1. Spirit Fanfics >
  2. Anonymous - TAEGI >
  3. (55) Min Yoongi

História Anonymous - TAEGI - (55) Min Yoongi


Escrita por: JhamilleBelmino

Capítulo 55 - (55) Min Yoongi


Fanfic / Fanfiction Anonymous - TAEGI - (55) Min Yoongi

- Yoongi, você não pode se prender a essa história pelo resto da vida, sabia? O Taeshin é passado, certo, você sofreu muito naquela época, mas não pode deixar que o que as pessoas fizeram atrapalhar a sua vida. 

- Eu não quero me sentir como me sentia antes, não quero passar pelas mesmas coisas e por mais que eu tente não dá pra esquecer. Jin, eles encheram minha mochila de fezes de cachorro e me trancaram no armário do zelador depois das aulas, você sabia que eles chegaram a me ameaçar a enfiar coisas dentro de mim só porque eu sou gay? 

- Eu não sabia... - suspirou e se remexeu inquieto na cama, eu nunca havia falado aquilo para ele e nem para ninguém, mas quando eu digo que as pessoas podem ser cruéis com um garoto gay, eu tenho motivos suficiente pra isso. Meus ex colegas de escola foram malvados comigo a um ponto desumano. - Mas eu tenho certeza que isso não vai voltar a acontecer. Eu conheço ele, Yoon, conheço suas intenções com você, começo seu caráter e sua índole, o seu saeng não vai te machucar, certo? E se assim fizer, eu já disse que irei esconder o cadáver dele tão bem que ninguém nunca vai descobrir onde foi. 

- Você não fez isso, Jin. - meu irmão era um louco, só podia ser. - Eu vou descer pra pegar um suco, vai querer algo? Nossa conversa está boa, mas eu preciso de algo pra beber. 

- Eu quero água, Yoon. 

- Volto já. - coloquei o meu celular no bolso e sai do quarto, eu nunca ficava muito tempo longe dele porque era o único meio de me comunicar com o saeng. 

Era sábado, o dia que eu mais gostava na semana. Quando eu estava com o Hobi a gente sempre tinha um lugar pra ir nesse dia, nem que fosse pra ir em uma lanchonete tomar um sorvete, mas a gente sempre saia. E também era o dia oficial do sexo já que eu dormia na casa dele. Provavelmente em todo nosso relacionamento a gente só fudeu aos sábados, mas eu não tinha o que reclamar. 

Depois que o namoro acabou eu fiquei sem ter para onde ir, até que o Hoseok me chamou uma ou duas vezes, mas eu nunca aceitei por um simples fato: eu não tinha com quem ir e não iria estragar a noite dele servido de meu babá. Então eu ficava quieto em casa. 

Naquele sábado não foi diferente e meu irmão acabou ficando também porque bem, agora ele era um menino comprometido namorando sério o senhor Kim Namjoon e como o Nam não podia sair preferiu ficar em casa comigo, o que resultou em nos dois na cama dele, com uma panela de brigadeiro e uma bacia de pipoca conversando sobre a vida. O assunto chegou em Im Taeshin porque eu meio que falei sobre o meu leve medo de me decepcionar em relação ao Saeng e tudo mais. 

Enquanto eu descia as escadas, em silencio porque a casa estava mais silenciosa que o normal, eu pude ouvir meus pais na sala tendo uma conversa aos sussurros. Eles pareciam irritados e no meio de uma discussão, eu acho até que minha mãe estava chorando e eu achei melhor passar direto para cozinha sem atrapalha-los, até ouvir o meu nome no meio daquela história. Desci mais alguns degraus e fiquei em uma distância que eles não me veriam e que me possibilitasse de ouvir tudo que eles falavam. 

- Fale pra ela vim busca-lo, eu já suportei demais essa situação, foram dezoito anos olhando pra ele e me lembrando do que você e aquela mulher fez. 

- O Yoongi nunca teve culpa dos meus erros, não o culpe. 

- Eu não culpo o garoto, de algum modo eu até consegui gostar dele, mas não me peça pra ama-lo. Ele é o lembrete constante de que você foi pra cama com a minha melhor amiga e engravidou outra mulher, que eu tive que cuidar do fruto na traição do meu marido e que foi por culpa disso que eu perdi o meu bebezinho, o que sequer pode nascer. 

- E o que você quer que eu diga a ele? Que não o quero mais aqui? Por favor, eu também não queria ter a engravidado, foi uma única noite que eu estava bêbado e nunca ia imaginar que o nisso ia dar no Yoongi, mas ele ainda é o meu filho e eu não posso manda-lo embora assim. 

- Eu não quero viver mais nessa situação, eu não aguento mais, sei que deveria ter me acostumado com tudo, mas não consigo. Ele se parece com ela e se antes a infeliz não tinha condições de ficar com o filho, agora tem e quer ele. Foram dezoito anos, está na hora do Yoongi ir embora, não aguento mais andar pela minha própria casa, e dar de cara com ele como se fosse um completo estranho que é, por mais que eu tente nunca vou conseguir ser mãe dele, entendeu? Me desculpe, querido, mas é desse modo que me sinto perto do seu filho. 

- Não precisa se desculpar, amor, eu entendo você e só te peço um tempo, certo? Uma ou duas semanas pra resolver essa situação e conversar com ele pra... 

- Não precisa se dar a todo esse trabalho. - eu tomei a vez na conversa entrando na sala ao modo que eles pudessem saber que eu estava ali ouvindo toda a conversa. Eu queria chorar, queria chorar como se nunca tivesse chorado, derramar todas as lágrimas que deixei presas todos esses anos de minha vida, minha cabeça até doeu pelo esforço que fiz para que a primeira não descesse de vez dos meus olhos. Porém, me chamem de orgulhoso, idiota ou o caralho a quatro, mas eu não daria o gosto deles me verem chorando. - Eu já entendi o recado e espero que você possa me aguentar na sua própria casa por mais uns dias, prometo ir pra bem longe de você e não ter que te incomodar mais com o meu jeito estranho, Minyoung, mas eu irei embora daqui assim que consegui um canto. - aquela foi a primeira vez que eu chamei a "minha mãe" pelo nome dela, sem me preocupar em ser informal ou não. 

Meu pai apenas observava a tudo calado, a cabeça baixa enquanto ela chorava como se fosse a vítima da situação. Não que eu fosse, eu era orgulhoso demais para me colocar naquele posto e sinceramente não faria muito o meu estilo, mas se fosse somar as coisas ali eu era a pessoa que mais estava perdendo em tudo. Passei uma vida inteira sendo colocado de lado pelos meus pais pois sou fruto de uma traição, porque ele foi para cama com outra mulher sem ser a esposa e nisso gerou um bebê, eu passei a vida toda sem saber o porquê de ser rejeitado por eles, de ser deixado de lado, de nunca ter sido amado e agora eu estava praticamente sendo expulso de casa, mandado para longe como se fosse um merda sem saber nem de onde eu vim.  Colocando os dois pesos na balança era eu quem deveria está chorando e com aquele tipo de olhar nos olhos, como se dissesse "minha dor é maior que a sua, entenda".  

Vendo que eles não iriam falar nada, e me sentindo sufocado demais para continuar naquela casa respirando o mesmo ar tenso e pesado que eles, eu apenas dei as costas e segui a passos rápidos até a porta, fazendo questão de bate-la de modo raivoso para que eles soubessem exatamente como eu estava me sentindo. Do lado de fora eu fiquei alguns minutos parado esperando que alguém viesse atrás de mim, quem sabe o meu pai, mas ninguém veio e eu me senti ainda pior, então resolvi dar uma volta sem saber para onde ir e o que fazer. 

Como um pressagio, meu celular vibrou dentro do meu bolso e eu sentei na calçada de uma casa qualquer perto da esquina de casa, meu peito e minha cabeça doía pelo esforço em não chorar. 

Melhor Cunhado: Hyung, você está bem? 

Melhor Cunhado: Eu não sei porque, mas eu acabei de pensar em você e me deu um aperto o peito. 

Eu:  "Áudio enviado" 

"- Eu estou na rua de casa, em frente a uma casa com uns enfeites de natal. Por favor, vem me buscar, e não fala pro Jin. Só vem, por favor." 

E daquela vez eu simplesmente não conseguiu segurar minhas lágrimas, eu me sentia patético por agir de tal modo, mas era o único que eu conseguia.  



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...