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História Anything but ordinary - She Dreams of Love


Escrita por: PandoraElag

Capítulo 67 - She Dreams of Love


Fanfic / Fanfiction Anything but ordinary - She Dreams of Love

26 de Dezembro de 2014 - Los Angeles, Califórnia

Dirijo rápido, com a janela baixa, o vento em meus cabelos... Estou num verdadeiro deserto, negro e desolado. É fim de ano, não poderia esperar mais nada. As pessoas estão viajando ou com suas famílias. Só há uma garota pela autoestrada vazia, e essa garota sou eu.

Dessa vez, decidi trabalhar até quase o ano findar. Não porque eu realmente desejava, acho mesmo que era a única forma que encontrei de não pensar em Jared. Porém, hoje é seu aniversário e tia Constance organizou uma festa surpresa pra ele. Nem preciso dizer que fui intimada a comparecer... Dessa vez não teve desculpa que colasse com ela. Então assim que terminei com o último show do ano, em Santa Bárbara, tomei um quente e demorado banho, mais uma garrafa inteira de água, me metendo no deserto logo em seguida.

- Cuidado na estrada. - mamãe alertou. - Lembra do que aconteceu da última vez.

- O que aconteceu? - debochei dela.

- Amy...

- Eu sei, eu sei. - beijei seu rosto. - Vejo vocês no Reveillon?

- Com certeza.

Ela acenou se despedindo e isso fora há uma hora atrás, e ainda estou longe de casa... L.A. nunca me pareceu tão distante.

Minha ansiedade beira a loucura... Tento manter minha atenção na estrada, mas meus pensamentos vagueiam entre o que se passou e o que, possivelmente, me espera por lá... Isso se ainda houver algo pra mim.

Avisto um posto, tão macabro quanto aqueles de filmes de terror, mas meu tanque está quase vazio e não tenho escolha. Aproveito para usar o banheiro, que não é lá o banheiro mais luxuoso em que já estive e compro também um café, que bebo sem açúcar, apenas para me manter acordada por mais algum tempo.

Enquanto encho o tanque, encosto na lateral do carro e reviso algumas das últimas mensagens que recebi:

* Fim de ano na casa da sua mãe? *

* Quando volta para L.A.? *

* Novidades na Mars Store! *

Ainda acho que a última ele enviou por engano... Ou não. O importante, é que nenhuma delas comenta o ocorrido há alguns meses. É como se ele tivesse esquecido ou se aquilo sequer tivesse ocorrido. Jared parece não se importar mais.

- Shit... - murmuro secando lágrimas que já estão inundando meu rosto.

Jogo o celular sobre o banco do passageiro e vou pagar a conta.

 

Continuo minha jornada e não me refiro somente a direção, mas também ao fato de tentar compreender meu namorado... Jared é tão... Tão... Jared. Parece ridículo, mas a única palavra que o descreve é ele mesmo. Jared Leto é maduro com alguns surtos de infantilidade. É bruto quando quer e amável quando pode. Ele é mau e é bom. Jared é como uma rosa: bonita, cheirosa e gostosa de tocar. Até que seus dedos esbarrarem em um de seus muitos espinhos. Eles ferem e fazem sangrar. É deprimente mas apaixonante. É perigoso e viciante.

De repente, Axl Rose para de cantar e o toque insuportável do celular ecoa pelo veículo.

- Alô?

- Amy, querida... - é a tia Constance. - Onde está?

- Ainda na estrada. - respondo observando o relógio em meu pulso. - A festa já começou?

- Sim. - diz.

- E como ele está?

- Surpreso... - responde. - E perguntou de você.

Sorrio com esse simples gesto dele.

- Não disse que eu estava indo, disse?

- Não! - exclama. - Contei a ele que você estava ocupada e que sequer consegui entrar em contato.

- E o que ele disse? - pergunto curiosa.

- Surpreendentemente, nada.

Nada? NADA? Poxa, Jared... Antigamente você ficaria bravo e sairia a minha procura.

- Tia, eu preciso desligar. - aviso. - Daqui meia hora ou menos, chego em casa.

De volta a linha de raciocínio... Onde é que eu estava? Ah, Jared... Confuso, como só ele consegue. Perguntou sobre mim, mas não se importou por saber que não apareceria em sua festa. Nem mesmo Freud consegue explicar porque Jared é como é. Mestres de Harvard levariam séculos estudando sua mente e a forma como pensa. Enquanto eu só queria entender o que alguém como ele, quer com alguém como eu? Nada me impede de pensar, que no fundo, o real problema é a minha pessoa. Jared sempre me pareceu um espírito livre, que não nasceu para se prender a ninguém. Esse é um dos motivos pelos quais ele sempre fora sozinho. Ele aprecia a solidão e sinto que talvez esteja atrapalhando sua vida.

 

Assim que estaciono o carro em nossa casa, ouço a gargalhada de Tomo e sei que a festa deve estar ótima.

- Finalmente! - tia Cons me dá um abraço forte. - Estava começando a me preocupar.

- Andou falando com a mamãe, né?

- Somos mães e preocupação é o nosso dever.

Adentro a casa com a mochila nas costas e a titia presa ao meu braço, falando sem parar, coisas que nem dou muita atenção... O lugar está cheio de amigos e mais algumas pessoas que não conheço, mas pretendo tomar nota até o fim da noite.

- Chegou quem estava faltando! - comenta Shannon no canto da sala.

- Oi, pessoal! - cumprimento timidamente quando sou erguida pelo abraço dele.

Vindo pelo corredor, com um olhar assustado, Jared aparece e assim que me colocam no chão, vou ao seu encontro.

- Pensei que não viesse. - murmura. - Não tinha um show hoje ou algo assim?

- Um show não dura a noite toda. - digo tentando fazê-lo rir.

- Dirigiu de Santa Bárbara até aqui, depois de um show, só pra me ver?

Assinto e tudo o que ganho é um olhar de reprovação:

- Não pode estar falando sério. - diz. - Amy, você dirigiu tarde da noite, por quase duas horas, só pra me ver? - indaga.

- Falando desse jeito faz parecer a maior burrada do mundo.

E talvez tenha sido mesmo...

- Vem... - tia Constance nos interrompe e pega em minha mão. - Você precisa comer alguma coisa. Está muito magra.

 

Encaro o prato intacto sobre o balcão da cozinha, brincando de enrolar a massa com o garfo:

- O que foi, meu bem? Não gostou do seu Fettuccine?

- Está delicioso, titia. - respondo sorrindo o mais amavelmente que consigo.

- Então qual o problema? - indaga sentando ao meu lado.

- Nada...

- Sabe que pode se abrir comigo, não sabe?

Concordo e suspiro sentindo meus ombros pesarem uma tonelada:

- Ele não pareceu feliz em me ver.

- Jared não é muito bom em demonstrar certos sentimentos.

- Ele é sim... Mas parece ter medo deles. - sinto meus olhos enchendo de lágrimas. - Só queria que ele gostasse da minha presença aqui.

- Eu não disse que não gostei. - ouço sua voz atrás de mim e tenho certeza que meu coração entalou na garganta.

Me viro devagar e encaro-o incrédula... Na verdade bem mais assustada e sem saber o que dizer. Deixamos que o silêncio faça esse momento durar uma pequena eternidade de minutos desperdiçados.

- Acho que vocês precisam conversar. - diz sua mãe.

Olho para ela que me devolve o olhar, amigavelmente acariciando minha mão como se me dissesse que é a coisa certa a fazer.

Então me levanto e caminho para o corredor, enquanto Jared põe-se a me seguir, calado, nem muito perto, nem muito longe:

- Para o quarto. - ele indica apenas.

Respiro fundo e continuo andando, com os braços cruzados em frente ao corpo, assustada e curiosa, com medo e ansiosa... Sabe lá Deus o que pode acontecer agora.

Abro a porta de nosso quarto pensando que passei bem pouco tempo aqui e talvez nem tenha outras chances.

Atrás de mim, Jared tranca a porta num silêncio constrangedor... Ótimo! Fugir só se for pela janela.

- Senta. - aponta para a cama.

Observo-a, mas me direciono para o pequeno sofá no outro canto... É lá onde sento. Ele não insiste e vai para a cama, sozinho.

Jay respira fundo enquanto coça os olhos... Parece cansado:

- Por onde começo? - indaga a si mesmo. - Preciso dizer que eu gostei muito de você ter vindo. Só fiquei preocupado por ter feito essa viagem tão longa, já tão tarde... Olha a hora que chegou aqui!

- Por que todo mundo se preocupa com isso? - indago. - Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar!

- Nos preocupamos porque nos importamos contigo. - explica. - Te amamos e não queremos perdê-la. Tem ideia de como eu ficaria caso acontecesse alguma coisa?

- Jared, please...

- A culpa que me corroeria, por saber que estava fazendo esta viagem por minha causa... - ele me interrompe. - Não faça mais isso, por favor!

- Acabou? - questiono.

Ele me fita, indecifrável como uma esfinge.

- Sabe... - engole em seco. - Algumas coisas simplesmente nunca deveriam acontecer, mas acontecem. E na maior parte das vezes para aprendermos alguma coisa, seja como for.

Do que ele está falando?

- Bom, isso tudo não deveria ter acontecido, reconheço. Não deveria nem ter começado e a culpa é minha! Eu não soube me controlar e fodi com tudo naquela noite! - diz. - Eu sinto muito.

Ele não está falando do nosso relacionamento, está?

- Eu me importo muito com você e não quero te magoar... Embora já o tenha feito.

- Está terminando comigo? - indago antes que isso piore.

- Hã?

- Você está terminando comigo, Jared? - repito já com lágrimas nos olhos.

- Não! - responde. - Não estou terminando contigo!

- Então do que está falando?

- Do que aconteceu na Itália. - explica. - Não tenho motivos pra terminar nosso relacionamento... A menos que você tenha.

Tenho? Talvez sim... Talvez não.

- Continua... - peço.

- Me perdoa pelo o que aconteceu? - insiste. - Por ter surtado à toa e também pelas garotas. Não tinha motivos para deixa-la de lado... - respira fundo. - Você é especial demais pra mim.

- Que seja! - respondo tentando disfarçar a dor da facada em meu peito.

- A verdade é que nos arrependemos do que não fizemos ao invés do que já foi feito. - fala e se levanta.

- O que? - ele sempre me deixa confusa. - Aonde vai?

Jared me ignora entrando no closet, de onde vem alguns barulhos estranhos, portas batendo, coisas caindo e ele parece falar sozinho... WTF?

De repente, reaparece com o semblante nervoso, ajeitando os cabelos debaixo do chapéu preto e o colarinho da camisa xadrez que aparenta estar lhe sufocando. Ele se ajoelha na minha frente e estende uma mão. Nela há uma caixinha azul... Azul Tiffany.

- O que tem aí? - pergunto.

- Um presente.

- Mas o aniversário é seu... - digo. - E isso me lembra que esqueci seu presente no carro!

Tento me levantar mas sua mão em torno de meu pulso me mantém ali, sentada e obediente, como ele gosta.

- É nosso aniversário. - fala olhando fundo em meus olhos. - Fizemos dois anos juntos.

- Dois anos? - repito.

- Não parece, né?

Não mesmo... Passamos a maior parte do tempo separados e, geralmente, quando estamos juntos ou discutimos ou alguém se mete no meio. Sem contar que quase sempre isso acaba em sexo, o que torna tudo ainda mais estranho.

- Baby Girl? - ele atrai minha atenção. - Abra.

Com mãos tremulas, desfaço o lindo e perfeito laço de fita acetinada e retiro sua tampa, sendo surpreendida por um lindo e delicado anel de diamantes brilhando pra mim.

Damn it!

Esse não é um anel qualquer... Meu coração acelera e minha respiração parece ter sumido:

- Amy Charlotte... - ele diz. - Will you marry me?


Notas Finais


👽


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