História Another Tale - Good News

Finalmente, depois de tudo o que aconteceu, Tenshi está bem. Achei que nunca mais fosse tê-lo de novo. E o melhor que me podia acontecer foi descobrir que ele também me ama. Depois do que eu fiz com ele, não achei que ele fosse me amar.

        Mas eu ainda me sinto mal porque ele pode morrer à qualquer momento. Não sei o que eu tenho que fazer. Não posso dar minha vida para ele sobrevive, pois sou mais velho que ele. Mesmo se Jasen ou Karin se oferecessem, eles não podem, pois também são mais velhos que o Tenshi.

        O que eu tenho que fazer nesse momento é aguardar. Aí eu me pergunto: Por quanto tempo? Não podemos ficar esperando até algo terrível acontecer. Temos que fazer alguma coisa, antes que o pior aconteça. Ou pelo menos eu tenho que fazer...

— Hikari-kun? – Ouvi uma voz atrás de mim. Olho para trás e vejo Karin e Jasen. – Daijoubu? – Karin trazia consigo um buquê de violetas.

— Ah. Hai, Karin-chan. – Olhei novamente para o Tenshi naquela cama.

— Hikari... Não há nada que possamos fazer. – Jasen tocou meu ombro.

— É isso que me dói, Dreyar. – Falei, sentindo lágrimas em meus olhos. – Saber que não posso fazer nada para salvá-lo.

— Você pode, Hikari-kun. – Karin sorriu. – Acreditar que ele vai ficar bem.

— Já acreditei muito em momentos assim. E sempre acabaram em tragédia. – Falei seco, olhando para baixo. – Eu vou lá fora. Preciso de ar fresco. – Fui andando até a porta, passando pelos dois.

— Hikari-kun...

—Deixe Karin. Ele precisa desabafar.

        Droga. Mil vezes droga. Agora me sinto pior do que eu já estava. Mas eles não tem culpa, pelo contrário, eu que não quero acreditar. Tenho medo de que, se eu esperar muito, posso perder Tenshi... Pra sempre.

        Flashback.

— Nee, Hikari-kun...

— Hm?

— O que você faria se algo acontecesse comigo?

— Eu faria o possível e o impossível para te ajudar. Mas eu espero que nada aconteça com você.

— Un! Eu também espero!

— Somos amigos... Até depois do fim.

— Hai!

        Flashback Off.

        “Me desculpe Tenshi, mas eu não fui capaz de te ajudar...”

...

        Sentado, embaixo de uma das árvores do hospital, já era quase fim de tarde, quando vejo Kai saindo do hospital, meio cabisbaixo.

— Kai? O que faz aqui? – Fui até ele.

— Ah. Yo Hikari. – Sorriu fraco. – Vim visitar meu irmão.

— Irmão? O que ele tem?

— Isso não importa agora, já que ele não tem mais chances de sobreviver. – Se sentou no banco e eu me sentei ao seu lado.

— Eu sinto muito Kai. Meus pêsames.

— Tudo bem. – Olhou para mim e sorriu. – Como está o Tenshi? – Meu coração se apertou ao eu me lembrar.

— Ah. Bem, ele... Vai ficar bem.

        “Não, ele não vai”.

        Minha mente se negava a acreditar que Tenshi ficaria bem, mas acho que o único ser errado aqui sou eu. Eu não queria aceitar que Tenshi corria perigo de morte. Tudo o que eu menos queria era acreditar nisso.

— Hikari? Eu disse algo errado? – Dei um fraco sorriso, negando com a cabeça.

— Ah, não Kai. É só que... Sabe, às vezes você se pergunta: Por quê? – Lágrimas começaram a sair dos meus olhos. – A família Eucliffe corre perigo, Kai. Perigo de encontrar a morte. – Engoli em seco. – Tenshi principalmente.

— Mas... O que ele tem Hikari?

— Problema cardiovascular. Seu coração é maior que o normal. Qualquer parada cardíaca pode facilmente mata-lo. Precisamos encontrar um doador, antes que seja tarde.

— Hikari, eu... Eu sinto muito. Isso é tudo culpa da Minerva. E minha... Se eu soubesse que Tenshi tinha esse problema, eu tinha impedido ela. – Olhei para ele. – Se eu pudesse ajudar... – O silêncio permaneceu por meros segundos. – Já sei. Meu irmão sofre de Leucemia, mas por algum motivo, seu coração é o único órgão intacto à essa doença. – Senti meu coração batendo acelerado de felicidade. – O médico disse que ele tem poucas horas de vida. Posso convencê-lo a usar o coração do meu irmão para um transplante futuro, no caso do Tenshi. – Sorriu.

—Kai... – Pulei nele, lhe abraçando. – Obrigado! Obrigado mesmo! – Falei chorando e encarei seus olhos. – Não sei como te agradecer.

        Foi aí então que eu me arrependi de ter falado aquilo. No momento em que encarei seus olhos e disse aquelas cinco palavras, minha mente se embaralhou toda. Ele chegava cada vez mais perto e eu não tinha como fugir. Seu braço segurava fortemente minha cintura e sua outra mão foi de encontro à minha nuca. Que coisa louca. Eu sinceramente não estou entendendo bulhufas do que está acontecendo.

        Quanto mais seu rosto chegava perto do meu, mais confuso e corado eu ficava. Minha expressão naquela hora tinha sido tão uke assim? Achei realmente que algo ia acontecer, mas por sorte meu pai me chamou, me procurando. Vendo que ele se distraiu, dei um leve empurrão nele e saí de seu colo, correndo até meu pai. Eu não entendi muito o que iria acontecer ali, mas aquilo pra mim não importava mais. Sei que Tenshi vai sobreviver e isso me deixa feliz.

— Filho, o médico quer falar sobre o Tenshi. – Meu coração parou na hora, mas pela expressão dele, não deve ser nada ruim.

— Por sorte, encontramos um paciente apto para o transplante. – Sorri. – Já conversei com o irmão dele mais cedo e ele aceitou. – Dentro de três dias iniciaremos a cirurgia. – Meu coração explodiu de felicidade. Tenshi iria ficar bem e eu poderei ficar ao lado dele durante esse tempo.

“Tenshi...”

Freed POV

        Finalmente. Tudo está bem. Natsu e Sting não estão em um caso grave, Tenshi vai ficar bem logo. Tudo está bem. Estou tão feliz por eles.

— ...

        Tudo está bem no lado deles... Mas não no meu lado. Laxus está desacordado faz horas, depois da cirurgia. Mesmo depois de uma cirurgia, Laxus nunca demora tanto tempo assim para acordar. Ele é forte e resistente à tudo.

“— LAXUS!!”

        Ver Laxus sendo baleado foi um choque tremendo pra mim. Achei que ia perdê-lo. Não iria suportar. Agora eu sinto o que o Natsu sentiu.

— Laxus... – Sussurrei, acariciando seu rosto. – Fique bem logo, meu amor. Eu e Jasen sentimos sua falta. – Sorri fraco.

— Pai? – Jasen aparece na porta do quarto.

— Ah. Entre querido. – Sequei minhas lágrimas.

— Estava chorando? – Se sentou em uma cadeira, do meu lado.

— Heh? Ah, não. Eu... – Suspirei. – Sabe que amo seu pai. Vê-lo assim me deixa triste. Sabe disso.

— Acabei de falar com o médico. Ele vai ficar bem. Só está dormindo.

— Eu sei, Jasen. Mas seu pai sempre foi muito forte. É difícil ele ficar muito tempo assim.

— Pai. To-san foi baleado. É óbvio que, depois de uma cirurgia, ele ficaria desacordado por esse tempo. – Sorriu. – Acalme-se... Ele vai ficar bem. – Beijou minha testa. – Estou indo na casa da Karin.

— Olhe lá, garoto. Vê se não faz besteira. – Arqueei a sobrancelha.

— Relaxa pai. Tenho camisinhas. – Arregalei meus olhos.

— Jasen!

— Tchau pai! – Acenou e saiu.

— Mattaku... – Olhei pro Laxus. – Mesmo ele não sendo seu filho legítimo, ele puxou isso de você... – Suspirei e dei um sorriso fraco. – Não sabe como me dói ver você aí, nessa cama. Acorde logo, por favor. Eu... Sinto sua falta. Não vou conseguir dormir sem você essa noite.

        Suspirei, me levantando e dou um selinho nele. No momento em que me virei para ir embora, senti algo segurando meu pulso e me puxando rapidamente. Logo quando abri meus olhos, me deparei com olhos azuis me encarando, com um sorriso, em cima de mim.

— Laxus... – Sorri.

— Quem disse que você iria dormir sozinho, hoje? – Sorriu de lado.

— Mas você... – Colocou seu indicador sob meus lábios.

— Shhh... Você fala demais. – Segurou minha nuca e puxou meu rosto, selando seus lábios aos meus.

        Até esse ponto, lágrimas já escorriam de meus olhos. Eu estava feliz em ver Laxus com todo esse ânimo e essa disposição. Era sinal de que ele tinha se recuperado por completo.

— La-Laxus... – Agarrei seus fios loiros ao sentir um chupão em meu pescoço.

— Você gosta de ser marcado por mim, não é amor?... – Sussurrou rouco em meu ouvido, me arrancando um sorriso.

— E você gosta de me marcar, não é?... – Acariciei seus cabelos.

— Pra mostrar que você é meu. E somente meu. – Sorri. – Sobre Jasen ir na casa da Karin... – Sorriu de lado. – Isso mostra que eu criei ele como deveria criar. E que ele realmente amadureceu. – Sorri de lado.

— E está safado, assim como você.

— E não deveria? Queria que ele fosse igual ao Gray? – Dei uma risada.

— Cá entre nós... Nenhum de nós aqui é santinho vá. – Riu.

— É... Realmente... – Dei um sorriso e acariciei seus cabelos.

— Eu te amo... E morri de medo de te perder... – Murmurei.

— Você não vai me perder... Eu prometo. Jamais... – Sorriu. – Eu também te amo...

— Baka...

        “Não posso viver sem você... Laxus Dreyar...”.

To Be Continued...