História Another Tale - Phone Call

Cidade de Magnólia. Seis anos depois.

        Seis anos se passaram e lá estou eu. Casado com Sting e com um filho de 12 anos. Depois de tudo aquilo, vivemos nossa vida em paz. Sem nada para atrapalhar. Até acontecer algo que eu não esperava.

- Amor, seu celular está tocando! – Gritei na porta do banheiro, enquanto Sting tomava banho.

- Atende pra mim, amor. – Suspirei e fui atender.

- Moshi, moshi. Natsu falando.

- Natsu? Esse não é o nome do meu loirinho. Cadê o Sting? – A voz de uma mulher soou do outro lado da linha.

- O quê? “Meu loirinho”? O que quer dizer com isso?

- Ah? Quer dizer que Sting andou me traindo? Onde ele está? Quero falar com ele. – Comecei a me irritar.

- Não até você me explicar porque chamou meu marido de “meu loirinho”!

- Eh? Marido? – Riu. – Olha aqui, querido. Eu não tenho tempo pra palhaçadas, tá bem? Agora me deixa falar com o Sting!

- Que mulher mais atrevida você! – Falei com desgosto. Sting saiu do banheiro e me encarou. – Um segundo. – Entreguei o celular para o Sting. – Toma. Não sei quem é essa mulher, mas é muito atrevida pra te chamar de “meu loirinho”. – Falei, bufando irritado. Seu semblante se fez espantado.

Sting POV.

        “Meu loirinho”? Essa não. Não pode ser ela. Fui para longe de Natsu, entrando no banheiro.

- Alô?

- Ah... Agora sim. Lembra de mim amorzinho?

- Tch... Minerva. O que você quer? E o que falou ao Natsu para deixa-lo tão irritado?

- Are? Eu não falei nada... – Riu sínica. ­– Ele que veio pra cima de mim falando que você era marido dele. – Suspirei.

- E sou mesmo. Olha Minerva, pra que você me ligou, hein?

- Nani? Como pra quê? Queria falar com você, meu amorzinho.

- Não me chama assim! O único que pode me chamar assim é o Natsu! 

- Tch... O que deu em você?! Pensei que não tinha me esquecido.

- Como não vou esquecer da mulher que me machucou?! Olha aqui Minerva... É bom você não me ligar mais. Eu não vou lhe atender! E se o Natsu atender... – Suspirei sarcástico. – Ele vai te xingar tanto...

- Pelo menos quero ter uma conversa com você...

- Minerva, eu já disse. Não quero nunca mais falar com você. Adeus! – Desliguei a chamada e soquei a parede, respirando fundo. – Mas que merda! Por que, depois de tanto tempo, ela resolveu aparecer?! – Resmunguei para mim mesmo.

        Eu estava confuso e irritado ao mesmo tempo. O que essa mulher tem na cabeça?! Vir ligar pra mim, 10 anos depois e ainda falar merda pro Natsu?! Eu precisava esfriar a cabeça. E só Natsu conseguia me deixar calmo. Coloquei uma roupa e desci até a sala. Passei pela cozinha e o encontrei lá, cozinhando. Me aproximei dele e lhe abracei por trás, beijando seu pescoço.

- Hnm... O que deu em você hoje? Estava irritado até agora a pouco. – Sorriu e dei uma mordida de leve em seu pescoço.

- Só você me deixa calmo amor... – Sussurrei em seu ouvido. Ele se virou de frente pra mim e abraçou meu pescoço. Sorri e acariciei seu rosto. – Você é tudo pra mim Natsu... Não quero lhe perder...

- Você não vai, mas... Por que está me dizendo isso agora? – Me olhou sério. Só então percebi o que havia dito.

- Nada... Deixa pra lá... – Puxei sua nuca para um beijo e enlacei sua cintura com meu braço.

        Eu não sei o quanto a Minerva mudou, mas sei que, pela conversa que ela teve com o Natsu, nenhum vai se dar bem com o outro, e quando a Minerva não gosta de alguém, ela não gosta mesmo. Se é que me entendem. Tenho medo do que ela pode fazer com o Natsu, portanto, enquanto ela não aparecer, porque eu sei que ela vai me procurar e vai conseguir me achar, tenho que manter Natsu o mais longe possível dela. Não quero nem pensar do que ela é capaz de fazer.

- Ahnm Sting... C-calma amor... – Falou, rindo, enquanto eu beijava e dava mordiscadas em seu pescoço, lhe sentando na mesa. – O que houve? – Coloquei minhas mãos em sua coxa, apertando-as de leve e voltei a te beijar, mais lascivamente dessa vez.

        Eu não estou me aproveitando dele naquele momento. Só... Estou tentando esquecer aquela minha conversa com a Minerva. Não quero nunca mais pensar naquela vadia imprestável. Ela me magoou de um modo que nem o Natsu conseguiria me magoar. Deslizei minha mão até embaixo de sua blusa, massageando seus mamilos.

- S-Sting... E-espera... – Me empurrou de leve, me afastando dele. – O que aconteceu amor? Você... Está agindo estranho.

- Estranho? Por que estaria? Só quero... Ficar um tempo com você agora que Tenshi está na escola... – Me aproximei para lhe beijar, mas Natsu recuou e me encarou sério.

- O que você e aquela mulher conversaram?... – Abaixei minha cabeça.

- Nada. – Falei baixo.

- Sting, olhe pra mim. – Levantou meu rosto. – Não quero que me esconda nada.

- É sério Natsu, eu... Eu não quero falar sobre isso, tá legal? – Me afastei dele e virei para o balcão, apoiando minhas mãos no mesmo.

- Amor... – Se aproximou de mim e segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Olhei pra ele e o mesmo me encarava preocupado. – O que essa mulher fez com você? – Pensei em contar, mas achei melhor não e abaixei minha cabeça.

- Não é nada Natsu... É sério... Esquece isso... Por favor... – Falei com voz de choro. Ele esfregou minhas costas e eu lhe abracei forte.

- Eu não consigo imaginar o quanto essa mulher te fez sofrer... – Falei, depositando poucas lágrimas em seu ombro.

        Realmente, a Minerva me fez sofrer tanto, que sempre que eu lembro, eu sinto as lágrimas de tristeza daquele dia. Como se eu tivesse vivido mais uma vez todo aquele inferno. Ainda bem que eu tenho Natsu comigo. Ele é o único que consegue mandar toda a minha tristeza embora com apenas um abraço. Como se ele fosse a minha Luz. E a minha tristeza a escuridão. E a Luz sempre repele a escuridão.

Autora POV.

- Hikari-kuuuuun!! – Tenshi pulou em cima do moreno.

- Itta... – Riu. – Ohayo Tenshi-san... – Sorriu e abriu seu armário, pegando seus livros.

- Está a fim de dormir lá em casa hoje? Meus pais vão sair. Parece que Sting-otou-san não se sente muito bem. – O moreno olhou para o loiro.

- Ah... Sinto muito pelo Sting, Tenshi-san... Mas, claro. – Sorriu. – Eu adoraria dormir lá. Isto é, se meus pais deixarem. – Riu. – Sabe... Gray-otou-san não se dá muito bem com seu pai Natsu. – Tenshi riu.

- Eles nunca se deram bem pra falar a verdade. Mas seus pais disseram que, apesar da rivalidade entre o seu pai e o meu, você pode ir lá em casa quando quiser. – Sorriu aberto, fazendo o moreno sorrir.

        “Tão fofo...”.

- Arigatou, Tenshi-san... – Afagou os cabelos do loiro. – Então passamos na minha casa depois da escola, para pegar minhas coisas, tá bem? – O loiro sorriu.

- Hai. – Beijou a bochecha do moreno e saiu.

        Hikari e Tenshi sempre se deram muito bem. Enquanto o loiro tem 12 e estuda na sexta série, o moreno tem 16 e estuda no segundo ano. Ambos têm uma relação muito boa, um com o outro. Porém, algo mais ainda vai nutrir dessa amizade.

- Moshi, moshi? – Atendeu o celular, assim que ouviu ele tocar.

- Filho?

- Ah, oi pai. O que foi?

- Sabe onde eu deixei minha carteira? Ela sumiu e não consigo achar. – Hikari suspirou.

- Em cima da cômoda, pai.

- Ah, está aqui hehe. Obrigado filho.

- Ah! Pai espera. Tenshi falou com vocês?

- Eh? Que eu saiba não. Lyon... Tenshi conversou com você?... Eh?! E você não me avisou?! – Hikari suspirou novamente.

- Pelo jeito, só o Lyon-tosan que sabia. – Murmurou. – Bem... Vou dormir na casa do Tenshi hoje, tá bem? Passo aí com ele, depois da escola para pegar minhas coisas.

- Eeeeeeh?! Dormir na casa do Natsu?! Nem ferrando!

- Amor! Deixa ele! Tenshi está querendo se divertir com ele. – Lyon reprimiu.

- Pai, Natsu e Sting não vão estar em casa. Parece que o loiro não está passando muito bem. – Gray suspirou.

- Tá bem, tá bem. Se precisar de algo, me ligue, hein?

- Hai. Hai. Arigatou otou-san. Jya nee! – Desligou a chamada e suspirou. – Que pais mais complicados eu tenho WAAAAAH! – Levou um susto ao Tenshi pular nele novamente. – Tenshi-saaaaaaan!! Não faça isso!! Quer me matar do coração?!

- Gomene Hikari-kun. – Saiu de cima dele.

- A propósito... Com qual dos meus pais você falou sobre eu dormir na sua casa? – Arqueou a sobrancelha.

- Are? Etto... – Colocou o indicador nos lábios, pensativo. – Acho que foi com Lyon-san. Por quê? – O moreno suspirou.

- Se quiser pedir algo à meu respeito, fale com o Gray, que é, como posso dizer, “autoridade” lá em casa. Se você conta alguma coisa ao Lyon, ele esquece e depois sobra pra mim, explicar ao meu pai. – Tenshi tombou a cabeça um pouco para o lado.

- Nani? – Hikari lhe olhou com uma gota na cabeça.

- Esquece Tenshi-san. Bem, vou indo para minha sala. Nos vemos na saída? – Começou a subir as escadas.

- Ah. Hai. – O loiro sorriu. – Jya nee, Hikari-kun! – Acenou e saiu.

        Hikari se sente bem ao ter Tenshi do lado dele. Além do nome significar anjo, era como se o loiro fosse seu anjo da guarda. É o começo de uma desconhecida paixão.

To Be Continued...