16/04
Acordo com um trovão. Pela janela embaçada consigo ver a grossa chuva que cai do lado de fora. Esta escuro ainda. Olho para o relógio na parede.
00:49
Não dormir mais de uma hora. Deito-me novamente, mas não consigo dormir. Fecho os olhos e foco no barulho da chuva. Adoro quando chove muito. Parece que o mundo se cala e apenas a chuva fala, batendo contra tudo o que encontra abaixo de si, as vezes agressiva e forte, outras vezes leve e delicada. O problema é que por mais que eu goste de chuva forte, eu ainda tenho medo de seus raios e trovões, não exatamente deles, mas do estrago que eles podem trazer.
Alguém bate em minha porta.
-- Pode entrar. -- digo ajeitando as cobertas sobre mim. Soonyoung entra.
-- Ah...desculpa Min. -- ele vira o rosto corando ao me ver apenas de pijamas.
-- Não, tudo bem. Eu acabei de acordar.
-- Por causa da chuva?
-- É...Deve ser.
Ele entra e fecha a porta.
-- Estou sem sono.
-- Hum...
-- Posso me sentar? -- ele aponta para a beira da cama.
-- Claro.
A chuva fica mais pesada. Um trovão alto, acompanhado de um raio, ressoa lá fora. Sinto um arrepio e respiro fundo.
-- O que foi?
-- Nada.
Outro trovão. Fecho os olhos com força e aperto o travesseiro. Minha respiração dica descompassada.
-- Está tudo bem? -- ele se aproxima.
Não respondo sua pergunta. Em parte por tentar me acalmar, e porque ele me acharia muito boba por ter medo disso.
-- Min? Está tudo bem?
-- Ah...Sim. Eu só estou um pouco...
-- Assustada? -- ele completa.
Aceno positivamente. Envergonhada, abaixo minha cabeça e me encolho, abraçando os joelhos.
-- Tem medo?
Aceno positivamente. Ele ri baixinho e sinto ele se aproximar.
-- Está tudo bem.
Levanto a cabeça e olho para ele. Meu rosto está queimando de tão quente.
-- Você deve me achar muito boba por isso. -- escondo o rosto novamente.
-- Nada disso. -- ele toca minhas bochechas quentes e depois levanta meu rosto para que eu o olhe. -- Não precisa ter vergonha.
Outro trovão. Dessa vez mais alto. Tapo os ouvidos.
-- Soonyoung...-- choramingo.
-- Diga Min.
-- Fica comigo hoje? -- meu rosto consegue esquentar mais ainda.
-- Ficar?
-- É, aqui. Pelo menos até eu dormir.
Outro trovão. Mais alto ainda. Reprimo um grito. Começo a tremer de leve. Parece que meu coração vai parar de bater a qualquer momento. Deito-me em posição fetal.
-- Min! -- ele deita ao meu lado e me abraça. Encosto a cabeça em seu peito. -- Calma, nada irá acontecer. -- ele diz acariciando o topo de minha cabeça.
-- Eu sou muito idiota mesmo. -- choramingo agarrando um punhado de tecido da sua camisa.
-- Não é não.
Levanto o rosto em sua direção.
-- Mas...
-- Shii. -- ele coloca um dedo encima de meus lábios. -- Não diga mais nada.
Soonyoung me comprime mais contra si.
-- Vou dormir aqui com você hoje.
-- Vai mesmo?
-- Sim.
Me aconchego nele. Em nenhum momento ele me solta. Depois de um tempo acabo dormindo nos seus braços.
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Na manhã do dia seguinte eu faço os exames de rotina. Segundo Mingyu ssi, o tratamento está seguindo do com sucesso. Sinto que isso vai se tornar uma rotina...Mas vai ser menos pesado se eu tiver Soonyoung junto a mim.
O estranho que entrou correndo no mau quarto no primeiro dia em que cheguei aqui hoje é meu amigo. Minha intuição estava correta, posso contar com Soonyoung.
Ele foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos dias.
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