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História Anxiety. - Breathe


Escrita por: sugaphobic

Notas do Autor


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA minha primeira yoonseok terminada :')
Não, não é lemon, talvez em outro momento? É puro fluffy!

Espero que gostem <3

Capítulo 1 - Breathe


Gasp!

Meu corpo ainda tremia, porém me vi em uma escuridão menos sufocante. A luz do luar ainda passava pelas persianas, fazendo-me perceber que estava são e salvo na realidade. Todo meu interior doía, minha cabeça girava e eu sentia o ar me faltar. Eu estava prestes a vomitar de puro horror, e não havia motivo para tal. Minhas mãos tremiam ao segurar a borda do edredom que me cobria. Os nós dos meus dedos estavam ainda mais pálidos iluminados pela luz prateada.

Olhei para o lado, segurando a vontade de gritar por Jin. Eu não faria isso. Ele deveria estar exausto, e era apenas mais uma de minhas crises. Já passei por elas várias vezes, posso passar de novo.

Respire, entoei.

1…

2…

3…

Meu coração bateu ainda mais forte, e eu senti minha garganta fechar em um nó. Eu não iria chorar, eu precisava voltar a dormir, se não as noonas da maquiagem ficariam desesperadas para esconder minhas olheiras e cara de cansaço – mais uma vez. Olhei à minha volta por pura paranóia, buscando rostos em sombras e sorrisos em cantos. Não havia ninguém, eu estava seguro. Não existia pessoa naquele quarto que pudesse me machucar.

Eu engoli em seco, levantando da cama, sentindo meu interior revirar e congelar, apenas para reaquecer e então repetir o ciclo. Com cuidado, sai do quarto, sentindo minha garganta secar como se eu tivesse comido um saco de areia. Meu corpo parecia pesar a algo equivalente, enquanto atravessava o corredor dos dormitórios até a sala, prestando atenção aos ruídos.

Atrás de alguma das portas havia Namjoon, seu sono alto ecoando pela casa e lentamente me dando a segurança de que só havia a familiaridade presente. Ao seu lado estaria Taehyung, sua boca deveria estar aberta e seu corpo esparramado na cama. No outro quarto estaria Jimin, sua pequena figura provavelmente encolhida por debaixo do cobertor, descansando calmamente. Na cama acima da sua estaria Jeongguk, a cabeça inclinada por cima do ombro e um ressoar baixo.

Continuo caracterizando cada um dos membros que me acompanham, pois isso me ajuda a acalmar, sentindo aquele aquecimento se espalhar e aos poucos meu interior entrar em ordem.

E então lembro de Hoseok. E meu estômago volta a se apertar e meu coração acelerar. Tento evitar pensar em como deve estar dormindo, como suas mãos finas e belas devem repousar sobre seu peito, em como seu cabelo deve estar bagunçado pelo travesseiro, mas não funciona. Sua imagem pacífica continua emergindo do meio da bagunça dos meus pensamentos e eu não posso evitar voltar a tremer minhas mãos. Aperto os dedos em volta do copo que seguro, para evitar que caísse e quebrasse, acordando toda a casa, mas é em vão.

“Merda… merda…” praguejo, sentindo minha garganta se apertar ao tempo que me apresso a juntar os cacos do chão impecavelmente limpo que o próprio Hobi deve ter se empenhado em deixar.

“Hyung?” ouço uma voz perguntar, da porta da cozinha. Não precisava de muito para identificar como a voz do próprio. “O que aconteceu? Você está bem?”

“Hobi…” foi o que pude articular, engolindo em seco.

Hoseok me observou por alguns segundos antes de perceber o que acontecia. Ele se aproximou, com o semblante preocupado e então me abraçou, fortemente. Eu não hesitei em retribuir, sentindo o tremor das minhas mãos viajar por todo meu corpo. Estava suando frio e minha respiração estava descompassada, mas Hobi continuou a me segurar firme, até que me sentisse seguro longe de si.

“Tudo bem… Está tudo bem. Eu estou com você.” ele dizia em voz baixa. Ele passou sua mão delicadamente em minhas costas, acariciando meus cabelos e balançando levemente o corpo, como uma mãe faria com uma criança assustada. E de certa forma, eu me sentia assim.

“Desculpe tê-lo acordado, eu apenas…” murmurei.

“Tudo bem” ele interrompeu. “Está tudo bem, não há nenhum problema.” ele continuou a me ninar como um grande bebê até que eu conseguisse respirar normalmente. “Hyung, você tem tomado seus remédios pra ansiedade?” perguntou, cautelosamente, segurando meu rosto com carinho entre suas mãos.

Era embaraçoso admitir, mas Hoseok era o único que tinha permissão para tocar-me com tanto zelo, mesmo que não o encorajasse a fazer na frente dos outros, ele nunca poupara esforços para demonstrar que era amado e apreciado, tanto por ele quanto pelos demais colegas. Talvez fosse esse um dos principais motivos para meu pobre coração dar pequenas piruetas sempre que o tinha por perto.

Eu acenei a cabeça lentamente em resposta à sua pergunta.

“Sente-se, eu cuido disso.” ele falou, indicando as cadeiras altas postas no balcão americano. Eu acato suas ordens sem reclamar, observando-o pegar a chaleira no armário e enchê-la com água e colocá-la no fogo e, em seguida, se afastar para a lavanderia para então voltar com a vassoura em mãos. O mais novo recolhe os pequenos cacos do que um dia fora um copo e os envolve com cuidado em pedaços de papel, colocando-os no lixo e organizando o resto da pequena bagunça.

Alguns minutos mais tarde, a chaleira apita e Hobi rapidamente a desliga, abrindo os armários da cozinha e pegando um dos sete copos térmicos que temos guardados. Ele o enche com a água fervente e então prepara um chá. Observo suas costas se moverem junto com a destreza de seus braços. No momento, ele equilibra seu corpo em uma só perna e eu tento me focar em quão cômico e fofa é sua aparência. Meus dedos estão gelados ao envolver a superfície do copo de suas mãos, mas eu não me importo. Hoseok me entrega mais um de seus sorrisos e se afasta, sem dizer uma palavra. Quis chamá-lo, mas senti que não devia. Ele deveria estar exausto, o relógio indicava ser 3:12 da madrugada. Hobi merecia um descanso, então apenas bebi de seu chá.

“Coloque isto.” ele falou assim que retornou, me estendendo um de seus grossos blusões de lã.

“Não estou com frio.” replico.

“Lá fora está um gelo.” ele insistiu. Confuso, aceitei, colocando o copo em cima do balcão e vestindo a roupa, inebriando-me secretamente com seu cheiro na peça.

Hoseok sorriu, e foi algo ainda mais familiar do que lembrar dos hábitos de sono de cada um dos meninos. Ele estendeu a mão e me puxou. O mesmo já havia vestido um moletom escuro por cima do pijama e agora se encaminhava para a porta. Hobi colocou chinelos simples e indicou que fizesse o mesmo, para logo abrir a porta e sair para o corredor do nosso andar. E eu o segui, segurando o copo térmico firmemente entre meus dedos gelados.

✖✖✖

 

Não tínhamos tanto tempo para dirigir durante nossos breaks, porém nós tínhamos um carro particular apenas para emergências – regras da empresa – estacionado no subterrâneo do prédio. Então, não foi difícil assumir para onde Hobi se encaminha ao apertar o subsolo no elevador.

“Onde vamos?” pergunto, tomando um gole da infusão que assumi ser de camomila. Não entendia nada de chás, mas confiava o suficiente em Hoseok para saber que não era algum veneno maligno.

“Dar uma volta.” responde.

“Às 3 da madrugada?” questiono.

“Algum problema?”

“Você deveria estar dormindo.”

“Você também.”

“Sério Hobi, não quero que fique desregulado por minha causa.” insisto.

O mais novo sorri docemente em minha direção, apertando minha bochecha de forma doce enquanto falava algo como “você é tão fofo!”, mas não pude realmente prestar atenção porque Hoseok estava tão perto e tão adorável com uma carinha de quem estava morrendo de sono, me senti culpado por fazê-lo sair de casa neste frio apenas para me ver melhor. O elevador para com uma sineta discreta e ele sai, puxando minha mão. Logo estávamos sentados em silêncio no escuro do carro, quebrado apenas pelo tilintar das chaves em seus dedos. O veículo ganha vida e ele arranca.

Só de estar ao lado dele me faz sentir bem, percebo com uma consciência já conhecida, mas que sempre era bem vinda. Hoseok tinha um humor radiante e seu sorriso era uma das coisas mais lindas que eu já vira e, enquanto o observava discretamente, vi-me sentir aquele pequeno amontoado confuso outra vez. Seus dedos tamborilam distraidamente o volante ao observar as estradas vazias e molhadas pelo sereno. Eu desvio minha atenção para a janela, apreciando a condensação do tempo frio com dois corpos quentes e um chá morno nas janelas do carro. Meus dedos viajam distraidamente pela superfície, escrevendo meu nome e o de Hoseok aleatoriamente, antes de apagá-los e observar o lado de fora. Era aquela hora da manhã que apenas quem passava por noites de insônia seria capaz de presenciar e apreciar. O horário onde tudo estaria no mais profundo breu, como em meu sonho, porém ainda haveria o brilho do luar, como se sugasse todo e qualquer outro brilho que ocasionalmente aparecesse.

Era conhecido que Seoul era a cidade que não dormia, mas Hobi optara por seguir pelos bairros, não metrópole, então tudo estava silencioso e apagado, contribuindo para o sentimento de que éramos as únicas pessoas acordadas no mundo e, de alguma forma, isso era bom, pois eu não estava sozinho.

“Está bom?” ele quebrou o silêncio, após alguns minutos, apontando para o chá.

“O qu-Ah, está ótimo, Hobi.” respondi. “Obrigado.”

“Você não precisa agradecer, faria o mesmo.”

“É sério” murmuro. “Obrigado por cuidar de mim e… fazer um chá para que eu me sinta melhor. Por ser presente. Obrigado.”

Hoseok não respondeu, mas havia um sorriso em seu rosto, do tipo que me fazia reconsiderar minhas escolhas na vida e concluir que eu só posso ta insano por culpa de Hoseok, que despertava um sentimento tão secreto e profundo que quase me fazia perder o ar.

Algum tempo depois ele parou em um parquinho, no meio de um bairro afastado. As luzes do poste iluminavam o pequeno lugar que, no meio do dia, devia ficar um caos de gritos e crianças correndo. Ele pegou uma manta no porta-malas e me estendeu, puxando minha mão e me guiando até o gira-gira, onde ele se sentou e deu tapinhas ao seu lado. Sentindo meu coração bater mais calmo, envolvi meu corpo e sentei ao seu lado. Hobi utilizou seus pés para impulsionar o brinquedo levemente e eu observei a paisagem rodar a nossa volta, lentamente. Algumas árvores, os brinquedos, o carro e então as casas, em seguida tudo de novo, até que olhei para Hoseok e o que pareceu girar foi minha cabeça.

“Como estava se sentindo?” ele perguntou, em voz baixa.

“Tive um pesadelo.” esclareci, levemente embaraçado.

“O que tinha nele?” ele perguntou, docemente.

“Estava escuro… exceto por mim, eu estava iluminado por um holofote. Então haviam silhuetas a minha volta, foi apenas angustiante.” contei, sentindo meu pescoço esquentar.

“Você precisa parar de achar que precisa fazer tudo sozinho, Yoongi.” ele falou. “Você não está sozinho… Eu estou aqui. Os garotos estão aqui. Você não pode lidar com tudo sem ninguém.”

“Eu consigo administrar esses ataques, Hobi.”

“Hyung você deveria ter visto seu estado… Eu não vou te deixar sozinho, ok? Eu quero que venha até mim quando precisar.” ele disse.

Virei meu rosto para Hobi e ele para mim, e então sorriu. Seus dedos fizeram um carinho em minha face e estendi-lhe a ponta da manta para envolvê-lo. Hobi aceitou de bom gosto e deixou-me apoiar a cabeça em seu ombro. Aos poucos, o brinquedo parou de girar e eu me vi tonto, sem certeza se a origem era de alguma outra fonte que não o próprio homem ao meu lado.

“Você não está sozinho, hyung, o mundo ama você. Os membros amam você.” ele murmurou, aninhando sua cabeça à minha. “Eu amo você.”

Pela primeira vez aquela noite, eu estava bem.


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3

Até a próxima!


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