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História Antichrist - Vhope (em análise) - Seis


Escrita por: Legendior

Capítulo 6 - Seis


 

— A que devo a honra, Jesus? - Kim quebrou o silêncio, usando de um tom bem humorado.

— Oh, não é necessário uma formalidade desta Taehyung. Sabe que somos amigos de longa data. - ditou calmo, esticando uma das mãos para o Kim, este riu em ironia. 

Jesus revirou os olhos, já esperava por isso. 

— Acha mesmo que eu vou beijar a sua mão, anjinho? Oque quer aqui? - questionou-lhe com tédio. 

O olhar do Anticristo ardia sobre o anjo divino, em uma espécie de ódio tênue. Morphus agora estava sentado, comendo algumas uvas, observando os dois entretido.

— Irei, não seja apressado, Kim. - ditou gesticulando calmamente. — Meu pai explicou-me, mas sabem, ele faz muitas metáforas e acabo por não entender. - sorriu caçoado, enquanto os dentes brancos ficavam em amostra. — Ele falou algo de como você está mudando a vida de um mortal. 

Taehyung imediatamente largou uma risada, a presença de Jesus causava-lhe repugnância, mas, de fato aquilo lhe pegará desprevenido. 

— Realmente é muito bom revê-lo, trás sempre bons motivos para eu odiar o céu. - gargalhou. 

Jesus respirou agudamente, buscando paciência. 

— Você é igual ao seu pai. - o anjo também demostrava a sua falta de temor. 

O moreno assentiu orgulhoso. 

— Deus agora deu para ser fofoqueiro, está vendo isso Morphus? - Kim perguntou descrente em ironia, o morcego riu, sendo acompanhado pelo moreno. — Ele não tem outra coisa melhor pra fazer não? tio.

A voz do Kim saíra totalmente engraçada, ele estava se divertindo, zombava e debochava as custas do anjo divino.

Morphus ria escandalosamente alto, tanto que, até despencou do piano, deixando algumas uvas caírem pelo chão. 

— Apenas vim dar-lhe um aviso Kim, não ache que desrespeitar o meu pai, vai me fazer descer ao seu nível zombeteiro. - A fala de Jesus, fizerá Taehyung suspirar em falsa chateação.

Poxa ... 

O tom debochado era o preferido de Taehyung, principalmente para dirigir-se ao tio. 

Jesus olhou envolta, andando pelo local, tendo os passos seguidos tanto por Kim e Morphus, um sorriso iluminado e terrivelmente angelical brotou nos lábios do divino. 

Morphus encarou a expressão do seu senhor, o maxilar agora estava trincado e o olhar fulminante queimava o cerne do anjo. 

O morcego estremeceu. 

— O humano está aqui, então meu pai estava certo. - Jesus disse rindo, desacreditado. — Claro, ele sempre está certo. - gabou-se orgulhoso. 

Taehyung fez careta enojado e antes que o anjo pudesse abrir as portas de seu quarto, ele apareceu rapidamente ao lado do mesmo, segurando-lhe o pulso, impedindo-o de adentrar o local, os olhos do Kim ardiam em sua direção. 

— Não queira brigar comigo tio, está invadindo a minha residência e ainda acha que pode entrar no meu quarto assim? - concluiu, sorrindo forte e maléfico. 

— Oque está tentando fazer Taehyung? Mudar a vida de alguém é desrespeitar as regras, são as únicas que você não pode quebrar. - o questionamento era desentendido e preocupado. 

Ele sabia. 

— Saia, Jesus. - Ele falou pausadamente, não queria brigar, há muito tempo não fazia isso. 

A última vez que pôs as mãos em um anjo, fôra enquanto acontecia o apocalypse, havia matado vários deles. E realmente estava pensando na hipótese de briga, o ponto da conversa já estava lhe irritando. 

— Tudo bem eu não quero brigar, sabe como odeio. - pós se a caminhar até o centro da sala, mirou os lumes azuis nos negros do Kim. O anjo sentia que algo ruim aconteceria mais pra frente. 

O filho de Satanás sempre metia-se em confusão e provavelmente estaria arrumando mais uma.

— Diga para Deus mardar-lhe para o inferno atrás de mim também, quem sabe não queira ficar por lá. - O tom zombeteiro era contínuo, Jesus encarou o moreno pela tamanha ousadia, mas, não respondeu nada. 

Ele não ganharia numa batalha de ironias contra o Kim, o ser divino não era disso. 

— Deus pode tirá-lo de ti sobrinho, assim como foi com o seu pai. - fôra tudo o que Jesus disse, antes de fechar as asas e subir, do mesmo modo, rápido e iluminado. 

Deus pode tirá-lo de mim? Tirar oque? Que seja, ele não se martilizaria pela pequena frase, não tinha medo de Deus ou dos seus anjos miseráveis.

O lá de cima cansou-se de perseguir seu pai e agora lhe perturbaria, era isso? Maldição! 

Taehyung jogou a cabeça para trás, odiava essa sensação de impotência, odiava ter que cruzar com um anjo, sem ser para matá-lo, ainda mais se esse fosse Jesus, seu tio. 

— Eu quero que você vá se fuder, vôzinho. - ele disse, olhando para o céu. 

O reencontro com Jesus havia o deixado pensativo, coisa que ele odiava. 

— Vou dormir. - o Kim informou, Morphus encarou-lhe divertido.

— Mas a gente não dorme, senhor. 

— Eu posso tudo. - deu as costas para o morcego e adentrou o quarto, o voador não deu muita importância. 

Era verdade afinal, Taehyung podia tudo, ele era o chefe e Morphus o seu servente. E também não é como se o Kim fosse realmente dormir. 

Taehyung fechou a porta atrás de si, fazendo o mínimo de barulho possível, ele observou o loiro em sua cama, aparentava estar tendo uma boa noite de sono, o garoto ressonava baixo, e os fios loiros desgrenhados destacavam-se pelo travesseiro preto, a boquinha levemente aberta, dava-lhe um ar adorável. 

Ele abaixou o ar do ambiente, já estava quente o suficiente, ele se deu conta disso quando notará a testa suada de Hoseok, Kim pôs uma das mãos ali, vendo que o garoto estava queimando em febre. 

Ele não devia fazer isso, mas, quando foi ver já havia um feito. A febre havia sumido, foi rápido e ninguém viu. 

Regra 3: Não poderás favorecer ou ajudar um humano, usando de tais poderes sobrenaturais. ✘

Por ironia no destino ou não, Hoseok acabou acordando, tendo a visão do Kim lhe encarando, algo dentro do cerne do Anticristo se acendeu, fazendo-lhe arrepiar-se, estranhando a sensação nova, ele deixou passar.

—  Loirinho, como se sente? 

Por incrível que pareça as dores que antes Hoseok sentia, haviam sumido, seus joelhos estavam bem mais claros do que antes, a vermelhidão já não se fazia mais presente, não foi o Kim que lhe ajudou nisso, apenas um bom descanso fôra necessário, a vermelhidão foi embora com a febre, talvez só nisso o tenha ajudado um pouco. 

O loiro deu-lhe um sorriso meigo, que faziam os seus pequenos olhinhos fecharem-se. Adorável. 

— Me sinto muito bem, parece até que não sentia dores antes, estranho ... - A fala do Jung fizerá o Kim rir internamente. — Eu deveria ir para casa, não é? 

Taehyung notou a expressão murchada que o loiro fizerá, sim, Kim levaria o embora, até por que, ele também voltaria para o inferno, mas, retornaria como um jato, como antes. 

Falaria para Lúcifer que Jesus veio lhe importunar, talvez ambos sentassem juntos e debochassem dos anjos celestiais, como sempre faziam. 

— Sim, mas hoje não, amanhã eu o levarei. - A face do garoto acendeu-se iluminada, gostaria de ficar o máximo possível com o Kim. 

Taehyung sabia e sentia-se feliz por isso. 

Como já havia mencionado antes, Hoseok gostava de estar na presença do moreno, nunca sentiu-se tão confortável com alguém em toda a sua vida, era uma sensação de conforto e proteção que ele não sabia descrever. 

Só sabia que Taehyung lhe passava essas sensações. 

— Você tem quantos anos? - a pergunta rodeada de curiosidade martelava há dias na cabeça de Jung. 

Apesar da aparência jovem, Kim não comportava-se como tal, talvez suas roupas deixassem-o mais sério. 

— Hm... dez mil anos? - pensou a fundo, chegou a conclusão que perdeu-se no tempo e "dez mil anos" seria a resposta mais plausível. 

— É sério, Taehyungie! - protestou com fastio. 

— Estou falando a verdade. - riu irônico. 

— Está certo. - jogou-se para trás, afundando no colchão macio. Hoseok era mimado. 

— Mas e você, quantos anos tem loirinho? - refutou a pergunta. 

Hoseok não era de tal forma tão ingênuo, ele desde pequeno nunca fôra tratado como criança, graças a criação rígida e que exigia muita sanidade e força de si, não no modo de que ele fizesse trabalho braçal ou algo que exigisse de sua força concreta, mas sim, de sua força de dentro, para aguentar tudo que passava, exigia muita força de si próprio. 

Mesmo que muito alienado e distorcido, ele vivia lendo livros na biblioteca, usava os computadores de lá, Éric nunca deixou-lhe atento das coisas que aconteciam no mundo, ou deu-lhe algum meio de comunicação e pesquisa, se ele não fosse atrás, seria muito pior. 

— Dezenove. - esperava que Kim não lhe visse tão bobo e o leva-se a sério. 

Porém, Taehyung nem ao menos ligava para isso, Jung não precisaria querer passar uma impressão madura para o moreno. 

— Por que não chega mais perto? - a indagação, que fugia da conversa anterior, foi mais uma proposta. 

O loirinho olhou-lhe tentado, contudo receoso. Engatinhou, mesmo que envergonhado pelo estado que fôra encontrado pelo Kim, sentiu os joelhos rastejarem pelo colchão macio, enquanto sua faceta estava quente, pura timidez. 

Hoseok ficou frente a frente com o Anticristo, olhando-o de cima dos olhos, seu corpo estava tenso. 

— Está nervoso? - perguntou baixo. Aquela voz rouca causava uma sensação absoluta sobre Jung, este negou. 

Era mentira, não minta para o neto da mentira. 

Ambos já estavam muito próximos, a respiração do Jung encontrava-se desregular e o maldito e desconhecido desejo de beijar Taehyung invadiu-lhe. 

Os efeitos luxuriosos do filho de Satanás não tinham efeito sobre o loiro, então tudo que o mesmo sentia era real.

Tantos desejos profanos apareciam quando Hoseok estava perto do Kim ... 

Porém, tudo era real. 

Os desejos eram dele mesmo, sendo assim, ele mesmo sentia. 

O Kim desceu a destra para a nuca do loiro, apoiando-se, o toque lhe fez gelar. Com a outra palma puxou a cintura, unindo os corpos em um encaixe perfeito, mesmo que, Hoseok estivesse ajoelhado e o Kim sentado. 

Sem ainda ter uma resposta, em palavras, Taehyung tentou beija-lo, entretanto Hoseok virou-se, recusando os lábios do Anticristo. 

— Eu não sei fazer isso, posso não ser bom. - tentava desviar a voz, corrompida pela vergonha, ficava aguda e ainda mais sussurrada. 

Seu rosto estava pálido de tão nervoso e não podia evitar a tremedeira. 

— Garanto-lhe que isso é impossível. 

Kim puxou o garoto de volta para si, fazendo outro choque entre os corpos. Encostou os narizes, em um carinho delicado, ao passo que suas mãos acariciavam os fios loiros, 

Hoseok não estava relutante, ele queria, ele desejava tanto que não podia evitar. 

Taehyung juntou as bocas, em um selar singelo, pôde sentir os lábios macios e quentes, em uma sensação maravilhosa. Permaneceram alguns segundos daquela forma, separando-se vagarosamente.

O Jung mirou os olhos do Kim, que fazia o mesmo. 

O moreno fez um leve esmero no rosto alheio, que fazia o mesmo. Juntaram-se novamente, desta vez Kim pôde sentir a mão, trêmula, de Hoseok tocar seu pescoço, mordeu de leve o lábio inferior do loirinho, vendo-o amolecer. 

O gosto da boca macia e rósea era indecifrável, parecia que Kim estava provando do néctar mais puro e doce. Hoseok não sabia o que fazer exatamente, por isso acompanhava Taehyung.

Quando foi pedido a passagem com a língua, o loiro parecia muito mais entregue, mesmo que nervoso, cedeu com fogo e desejo, embora estivesse muitíssimo controlado.  

As línguas se tocavam-se de maneira desajeitada, mas isso não impedia que o ósculo fosse gostoso. 

Em um primeiro beijo, lento e molhado, somente o Anticristo havia provado-o e assim seria. Um beijo que Hoseok jamais imaginou dar e nunca esqueceria-o. 

Os estalos eram auditivos e a cada segundo Kim apertava-o mais, causando sensação nunca sentidas. 

Tudo muito curioso. 

Afastaram-se, contudo mantiveram as testas grudadas. O Kim abriu os olhos, fitando o rosto de Hoseok, os lábios tinham uma tonalidade muito mais viva, enquanto que os olhos ainda estavam fechados. 

O Anticristo puxou-lhe novamente, desta vez com mais brutalidade, beijando-o de modo diferente de outrora. O loiro parecia ter entrado bem no jogo de Taehyung, as cabeças moviam-se de um lado para o outro, enquanto as línguas faziam movimentos circulares. 

O filho do Diabo as vezes mordia dava mordidas, outrora chupava a língua, à medida que apertava-lhe a cintura. Naquele instante Taehyung havia perdido o controle, deitou lentamente o garoto no colchão macio, este que manteve-se abaixo do Kim, as mãos pequenas ainda mantinham-se entrelaçadas em volta do pescoço alheio. 

Kim devorava os lábios do humano com vontade. 

Jung puxava os fios negros e derretia-se cada vez mais nas mãos do filho da besta. Na pegada deliciosa.

Sentia-se imensamente quente, e quanto mais tinha desse calor, mais culpa invadiu-lhe e o que era um ato extremamente prazeroso tornou-se um fardo para sobre si. 

Taehyung cessou o beijo, distanciando-se de Hoseok, ao tempo que o ar retornava para os pulmões do loiro, ele parou; Parou com o beijo, por que não queria prolongar ainda mais, ou acabar fazendo outra coisa, não gostaria de perder o resquício de sanidade que ainda tinha. 

Morphus não havia dito nada quando chegará e conquanto diria agora, certamente ver o Anticristo tão entregue a um humano era algo que não gostaria de ter visto. 

Kim não tratava o loiro igual a todos as outras e outros, isso era visível, ele não tratava Jung como alguém descartável e mínimo. 

O morcego apenas observava aquilo calado, não poderia dizer nada e muito menos meter-se naquilo, só gostaria que as coisas fossem diferentes com o Kim, esperava que aquilo não tivesse o mesmo rumo da história de Lúcifer. 

Tal pai, tal filho. 

Hoseok tapou o rosto envergonhado, ele enfiou-se embaixo das cobertas, estava constrangido, acabou de beijar o filho do mal e isso não lhe deixava com medo, muito pelo contrário, ele gostaria de fazer aquilo mais vezes. 

Ao não sentir mais o peso do corpo alheio na cama, o loiro espiou por baixo dos tecidos, observando a silhueta do Kim em frente a enorme janela, a luz da lua batia em seu corpo e iluminava sua sombra.

Um cigarro foi posto em sua boca, enquanto a respiração era calma, estava pensativo e murmuroso, Taehyung observava Londres de cima.

Hoseok escutava sua mente chamar-lhe de “idiota incompetente", talvez não tenha sido bom o suficiente, o Kim deveria lhe achar um fiasco. 

— V-você não gostou? - ele juntou forças para perguntar, seus pensamentos lhe enlouqueceriam. 

O Anticristo virou-se, encarando-lhe, sem entender devidamente o motivo daquela pergunta, é óbvio que  ele tinha gostado, gostado até demais ... 

Mas, ele entendeu. O garoto era inseguro, suas inseguranças gritavam, Kim sabia. 

— Eu gostei loirinho, apenas durma, amanhã eu o levarei em casa. 

Dito isso, o Kim aproximou-se do garoto, deixando um beijo em sua testa, o ato repentino fazia-lhe se arrepiar, os lábios do moreno de encontro com qualquer parte de seu corpo, era torturante. Mas, ali naquele momento, não havia maldade, e sim ternura. 

Taehyung deixou o quarto depois de tudo. 

 

                                        †

 

— Vou deixar você em casa e eu vou pro inferno. - A fala carregada de irônia, aparentava até mesmo ser engraçada. Não é todo dia que Hoseok ouvia alguém dizer aquilo de maneira tão formal e descabida. 

Ainda era meio estranho pro loiro saber que o Kim realmente era filho do Diabo, e que, o pior ou melhor de tudo, havia lhe beijado noite passada. 

O loiro encontrava-se cabisbaixo, depois do acontecimento, Taehyung não lhe disse mais nada sobre aquilo, certamente ele não havia gostado, mesmo que o moreno dissesse que gostou, sentia-se tolo. Aliás, oque um homem como o Kim veria nele ou algo do tipo? 

Sentia-se completamente maluco por desejar o filho de Satanás, mas, era isso que ele desejava. 

Recapitulando de uma forma clara, Jung nunca recebeu cuidados, seus pais lhe enojavam, sentia-se sempre um lixo perto dos seus familiares, então, ele certamente se apegou ao Kim nesses dias, do nada conheceu um homem, que só lhe tratava bem, e sempre aparecia quando o mesmo precisava. A sensação de proteção que sentia, ao ficar perto do mais alto, era oque lhe apegava ainda mais.

Era muita coisa para a sua cabeça confusa, acabando por lhe deixar ainda mais confuso. 

Hoseok era como um coala indefeso, que só gostaria de receber carinho, todavia, o Kim não era um humano como ele, era um ser sobrenatural, o Anticristo. Não podia pensar em tais coisas assim com ele, mas, também não podia evitar. 

Havia lhe beijado. Pensar naquilo deixava-lhe leve e sorridente, os lábios do Kim colados no seu, fôra uma sensação única, e ainda foi o seu primeiro beijo, Taehyung havia tirado a pureza dos lábios do loiro. 

Seria muito loucura Hoseok dizer estar sentindo alguma coisa por dele? Já estava se iludindo e gostaria que não se decepcionasse tanto. Essa pergunta ficaria por muitas noites em sua mente. 

— Você estava me ouvindo? - Jung saiu do transe, o Kim estava em sua frente, encarando-lhe.

Abaixou a cabeça negando, constrangido, começou a mexer nos próprios dedos pequenos, tentando fazer com que, a vergonha se dissipasse, encarava os pés quentinhos.

Sentiu o coração aquecer-se quando notará as botas do Kim em seus pés, lembrou-se do moreno as colocando em si, pela onda de frio que atingirá Londres de madrugada, quando ele acordou, a cidade estava coberta de neve. 

Ele gostava de neve. 

— Eu preciso ir ... - disse, a voz saiu baixa e tímida. Coisa que o Kim já estava acostumado. 

Hoseok era doce e submisso, educado e tímido, agradecido e fofo. Personalidades perfeitas para um anjo, personalidades nas quais Taehyung sempre repugnou, porém, o único que era assim e ele não sentia vontade de vomitar, era o loiro. 

— Certo, vamos. - Jung deu-lhe um sorriso pequeno e o Kim acompanhou-lhe no ato. 

Estranhamente o filho de Lúcifer passou a sorrir com mais frequência, algumas vezes forçado, claro, mas, gostava de acompanhar o loiro no ato. O sorriso de Hoseok era tão belo e fascinante que, qualquer um lhe devolveria sem pestanejar.  

E enquanto estivesse indo para casa, Hoseok rezaria para Éric não estar lá, ele sempre rezaria para o homem não estar em casa, afinal, gostaria de livrar-se dele. 

Entrar num carro de luxo nunca fôra o sonho de Jung, pelo contrário, ele sentia-se menor do que já era, pois, ele não tinha algo no mesmo nível. Sabia que Kim era um homem com muitas posses, dava para perceber pela casa e pelo automóvel luxuoso.

Ao contrário do moreno, Hoseok era simples, não tinha muitas coisas, e nem muitas roupas, viva com as que ganhará na adolescência, seus pais nunca fizeram questão de agradar-lhe. 

Seu corpo era magro na medida certa, então as roupas serviam perfeitamente. Ele também não fazia questão de ter coisas novas, não é como se precisasse. 

Éric um dia presenteou-lhe com um avental curto, alegando que o filho deveria vestir para faxinar a casa, e é claro que o loiro não usou, não vestiria tal roupa apenas para alimentar os caprichos e desejos nojentos do homem. 

Uma das mãos grandes de Taehyung, pousaram na coxa esquerda de Jung, ele assustou-se de primeira, mas, relaxou ao notar que era apenas o moreno ali, ao seu lado, quem seria afinal? Estava no carro do Kim. 

Estava tão preocupando em como Éric reagiria quando lhe encontrasse novamente, que não percebia as coisas que aconteciam em volta. 

Estava avoado e temeroso. Sempre temeria o seu futuro. 

Enquanto milhares de coisas passavam pela cabeça do aloirado, passavam-se outras na cabeça do Kim, a perna de Hoseok mexia-se tanto, nervosamente, que ele apenas pós uma das mãos ali, tentando-o tranquilizar, ele entendia.

Ele sempre saberia de tudo. 

O carro parou, Hoseok encarava a casa encolhido, as mãos começaram a suar, e as pernas voltaram a mexer-se nervosamente, o peito subia e descia rapidamente, estava com medo, não queria ter que lidar com Éric novamente. 

— Vai ficar tudo bem, ele não fará nada com você. - assegurou o Anticristo, notando o estado em que o garoto se encontrava. 

— Você... pode entrar comigo? - Os olhos temerosos e receosos foram como, malditos espinhos dolorosos atravessando as orbes negras do Kim. 

Nunca negaria. 

E ele entrou, segurando a mão do loiro ao seu lado, mantinha a postura ereta, a face fechada nem um pouco amigável fazia-se presente. Éric não faria nada com o Jung, asseguraria que isso fosse verdade, mesmo que, não fosse entrar com ele.

Não viram Éric, mas viram Laura, a mãe de Hoseok concentrava-se em algo na Tv, ela nem ao menos notou quando os dois chegaram ali, o moreno negou ao notar que o garoto iria chamar a mulher, fez um sinal para que o Jung mantive-se o silêncio, impedindo-o de avisar que havia chegado. 

Jung puxava a mão do Kim, guiando-lhe até seu quarto, quando abriu a porta, Éric estava ali, sentado em sua cama, a expressão raivosa do homem fizerá um sorriso perverso contornar os lábios do Anticristo. 

Ele sabia que o homem estaria ali. 

— Onde estava? - o questionamento feito em voz alta, já conhecida por ambas, estava recheada de ódio. 

Hoseok praticamente escondeu-se atrás do Kim, já o moreno mantinha o sorriso nos lábios. 

— Seu filho estava na minha casa, senhor Éric. - refutou, virando-se e ajustando sua camisa. — Mas, ainda bem que está aqui, estava ansioso para conversar com você. - riu-lhe novamente. 

O “pastor” ficou sério, nervoso, sentindo um medo inexplicável, os olhos de Taehyung continuavam escarlate e aquilo dava-lhe pavor. 

— Desça e me espera, Éric. - aquilo não era um pedido, a voz quase computadorizada ordenava-lhe, e ele obedeceu. 

— Hoseok, não tenha medo. - puxou-lhe detrás de si, vendo a face tímida. — Voltarei em breve. 

Sem esperar repostas, Kim retirou-se do quarto, descendo sem muita pressa. Ansiava por isso. 

Avistou o velho, parado no final da escada, ele apoiava-se no corrimão.  

— O que quer comigo? - perguntou com o tom sobressaltado, bruto.

Taehyung não pôde controlar seu anseio de rir, por isso gargalhou. 

— O que você quer com o meu filho? - continuou tagarelando, fazendo o Anticristo revirar os olhos, mesmo rindo. 

— O grande problema é seu filho sentir nojo de você ou ele gostar de mim? - a expressão dizia por si só o quão satisfatório despejar palavras estava sendo, muito mais saboroso do que álcool importado. 

O rosto de Éric formou uma expressão de nojo e possessão. 

— Ele não gosta de você! - retrucou com violência no timbre. — Ninguém pode toca-lo. - afirmou novamente, perdendo a paciência e o medo. 

— Oh, ele gosta, senhor Éric. Ele concerteza gosta. - a voz era maléfica, porém, baixa e calma. 

— ISSO NÃO É VERDADE. - gritou, parecia um louco. 

— Você não deveria usar o medo do seu filho ter de você, para reprimi-lo. - o Kim não parecia ligar para as palavras ditas pelo outro. 

A voz do moreno ficava mais rouca, deixando Éric assustado, entretanto disfarçava tal anseio. 

— Se quer fode-lo, desista. Não vê? ele é um maldito inútil, oque você viu nele? - cada nova palavra soava desprezível aos ouvidos do Anticristo. — Quando olho-o sinto nojo, ânsia, ele virou um prostituto. - as falas duras demonstraram a falta de amor. 

— Deveria sentir nojo de si. - Taehyung ditou, enquanto parava no último degrau, fitava a face miserável de Éric por cima. — Não toque nunca mais um dedo neste garoto, senhor Éric. Não quer ser denunciado para a polícia, ou quer? - o pastor respirou fundo, muitíssimo nervoso, procurava um único resquício de coragem. 

— Eu amo o meu filho, você não pode fazer isso. Espero que Deus tenha piedade da sua alma.  - quis soar firme e esforçou-se para si. 

Um completo sonso desprezível. 

— Espero que Deus tenha da sua, porque eu não terei. 

Aquilo soou como uma ameaça aos ouvidos do pastor, e realmente era. Taehyung sorriu maléfico, notando o efeito assustado que causará no homem, sorriu ainda mais ao notar Éric segurar fortemente o colar de cruz que estava dentro de sua blusa. 

— Quem é você? Isso foi uma ameaça? queimará no inferno. Você não tem medo? Sabe oque tem nele? - quis causar-lhe medo, almejou soar ameaçador. 

— Medo eu tenho é de ficar mais cinco minutos ouvindo você. - as falas calmas foram piadisticas. — E outra, senhor Éric, eu moro lá.  

Sorriu ladino para o homem, exibindo seus olhos negros e perjuros, não havia qualquer vestígio de branco. Éric entrou em um êxtase de desespero, enquanto fechou os lumes e começou a fazer o pai-nosso. 

— Meu aviso está dado, não faça nada. - a voz calma de Taehyung ditou-lhe. 

Quando abriu seus lumes, em uma tremedeira sem fim, não existia nada de outrora. Kim não estava mais ali. 


Notas Finais




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