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História Ao Cair da Neve - Senhor da Neve


Escrita por: lilian-evans

Notas do Autor


Voltei!
Boa leitura!

Capítulo 31 - Senhor da Neve


Fanfic / Fanfiction Ao Cair da Neve - Senhor da Neve

Os portões altos feitos de blocos de gelo estavam diante deles, o sol fraco refletindo neles e os cegando momentaneamente. 

Breu parecia pouco a vontade naquele meio branco, destoando do lugar com seus tons negros e face franzida.

-- Onde estão os guardas? -- Ele pediu baixo, como se temesse chamar a atenção deles.

-- Não há. -- Jack tocou os portões com as mãos e eles se abriram. -- É por reconhecimento. Se há magia de inverno em quem pede passagem, eles se abrem. Caso contrário, as sentinelas atacam.

-- Atacam, é? -- A sobrancelha arqueada dele assustou Jack a ponto de recuar e pegá-lo pelo braço para conduzi-lo para dentro.

Diferente do Mercado Central, ali era mais silencioso, os murmúrios abafados dos negociantes com seus clientes sendo o oposto das gritarias do outro mercado. Pitch olhava tudo com uma curiosidade inquietante, olhando ao redor e sendo observado de volta. Involuntariamente, Jack puxou seu capuz ainda mais para cobrir seu rosto.

Chegou até a tenda que vendia tecidos, de acordo com sua memória, e foi com alívio que notou que o lugar estava vazio. O olhar do duende foi pouco melhor do que o elfo que o atendeu com Bunny no outro mercado, mas ainda era enervante.

-- Senhor Frost. -- O tom dele era polido e frio. Respeitoso à sua maneira. -- Veio ver sua senhora?

-- Preciso dos itens dessa lista, por favor. -- Sua voz saiu trêmula depois da pausa perante as palavras do vendedor, mas tratou de não se ater a isso.

-- Será um prazer, senhor.

A droga do tratamento o deixou sem reação enquanto o duende esperava a lista com a mão estendida. Foi Pitch que a pegou de sua mão e a entregou, o olhando com cuidado. Duas auxiliares correram com ela para dentro e foram dispondo os itens aos poucos enquanto Jack esperava inquieto.

-- Aqui estão seus itens, senhor. -- O duende os estendeu, os tecidos embrulhados em papel pardo, os demais itens em uma sacola de mesmo material. -- Posso ajudá-lo em mais alguma coisa?

-- Só isso está ótimo. -- Se esforçou para sorrir, enfiando a mão no bolso. -- Qual o valor total?

-- Perdão? -- A confusão do duende foi clara.

-- O valor das compras. -- Jack devolveu a confusão dele com estranheza. 

-- Eu não posso, senhor. -- Agora ele parecia ofendido. E com medo. -- A Rainha deixou claro que devíamos ser hospitaleiros com o senhor e repassar seus gastos para o Castelo caso o senhor retornasse. Não posso arriscar atrair a ira dela, meu senhor, espero que compreenda. 

-- Tubo bem. -- Se voltando para Breu, estendeu a bolsa de moedas para ele, acenando para o duende. -- Pague por mim. Não há como negar isso.

-- Mas meu senhor...

-- É meu amigo que estará te pagando, não eu. -- Se lembrando do tratamento que recebia e da sua situação ali após as ações da Rainha, acrescentou em tom mais baixo. -- O senhor não deseja me ofender, não é mesmo? 

-- É-é claro que não, meu senhor! -- Jack sentiu pena dele ao ver o olhar amedrontado que lhe lançava, mas não podia aceitar tamanha injustiça. 

-- Ótimo. -- Sorriu outra vez, mais fácil agora. -- Nos repasse os valores. -- E pensando melhor, não querendo que a ira daquela maluca recaísse sobre o duende, acrescentou. -- E mande lembranças minhas à sua Rainha. Me dê um papel para que eu o recomende à ela e deixe claro como estou satisfeito com seu serviço e utilidade.

Depois de pagá-lo, Jack saiu com Breu, que logo abriu um portal de sombras para levá-los à sua casa.

 

 

 

O passeio foi... novo. 

Mas o que o surpreendeu foi a reação das criaturas de inverno. Ou a falta de reação para com ele. O foco de todos estava em Jack.

Jack Frost, que era invisível no resto do mundo, seja mortal ou não; Jack Frost, que era tratado como um rei ali. Pelo que sabia da Rainha da Neve, aquela maldita não desistia das coisas, e ao seu ver, Jack ainda estava sob os olhos dela, ou ao menos ela queria que assim fosse.

Ele observou com cuidado o espírito que se espreguiçava em seu sofá, no mesmo lugar de sempre, curiosamente perto da lareira. Ele parecia à vontade. Sem medo.

Curiosamente, isso não o afetou de uma maneira ruim.

-- Eu preciso voltar. -- O garoto disse, se levantando. 

-- A lebre deve estar arrancando as orelhas. -- Brincou, vendo um olhar estranho de Jack para seu sorriso. Ele ainda não sabia fazer essa coisa, seus dentes não eram feitos para isso.

-- Obrigado por hoje, Pitch. -- Jack se levantou e sorriu para ele. 

Ele era bom nisso. Mesmo que Pitch soubesse quem nem sempre era algo real. Se pudesse, ele iria categorizar os muitos sorrisos de Jack Frost. E esse era um dos bons, verdadeiros. Com os olhos quase cerrados e covinhas à mostra.

-- Eu não tenho como descrever como foi bom tê-lo hoje. -- O sorriso permanecia enquanto ele recolhia suas coisas. 

-- Eu que deveria fazê-lo. -- Disse, antes de alcançar o último embrulho de papel pardo para ele. O garoto pareceu surpreso, mas Pitch queria que o loiro se contentasse com aquilo. -- Faz tempo que não passeio, realmente, e a Corte Invernal é algo que alimenta a curiosidade de qualquer um. Agora vamos, vou abrir um portal para você. As barreiras do coelho vão te barrar, mas se ele reconhecê-lo, provavelmente irá abrí-las. 

Jack acenou e o Guardião dos Pesadelos quis por um momento fugaz poder ajudá-lo com as muitas embalagens, mas assim nenhum deles iria entrar no Warren. Retribuiu a despedida ao fazer as sombras o engolirem, sentindo o momento exato que as proteções de Bunnymund o enxotaram e se abriram apenas para o garoto.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!
Até mais!


(Breu não tem sobrancelha no filme. Estranho. Mas aqui, finja que ele tem, porque eu preciso delas kkkkk)


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