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História Ao seu lado para sempre - O contador de histórias


Escrita por: Kah_ e SoulButterfly

Notas do Autor


Bom dia, leitor!

Estou postando o primeiro capítulo da minha nova fic... Sobre o anime Naruto!
Antes de qualquer coisa, gostaria de compartilhar o que me fez gostar de Naruto, na verdade, quem me fez gostar.
Foi o personagem Gaara e sua triste história de solidão, dor, superação e amor... E seus lindos olhos azuis esverdeados!

Anteriormente eu já havia assistido Naruto, mas nunca me interessei tanto pelo anime. Quem me conhece sabe que eu só escrevi Dragon Ball até então. Porém, quando conheci mais a fundo a história do Gaara, fiquei apaixonada por ele e comecei a ler muitas fics sobre ele. Não demorou muito para eu querer escrever alguma coisa sobre esse ruivinho lindo.

Minhas fics preferidas dele são sobre sua infância, as bem escritas são tristes e cheias de sensibilidade - que é algo que eu gosto de ver em uma história.
Uma que me chamou atenção chama-se "Blue", é uma fanfic em inglês; ela não é perfeita, mas me fez decidir escrever algo sobre a dupla Gaara e Yashamaru (que é um personagem importante na vida do jinchuuriki). Sendo assim, se você quiser leia "Blue", vale à pena, é boa!

E claro, leia a minha também. É melhor ainda! ;D
Modéstias à parte, fiz mais essa história com bastante carinho e espero que todos gostem do que estou criando.
Te convido a ler e se emocionar.

Um beijo a todos e...
BOA LEITURA!

Capítulo 1 - O contador de histórias


Fanfic / Fanfiction Ao seu lado para sempre - O contador de histórias

 

PARTE I

 

Histórias. Existem muitos tipos de histórias, é verdade.

Existem aquelas que nos fazem rir, cheias de diversão e personagens descontraídos. Tem também aquelas que nos assustam, que nos fazem dar um pulo da cadeira e fechar os olhos, quando o vilão assustador está para atacar alguém. E que tal aquelas que nos fazem sonhar acordados? Enfim... Muitas histórias podem ser contadas. Porém, a história que vou lhes contar  – já te deixo avisado: não tem nem início nem final feliz – não vai te fazer rir, mas talvez te arranque alguns sustos, sim. E com certeza alguma lágrima.

Vou te mostrar um pouquinho da vida de um menino que não sabia o porquê de estar vivo. Sim, essa história é sobre um garotinho de seis anos de idade, de pele alva, tão pálido quanto um boneco de porcelana; ele tem cabelos vermelhos, levemente bagunçados; no rosto de feições delicadas, aquele par de olhos azuis esverdeados, grandes e brilhantes, contornados de preto, tão tristes. Gaara tinha a aparência de uma criança angelical...

Espera.

Talvez essa última palavra não seja a mais apropriada para ele. Quer dizer, por fora, o menino até era a imagem da inocência. O problema, na verdade, estava em seu interior. Por dentro, a coisa era bem diferente. E sobre isso, o antônimo dessa tal palavra é a mais recomendada, sim: Gaara era demoníaco.

Me dê um pouco de tempo para explicar isso e depois você entenderá melhor o que eu quis dizer.

Nessa história de amor e ódio, existe também um jovem. Seu nome é Yashamaru. Ele tem vinte e seis anos, é loiro, com os cabelos um pouco acima dos ombros; tem olhos gentis, de cor violeta, além de carregar aquele sorriso relaxado nos lábios quase sempre. Ele é tio de Gaara.

Yashamaru consegue ser duas coisas ao mesmo tempo: a pessoa mais bondosa de nossa história e o personagem mais cruel também. Ele tem duas faces, na verdade. Quanto a isso, também vou precisar de um tempo para esclarecer.

Yashamaru é um ninja-médico que salva a vida das pessoas; é também um membro da organização de assassinato ANBU, que arranca a vida das pessoas... Mas seu papel mais importante aqui não é nem um nem outro. Yashamaru é o oji-san de Gaara, esse é seu lugar de maior importância, sem dúvidas.

Gaara amava o tio mais que tudo em sua vida. Yashamaru sentia o mesmo. Tanto que fez o que fez por amor, eu diria... Mais uma vez te peço, me dê a oportunidade de explicar isso depois.

Eu recomendo que ao longo da triste história que vou começar a contar agora, você tente compreender as atitudes das pessoas as quais irão se apresentar, em especial as atitudes desses dois aí que acabei de mostrar, de maneira apressada, reconheço. É que eu sei que ao longo dos acontecimentos, você notará cada detalhe que eles ora expressão, ora tentarão esconder e com isso, espero que você tente ao menos compreendê-los.

Não se esqueça do que disse antes: nada nessa história é justo e às vezes será até difícil de seguir pelos caminhos que gostaria de te levar, de tão imerecidos que alguns destinos possam parecer. Mas pode ser que valha à pena em algum momento. No entanto, quanto a isso, não posso prometer muito.

A partir de agora, fique à vontade para tirar suas próprias conclusões:

Ali estão eles, o tio e o sobrinho, um está deitado na cama, assistindo a gesticulação criativa e ouvindo com bastante atenção a voz suave do outro, que mais uma noite, está lhe presenteando com uma de suas crônicas inventadas. Essa expressão de admiração no olhar cor de esmeralda da criança não é algo inédito; é sempre essa a cara que o menino tem quando estão compartilhando momentos assim.

O outro está sentado à beira da cama, costurando mais uma de suas lendas imaginadas para entreter o sobrinho. Ele tem toda a paciência do mundo, apesar do cansaço já estar lhe pesando às costas essa hora da noite. Mas o anseio por ver aquele menino feliz sempre o faz esquecer de todo o resto e agir como for necessário. Esse exemplo da lenda é só uma pequena mostra diante de tudo o que está por vir.

Aí estão Gaara e Yashamaru... E o amor envolvendo os dois mais uma vez.

— ... Aconteceu então que a partir daquele dia, o jovem shinobi da antiga aldeia tornou-se uma lenda entre seu povo _ Yashamaru abriu os braços e levantou um pouco a voz. – Reconhecido por sua força e bravura, ele nunca mais teve dúvidas de seu valor e a partir de então, começou a seguir seu próprio caminho ninja!

A noite lá fora estava fria e silenciosa. Ventava muito em Sunagakure e o colchão de nuvens escuras no céu anunciava possibilidade de chuva.

Dentro de uma das maiores casas do lado sul da aldeia da Areia, Gaara assistia Yashamaru, deitado na cama, com a cabeça recostada sobre o travesseiro, ouvindo atentamente e com um leve sorriso as palavras que saíam da boca do tio, que de acordo com Gaara, era um grande contador de histórias.

 

Um pequeno fato sobre Gaara:

 Ele amava as histórias de Yashamaru. Principalmente aquelas que terminavam com um final feliz.

 

Sempre que lhe sobrava um tempinho antes de dormir, Yashamaru inventava uma dessas para Gaara, mesmo sabendo que sobrinho não as usaria para ajudá-lo a dormir como as demais crianças de sua idade o faziam, já que isso não era possível em se tratando de Gaara... Mesmo assim, sabia que o menino ruivo, que há pouco completara seis anos de idade, ficava muito feliz em ouvi-lo ao pé da cama, costurando aquele amontoado de acontecimentos inventados com tantos detalhes, como lutas entre grandes ninjas de aldeias distantes, belíssimos casamentos entre jovens apaixonados, monstros que vagavam pela madrugada e que assustavam crianças... No fim das contas, o fato era que independente do conteúdo da lenda, se era verdade ou não, se era boa ou não, Gaara amava estar junto do tio.

— Então é isso! Fim da história. Você me pediu mais uma e eu contei. Com essa já são duas, só essa noite! Agora eu vou dormir e você vai descansar um pouco – disse Yashamaru, com um sorriso cansado nos lábios. —  O que achou, essa última foi boa?

Gaara fez que sim com a cabeça, piscando seus grandes olhos azuis esverdeados com arcos negros.

— Muito boa, Yashamaru!

O jovem tio levantou-se da beirada da cama do menino, arrumou os lençóis que cobriam Gaara e caminhou para fora do quarto.

— Descanse um pouco, querido. E lembre-se, se quiser sair durante a noite, não vá para muito longe e nem para nenhum lugar que pareça perigoso, entendeu?

—  Hai, Yashamaru – o menino lhe sorriu e viu o tio apagar a luz e escurecer todo o quarto. — Boa noite.

Em seu próprio quarto, Yashamaru começou a se aprontar para dormir. Vestiu roupas leves e deitou-se em sua cama, esperando o sono chegar (o que ultimamente não estava sendo uma tarefa fácil para ele). Mesmo sentindo-se diariamente cansado pelo acúmulo de tarefas que estava realizando por conta de seus deveres enquanto membro importante do corpo dos ninja-médicos de Suna, além de ser ele um dos braços direitos do Quarto kazekage, Rasa, bem como as infinitas tarefas de cuidar de uma criança de seis anos de idade, tão complicada como era Gaara e os intermináveis relatórios que tinha de apresentar para o kazekage a respeito do comportamento do sobrinho (que agora havia se tornado sua principal missão)... Mesmo com todos esses afazeres, Yashamaru não conseguia pegar no sono tão facilmente quanto gostaria. Sempre antes de dormir, sentia uma pontada de preocupação para com Gaara, já que agora não conseguia mais mante-lo em casa durante à noite.

 

Nota sobre o assunto:

Por mais que pedisse ao sobrinho para ele não perambular por caminhos perigosos e distantes durante a noite, não era por Gaara que Yashamaru  mais temia. Ele tinha mais medo do que poderia acontecer com aquele que entrasse no caminho do garoto.

 

Yashamaru respirou fundo.

— Droga! Eu preciso dormir... 

O jovem de fato só conseguiu fazer isso depois de afastar aqueles pensamentos da mente, as lembranças da primeira noite em que Gaara simplesmente sumira.

Foi numa noite fria, de lua cheia; Yashamaru levantou de madrugada para beber um copo de água, passou pela porta do quarto de Gaara e percebeu que seu sobrinho não estava mais lá. Ele sentiu imediatamente um frio na barriga, suas mãos ficaram geladas, ficou surpreso com o quão nervoso sentiu-se diante da ausência daquela criança, só não sabia ao certo explicar o verdadeiro motivo de tanto medo. Seria o amor por ele ou o medo do que o kazekage poderia fazer se algo de ruim acontecesse com a futura Arma Suprema de Suna?

 

~~~~~~~~

O relógio na parede marcava cinco horas da manhã. Lá fora, os primeiros indícios de que o dia estava nascendo começavam a surgir: o som de alguns pássaros cantando e os primeiros tímidos raios de sol.

Yashamaru estava sentado no sofá da sala, imóvel, mãos juntas apoiadas nos joelhos, olhos perdidos no nada. Já havia se cansado de caminhar de um lado à outro, tentando decidir se saía madrugada adentro em busca de Gaara ou ficava ali mesmo e esperava seu regresso.

Ele havia conferido todas as possíveis entradas da casa: conferiu portas, janelas, nada indicava a invasão de qualquer inimigo. Então, no fim das contas, resolvera esperar.

— O que eu vou fazer se você não voltar mais, Gaara?

Nesse momento, o jovem ouviu o ranger da porta de entrada sendo aberta. Houve uns segundos de ansiedade, ele pôs-se em pé, preparou-se para atacar se preciso, mas parou assim que viu Gaara adentrando a sala, parecendo cansado, suado e com o olhar mais triste que o habitual.

 

Os olhos de Gaara:

Era o que mais chamava atenção de Yashamaru: um par de olhos azuis esverdeados, bem grandes e brilhantes, com arcos escuros em volta. Ficaria perfeito em um semblante alegre e descontraído, ele pensava. Mas raramente via esse tipo de expressão em Gaara. Na verdade, o triste olhar daquele menino era como o de alguém que frequentemente sentia a necessidade de pedir desculpas pela sua própria existência.

 

— Gaara! Finalmente você voltou – Yashamaru caminhou rapidamente em sua direção. Pegou o menino pelo braço e o sentou no sofá. Gaara permanecia de cabeça baixa e olhos semicerrados. — Onde você se meteu? O que estava pensando, saindo assim no meio da noite, Gaara? Fiquei muito preocupado com você!

O menino não lhe respondia.

Esse seria um ótimo momento para Yashamaru dar uma lição em Gaara, mas como eu disse antes, aquela criança não era como as demais da sua idade.

O tio respirou fundo, tentando se acalmar. Tocou com carinho o queixo do ruivo.

— Vamos, querido, conte para mim o que você estava fazendo. Eu não estou bravo com você – disse Yashamaru, apesar de estar sim.

Lentamente, Gaara levantou os olhos em direção ao tio, abaixado na sua altura. Como era difícil, em certas situações, encarar aqueles olhos.

Yashamaru esperou a resposta, com certo medo do que poderia ouvir da boca daquela criança visivelmente abalada. Gaara abriu a boca para começar a contar o que aconteceu, mas logo desistiu e a fechou.

— Não vai me dizer o que aconteceu essa noite? Gaara, você está me ouvindo? Estou perguntando se... Ah, deixa para lá. – O tio se levantou. Estendeu uma das mãos para o sobrinho. — Vem. Você precisa de um banho e precisa se deitar também. E eu... – ele suspirou bem devagar antes de concluir: — Eu preciso de umas horas de sono e quem sabe uns dias de férias também.

Gaara pegou em sua mão.

— Yashamaru?

— Hm?

— Gomen nasai... – disse, tímido. E sentiu necessidade de repetir mais uma vez. — Eu... Sinto muito.

Poucos dias depois, encontraram um cadáver abandonado nas areias de um dos desertos perto de Suna, já em decomposição. Quando perguntado sobre a possibilidade de Gaara ter alguma coisa haver com aquele estranho assassinato, Yashamaru afirmou que não poderia ter sido ele, já que estava vigiando-o continuamente. Ele preferiu deixar o episódio de sua saída repentina àquela noite fora de seu próximo relatório ao kazekage, mesmo sabendo que isso não lhe era permitido e que poderia lhe causar sérios problemas. 

~~~~~~~~~~

 

Yashamaru estava de pé há algumas horas quando Gaara finalmente chegou em casa. Não era sempre que ele saía. Por algumas vezes, Yashamaru o seguiu durante a madrugada.

 

Uma pergunta, uma resposta e um acordo:

O que Gaara fazia durante as madrugadas quando saía de casa? Basicamente, ele caminhava. E bastante. Encontrava um telhado bem alto e ficava ali, olhando as estrelas e a lua, enquanto pensava em tudo o que vivia e que deixava de viver... Mas nem sempre era apenas isso. Nem sempre era algo tão inofensivo assim.

O acordo entre tio e sobrinho foi o seguinte: Gaara poderia sair quando quisesse, na condição de tomar muito cuidado, não falar com estranhos e nem se afastar muito da aldeia. E nunca deveria andar pelo deserto sozinho de novo. Nunca."

 

— Bom dia, Gaara-kun! Você dormiu bem?!

Gaara sorriu para o tio: aquela era a típica piadinha de Yashamaru de todas as manhãs.

— Bom dia, oji-san!

 — O café da manhã já está na mesa, pode comer. Eu infelizmente já estou de saída, hoje vai ser um longo dia para mim, vou ter que fazer um plantão de 24 horas no hospital, mas te prometo que vou estar na reunião de pais e responsáveis hoje em sua escola. Não se atrase para a aula, ouviu bem?

Gaara assentiu e Yashamaru o deixou sozinho.

Por mais que o tio insistisse com ele dizendo que era para seu próprio bem, Gaara detestava ter que frequentar aquela escola. Mesmo sendo uma ordem de seu pai, o kazekage (ordem essa que na opinião de Yashamaru era uma das poucas decisões de fato sensatas que seu cunhado tivera a respeito do próprio filho), Gaara definitivamente odiava passar suas manhãs lá. Sendo assim, Yashamaru certificava-se de que o sobrinho não perdesse nenhum dia de aula, além de ser pontual e sempre fazer os exercícios que os professores mandavam para casa. Claro que com certas particularidades que consequentemente sempre acompanhavam o menino. Por exemplo, raramente Gaara tirava suas dúvidas a respeito de qualquer assunto que aprendia na escola com algum de seus professores, pois todos tinham medo dele, medo que tentavam disfarçar, mas com pouco sucesso; quando não era medo, era desprezo.

 Além disso, Gaara não precisava participar de nenhuma aula de ninjutsu ou taijutsu ou qualquer outra habilidade necessária para o currículo de um ninja da Areia. O papel de ensinar nesse aspecto era toda de seu pai, que quando queria treiná-lo, dava ordens a Yashamaru para levá-lo depois da escola a algum local de treinamento, anteriormente informado a ele ou então ao seu dojo particular, que ficava na própria casa de Rasa, a majestosa Mansão Kazekage. Aliás, essa era a única maneira de Gaara ter contato com o pai ou os irmãos, um jeito que ele gostaria de mudar, se tivesse esse direito. Não tinha.

Assim que terminou seu café, Gaara preparou-se para mais um dia de aula.

O caminhar até a escola poderia se dar de duas maneiras: quando estava com Yashamaru, nas vezes em que ele o acompanhava até a escola, o ruivo tratava de pegar na mão do tio durante todo o trajeto e não soltar; conversavam durante o caminho sobre algum assunto descomplicado; quando chegavam perto da escola, Yashamaru fazia a mesma promessa de sempre: no fim do dia, se encontrariam novamente em casa e ficariam juntos.

No entanto, quando Gaara rumava sozinho pelo caminho que fazia de sua casa até a escola, procurava manter os olhos abaixados, tentando ao máximo passar despercebido pelos moradores de Suna, o que era quase sempre impossível. No momento em que os aldeões percebiam que aquele garoto ali era o Gaara, ou melhor, o jinchuuriki do Shukaku, uns cortavam caminho, mudavam de calçada; alguns eram ousados o bastante para disparar-lhe algum insulto enquanto ele passava. Mas o que mais incomodava Gaara era o olhar das pessoas sobre ele. Olhos cheios de medo, aquele tipo de medo que faz a gente congelar, tremer ou sair correndo... Um medo que, quando Gaara se olhava no espelho, não conseguia identificar muito bem o motivo.

Acontece que alguns aldeões sentiam-se no direito de agregar um pouco mais de sofrimento à vida do garoto (como se isso fosse necessário, como se sua vida já não fosse uma droga). Então sempre o insultavam, xingavam, desprezavam, ou coisas do tipo. Existiam outros que apenas morriam de medo e que nunca lhe dirigiriam uma palavra sequer, que dirá uma ofensa. Até porque, mesmo sendo o que era, Gaara tinha o status de “a criança do kazekage” e o kazekage ostentava a fama de ser tão cruel quanto se pudesse imaginar com aqueles que se metessem com suas coisas.

Naquela manhã, felizmente, ninguém o insultou nem se assustou com ele (pelo menos não ainda). Gaara conseguiu chegar à escola, sem ser notado por ninguém.

 

***

No hospital onde trabalhava, Yashamaru ocupava-se na criação de um antídoto importante contra um forte veneno que estavam estudando. Ele, junto de sua grande amiga e igualmente ninja-médica, Tomoyo, estavam há horas na estufa de ervas medicinais, debruçados em uma mesa, testando e observando as reações químicas das misturas que faziam em busca do melhor resultado para o antídoto.

Nessas horas, era sempre Tomoyo quem quebrava o silêncio enquanto trabalhavam.

— E então, como estão as coisas com Gaara?

Yashamaru voltou os olhos para a jovem, que nos últimos dias estava demonstrando ser mais que uma amiga, em sua opinião.

Os dois se conheciam desde pequenos. Tomoyo também fora amiga da irmã de Yashamaru, Karura, e foi quem lhe deu o maior apoio emocional quando ela morreu, entrelaçando cada vez mais seus laços. Hoje, Yashamaru sentia mais do que amizade por Tomoyo e ao que parecia, a médica mostrava aos poucos que sentia o mesmo pelo amigo. Prova disso era o repentino interesse em conhecer mais sobre Gaara, já que sabia que Yashamaru nutria sentimentos muito especiais pelo menino.

O médico sorriu antes de responder:

— Você sabe que eu não posso falar muito sobre ele, Tomoyo-chan.

— Eu sei. Gomen – a jovem de cabelos longos e prateados e olhos azuis escuros voltou a se concentrar nos remédios.

— Ah, não precisa se desculpar. Bom, em todo o caso, o Gaara está bem, na medida do possível. Aliás, hoje é seu último dia de aula antes das férias e... – Yashamaru teve um sobressalto, levando uma das mãos à cabeça — Eu estou atrasado para a reunião de pais e mestres! Tomoyo, será que você pode me ajudar a escapar daqui só por uma ou duas horas?

— Claro. Pode ir que eu continuo com isso.

O jovem saiu correndo dali, deixando a amiga para trás. Yashamaru não podia imaginar que aquela reunião começaria mal e terminaria pior ainda.

E Gaara seria o causador de toda a confusão que estava por vir.

 

 


Notas Finais


Bom, para quem já leu alguma coisa minha, sabe que eu tenho umas manias bobas, tipo esses recortezinhos que eu uso no decorrer do texto. Essa ideia não é minha, é do Markus Zusak, em "A menina que roubava livros".
Além disso, vocês vai perceber que eu estou usando alguns flashbacks na história, que serão colocados em itálico, ok?
Qualquer dúvida, é só perguntar.

Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo.
Posto o próximo em breve!
Beijos ^^


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