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História Another Love - Altruísta


Escrita por: cecistydiax

Notas do Autor


boa leitura! sz

Capítulo 22 - Altruísta


Fanfic / Fanfiction Another Love - Altruísta

A porta do elevador se abre, permitindo a passagem de Lydia.

Atrasada, ela se apressa para chegar até a sala de reuniões e quando abre a porta, se surpreende de imediato ao já ver Mitch e Helena na sala.

-- Você... você não me disse que já tinha chegado – Lydia franze o cenho, fechando a porta devagar.

-- Desculpe – Mitch se levanta, aproximando-se da ruiva sob o olhar desconfortável de Helena – Minha mente está a um milhão.          

Lydia assente com a cabeça, passando seus olhos verdes de Mitch até Helena, que se levanta educadamente para se aproximar de Lydia.

-- Oi, Helena – A agente dá um sorriso singelo, a tratando cordialmente.

-- Oi, Lydia.

As duas apertam as mãos, conseguindo chutar para longe qualquer estranhamento entre elas depois de tudo o que aconteceu.

-- Sinto muito pelo o que aconteceu – Helena comprime os lábios.

-- É – Lydia ajeita a alça de sua bolsa lateral – Não foi uma experiência muito boa, mas... me conte, como você está?

-- Bem, na verdade – Helena dá de ombros, colocando as mãos em seus bolsos frontais de sua calça – Texas era tudo o que eu precisava para descansar a minha mente.

-- Eu imagino – Lydia sorri – Eu sinto muito pela circunstância que você veio.

-- Não se preocupe – Ela abaixa a cabeça por um breve segundo – Estou fora do campo, mas ainda sei algumas coisas.

As duas sorriem, sob o olhar de Mitch visivelmente feliz com a educação e cordialidade entre elas.

Finalmente, Ben e Irene entram na sala.

-- Agente Carter – Irene passa direto, já colocando sua bolsa em cima da mesa gigante – Que bom vê-la.

-- Digo o mesmo, Irene – Helena sorri, já olhando para Benjamin, que a olha nem um pouco simpático – Oi, Ben.

-- Oi, assombração.

-- Ben! – Lydia o repreende, cerrando os olhos.

-- Não se preocupe – Ben os revira – Ela sabe que é um apelido carinhoso.

-- Sei? – Helena franze o cenho.

-- Sentem-se, por favor.

É Irene que ordena e calmamente, cada um senta-se ao lado do outro, todos olhando para a diretora.

-- Os exames de Lydia saíram hoje pela manhã – Irene informa – Lamentavelmente, não conseguimos nenhum rastro da substância. É como se a cura que ele injetasse limpasse todo o organismo dela.

-- E essa cura? – Ben questiona – Não temos o componente?

-- Não – Irene dá de ombros – Tudo em branco.

-- Igor disse que Helena saberia aonde encontra-lo – Mitch muda de assunto, encarando o vazio da mesa – Aonde?

Helena respira fundo, visivelmente incomodada.

-- Tem um galpão que Alexander usava quando estava por aqui – Ela conta – Fica em Boston. Esse é o único lugar que sei.

-- Já sabemos quantos homens iremos levar? – Lydia pergunta.

-- Igor saberia – Mitch responde – Não podemos correr o risco.

-- Vocês quatro vão – Irene afirma – Mitch entra com Helena, Lydia e Benjamin ficam nas redondezas.

-- Não podemos dar a vantagem dele se preparar caso uma equipe gigante vá conosco – Helena diz.

-- Você tem razão – Irene assente com a cabeça – Mas, lembrem-se disso, vocês devem ter Igor na mira de vocês antes que vocês estejam na dele. Se isso acontecer... teremos problemas.

Imediatamente, todos os quatro se entreolham.

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Boston, EUA – 17:45

Da janela do quarto do hotel, Helena respira fundo. Sua mente trava uma batalha com um grande pressentimento, no qual ela já o abraçou. Um pressentimento que irá guardar para si até o momento certo.

Quando escuta alguém batendo na porta do quarto, ela se vira.

-- Pode entrar – Helena diz, voltando a olhar pela janela.

Assim que é aberta, ela consegue perfeitamente saber quem é pelo forte perfume amadeirado. Mitch.

-- Vim ver como você está – Mitch coloca as mãos nos bolsos do moletom.

-- Pensativa – Helena dá de ombros, se virando para o ex-namorado – E você?

-- Preocupado, pra ser sincero – Mitch comprime os lábios.

-- É, eu também estou.

Helena abaixa o olhar, mesmo ainda ficando sob o de Mitch. Ela está de ombros caídos, visivelmente abatida.

-- Eu sei o que vai acontecer hoje à noite, Mitch – Helena retorna a olhá-lo, revelando o marejar – E eu não posso fugir disso.

-- Do que você está falando? – O agente franze o cenho, confuso – Ele não vai matar você, Helena. Ninguém vai permitir isso.

Helena dá um sorriso entristecido, pesado.

-- Ninguém? – Ela ergue a sobrancelha – Eu lembro quando você usava a palavra “eu”.

-- Helena... – Mitch muda o peso do corpo, percebendo do que ela quer dizer – Nós não precisamos mais falar disso, você sabe.

-- Eu sei – Ela respira fundo, coçando rapidamente a testa – Eu só quero que você saiba que... não importa o que aconteça hoje, naquele galpão, eu sou extremamente grata por todos os anos que passamos juntos, Mitch.

-- Você sabe que eu também – Mitch cerra os olhos – Mas, porque você está falando isso? Eu não entendo.

-- Desculpe – Helena mexe a cabeça em negação – Só... não esqueça, ok?

-- Ok – Mitch se aproxima, colocando a mão no braço de Helena amigavelmente – Esteja preparada, Helena.

-- Eu estarei – Ela responde, esboçando um sorriso mínimo.

Mitch assente com a cabeça educadamente, afastando-se de Helena, deixando-a sozinha no quarto, voltando a travar uma batalha com seus pensamentos e mais ainda, com o passado.

No corredor, Mitch caminha calmamente de volta ao seu quarto. Quando abre a porta, vê Lydia dormindo no meio dos lençóis brancos da cama espaçosa.

Vê-la assim, arranca um sorriso singelo do agente.

Mitch caminha até o pequeno frigobar, pegando uma cerveja e sentando-se na pequena mesa.

-- Não é recomendado beber antes de uma missão, agente.

A voz de Lydia o faz olhá-la, que já está sentada na cama, ainda com o rosto sonolento.

-- Dez dessas e eu ainda derrubaria um exército todo – Mitch brinca, olhando para a cerveja em sua mão.

-- Convencido.

Mitch a olha, capturando o sorriso que ela dá, deitando a cabeça levemente.

-- Você é tão linda, ruiva – Mitch murmura, arrancando um sorriso ainda mais vivo de Lydia – Sério, como isso é possível?

-- Não exagere – Ela revira os olhos.

Mitch deixa a cerveja em cima da mesa e já tirando os sapatos, ele vai até a cama, a puxando para um abraço que faz os dois se deitarem na cama.

Ele fica por cima de Lydia, com o devido espaço para poder encarar os olhos verdes mais lindos que já viu.

-- Como ela está? – Lydia pergunta, passando as mãos nos braços de Mitch.

-- Helena está estranha – Mitch comenta, comprimindo os lábios – Ela está como... uma incógnita.

-- Você acha que aconteceu alguma coisa? – Lydia cerra os olhos.

-- Não sei – Mitch dá de ombros, passando seu dedo delicadamente no cabelo ruivo sedoso de Lydia.

-- Eu fico feliz que ela está bem em relação a nós dois – A agente sussurra.

-- Helena foi altruísta – Mitch relembra a conversa que teve com ela na escada da casa de Arthur – Algo que eu nunca vi com tanta verdade.

-- Eu imagino.

Mitch respira fundo, olhando firmemente nos olhos de Lydia e rapidamente, um grande feixe de brilho se estende no seu olhar. É como se olhá-la despertasse nele uma paz, uma tranquilidade.

-- O que? – Ela pergunta, dando um sorriso de canto – Porque você está olhando pra mim assim?

-- Não sei – Mitch dá um sorriso malicioso – Não posso olhar?

-- Você sabe que pode – Lydia diz, manhosa enquanto passa seus braços por baixo dos dele, o abraçando ainda mais firmemente – Você pode tudo, Mitch Rapp.

Mitch a beija lentamente, tão calmamente, mas o suficiente para todo o mundo sumir ao redor deles. Eles saboreiam da calma, da tranquilidade que Mitch e Lydia conseguem construir em meio a todo o tornado.

-- Mitch – Lydia o afasta, o deixando confuso.

-- O que? – Ele pergunta. 

-- E se algo acontecer hoje a noite? – A pergunta repentina de Lydia o surpreende – E se não der certo?

-- Não diga isso – Mitch pede – Eu sei que vai funcionar.

-- Ok – Lydia sussurra, assentindo com a cabeça – Ok.

-- Posso deitar minha cabeça no seu ombro? – Mitch pergunta – Eu realmente preciso disso agora.

-- Claro que pode – Ela sorri.

Mitch, delicadamente, deita sua cabeça no cangote de Lydia e em silêncio, ele aproveita a tranquilidade que o carinho de Lydia o oferece.

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No elevador, Lydia carrega com si o cartão que perdeu da porta.

Vê o seu relógio de pulso marcar exatamente sete horas da noite, faltando exatamente cinco minutos para a saída dos agentes para o galpão.

Quando a porta do elevador se abre, Lydia sai, mas desacelera os passos ao perceber Helena na porta do seu quarto, visivelmente mexendo na maçaneta.

-- Helena – Lydia se aproxima cuidadosamente.

A morena rapidamente se agonia ao perceber que foi flagrada por Lydia.

-- O que você está fazendo? – A ruiva pergunta.

Urgentemente, Helena desensaca sua arma e aponta imediatamente para Lydia. Ao ser mira, o coração de Lydia congela, surpreendida com o que Helena está fazendo.

-- Vocês não podem ir comigo – Helena explica, visivelmente nervosa – Vocês não podem ir comigo, você me entendeu?

-- Helena, por favor – Com as mãos levantadas, Lydia tenta buscar calma – O que está acontecendo?

-- Eu botei Mitch e Benjamin para dormirem – Helena mostra um pequeno frasco em sua mão – É a única maneira deles não irem atrás.

-- E você vai atirar em mim para eu não ir? – Lydia ergue as sobrancelhas – Nós só queremos ajuda-la, Helena!

-- Eu não preciso de ajuda! – A morena fala mais alto, perdendo a paciência – Por favor, Lydia, você tem que ficar aqui.

-- Não! – Lydia responde imediatamente – Me diga o que aconteceu! Helena, você ir sozinha... é uma missão suicida.

O silêncio de Helena faz Lydia perceber que é isso que ela quer. Que Helena não vai lutar contra esse fato, que não existe problema em ir sozinha.

-- Helena...

-- Eu matei Alexander Ivanoff – Ela murmura, abaixando o olhar.

-- Eu sei – Lydia se aproxima.

-- Eu não matei só ele, Lydia – Helena volta a olhá-la, mostrando seus olhos marejados e já avermelhados – Eu mereço ir sozinha, você não entende?!

-- Do que você está falando?! – Lydia pergunta, angustiada – Por favor, me conte.

Helena abaixa a arma, tranquilizando parcialmente Lydia, que ainda está confusa com a maneira que Helena age. A tristeza, a dor, o desespero que ela exala por todos seus poros a deixa assim.

-- Alexander... ele tinha uma outra casa por trás da mansão dele – Helena conta, sob a atenção de Lydia – Ele tinha uma quantidade absurda de armamentos. Eu fui... eu fui instruída para colocar uma bomba lá e eu fiz. Eu tentei tirar todos da casa e até certo ponto, eu pensei que tinha conseguido.

-- O que aconteceu? – Lydia questiona, percebendo o rumo da conversa.

-- Eu estava esperando por Alexander e quando ele apareceu, era somente ele.

Helena fecha os olhos, sendo dominada por uma dor que a lembrança a causa.

-- Na casa ficou a mulher dele e a filha pequena deles, Serena.

Lydia se afasta, juntando todos os pedaços.

-- Eu tentei voltar a tempo, eu corri, mas assim que eu coloquei os meus pés na calçada, eu vi Serena entrar no pequeno galpão e logo atrás dela, a mãe.

-- Helena – Lydia leva a mão na boca, chocada com a gravidade do que a ex-agente a conta.

-- Eu vi a bomba explodir, Lydia – Helena a olha – Eu as matei.

Lydia abaixa a cabeça, encarando o chão de carpete do corredor. Sua mente gira em milhão por hora, incrédula com o que acabou de escutar.

-- Eu mereço ir sozinha – Helena continua – Eu mereço pagar pelo o que eu fiz.

-- Ei.

Lydia se aproxima, colocando suas mãos no rosto dela urgentemente.

-- Ninguém... me escute, Helena, ninguém merece morrer.

-- Você não ouviu o que eu disse?

-- Você pensou que as tinha tirado de casa! – Lydia busca uma maneira de afastar Helena de ir em uma missão suicida -- O que aconteceu foi um acidente, você não tinha intenção!

-- Mas eu não consegui salvá-las! – Helena se afasta de Lydia.

-- Pare – A ruiva pede – Você não vai sozinha, Helena.

Lydia se aproxima novamente.

-- Eu vou com você.

O que Lydia decide surpreende Helena, que a olha.

Sentir tamanha solidariedade, ajuda e apoio de Lydia é algo que Helena não sabia que precisava sentir, até se deparar com isso.

A confiança que a ruiva transmite em seu olhar é algo que a aquece.

-- Vamos – Lydia segura a mão dela – Nós duas vamos conseguir.

Helena assente com a cabeça copiosamente, visivelmente emocionada com o apoio que recebe de Lydia.

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A única iluminação dentro do galpão abandonado é a luz vindo de fora, ou seja, é quase nenhuma.

Dentro da grande caixa de metal, Lydia e Helena caminham calmamente, com suas devidas armas em punho, atentas em qualquer movimentação. Elas sabem que pode se esperar qualquer coisa de Igor.

-- Você tem certeza que é aqui? – Lydia pergunta, passando seu olhar pelo lugar.

-- É o único lugar que eu conheço dos Ivanoff – Helena pergunta.

-- Você sabe o que fazer, certo?

Helena para, a olhando rapidamente.

-- Nós duas sabemos – Ele responde.

As duas se entreolham, assentindo com a cabeça confiantemente.

Por trás delas, a porta do galpão é novamente aberta. Dessa vez, graças a grande iluminação que surge repentinamente no lugar, elas percebem quatro homens entrarem.

O último, é Igor.

-- Eu esperava uma figura masculina ao seu lado, mrs. Carter.

Igor arrasta sua voz de sotaque pesado, caminhando um pouco mais.

-- Mas, é um prazer finalmente conhece-la pessoalmente – Ele une suas mãos atrás de seu corpo, esboçando um sorriso falso – Mrs. Martin, sinto muito as condições que eu a conheci.

-- Vai se foder – Lydia cospe as palavras por trás da arma no punho.

-- Adorável – Igor dá um sorriso de canto – Bom, não podemos começar o espetáculo dessa maneira, certo? Porque atirando em mim, todos nós sabemos que vocês não saíram daqui vivas.

Lydia e Helena se entreolham.

-- E honestamente, eu ficaria com pena de Mitch Rapp por vê-lo perder o primeiro amor – Igor passa os olhos escuros de Helena para Lydia – E o verdadeiro amor de sua vida.

Helena se incomoda, é inevitável. Mas, ela não se apega á esse sentimento.

-- Coloquem as armas no chão – Igor muda o tom de voz, ficando ainda mais sério.

Calmamente, Lydia e Helena fazem como ele pediu.

-- Ótimo – Ele respira fundo – Então, Helena Carter... você realmente é uma assassina, certo?

Helena sente sua garganta fechar, sabendo que não pode argumentar contra isso.

-- Eu tenho que dizer, mesmo não tendo muito contato com a minha sobrinha e a minha cunhada, eu não consigo descrever a tristeza que senti ao saber da morte das duas – Igor começa a passear pelo galpão, sob o olhar de todos – Eu não sabia quem era até então... nem meu irmão.

-- Eu não tive a intenção de machucá-las! – Helena diz.

-- Todos dizem isso, mas... mata-las, não? – Igor para, a olhando – Mas, honestamente... uma criança, mrs. Carter. Você é realmente um monstro.

-- Helena, não caia na dele – Lydia murmura, sem tirar os olhos de Igor.

-- Você sabe que você veio até mim ciente do que vai acontecer – Igor continua, franzindo o cenho – Você trouxe Lydia para quê? Assistir você morrer?

Helena abaixa o olhar.

-- Venha até mim – Igor estende a mão para Helena, que olha para Lydia.

-- Helena, não.

Em meio ao pedido de Lydia, Helena caminha até Igor. É exatamente como se estivesse encarando a morte diante seus olhos. A morte que ela já aceitou.

Ela é agarrada por um dos seguranças de Igor.

-- E você, Lydia Martin? – O russo cruza os braços, a olhando de longe – Como você pretende dizer a Mitch que a viu morrer?

Lydia o encara de volta duramente.

-- Esse é o problema, Igor – Lydia ergue as sobrancelhas – Como eu posso dizer algo que não vai acontecer?

A sua lâmina escorrega da manga da sua jaqueta, caindo perfeitamente em sua mão. O movimento de Lydia é rápido como um piscar de olhos, lançando a faca perfeitamente no pescoço do homem que segura Helena.

Helena aproveita-se e com força, dá uma cotovelada forte exatamente no cabo da faca, a fincando ainda mais fundo na garganta do segurança, expulsando uma quantidade absurda de sangue.

Lydia corre, agachando-se para pegar sua arma no chão e quando a pega, corre para se desviar dos tiros, escondendo-se atrás de uma pilha de caixas.

Enquanto Helena, usa do corpo do homem para se proteger dos tiros que são disparados também a ela e também se esconde.

Igor corre, protegendo-se do grande tiroteio.

Os tiros se cessam como o final um espetáculo, oferecendo um grande e tenebroso silêncio. Mesmo nervosas, Lydia e Helena engolem a urgência de suas respirações, buscando manter a calma.

Ambas estão escondidas por trás das pilhas e juntas, as agentes se olham.

-- Lydia! – Helena diz o nome dela ao perceber o braço do homem bem ao lado da ruiva.

Lydia é rápida, virando-se e com força, usa sua arma para jogar a dele longe.

Porém, o grandão é mais rápido e agarra Lydia pelo pescoço, agarrando o cano da arma de Lydia e em um único movimento brutal, ele a tira da mão dela e joga pra longe.

Lydia não consegue sentir o chão e isso não a desespera mais do que sentir as mãos firmes do homem impedirem sua passagem de ar, a sufocando brutalmente.

Ela busca uma forma de tentar se debater, mas não consegue.

Ele faz impulso, a empurrando contra a grande pilha de caixas, fazendo com que todas derrubem e Lydia seja lançada no chão duro de concreto. A dor que ela sente é absurda, a impedindo de sentir qualquer membro possível do seu corpo.

Lydia geme de dor, virando-se de lado.

O segurança novamente avança em direção a ela, agachando-se.

Os socos que Lydia leva repetidamente vezes a deixa cada vez mais suscetível e incapaz de se defender. Ele é mil vezes mais forte do que ela.

O breve momento que ele pausa os socos, é o suficiente para Lydia olhar para o lado, buscando alguma maneira de fugir das agressões do homem.

Novamente, ele avança em socar o rosto dela, criando feridas, sangramentos por toda a extensão.

As mãos dela tateiam o chão, buscando por alguma coisa para se defender e no meio do desespero, encontra. O objeto é tão pontiagudo que fere a mão dela, mas, Lydia não se importa.

Em suas mãos, ela tem a sua salvação. Um grande pedaço de vidro quebrado.

O segurança de Igor a agarra pelo casaco de couro, a tirando levemente do chão e dando a vantagem perfeita que Lydia precisava. A proximidade.

-- Faça uma boa viagem, filho da puta.

Com firmeza, Lydia finca a ponta do vidro na lateral da cabeça do homem. Sem se importar, rasgando a mão dela, a agente o agarra em suas mãos com mais força e enfia ainda mais o vidro, perfurando o crânio do homem.

O sangue escorre pelos braços de Lydia, assim como o sangue escorre pela cabeça dele.

Quando ele cai morto no chão, é o momento que Lydia precisava para poder respirar fundo.

-- Merda – Ela murmura, passando as mãos em seu próprio pescoço, ainda conseguindo ter a sensação das mãos pesadas a agarrando.

A ruiva se levanta e assim que faz, vê Helena dar um tiro na cabeça do outro segurança de Igor. Assim como ela, Helena também está sangrando por todo o rosto.

-- Cadê o Igor?! – Lydia pergunta, olhando ao redor. 

-- Eu-eu não sei – Helena se aproxima de Lydia – Eu não o vi.

Lydia se cala, buscando tranquilizar sua respiração.

-- Vamos – Lydia passa as mãos em seu cabelo – Nós temos que ir.

A ruiva oferece sua mão e sem pensar duas vezes, Helena a segura.

As duas caminham apressadamente para saírem do galpão, mas um único barulho as faz parar imediatamente.

A única diferença, é que é Helena que é atingida por um tiro nas costas.

E nesse momento, tudo parece passar em câmera lenta.

Lydia a olha de olhos arregalados, percebendo uma grande mancha vermelha se estender pelo tecido de sua roupa. E após outro disparo, outra mancha de sangue mais em baixo.

Os olhos de Helena estão encarando o chão e a arma que estava em sua mão, cai.

-- Não – Lydia sussurra, desesperada por vê-la perder suas forças.

A porta do galpão se abre, revelando Mitch e Benjamin, dando o espaço que Igor precisava para fugir, contente por ter completado o que desejava.

Os olhos castanhos de Mitch se fixam nas duas manchas vermelhas na blusa de Helena e quando isso acontece, o coração dele é amassado como um pedaço de papel.

Já sem forças, Helena cai com seus joelhos no chão, sendo segurada por Lydia.

-- Helena, não – Lydia murmura, a deixando cair por cima dela, com a cabeça em seu colo.

Mitch se aproxima, correndo em desespero.

-- O que... o que aconteceu? – Ele questiona, tocando o rosto de Helena.

-- Igor – É Helena que sussurra, com seus olhos fechados.

-- Mantenha seus olhos abertos, Helena – Lydia pede – Ben, chame uma ambulância!

A ruiva pede e imediatamente, Ben se apressa.

-- Helena – Mitch está com seus olhos marejados e vê-la assim, é como se ele que tivesse levado os dois tiros – Não se preocupe, ok? Você vai ficar bem.

-- E-eu... – Helena expulsa uma tosse, deixando o sangue sair de sua boca – Eu mereço isso.

-- Não diga isso! – Lydia implora, apertando os olhos – Não... por favor.

-- Você é boa, Lydia – Helena sussurra, tocando o rosto da ruiva com carinho.

Mitch se afasta, caindo sentado no chão, sem forças para aceitar o que está acontecendo.

Definitivamente, ver alguém que ele tanto amou, que passou por tantos momentos simplesmente perder as forças diante seus olhos, é algo que pede de Mitch um controle que ele não possui. Não em vê-la assim.

-- Helena, por favor – Mitch segura a mão dela e lentamente, Helena o olha – Você tem tanto o que viver, por favor! Lute!

-- E-eu... eu sinto muito – Ela sussurra, comprimindo os lábios – Você não tem ideia... você não tem ideia do quanto eu sou grata a você... Mitch.

Helena agarra a mão dele com mais força e Mitch encara o que ela faz.

-- Pra sempre.

Helena sorri, perdendo-se no que faz ao sentir um último fio de dor.

O fio de dor que faz seu último suspiro ser dado nos braços de Lydia.

Mitch abaixa a cabeça, se entregando a um choro, carregado de um luto imediato.

Com Helena em seus braços, Lydia também chora.

Ela, pensando nem duas vezes, segura a mão de Mitch, buscando unir as forças que ainda os resta depois da perda que acabaram de sofrer.

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Dallas, Texas – 2 dias depois

No topo de uma elevação, no meio de um longo campo verde, é aonde eles enterram o corpo de Helena Carter.

A luz do sol, o verde da natureza, o azul do céu rodeia a todos que estão ali presentes, sentindo a dor da perda da ex-agente. A perda de alguém que tinha a paz a desfrutar, a tranquilidade que tanto precisava.

Isso foi tirado de Helena e é o que mais dói em todos.

Com seus olhos escondidos atrás de um óculos escuros, Mitch chora silenciosamente, assistindo o caixão ser levado a baixo lentamente. Ao seu lado, Lydia está da mesma forma.

As palavras proferidas pelo pastor, as flores jogadas, a areia sendo jogada, tudo se arrasta lentamente e quando todos se afastam no final, é somente Aurora que fica, encarando o túmulo da filha.

Por trás dela, Mitch retorna, aproximando-se da mulher.

-- Eu sinto muito, sr. Carter – Mitch murmura, colocando as mãos nos bolsos de sua calça social.

-- Você pode me chamar de Aurora – A mulher de fios escuros diz, sem olhá-lo – Eu sei quem você é, Mitch Rapp.

Mitch se surpreende, mas, se mantém quieto.

-- Helena me mandou uma foto de vocês dois juntos há alguns anos atrás – Ela conta – Atrás, ela escreveu dizendo como estava com saudade de mim e de como estava apaixonada por você.

-- Nós fomos felizes – Mitch sussurra.

-- Quando ela retornou pra mim, Helena me contou tudo o que aconteceu – Aurora continua e finalmente, Mitch a olha – Ela estava bem, havia aceitado tudo.

Aurora se vira, ficando perfeitamente de frente para Mitch.

-- Tudo o que ela desejava era a sua felicidade, Mitch – Aurora toca o braço do agente, que observa o ato – Então, em nome de tudo o que vocês viveram, a única coisa que eu, uma mãe que acabou de perder uma filha, posso te pedir é exatamente isso... seja feliz.

Mitch fica completamente tocado pelas palavras de Aurora.

Em silêncio, ela simplesmente se afasta, descendo a elevação, voltando para a fazenda.

Mitch se agacha diante o túmulo de Helena, pegando um punho de areia em suas mãos, completamente entristecido.


Notas Finais


confesso que to um pouco triste com essa morte da helena
mas, e vocês? o que acharam? será que vai mudar algo na relação de mitch e lydia? to curiosa!
até o próximo amores


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