Soa bizarro, ah, aquele tilintar de chaves ao, suavemente, destrancar a porta da bruta desesperança. Como começa? Bem, os passos se tornam menos audíveis conforme o medo se apossa de seu corpo – quanto mais tenta ouvir, mais o desespero o engole em seu silêncio desolado. A garganta seca. Descompassado, o coração tenta, em vão, se acalmar; mas já sabe que está perdido.
Os arranhões, ah, os arranhões. Devo citá-los aos detalhes? Eles corroem a pele, rasgam-na por dentro e fora. Como se uma cobra rastejasse, peçonhenta e ligeira, engolindo tudo o que há de bom em sua penosa alma. Ela o faz cansar de vestir sua própria pele. De sair e carregar este péssimo estigma que tem.
E, então, os monstros te corroem. Não, não aqueles que você achava estar debaixo da cama, quando mais novo. Estou falando de todos os outros que você escondeu dentro de si. Todos aqueles que insistiu negar a existência. Eles se revoltam, são rancorosos... Odeiam ser esquecidos em agonia.
Como termina? Sinceramente, nunca cheguei nesta parte. Para ser sincera, nunca quero chegar. Odiaria irritar um de meus demônios a este ponto. Ouvi rumores...
Talvez, um dia, eu te conte.
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