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História Anomalytale - uma estória baseada em Undertale e suas AUs - O clímax na tempestade


Escrita por: LeticiadAquario

Capítulo 45 - O clímax na tempestade


Devido ao violento temporal que se abateu sobre a cidade, a direção da escola achou por bem cancelar as aulas por aquele dia, os professores foram instruídos a tranquilizar os alunos e acompanha-los até que seus responsáveis os buscassem em segurança.

A suma maioria dos alunos se manteve aguardando seus parentes fora das salas de aula, na área externa do local, mas abaixo de uma cobertura para não se molharem. Diversos professores e funcionários estavam por lá também, mas além disso haviam mais dois visitantes ilustres: o Rei Asriel e Frisk.

Erik observava a chuva adiante enquanto pensava em alguma maneira de voltar para a casa de Asgore, visto que a rua da escola já havia se tornado um rio praticamente. Alphys parecia bastante preocupada também, depois de conversar com Toriel e outras colegas de profissão, a pesquisadora pegou seu celular e começou a enviar algumas mensagens.

- Não gostaria de incomodar a Undyne nesse temporal, mas não acho que vá parar tão logo...  – Disse Alphys, um pouco apreensiva. – Espero que ela esteja em algum abrigo ao menos...

Toriel estava reunida com as crianças menores também do lado de fora, a professora se surpreendeu um pouco ao ver seus dois filhos se aproximando, mas a tempestade parecia atrair mais a atenção das crianças do que as figuras famosas da cidade.

- Meus filhos, o que fazem aqui nessa tempestade? – Perguntou Toriel, preocupada, abraçando os dois rapazes imediatamente. – Não sabia que tinham visita ou outros negócios com a escola por hoje.

- Oi mãe, há há há... – Disse Asriel, sem graça. – Na verdade tínhamos uma visita marcada com os jovens do último ano, mas só precisou chegarmos para essa chuva começar a cair e agora aqui estamos.

- Oh, entendo, é por isso que não fiquei sabendo... – Disse Toriel, logo suspirando. – Mas que chuva é essa, nunca vi uma tempestade tão violenta assim antes...

Frisk observava o tempo também, como se estivesse hipnotizado pela chuva, foi nesse instante em que um forte trovão ecoou pela cidade, emanando uma estranha luz roxa pelo céu escuro que, aos poucos, se focou em um único feixe vertical misterioso no horizonte.

Todos na escola se assustaram praticamente, as crianças menores em especial, Toriel foi rápida em acalma-las com um gentil abraço; Erik percebeu de primeira o feixe de luz misterioso que parecia não desaparecer, ele tinha certeza de que aquilo não era normal e dessa maneira só conseguiu imaginar que algo deveria ter acontecido com Kiara.

- Mas essa direção... Droga! Eu espero que ela esteja bem! – Comentou Erik, nervoso, vestindo seu capuz e correndo em direção a saída da escola.

- Ah! Ei, menino, é perigoso sair nessa tempestade assim!

- As ruas estão cheias de água, não vá!

Erik ignorou todos os avisos dos adultos ao seu redor e simplesmente continuou correndo, se esforçando muito para poder atravessar a primeira rua alagada, sumindo rapidamente da visão de todos na escola graças a densidade da chuva.

Frisk viu Erik sair correndo sem hesitação em direção a tempestade, com isso, seu olhar logo seguiu até a luz misteriosa no céu, o que fez uma estranha e assustadora sensação percorrer por todo o seu corpo em um instante.

- Ei, Frisk... Sou só eu que tô sentindo uma sensação mega bizarra e estranhamente familiar, mas de um jeito ruim?

- Não...e tem uma luz estranha no céu, coisa boa não pode ser... – Murmurou Frisk, cerrando os punhos.

- Luz roxa, no céu e sem sumir? Imagina, achei que era coisa boa!

- Merda, cala a boca, Chara! – Murmurou Frisk, aborrecido.

- Frisk? O que foi? – Perguntou Asriel, percebendo a atenção do amigo, confuso.

- Aquilo. – Disse Frisk, ainda encarando a luz.

Ao vislumbrar a mesma coisa que seu irmão de consideração, Asriel se surpreendeu e se preocupou, imediatamente voltando seu olhar para o humano.

- Vou ver o que é, fique aqui e cuida da mãe e dos outros. – Disse Frisk, prontamente.

- Ah... – Tentou dizer Asriel, se interrompendo rapidamente. – Certo, mas tome cuidado, se as coisas não parecerem melhorar, eu vou até você.

Frisk concordou e então saiu correndo para a saída da escola também, o que finalmente chamou a atenção de Toriel, que ficou bastante preocupada.

- Frisk!? Mas por que ele-

- Mãe, fique calma, o Frisk foi verificar uma situação e vai cuidar disso. – Interrompeu Asriel, apoiando uma de suas mãos em um dos ombros de sua mãe, gentilmente. – Ele vai ficar bem.

Graças a fala do filho, Toriel pôde perceber o mesmo feixe de luz roxa no seu, a professora levou suas mãos até a sua boca, ainda mais preocupada.

- Oh não... O que é isso? – Disse Toriel, nervosa.

- Não sei..., mas o Frisk vai descobrir, confie nele e vamos continuar tomando conta de todos aqui. – Disse Asriel, sério.

Apesar de se preocupar, Toriel respirou fundo e concordou com seu filho, mantendo-se firme especialmente pelas crianças ao seu redor naquele momento.

 

No Grillby’s, haviam mais do que clientes se abrigando dentro do restaurante, algumas pessoas que estava passando por perto antes da tempestade começar a piorar se protegeram dentro do estabelecimento também. Sans estava sentado diante do balcão da lanchonete, finalizando mais um sanduiche, Undyne estava ao seu lado, observando a chuva de onde estava através da porta de vidro fechada mais adiante.

- Isso que é uma tempestade das grandes... Devem ter pessoas por aí em apuros por conta de toda essa água, mas esse temporal está causando interferência no meu comunicador justo agora... – Comentou Undyne, cerrando os punhos, um pouco nervosa.

- Não tente agir sozinha desta vez, Undyne, mesmo que seja você, pode acabar em apuros também tentando ajudar outros que nem tem certeza de estarem precisando de socorro. – Disse Grillby, secando alguns copos por trás o balcão, calmamente. – O melhor é esperar algum contato de seus outros colegas da polícia.

- Afinal, mais vale um peixe que se mexe fora d’água do que um desorientado dentro dela, há há há! – Comentou Sans, rindo um pouco.

- Saco, eu sei, tá!? Mas não tem nada que me deixa mais aborrecida do que ficar sem fazer nada, mais sabendo que a Alphys deve estar na escola nesse tempo... Hum? – Retrucou Undyne, logo recebendo uma notificação em seu celular, o pegando e verificando a origem da mensagem rapidamente. – Falando nela... Como pensei, ela e todos pela escola ficaram praticamente ilhados, vou buscar ela e aproveitar para ajudar quem precisar!

- E seu carro vai conseguir ir até lá nessas condições? Quer dizer, lá fora parece mais um rio do que uma cidade, e depois daquele mega trovão há poucos minutos não sei não se essa tempestade vai parar tão cedo. – Disse Sans, dando de ombros.

- E o que sugere que eu faça então, hein, Sans!? Eu não vou deixar a Alphys sozinha nessa chuva maluca, eu vou busca-la nem que seja a pé ou a nado! – Retrucou Undyne, olhando impaciente para o colega ao seu lado.

Nesse mesmo momento, as pessoas que olhavam para fora do restaurante viram algo bastante intrigante: uma jovem, ou uma criança, passando correndo em meio àquela rua alagada e a chuva, logo atrás, um monstro esqueleto mais alto seguia com um pouco de dificuldade.

- ES-ESPERE AÍ! É PERIGOSO CORRER NESSA SITUAÇÃO, KIARA!

Mesmo abafada pela chuva e pelo fato de ter vindo do lado de fora, Sans e Undyne reconheceram imediatamente e voltaram seus olhares para o lado de fora, mas não viram ninguém.

- Estranho... Pensei ter ouvido a voz do meu irmão, mas ele mais do que ninguém não estaria nessa chuva. – Disse Sans, intrigado.

- Pior que pensei ter ouvido também... – Disse Undyne, da mesma maneira, coçando o rosto.

- Mas era ele mesmo, eu vi! – Disse um dos funcionários do Grillby’s, o jovem humano, chamando a atenção dos dois monstros. – E ele parecia estar correndo atrás de alguém, só não deu para ver direito quem era, perdão...

- Atrás de alguém nessa chuva? Isso não é típico do Papyrus, a menos que ele estivesse tentando ajudar alguém... – Disse Undyne, confusa.

Sans imediatamente pensou na misteriosa jovem que ele e Papyrus buscaram dias atrás, a mesma que seu irmão encontrou e salvou antes, e por algum motivo isso trouxe uma sensação incomoda para o monstro comediante, na forma de um simples questionamento repentino:

“E se essa jovem for a mesma de quem Asgore e Gaster falaram mais cedo e, por consequência, o exame misterioso pertencer a ela?”

Com isso em mente, Sans se levantou bruscamente e começou a caminhar em direção a saída da lanchonete.

- Sans? Aonde vai!? – Disse Undyne, confusa, seguindo atrás de seu colega.

- Vou atrás do meu irmão e levar ele pra casa, essa tempestade não me traz nenhuma sensação boa... – Disse Sans, levemente nervoso, logo olhando para Undyne. – Melhor você ir buscar a Alphys também e ajudar quem puder na escola.

- Mas... – Tentou dizer Undyne, com hesitação, claramente preocupada com o amigo.

- O que? Você disse que iria buscar ela nem que fosse a pé ou nadando, não? O mesmo vale para mim com o Pap, mas sou preguiçoso demais para correr, nadar ou só andar, então vou fazer da minha maneira particular. – Disse Sans, com um leve sorriso, dando de ombros. – Ajude quem puder da sua própria maneira, Undyne, só tome cuidado para não se afogar por aí.

Surpresa com a fala de Sans, Undyne logo exibiu um sorriso confiante.

- Com quem acha que está falando, mané? Vou garantir que todos fiquem seguros, inclusive você e seu irmão, depois farei questão de passar na casa de vocês para checar! – Disse Undyne, determinada.

- Ai ai, vai ser cansativo, mas okay, há há há... – Disse Sans, coçando a cabeça, sem graça. – Até mais.

Com sua magia, Sans desapareceu do Grillby’s em um instante e no seguinte surgiu diante de Papyrus, que fez uma parada brusca devido ao susto e a aparição repentina do monstro menor.

- Sans!? Que susto, aparecendo do nada assim, ainda mais agora! – Disse Papyrus, nervoso.

- Foi mal, mas que hora para sair atrás de alguém, hein Pap? Essa chuva está um perigo, não ouviu o trovão de agora a pouco? – Disse Sans, bastante tranquilo apesar da forte chuva que caía sobre si.

- Sans, por favor, não tenho tempo de conversar! Eu encontre aquela jovem que estivemos procurando, lembra!? Ela era a mesma jovem que encontrei na frente do Grillby’s de que te falei! – Disse Papyrus, bastante apressado. – Mas agora ela saiu correndo nessa tempestade e estou preocupado, eu tentei chamar, mas ela não me escuta e-

- Calma, consigo alcançar ela mais depressa, vamos logo, já estou encharcado. – Interrompeu Sans, se aproximando de seu irmão e tocando em seu braço.

Mais uma vez, utilizando sua magia, Sans desapareceu juntamente de Papyrus, reaparecendo poucos passos à frente de Kiara que, devido ao susto, acabou escorregando na calçada molhada e caindo de cara no chão.

- Minha nossa! Sans, precisa mesmo assustar todo mundo com isso!? – Disse Papyrus, aborrecido, rapidamente se aproximando da jovem e se agachando diante dela. – Kiara, você está bem?

Ofegante, Kiara se ergueu um pouco, apoiando-se sobre suas mãos e joelhos, então, ao ver Papyrus se aproximar, seus olhos se arregalaram ao ver Sans diante de si.

Kiara não sabia explicar, mas a figura daquele monstro menor trazia diversos sentimentos misturados de uma só vez, a maioria nada bons, infelizmente; com isso, algumas frações de visões passaram velozes como um filme na mente da jovem, de outras figuras bastante semelhantes àquele monstro, mas ao mesmo tempo bem diferentes, isso fez com que Kiara sentisse uma forte dor em sua cabeça e levasse uma de suas mãos até ela.

Sans também parecia chocado ao ver Kiara, ele notou rapidamente as orelhas baixas sobre a cabeça da menina, assim como a calda comprida, completamente encharcada assim toda ela devido ao temporal. A garota parecia muito uma humana, mas ao mesmo tempo tinha características de um monstro; diante do que via, diversos pensamentos cruzaram a mente de Sans naquele breve momento, um deles era a certeza de que a garota diante de si era a razão das pesquisas recentes de Gaster e também de suas preocupações.

- O que é você...? – Disse Sans, instintivamente, confuso, mantendo seu olhar fixo em Kiara.

- Que pergunta para se fazer a ela, nesse estado, irmão!? – Disse Papyrus, indignado, logo percebendo a seriedade e confusão no olhar do monstro mais baixo. – Sans...?

- Nã-Não... Eu... Eu tenho que sair... – Disse Kiara, bastante nervosa, ainda sentindo uma forte dor de cabeça, levantando-se e começando a caminhar para trás.

- Como assim!? Não podemos passar tanto tempo nessa chuva mais, vai acabar doente, então por que não vem conosco para um abrigo? – Disse Papyrus, se levantando, preocupado. – Você não parece nada bem, então nos deixe te ajudar, por favor!

Apesar de ter diante de si a possível causadora dos incidentes recentes, e o motivo de Gaster manter tantos segredos de todos no momento, Sans não sentia ameaça alguma vindo dela, na realidade, ele sentia uma profunda tristeza e confusão vindos da jovem, sentimentos que, no fundo, o monstro conviveu por bastante tempo no passado.

Sans deu um passo à frente e imediatamente Kiara recuou mais, parecendo ainda mais nervosa.

- Nã-Não se aproxime de mim! – Disse Kiara, apavorada. – Por favor!

- Por que parece estar com tanto medo do meu irmão assim? Esse é o Sans, ele é um preguiçoso que faz piadas terríveis, mas tem um bom coração! – Disse Papyrus, confuso, apontando para o monstro menor ao seu lado.

- Eu... – Tentou dizer Kiara, sentindo o incomodo e inquietação de antes ainda mais insuportáveis dentro de si, voltando seu olhar para a luz roxa mais à frente no céu. – Eu... Eu tenho que ir!

Para a surpresa dos dois irmãos, Kiara desapareceu bem diante deles com magia, uma extremamente similar à que Sans utilizava com frequência.

- Magia de teletransporte...? – Disse Sans, espantado.

- Oh não! Para onde ela foi agora!? Isso não é nada bom... Sans, temos que encontrá-la depressa, pode me ajudar? – Disse Papyrus, aflito, olhando para seu irmão e ainda o percebendo encarando o nada. – SANS!

- Hã!? De-Desculpa, mano... – Disse Sans, voltando sua atenção para Papyrus, nervoso. – Mas como encontrar ela nesse temporal? É mais seguro voltarmos para casa...

- Claro que não! Se não é seguro para nós, é menos seguro ainda para a Kiara! – Disse Papyrus.

- Kiara...? – Repetiu Sans, confuso.

- Sim, é o nome da jovem, que você sequer quis saber, pelo que vi... – Disse Papyrus, começando a tentar olhar em volta, mas em vão devido à baixa visibilidade. – Essa não, mal dá para ver um palmo nessa chuva aqui...

Pensando sobre isso, Sans percebeu um reflexo de luz estranho na água abaixo de seus pés, então, ao erguer a cabeça, ficou mais uma vez espantado.

- Ei, Pap... Se liga ali no céu. – Disse Sans, chamando a atenção de seu irmão mais novo.

- Hum? OH! MAS O QUE É ISSO!? – Disse Papyrus, vendo o estranho feixe de luz roxa, bastante espantado.

- Não faço ideia, mas chuto que a menina foi para lá... – Disse Sans, pensativo. – E eu não tenho uma boa sensação disso.

- Então é por ali que vamos começar a procura-la! Pode chegar até ela com seus “atalhos” de novo? – Disse Papyrus, decidido.

Sans pensou e se concentrou um pouco, para utilizar seu costumeiro teletransporte o monstro precisa estar familiarizado com o local de destino e, no caso de ir até outras pessoas, ele precisaria conhecer e sentir a presença de seu alvo.

Surpreendentemente, ou não, Sans não sentia a de Kiara em parte alguma.

- Nem dá, sem eu conhecer a pirralha direito, não tem como chegar nela rapidão como de costume. – Disse Sans, observando suas roupas encharcadas, já incomodado com o peso da água sobre suas roupas. – Saco, andar nesse tempo com essas roupas encharcadas não é pra mim...

- Bom, não seja por isso, eu te carrego! – Disse Papyrus, pegando seu irmão no colo. – Vamos lá!

 

Após Gaster deixar a casa de Asgore, ele reapareceu diretamente em seu laboratório, o cientista não se sentia desapontado com o resultado da visita, pois já esperava que seu amigo não entregaria as respostas que procurava, ainda mais se fosse para defender outra pessoa. Ainda assim, saber desse fato não impedia que Gaster se sentisse um pouco frustrado, afinal estava tão perto de poder solucionar diversos mistérios em que esteve trabalhando recentemente, mas sem saber mais sobre a tal garota protegida por Asgore, o cientista se via em um beco sem saída.

Passando as seguintes horas analisando mais de uma vez os dados já coletados sobre os recentes acontecimentos, em especial o resultado do misterioso exame de sangue, Gaster mal viu a chuva forte que se abateu sobre a cidade começar, mas pôde escutar, de forma mais abafada, o forte trovão que ecoou por toda a cidade.

O barulho não assustou Gaster, mas um sinal emitido por seu computador em sequência revelou algo surpreendente: um pico de energia mágica na floresta que cercava a cidade, a fonte era muito poderosa, desconhecida também pelo banco de dados, mas mantinha-se constante.

- Mas o que... – Disse Gaster, espantado, imediatamente se aprofundando na leitura dos resultados enviados pelos dispositivos detectores de magia. – Essas leituras parecem pertencer a um humano, mas ainda assim há algo de diferente...

Decidido sobre o que fazer a seguir, o monstro se levantou e desligou o seu grande computador, então pegou seu sobretudo e o vestiu.

- Já chega de sentar e esperar, vou averiguar a situação de perto com meus próprios olhos. – Disse Gaster, determinado, desaparecendo de onde estava com sua magia.

 

Da mesma maneira que Gaster recebeu informações sobre um alto pico de magia vindo da grande floresta, diversos agentes na central da ACPM já estavam trabalhando para tentar identificar mais precisamente o dono daquele poder, sua origem e, mais importante, se era uma ameaça ou não.

Rave observava os grandes monitores na sala principal, passando comandos e também tentando desvendar o que estava acontecendo de fato com seu próprio conhecimento.

- Não é nada parecido com nenhuma assinatura mágica desta região..., além disso, essas ondas eletromagnéticas aqui não são nada normais, nunca vi nada parecido... – Disse Rave, estalando a língua. – Droga, analisar isso vai tomar muito tempo!

- Senhor, o que faremos? Seja lá quem for o dono desse poder, não parece estar se movendo por hora. – Disse um dos agentes por perto, sério.

- Entrem em contato com a equipe de agentes mais próxima do local, quero comunicação direta com eles, como não temos informações completas sobre esse ser misterioso, temos que ter cautela. – Disse Rave. – A prioridade da equipe em campo é observar e agir quando ordenado, enquanto isso, nosso dever aqui é se preparar para ativar o escudo ao redor da cidade caso seja necessário.

- Sim, senhor! – Disse o agente que ali estava, imediatamente seguindo para outro local.

- Seja lá o que isso for, não podemos deixar que chegue até a cidade...haja o que houver. – Murmurou Rave, cerrando os punhos, um pouco nervoso.

 

O contato da central da ACPM não demorou a chegar até a equipe de agentes mais próxima do local onde aparentemente o pilar de luz roxa se encontrava, mesmo assim ainda seria necessário cruzar alguns bairros e adentrar a floresta para chegar à área em questão.

- Senhor...isso é um ataque inimigo? – Perguntou um jovem agente para seu líder, nervoso.

- Não sei, mas nossa missão é tentar descobrir isso e lidar com seja lá o que for. – Disse Isaak, sério. – Vamos pessoal, não podemos deixar que essa chuva nos atrase mais do que deveria, temos que chegar até aquela luz o mais depressa possível!

- Sim, senhor! – Disseram todos da equipe, determinados.

 

Kiara surgiu já dentro da floresta, por um segundo a jovem ficou confusa, mas logo pensou ter se tratado de mais uso de seu poder de teletransporte, então se focou em continuar seguindo em frente, em direção ao pilar de luz, em direção à fonte de suas sensações ruins naquele momento.

A tempestade tornou o terreno da floresta ainda mais difícil de se atravessar, com a terra tendo se tornado lama, a velocidade de Kiara foi bastante reduzida e mais de uma vez a jovem acabou tropeçando e se sujando ao cair no chão. Mesmo assim, Kiara se reergueu e seguiu em frente o mais depressa que podia, ela sentia seu corpo e sua alma cada vez mais pesados a cada passo que dava em direção ao seu destino.

Porém, apesar do forte medo que parecia se abater sobre ela, o que lhe movia era a vontade de saber mais sobre si mesma, de poder verificar a veracidade das palavras de Core e, mais importante do que tudo isso, poder evitar que Erik e os outros que se importava se ferissem por sua casa.

Após atravessar alguns arbustos, Kiara chegou em uma área mais aberta da floresta, haviam diversas poças pelo chão, vinhas espalhadas ao redor penduradas sobre as altas árvores e algumas pedras; a luz roxa surgia do centro daquele ambiente, mas logo começou a se dissipar até desaparecer completamente, voltando a tornar aquela área escura como deveria ser.

A escuridão não atrapalhou em nada a visão de Kiara naquele instante, pois seus olhos estavam fixos em uma misteriosa criança parada onde antes havia a luz misteriosa. A criança era completamente pálida, apenas algumas partes de suas vestimentas eram de coloração mais escura, seu cabelo era curto e espetado para cima e os lados, havia uma cicatriz acima de seu olho direito e suas pupilas eram ambas vermelhas.

Porém, o que mais atraiu a atenção de Kiara, e fez com que seu corpo todo tremesse, era uma espécie de corda cinza e vermelha que estava presa ao redor do pequeno pescoço da criança, com sua ponta se estendendo para além da escuridão da floresta.

A criança parecia olhar em volta com tranquilidade, quando seu olhar se encontrou com o de Kiara, um sorriso se mostrou no rosto do pequeno, ele logo estendeu seu braço direito e fez surgir um grande facão vermelho em sua mão.

“ Até que enfim achei você... Agora seja boazinha e deixe meu ‘amigo’ trazer você para mim.”

A voz não vinha da criança, Kiara já havia a ouvido antes em suas memórias e em um sonho... Ela pertencia àquela misteriosa sombra que parecia a detestar tanto.

Com isso, as pernas de Kiara se tornaram mais fracas e não paravam de tremer, logo suas orelhas se levantaram em sinal de alerta: a misteriosa criança fez seu movimento, saltando de onde estava, atraindo a atenção de Kiara para cima, e criando diversas facas vermelhas menores ao seu redor.

Por mais que quisesse fugir, diante de todas aquelas milhares de facas caindo em sua direção, Kiara não conseguiu mover um músculo sequer. 



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