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História Another - Soups and spoons


Escrita por: olahoseok

Notas do Autor


Oi oi gente!
Segundo capítulo em menos de vinte minutos, acho que isso é um recorde :/
Aproveitem bastante :)))))

Beijoooooox

Capítulo 2 - Soups and spoons


Fanfic / Fanfiction Another - Soups and spoons

"

Preciso de uma voz para ecoar

Preciso de uma luz para me levar para casa

Eu meio que preciso de um herói

É você? "

                                         - Nightingale, Demi Lovato

 

Era uma prisão.

 

Parecia bem equipada, segura, e haviam poucos infectados em sua cercas. Deve ter sido pura sorte, porque não há outra explicação.

 

— Você vem comigo quando chegarmos. Depois Carl te mostra onde você vai ficar. – Rick disse enquanto entravamos na prisão.

Assenti com a cabeça.

 

Rick saiu do carro, logo depois Carl e eu. Tudo ainda estava um pouco confuso, minha cabeça ainda latejava e eu não entendia o fato deles terem me ajudado.

 

Rick me levou para dentro da prisão quente e escura, fomos para uma sala onde mais parecia uma secretaria. Papéis soltos espalhados pelo chão, fichas criminais e, claro, mais papéis.

 

— Vamos, entre. – Me guiou para dentro da sala com suas mãos em minhas costas.

 

Não havia ninguém dentro do pequeno cômodo, apenas duas cadeiras e mais bagunças. Sentou-se em uma das cadeiras pedindo para me sentar também.

 

— Desculpe por quase enforcar aquele garoto. – Minhas bochechas ficaram quentes.

 

— Você estava assustada, eu entendo. – Disse tranquilamente. – Eu só quero te fazer algumas perguntas, tudo bem?

 

Assenti com a cabeça.

 

— Quantos errantes já matou?

 

'Errantes', definição legal.

 

— Perdi minhas contas, uma quantidade grande.

 

— Quantas pessoas?

 

— Pessoas? – Eu não queria me lembrar, não arrependo quando os deixei lá, porém quando me recordo um arrepio percorre pela minha espinha, poderíamos chamar de tortura talvez. – N-nenhuma.

 

— Você tem certeza disso? Parece que voc-- O interrompi.

 

— Nenhuma. – Disse firme.

 

— Porque ?

 

— Não tive motivos. – Abaixei minha cabeça e engoli seco, ele parece ser o tipo de pessoa que vê a mentira em seus olhos e eu não estava afim de explicar a história toda.

 

— Tem certeza disso? – Perguntou procurando meu olhar em minha cabeça abaixada.

 

— Só isso que quer saber? Eu já posso ir?

 

— Sim. Vou te levar até Carl para ele te mos--

 

— Eu não vou ficar aqui.

 

— Não vai ficar?

 

— Eu queria estar morta agora, mas por algum motivo não explicável vocês me trouxeram aqui.

 

— Você é forte, Georgia. Você não precisa desistir.

 

— Eu só não quero viver em um mundo sem razão.

 

Rick se levantou com uma expressão desanimada em seu rosto.

 

— Tudo bem, mas espere sua cabeça sarar, machucou bem feio.

 

— Obrigado, mas mesmo assim eu quero minhas facas de volta.

 

— Quando você sair, eu te entrego. Não vai precisar delas aqui.

 

Soltei um pequeno sorriso enquanto me guiava para fora da sala, estava feliz por estar ali apesar de não querer estar viva.

 

Havia um garoto sentado no chão ao lado da porta, cabeça abaixada e o chapéu cobrindo seu rosto, se levantou e arrumou o chapéu. Não tinha prestado atenção no garoto dentro do carro, afinal, o mais importante naquele exato momento era o fato de que aquilo parecia um sequestro, mas agora podia ver seus traços. Nunca passou pela minha cabeça que no meio de um mar de merdas como nosso mundo hoje ainda existiria alguém como aquele menino. Seus cabelos encaixavam perfeitamente em seu rosto claro e simétrico, e seus olhos pareciam um pedaço do céu na terra.

 

Agradeço por estar viva agora.

 

— Carl vai te levar até Carol, ela vai cuidar do ferimento na sua cabeça.

 

— Carol já vai para a enfermaria daqui á pouco, enquanto isso posso te mostrar seu bloco e--

Rick o interrompeu.

 

— Ela não vai ficar.

 

Uma expressão de dúvida invadiu o rosto do garoto.

 

— É complicado. – Abaixei minha cabeça.

 

— Dê um pouco de comida á ela, Carl. Ela está fraca e precisa se alimentar.

 

Carl assentiu com a cabeça e me guiou prisão a dentro. Ficava atrás do garoto todo o tempo, ás vezes me distraía e atrasava mas logo corria um pouco e o alcançava novamente. Ele parecia estar com medo, mas ele tem razão por estar assim, afinal, quase o matei sufocado.

 

— Porque você queria que eu atirasse em você? – Perguntou quebrando totalmente o silêncio.

 

— Porque eu me afoguei.

 

— Afogou?

 

— Me afoguei nesse oceano de merda que é o nosso mundo hoje.

 

Carl soltou uma risada fraca e virou-se para mim.

 

— E porque você não quer ficar?

 

— Se eu me afogar de novo, não quero levar pessoas junto comigo, muito menos que as pessoas me levem junto com elas.

 

Novamente o silêncio tomou conta do ambiente.

 

Após alguns passos chegamos em um lugar onde parecia a enfermaria do local, Carl retirou uma lata de um dos armários e uma colher também, enquanto ele abria sua tampa eu me sentava em uma maca que estava encostada no canto da parede. Abriu a lata em segundos e me entregou, a embalagem em uma mão e uma colher na outra.

 

— É sopa de tomate. – Disse me entregando.

 

Não agradeci, apenas enchi a colher e a enfiei em minha boca. Quanto tempo não tomava sopa de tomate, era até engraçado porque, desde que me lembro minha mãe me obrigava á comer quando era criança.

 

— Você está com sede? – Disse pegando algo na bolsa que carregava. Disse que sim, ele abriu a tampa da garrafa de plástico e me entregou. — Aqui.

 

Uma batida na porta aberta chamou nossa atenção, era uma mulher de cabelos curtos e grisalhos, traços amigáveis e magra.

 

— Sou Carol, prazer. – Esticou sua mão para um comprimento.

 

— Georgia. – Retribui.

 

Me analisou de cima á baixo.

 

— Parece que você já está um pouco melhor do que me falaram, meu bem.

 

'Meu bem', chegava até parecer minha mãe. Se minha mãe não tivesse morrido, digamos que até desconfiaria.

 

— Sim, um pouco melhor. – Disse entregando a lata já vazia para o garoto. – Obrigado.

 

Assentiu com a cabeça e a colocou em cima de uma pequena escrivaninha.

 

— Você está sentindo dor em algum lugar? – A mulher perguntou analisando minha testa, até que ela encostou em um lugar que havia um pequeno inchaço e soltei um leve gemido. – Bom, parece que sim, não é mesmo?

 

Havia um pequeno corte em meu coro cabeludo na parte de trás de minha cabeça que não tinha visto. Pegou uma gaze úmida e começou á limpar o local, conseguia ver em cada gaze um pouco de sangue. Digamos que eu não estava muito preocupada, só não queria ter que levar pontos se isso fosse possível.

 

Pegou algumas gaze e colocou em meu machucado, pediu para Carl segurar para que ela enrolasse a faixa em minha cabeça.

 

— Acabamos, qualquer coisa me chame. Carl, fique aqui com ela por favor?

 

Carol saiu da pequena enfermaria e ficamos só eu e Carl. Eu sabia que tinha que me desculpar com o garoto, porém a única coisa que pude fazer foi deitar na maca e me virar para a parede. Carl estava sentado em uma cadeira ao lado da maca, se eu estivesse virada para o lado onde ele estava ficaríamos cara á cara, e eu não queria isso de geito nenhum, já basta de situações constrangedoras por hoje.

 

Fechei meus olhos e tentei dormir, mas em vão, e eu sei que não conseguiria até um pedido de desculpas.

 

— Carl... – Disse ainda de costas. – Você ainda está aqui?

 

— Sim. – Sua voz soou baixo.

 

— Desculpa.

 

— Pelo oque?

 

— Não se faz de desentendido porque eu odeio isso.

 

— Ah, por você ter quase me matado enforcado. — Ouvi um riso abafado. – Desculpo.

 

Virei meu corpo para seu lado, Carl estava fitando o nada e seu corpo estava largado na cadeira. Observei seu pescoço, havia uma linha grossa bem marcada em seu pescoço, era a marca das cordas.

Não consigo explicar oque foi que aconteceu, foi um impulso, só isso. Levei uma das minhas mãos até o pescoço de Carl tocando a marca, uma corrente elétrica passou em seu corpo o fazendo estremecer um pouco e olhar para mim.

 

— Ainda dói? – Disse tirando minha mão de seu pescoço por reflexo.

 

— Não, nunca doeu. – Ele ainda estava com seus olhos estalados. – Só levei um susto agora, só isso.

 

Ficamos em silêncio, eu continuava á fitá-lo.

 

— Legal. – Falei séria.

 

— Legal oque? – Disse confuso.

 

— Você tem medo de mim. – Falei me sentando na maca.

 

Virou-se para mim e sorriu fraco.

 

Carl era diferente.

Talvez as suas dores o fizeram ficar assim.










 


Notas Finais


Minhas fanfics tem bastante comunicação ( como puderam ver, hehe)
Espero que vocês gostem disso <3

Beeeeeeeeeijox


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