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História Anything For You - Wicked Game


Escrita por: CatharinaFontes

Notas do Autor


Oi amorzinhos! Tudo bem com vocês?
Bom, esse capítulo ficou meio grandinho, mas espero que gostem!
Muito obrigada pelos comentários e favoritos! Isso significa muuuuuito pra mim!!!
Não deixem de comentar por favor!
Beijinhos e Boa Leitura.

Capítulo 12 - Wicked Game


 Acordei com o barulho do meu celular tocando e percebi que o céu ainda estava escuro. Olhei o relógio do próprio celular e o mesmo marcava 03:14 a.m. Vi que a chamada era de Ems e atendi preocupada.

-Alguém vai ter que buscar a amiguinha bêbada.- escutei aquela voz nojenta do outro lado da linha.

-O que você fez com ela, John?- gritei, desesperada, me levantando da cama num pulo.

-Relaxa meu amor, ela não vai se lembrar de nada amanhã. Se sobreviver, é claro.

-John, por favor...-nesse momento eu já chorava freneticamente.

-Tudo depende de você, Beatrice.

-O que você quer que eu faça?

-Me encontre aqui. Sozinha.- disse seco.- Vou te passar o endereço por mensagem, não me faça esperar.- disse e desligou o telefone.

 Saí correndo pelo quarto, pegando a primeira roupa que vi pela frente. Peguei as chaves do meu carro e saí do meu prédio em tempo recorde, entrando no carro.

 Enquanto dirigia até o local marcado, ponderei se era prudente que eu realmente não avisasse ninguém. Naquele momento, a única pessoa que poderia me ajudar era Cameron, mas se eu ligasse pra ele era muito provável que ele fizesse alguma coisa, portanto eu estaria arriscando a vida de Emily. De qualquer forma, aquele era o único jeito, eu só tinha que ter coragem.

 Entrei no lugar marcado e quis vomitar no momento em que pus os pés naquele ambiente. Era uma espécie de boate de strip, onde havia todos os tipos de mulheres dançando quase completamente nuas. Olhei para o lado e vi John encostado em um bar usando as mesmas roupas formais de sempre. Ele veio em direção a mim e eu gritei com ele, sem medo nenhum.

-O que você fez com ela seu canalha?!- gritei furiosa.

-Eu não fiz nada... Já os clientes...- ele disse e eu, que estava tentando parecer forte, deixei escorrerem algumas lágrimas de ódio e revolta.

-Você está me dizendo que...-gaguejei em meio ao choro- Eu não acredito que você...

-Vai ficar tudo bem. Já já eu te devolvo a amiguinha. Mas agora.- disse me puxando para o bar- Eu quero que escute minha proposta.

-Que proposta?- fiquei sem entender enquanto tentava engolir o choro.

-Eu quero que se case comigo.- disse sem rodeios e eu engasguei com o susto.

-Você não pode estar falando serio.- o olhei com revolta e desprezo.

-Nunca falei tão serio em toda a minha vida.- disse com um sorriso malvado no rosto.

-Mas porque isso? Eu não me casaria com você nem se a minha vida dependesse disso.

-Tem certeza? Porque não é só a sua que está em minhas mãos agora. Se você não fizer exatamente o que eu quero que faça, digamos que alguns de seus amiguinhos vão...sumir.

-Cameron não vai permitir que isso aconteça.

-Meu irmãozinho não vai poder fazer nada quanto a isso. Você será a minha noiva.

-Você é doente! Eu NUNCA faria isso.- falei com ódio e revolta.

-Você realmente não sabe do que eu sou capaz não é meu amor...- disse sarcástico me pegando forte pela mão e me arrastando para algum lugar.- Aqui.- parou de frente para uma cortina fina, que parecia substituir uma porta, dando ao lugar um aspecto ainda mais nojento.- Vai lá buscar sua amiguinha.- disse apontando para a cortina e eu fui lentamente até lá, temendo o que encontraria.

 Atravessei a cortina e me deparei com a pior cena de todas. Senti vontade de gritar, chorar, destruir aquele lugar, destruir aquele desgraçado.

 Emily estava deitada em uma cama, completamente nua, com uma mordaça em sua boca e as mãos amarradas à cabeceira. Haviam três homens asquerosos em volta dela como abutres em volta de carne.

-John.- gritei, me afogando em lágrimas e virei-me para trás, onde ele sorria vitorioso. Fui até ele e o dei um tapa forte no rosto, e em seguida o soquei fraca e desesperadamente. Eu estava completamente desolada.

Ele me segurou com força pelos braços e me devolveu um tapa na cara que me tirou meus sentidos por alguns instantes. A única coisa que doía mais que aquele tapa era presenciar aquela cena horrorosa.

 Quando recobrei os sentidos, me desvencilhei das mãos de John e fui correndo até Emily, que parecia estar desmaiada, afastando aqueles homens de perto dela e a desamarrando, completamente chocada.

 Percebi que John fez um sinal para os homens saírem, enquanto eu vestia Ems com o sobretudo que eu usava e abraçava seu corpo inerte.

-Agora você acredita que eu posso fazer da sua vida um inferno se você não fizer o que eu quero?- John disse, encostado na parede com o sorriso mais cínico e detestável do mundo.

 Eu não conseguia achar palavras para responde-lo. Até que escutei alguém chegar gritando e se aproximando da alcova onde estávamos.

-John, dessa vez você foi longe demais.- reconhecia aquela voz, graças a Deus.

-Meu irmãozinho, você já devia saber que eu vou até onde for preciso para ter o que eu quero...

-E você já deveria saber que eu não gosto que mexam com quem eu não quero que cheguem perto.- Cameron o pegou pelo colarinho e o pressionou contra a parede, quando escutou meus soluços e foi em minha direção.

-Você nunca devia ter vindo aqui sem me dizer Beatrice!- Cam gritou comigo, totalmente fora de si.

-Eu precisava ajudar Emily. Eu não tive escolha.- falei cabisbaixa e ele pegou Emily no colo bruscamente.

-Vem comigo.- falou saindo dali e eu fui atrás.

-Não se esqueça do que eu falei.- John me pegou pelo braço e disse no meu ouvido, me soltando rapidamente.

 Fomos para o lado de fora e Cam a colocou no banco de trás do carro, abrindo a porta da frente do passageiro para que eu entrasse.

-Eu vim de carro.

-Eu mando alguém levar de volta pra você.- falou seco, praticamente me obrigando a entrar em seu carro. Ele estava realmente furioso.

 Entrei no carro um tanto contrariada e ele entrou do outro lado rapidamente.

-Que parte do "NÃO CHEGUE PERTO DELE" você não entendeu?- fechou sua porta e gritou, sem ligar o veículo.

-O que você queria que eu fizesse? Que eu ignorasse o fato de que ele estava com a minha melhor amiga?- o respondi no mesmo tom, e as lágrimas voltavam a querer escorrer pelo meu rosto.

-Você podia ter me ligado. Eu teria resolvido isso...- falou tentando abaixar seu tom de voz, mas ainda gritava.

-Como você pode ter certeza? Eu jamais iria arriscar a vida dela desse jeito.- desabei em lágrimas e ele percebeu o quanto aquilo estava acabando comigo.

-Vai ficar tudo bem...- me abraçou e eu afundei minha cabeça em seu ombro.

-Como você descobriu que a gente estava aqui?

-Kevin, o barman, escutou uma conversa sua com o John e ligou para mim.

-Cam?

-Hum.

-O que eu vou fazer? Deus sabe as coisas horríveis que fizeram com ela aqui.

-Ela não precisa saber disso.- ele disse e eu tirei a cabeça de seu ombro, o olhando sem entender.

-Ele deu uma droga pra que ela desmaiasse, então ela não deve se lembrar de nada.

-Mas e se eu não contar e ela acabar descobrindo? Ela pode ter pego alguma doença. - balancei a cabeça com nojo, a medida que as lembranças perturbadoras daquele lugar voltavam a invadir minha mente. O desespero crescia a medida em que eu pensava no que podia ter acontecido com Emily.

-Eles não foram tão longe quanto você imagina.- engoliu seco.

-Como você pode ter tanta certeza?

-Isso foi mais para te assustar do que qualquer outra coisa. Mas John sabe que há um limite, mesmo na mente doentia dele.- suas palavras me tranquilizaram. Mesmo sabendo que Cameron não era o ser mais puro desse universo, eu acreditava em sua certeza.-Então ela não vai descobrir.

-Espero que não. Ela não ia suportar ter que viver com essa lembrança, como eu não vou suportar me lembrar todos os dias que isso foi minha culpa.- um nó crescia em minha garganta a medida em que eu revivia os acontecimentos de minutos atrás. Não fui capaz de conter a chuva de lágrimas que banhava meu rosto de tempos em tempos.

-Ei, a culpa não foi sua, você é tão vítima quanto ela...- tentou me passar segurança, mas depois de tudo aquilo, nada no mundo faria com que eu me sentisse melhor.

-Seu irmão...ele é um monstro...- falei pensativa.

-O que ele te disse?

-Ele disse...que quer que eu me case com ele.- engoli seco- E que faria da minha vida um inferno se eu não fizer o que ele quer.

-John não pode fazer isso.- falou serio.

-Ele não pareceu estar brincando.- fui parando de chorar aos poucos.- Cam, eu tô com medo...

-Eu não vou deixar que nada aconteça com você Beatrice.

-Cameron, o que aconteceu agora é só mais uma prova de que não há nada que você possa fazer quanto a isso. John não vai parar enquanto não tiver o que ele quer...- falei com a voz fraca.

-Você não está pensando em...

-Claro que não. Mas eu tenho medo de que ele tenha alguma carta na manga, algo ainda pior...

-Calma.- me abraçou forte tentando passar segurança- Ele não tem. John não vai conseguir ir muito longe com isso...- Emily deu um gemido no banco de trás e nós nos entreolhamos.

-A gente tem que ir pra casa. Eu tenho medo que ela acorde e pergunte o que está fazendo aqui.- eu disse e ele assentiu com a cabeça, dando partida no carro.

 Chegamos no meu apartamento e Cam carregou Ems até sua cama.

-Cam, muito obrigada.- o observava encostada na porta do quarto.

-Você não devia me agradecer, afinal de alguma forma fui eu quem te colocou nessa roubada.- deitou Emily cuidadosamente na cama e se virou para mim.

-Eu acho que eu estou começando a entender que você não tem culpa de viver assim...

-Você não devia confiar tanto nas pessoas Beatrice.- disse se aproximando de onde eu estava.

-Eu não sei porque mas eu acredito em você. Por mais que você tenha mentido pra todo mundo, principalmente pra mim, eu não consigo te odiar.- eu disse e ele aproximou nossos corpos a uma distancia perigosa e acariciou meu rosto.-Amigos, lembra?- falei baixo e ele suspirou fundo- Por mais que você ache que eu sou uma boba que acredita em qualquer babaca que aparece, eu não sou, e nem vou deixar que você me use.- falei firme olhando fundo em seus olhos.

-Eu não estou tentando "te usar". Eu só acho que agora nós queremos a mesma coisa.

-Desse jeito as coisas não vão funcionar. Eu não quero me envolver...mais...com você.- falei com certa dificuldade.

-Você está "envolvida" comigo?- disse dando uma risada sacana.

-Você entendeu.- disse e dei um beijo em sua bochecha, me afastando logo em seguida.

-Woow, por que os pombinhos estão fazendo essa cena romântica no meu quarto? Emily gemeu completamente grogue.

-Minha querida, a janela está fechada, não teria como pombos entrarem aqui.- debochei e eu e Cam rimos, enquanto Ems me olhava sem entender.- Eu acho que você devia tomar um banho e dormir.

-Espera, o que eu estou fazendo só com seu sobretudo?- Emily perguntou, se sentando na cama enquanto procurava seu chinelo.

-Er...er... É que você...- gaguejei tentando inventar alguma coisa.

-Você chegou completamente bêbada e acabou pulando na piscina...pelada.- Cam me salvou, mas uma vez.

-Isso mesmo, e amanha eu e a senhorita temos que conversar sobre o seu excesso de bebida.- falei autoritária, tentando reforçar a história que Cameron tinha inventado.

-Ok mamãe.- ela debochou- Mas espera, o que Cam está fazendo aqui?- nem naquele estado deplorável que ela estava ela não deixava isso passar.

-Ele... Bom, eu não estava conseguindo dormir e acabei chamando ele pra...jogar banco imobiliário.- Cam tentou conter uma risada e me olhou com uma cara de "sério que isso é o melhor que você conseguiu pensar?!".

-Banco imobiliário?- Emily disse gargalhando.

-É, a gente ficou muito viciado nessa coisa de banco imobiliário nesses dias que ela passou lá em casa...- Cameron disse e riu em seguida, enquanto Emily continuava a gargalhar indo em direção ao banheiro.

-A gente vai te deixar tomar o seu banho sossegada.- eu disse puxando Cam para o corredor e fechando a porta em seguida.

-Banco imobiliário?! Sério isso?!- ele rolava de rir.

-Era isso ou "eu acordei no meio da noite querendo transar com alguém, mas você atrapalhou nossos planos quando chegou e pulou pelada na piscina".- ri junto com ele.

-Isso teria sido muito pior.- disse, em meio a gargalhadas- Você precisa trabalhar mais nas suas mentiras...

-Eu devia tentar aprender com o mestre.- parei de rir e me apoiei no aparador do corredor.

-Depois eu posso te ensinar muitas coisas...- me lançou um olhar desafiador e eu ri.

-Cam, eu não vou cair no seu papo de novo...- arqueei as sobrancelhas retribuindo seu olhar desafiador.

-"Amigos, lembra?"- disse imitando minha voz e voltei a rir.- Tudo bem, se você quer que seja assim eu vou respeitar a sua vontade.- falou em um tom serio e gentil e me deu um beijo na testa.

-Eu acho que agora você pode voltar pra casa. Não preciso mais dos seus serviços, Dallas.- debochei e nós rimos.

-Ok, obrigada por me expulsar do seu ap Srta. Bomer.

-Não estou te expulsando, só acho bom manter a minha fama de mocinha de família...-brinquei mais uma vez.

-Mocinhas de família não teriam as suas "habilidades".- disse e eu o dei um tapa no braço, enquanto caminhávamos até a porta.

-O que você quis dizer com isso Dallas?- falei me fingindo de ofendida.

-Só quis dizer que dá pra saber quando a menina tem bastante "experiência", quer dizer, o nível de habilidade é diferente...

-Cam?

-Hum.

-Você foi o meu segundo.

-Como assim? Você não faz muito o tipo de "quase virgem".- disse espantado.

-Steven meio que me ensinou tudo o que eu sei. Ele é um babaca, mas se tem uma coisa que ele fazia direito era...isso...- me lembrei de como as coisas terminaram e fiquei meio triste.

-Ele não merecia você...- virou-se pra mim me olhando nos olhos.

-O quê? Cameron Dallas dizendo isso pra mim? O mundo dá voltas...Quer dizer, a uma semana atrás você estava rindo da minha cara por ter sido traída e chutada num bar no meio do nada...

-Digamos que agora eu te odeio um pouco menos.- disse e eu ri. Eu o abracei e ele foi embora.


Notas Finais


Confesso que fiquei com tanto dó da Emily que até tirei uma parte...rsrsrs
E aí? Casa ou não casa? O que vocês acharam do desfecho? Me deem suas opiniões.
Espero que tenham gostado!
Beijinhos e até o proximo.
AMORZINHOOOS, QUERO COMENTÁRIOS, VIU?!


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