História Anonymous - TAEGI - (47) Kim Taehyung

Meus olhos se perderam pelo caminho em que o Yoon havia feito focando em suas costas até perde-lo de vista quando ele sumiu no topo da escada em que dava para o segundo andar. Minha vontade era de ir atrás dele, agarra-lo em um abraço e dizer que mais nada nem ninguém voltaria a machuca-lo porque eu não iria deixar, estava ali para proteger de quem ele quisesse ser protegido, até mesmo da sua mãe relapsa e descuidada, que ele mais voltaria a derramar lágrimas por se sentir daquele modo porque eu estaria ali para ele e com ele, suprindo cada gota de carinho e amor que ele não teve em seus dezoito anos de vida. Porém, antes mesmo de poder tomar uma atitude – eu cheguei a sentir meu traseiro se ergue levemente do banco e seu esquerdo tacando o chão abaixo de mim – fui bruscamente puxado para a realidade quando ouvi a voz da mãe dele falando comigo. 

Era uma mulher bonita, bastante na verdade, seus cabelos que batiam no meio das costas eram castanho escuro e estavam presos em um rabo de cavalo desfeito, usava jeans e uma camisa pesada devido ao frio, os pés descalços iguais os do Yoongi. Seu rosto não tinha rugas e quando sorriu eu não pude ver o sorriso doce e gengival característico do filho, os dois não se pareciam em nada, talvez ele fosse igual ao pai, não sei. 

- Eu nunca consegui lidar bem com ele. - ela se levantou rápido do meu lado e passou a andar pela cozinha, olhei para o bolo em minha frente quase intacto e senti meu estômago se remexendo dentro de mim, me bateu uma súbita sensação de enjoou ao ouvir suas palavras. - Yoongi sempre foi muito estranho. 

- Não acho ele estranho. - rebati incomodado com o modo que ela falava – Gosto da personalidade quieta e doce dele, só jeito calmo e ao mesmo tempo ferros, do sorriso inocente e sincero... Não consigo vê-lo como um estranho. 

- Mas ele é, não digo de um modo pejorativo, longe de mim pensar tal forma, mas nos dois nunca fomos muito próximos e as vezes chego a me sentir incomodada com ele, pois nunca sei como agir - um suspiro alto escapou de seus lábios e ela forçou um sorriso em minha direção como se quisesse que eu esquecesse tal assunto, abanou as mãos em frente ao corpo e pegou um prato no móvel ao seu lado – Vou fazer companhia até ele voltar, não se constranja com minha presença, coma o bolo está ótimo. 

Me forcei a engolir cada pedaço garganta a baixo e prestar a devida atenção na conversa que a mulher tentava estabelecer comigo. Perguntou sobre a escola, sobre o Namjoon e se eu achava que eles ficariam juntos, mas em momento algum voltou a tocar no nome do Yoongi – o que em certos pontos era bom já que eu tinha certeza que não aguentaria ouvi-la falando asneira sobre ele sem rebater. 

Ele, em todo caso, apareceu meia hora depois na cozinha, seu corpo agora estava coberto por um grande moletom cinza escuro que cobria a palma das suas mãos e chegava da região das nádegas atrás, seu cabelo coberto por um boné preto que tampava partes do seu rosto, mas que não foi capaz de cobrir a área do seu nariz vermelho. Ele fungava terrivelmente como se estivesse gripado e sua mãe até sugeriu que tomasse um analgésico antes que isso acontecesse, mas eu sabia muito bem que seu problema passava longe de uma gripe ou algo assim: Yoongi tinha chorado e se eu fosse bom em dedução diria que ainda lutava para assim não fazer mais.  

- Quer assistir alguma coisa? Está quase na hora dos desenhos. - ele perguntou baixinho ao meu lado, parecia envergonhado, aproveitando o fato da sua mãe está distraída com alguma coisa de costas pra nós dois. 

- Eu quero sim. 

Saímos calados sem que a mulher nos visse e fomos até a sala onde tinha uma grande Tv de Led e sofás aparentemente bem confortáveis. Estava passando maratona com todos os episódios da temporada de Strong Woman Do Bong-Soon e isso pareceu anima-lo, já que um sorriso largo e feliz se empalhou pelos lábios finos e tão chamativos do Yoongi. 

Eu queria falar alguma coisa, quem sabe iniciar uma conversa, perguntar como estava se sentindo ou qualquer merda dessas apenas para ouvir sua voz, para ter sua atenção nem que fosse por um segundo. Porém, antes mesmo de abrir minha boca ele virou o rosto em minha direção, talvez tivesse percebido o fato de não conseguir desviar meus olhos e olhou de volta. Um sorriso, um simples e pequeno sorriso nasceu no canto dos seus lábios antes de poder abrir a boca para falar algo, o problema era que sua voz foi bruscamente abafada pela do Namjoon que entrou meio atordoado no cômodo em que estávamos. 

- Vamos indo, Tae? - o rosto dele estava vermelho como se tivesse estapeado forte as bochechas, seus lábios inchados na provável sessão de beijos e suas roupas amassadas. - Está tarde, mamãe me ligou dizendo que precisa do carro. 

- Oh, claro, claro. - levantei a contra gosto. Yoongi também se levantou se aproximando do Nam, ambos cochicharam alguma coisa e seguiram para a porta comigo bem atrás.  

- Tchau, meu hyung bebê. - Namjoon falou assim que eu e ele estávamos já do lado de fora da casa, seus braços largos enlaçando o corpo pequeno e magro do Yoon em um abraço e meu coração se rebulindo dentro de mim. Minha vontade era de passar com o carro sobre o corpo do meu melhor amigo. - Se cuida, tudo bem? Coma direitinho, se hidrate e durma cedo, mais tarde eu te mando mensagens. 

- Tudo bem, não se preocupe comigo Namjoon bolinho. - os dois riram alto e o Nam deu um beijo estralado em uma das têmporas do meu garoto antes de enlaçar meu braço e me puxar em direção ao carro. Mas antes de tomar realmente distância eu pude ouvir sua voz mais uma vez agora direcionada a mim – Tchau, Taehyung. 

- Oh, tchau, Yoongi, até amanhã. 

No carro tentei deixar meu ciúmes de lado, porque eu sabia que quanto mais incomodado eu parecesse, mais o Namjoon iria me perturbar, eu fiz então o favor a mim mesmo de perguntar a ele como tinha sido e se enfim as coisa com o Jin tinham se resolvido.  

A conversa fluiu fácil, Nam falou sobre como se sentiu ao ouvir a música, de como seu corpo reagiu ao pedido de desculpas e principalmente ao beijo, de como foram os amassos e o momento exato que Jin sentou-se em seu colo e as coisas ficaram ainda mais quente.  

- Ele me chamou para sair. - comentou olhando distraído pela janela do carro, pelo vidro fechado eu podia ver o sorriso em seus lábios. - Eu disse que ia pensar, que deveríamos ir com calma e darmos um passo de cada vez. Não quero errar outra vez, quero que de certo.  

- Ah meu Deus, Namjoon, você está tão apaixonado que chega a ser ridículo.  

- Falou o cara que está mandando mensagens anônimas para o garoto que ama porque é covarde demais para tomar uma atitude.  

- Ei, essa doeu. 

Fomos naquela até em casa. Quando chegamos, tratei de subir logo para o quarto e me jogar esparramado na cama ansioso para falar com o meu baby, não queria ficar pensando que naquele momento ele poderia está sozinho no quarto ou na sala, com sua mãe andando para cima e pra baixo fazendo ele chorar mais uma vez. 

Eu: Namjoon acabou de me contar sobre a tarde de hoje. 

Eu: Achei tão fofo. 

Eu: Será que vão dar certo? 

Princesa: Espero que sim. 

Princesa: Jin não para de me encher o saco com essa história também. 

Princesa: Eu tentei me trancar no quarto para não ouvi-lo falando, mas ele me acompanhou e agora está aqui falando a mesma coisa pela terceira vez.  

Princesa: De como o Nam é isso e aquilo, de como foi beija-lo e blá blá blá. 

Princesa: Mas eu até que estou feliz e com certa invejinha dele. 

Eu: Invejinha por quê, baby? 

Princesa: Porque eu queria que a gente também estivesse assim como eles. 

Princesa: Se resolvendo. 

Princesa: Mas não, você não quer facilitar. 

Eu: Oh, amor, tudo que eu mais quero é me resolver com você, baby, sinceramente. 

Eu: E eu irei resolver isso o mais rápido possível, não se preocupe, tudo bem? 

Eu: Até lá, continue bastante ciente de que eu te amo mais que tudo, Min Yoongi.