceu rapidamente as escadas, encontrando Asgore parado diante da porta aberta da floricultura.

- O que tá acontecendo por aqui? – Disse Erik, se aproximando da saída, ficando ao lado de Asgore, vendo ele e seu pai pararem de discutir no mesmo instante.

- Desculpe se incomodei, jovem Erik, mas seu pai quer-

- Quero que venha comigo e agora, Erik. – Interrompeu Isaak, sério. – Essa sua fuga vai aumentar mais ainda o seu castigo, especialmente por deixar sua mãe mais triste e nervosa do que já estava!

- ...Foi mal, mas não vou voltar. – Disse Erik, sério. – Ao menos não por agora, eu preciso de um tempo.

- Como é...? Não estou pedindo, estou ordenando, Erik! – Disse Isaak, aborrecido.

- Eu não sou seu soldado, então não tenho obrigação de te obedecer. – Retrucou Erik.

Isaak estava muito irritado, tanto que ele fez menção de se aproximar do jovem para pega-lo a força, mas Asgore se colocou na frente imediatamente.

- Mesmo que ele seja seu filho, eu não ficarei alheio a tudo o que fizer com ele, especialmente dentro da minha casa. – Disse Asgore, firmemente. – Ele acabou de tomar a decisão dele, sugiro que volte para a sua casa e deixe-o comigo.

- Seu monstro desgraçado, como ousa...? – Disse Isaak, bastante irritado.

- Pai, olha... – Disse Erik, saindo de trás de Asgore, suspirando. – Eu não tô pronto para voltar para casa ainda, preciso de um tempo, mas isso não quer dizer que vou ficar aqui para sempre ou que vou abandonar minhas tarefas... Vou voltar em algum momento, acho que preciso ao menos de uma semana aqui, algo assim. Vou ir pros treinos e pra escola... Então diga para a mamãe não se preocupar, de verdade.

Isaak e Erik encararam-se por alguns segundos, em silêncio, o adulto via bastante seriedade no olhar de seu filho, então o homem simplesmente fechou os olhos por um momento e suspirou.

- Quando você voltar, vamos ter uma conversa bem séria. – Disse Isaak, se virando e se afastando da floricultura, caminhando até seu carro.

- Valeu por me defender, grandão. – Agradeceu Erik, vendo o carro de seu pai se afastar, olhando para o monstro.

- Sem problemas, só gostaria que me explicasse melhor que desentendimento foi esse... Fiquei preocupado ao saber que sua mãe está te procurando por aí e triste. – Disse Asgore.

- É... Acho que é justo saber, depois de tudo o que fez. – Disse Erik, dando de ombros.

Asgore e Erik voltaram a entrar, Kiara estava fora do quarto, na sala, querendo saber também o que estava havendo, então o rapaz tirou o tempo para contar aos seus amigos um pouco de sua vida pessoal, a discussão que tivera com seus pais mais cedo e o motivo que o levou a isso.

 

Gaster estava sentado em seu sofá, tomando uma boa xicara de café enquanto via televisão, Papyrus parecia estar enfrentando dificuldades no preparo de alguns biscoitos na cozinha e Sans praticamente estava dormindo na poltrona ao lado do sofá.

Quando o celular do monstro adulto tocou, Gaster o pegou para ver quem era e ficou satisfeito ao ler o nome de Rave na tela, rapidamente atendendo a ligação e levando o aparelho até a lateral de sua cabeça.

- Boa tarde, fiquei esperando que entrasse em contato, precisamos conversar. – Disse Gaster.

- Oi... Foi mal, imagino que sim, mas não estou com cabeça para isso hoje...

- Como assim? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Gaster, desconfiado.

- É, aconteceu... Em resumo, perdemos os resultados da perícia do caso do galpão abandonado, inclusive da amostra de sangue.

- O que!? Mas como...? – Disse Gaster, espantado, acabando por se levantar instintivamente.

- Amanhã te explico, hoje realmente não consigo... Mas liguei para te dar também uma boa notícia, ao menos.

- Qual? – Perguntou Gaster, interessado.

- O resultado daquela análise da amostra sanguínea que conseguiu na casa do Erik saiu... Não olhei ainda, mas estou encaminhando diretamente para o seu e-mail a cópia digital agora.

- Certo... Obrigado, amanhã nos falamos de novo então, espero que fique bem. – Disse Gaster, despedindo-se de Rave e logo desligando a ligação.

Guardando seu celular, Gaster imediatamente caminhou até a porta que levava para o porão, onde ficava seu laboratório, ainda segurando sua xicara consigo; Sans prestou atenção durante toda a breve conversa, fingindo ainda dormir, e ficou ainda mais curioso e intrigado sobre os trabalhos do monstro mais velho.

Chegando ao laboratório, Gaster imediatamente sentou em sua cadeira e se aproximou de sua bancada, ligando seu computador e um de seus monitores, acessando seu e-mail em demora e assim baixando o arquivo enviado por Rave, abrindo-o para ler logo depois:

 

“Raça: Desconhecido

Tipo Sanguíneo: Desconhecido

Idade: Desconhecido

...

Tipo de Magia: Desconhecido

Nível de Magia (0-10): 10

Resultado: Fora do banco de dados. Criatura desconhecida, mas muito poderosa.”

- Mas o que...? – Disse Gaster, espantado com o que via. – Tudo está como “desconhecido”... Isso quer dizer...

- Vixi, que exame mal explicado, hein? Tá tudo sem resposta. – Disse Sans, aparecendo bem ao lado de Gaster, com seu poder mágico.

Gaster suspirou profundamente, levemente aborrecido, decidindo por não discutir naquele momento, dado o que havia acabado de descobrir.

- Não é bem assim, estar tudo como “desconhecido” não é o mesmo que não ter resposta. – Disse Gaster.

- Como assim? Além dessa pessoa aí ser forte pra caramba segundo os números, não tem muito o que dizer. – Disse Sans, confuso.

- Tem sim... Entenda, se aqui diz “desconhecido” significa que não estamos falando de nenhum morador desta cidade, seja ele Humano ou Monstro. – Explicou Gaster, sério. – E mais...se o exame não foi capaz de sequer determinar a raça desse ser, significa que isso não se enquadra como nenhuma das duas raças que conhecemos.

- Nem Monstro e nem Humano...? – Disse Sans, agora surpreso. – Então é o que, um Worm? Mas essas coisas não sangravam, não é?

- Não, não sangravam... Os poucos estudos que fizemos naquelas coisas renderam resultados bem similares, mas o nível de poder é totalmente diferente... – Disse Gaster, pensativo.

Além disso, para Gaster, não fazia sentido ser um Worm, mesmo que se tratasse dos novos e mais poderosos que atacaram Erik naquela noite, deveria haver mais sangue do que aquela pequena mancha na cama, afinal o rapaz humano os derrotou em uma batalha.

Porém, além dessas suposições, o esqueleto sentia que faltava algo, mas que agora parecia mais perto do que nunca de confirmar sua teoria sobre um invasor na cidade e de descobrir sua identidade.

- Cara...isso é parte desse seu trabalho super secreto e confidencial? – Perguntou Sans.

- Sim, Sans, e peço que mantenha entre nós, eu pretendi contar quando tivesse mais dados, mas você foi impaciente demais para esperar. – Disse Gaster, olhando para o monstro ao seu lado, um pouco aborrecido.

- Foi mal... – Disse Sans, coçando a cabeça, mas ainda encarando o monitor exibia o exame. – Diz aí, essa coisa... Acha que vai trazer problemas para nós?

- Não sei, mas pretendo descobrir o mais breve possível. – Disse Gaster, dando de ombros. – Essa é uma pista muito importante e pretendo refletir mais sobre ela, então se puder me dar licença, por favor.

Sans estava relutante, algo sobre aquele resultado de exame o deixava inquieto e preocupado, mas ele nada disse e apenas se virou para sair do laboratório com sua magia de teletransporte. 



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