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História Ao seu lado para sempre - Como irmãos


Escrita por: Kah_ e SoulButterfly

Notas do Autor


Boa madrugada, leitores!

Como todo o sábado, atualizando a fic para vocês.
Ultimamente tenho estado mais feliz com essa história; por mais que eu saiba que ela pode não agradar a maioria, eu estou cada dia mais nutrindo carinho por ela. E por isso, ainda estou me esforçando para imaginar um final melhor do que o que eu havia pensado no início, quando comecei a montar o enredo.
Então, pra quem está acompanhando, saiba que estou escrevendo com muito cuidado. Bom, de certa forma ela já está concluída aqui no meu pc, mas eu não consigo revisa-la sem incluir uma nova cena aqui ou ali. Acho que é assim com a maior parte dos autores, né?

Bom, espero que gostem do cap. de hoje.
Beijos e boa leitura :D

Capítulo 14 - Como irmãos


Fanfic / Fanfiction Ao seu lado para sempre - Como irmãos

 

A família de Rasa estava reunida em volta da mesa; era bem cedo.

O kazekage estava na ponta, seu lugar de sempre. Kankuro, à sua direita e Temari, à esquerda. Os três comiam o café da manhã em silêncio, a mesa era repleta de alimentos saborosos. Antes de se levantar e sair para mais um dia importante como o monarca de Suna, Rasa tentou ser pai, só para variar. Ele amava Temari e Kankuro, no entanto, estava difícil demonstrar seu amor ultimamente, com tantos problemas em sua cabeça.

Além do caso Shukaku, ainda havia essa questão econômica da aldeia, que estava começando a sentir os abalos de auxílios cortados pelos senhores feudais do país do Vento. Ele precisava arrumar uma maneira de manter seu povo alimentado e seguro. Só não sabia ao certo o que fazer.

— A comida está boa, filha?

Temari levantou a cabeça e fez que sim, sorrindo para o pai.

— E você, Kankuro, gostou do que prepararam hoje para nós?

— Sim, pai.

Rasa sorriu, assistindo os filhos ao redor de sua mesa. Depois voltou a falar:

— Eu vou ter que sair daqui a pouco, mas antes quero conversar algo importante com vocês.

As duas crianças largaram sua comida no prato e prestaram atenção no pai, que já havia mudado o semblante tranquilo de um segundo atrás para algo mais sério. Isso significava duas coisas: prestar atenção e concordar no final, era sempre assim, Kankuro e Temari sabiam muito bem disso.

— Como já devem saber, o irmão menor de vocês está aqui.

— O Gaara? –Temari perguntou, com uma expressão alegre e surpresa no rosto. — Nós não sabíamos disso, papai. Onde ele está? Por que não está aqui comendo conosco?

Rasa suspirou vagarosamente. Isso iria ser mais difícil do que ele imaginava.

— Meu amor, é exatamente isso que eu não quero. O Gaara não é como vocês, ele é diferente.

— Como assim, diferente? – Kankuro perguntou. – O senhor quer dizer um jinchuuriki?

— Sim, um jinchuuriki. E vocês sabem o que isso significa? – as crianças fizeram que não. — Significa que ele é perigoso e não é digno de confiança. Por isso que vocês não podem ficar juntos, entenderam?

Os dois balançaram a cabeça, positivamente; Temari com aquela carinha triste.

— Sendo assim, mesmo em minha ausência, não quero saber de vocês dois procurando o Gaara, ouviram bem? Ele é meu problema e eu não quero que vocês fiquem juntos. Não me desobedeçam.

De novo, o sim de sempre.

Rasa se levantou, beijou o alto da cabeça de cada um dos filhos.

— Estou preparando o dia para vocês três se reencontrarem e ficarem juntos, como irmãos, como tem que ser. Mas por hora, assim do jeito que estão é mais seguro para todos nós, inclusive para o Gaara.

Ele se despediu, recomendando que um cuidasse do outro enquanto o papai estava fora, como fazia de costume todos os dias; depois disso, Rasa se foi.

Kankuro logo voltou a comer.

— Onde será que ele está? – Temari, falando baixinho.

— Quê?

— Aposto que ele está lá no quarto que fica trancado.

— Provavelmente...

— Kankuro? – a menina fez bico para o irmão. — Eu quero ir vê-lo!

Seu otouto teve que abandonar a refeição mais uma vez.

— Não, Temari. Você é surda ou o que? O papai não acabou de dizer que nós não podemos desobedecer a ele?

— Eu sei disso... – a menina abaixou o rosto. Tornou a levanta-lo um segundo depois. — Mas agora que ele já saiu e que estamos sozinhos em casa, poderíamos falar com o Gaara pelo menos um pouquinho. Vamos juntos?

— Hm... Não sei não. O que eu ganharia com isso?

— Como assim?

O garotinho de sorriso travesso piscou um dos olhos para a irmã.

— Ah, maninha, você me conhece! Sabe que eu não gosto de pirralhos iguais o Gaara. Eles são tão irritantes. E além disso, nós nem convivemos juntos, não sei se dá para considerarmos ele nosso irmão de verdade... Mas, se você me disser que eu vou ganhar algo em troca, posso ir com você, sim.

Temari apertou os olhos para o irmão mais novo.

— Já entendi, seu interesseiro! Que tal toda a minha mesada desse mês?

— É, parece uma boa oferta. Eu topo!

O casal de irmãos saiu da mesa. Um deles certificou-se de que o pai já estava longe. Olhou pela janela, nada de papai.

— Ele já foi! – o garoto informou.

— Ótimo! Lembra onde guardam as chaves?

— Mas é claro que eu lembro!

Já com a chave em mãos, Kankuro colocou-a na fechadura, girou e abriu a porta.

Encontraram Gaara ali sentado no chão, brincando com um ursinho de pelúcia que foi deixado de lado no instante em que os irmãozinhos apareceram.

— Ohayo, otouto – Temari entrou no quarto. Ela definitivamente não sentia mais medo do irmão, ao contrário de Kankuro. — Você dormiu bem?

O jinchuuriki sorriu.

— Ah, mais ou menos – respondeu. Eles se esqueceram de que Gaara tinha aquele "probleminha" de insonia?

Temari se sentou em uma das pontas da cama do irmão caçula; ele tratou de sair do chão o mais rápido possível e sentar-se ali também, na outra extremidade do colchão. O menino estava feliz: finalmente o irmão e a irmã ali com ele.

— Ohayo, Kankuro – Gaara falou, timidamente. Foi o convite para Kankuro sair da porta e entrar no quarto também.

— Oi. Viemos te ver um pouco. Não sabíamos que você estava aqui hoje. O Yashamaru deixou?

Gaara fez que sim.

— Na verdade, meu tio vai passar uns dias fora e eu vou ter que ficar aqui até ele voltar. Tudo bem para vocês?

“Não”, pensou Kankuro.

— Claro – ele respondeu.

— Que bom que você vai ficar uns dias aqui conosco. Mas é uma pena o tio Yashamaru não poder vir junto. Eu nem cheguei a vê-lo no meu aniversário. Ele esteve lá, não esteve?

— Sim. Ele foi a sua festa, Temari. A propósito... Feliz aniversário, nee-san.

 Assim tão de perto, Gaara parecia um ursinho panda na opinião de sua irmã mais velha, com aqueles olhos azuis esverdeados, pintados de preto e aquele jeitinho doce. Temari quis abraçar o menino a sua frente, com aquele sorriso tímido no rosto. Acho que foi a falta de costume que a impediu.

— Domo, agora eu tenho dez anos! Quantos anos você tem, Gaara?

— Seis.

Kankuro revirou os olhos.

 

Um pouco sobre o nii-san de Gaara:

Kankuro sempre se orgulhou em parecer mais velho, mesmo com seus nove anos de idade apenas; todos diziam que ele parecia um garoto de onze ou doze e ele concordava com isso.

No futuro, Kankuro seria um irmão amigo e protetor, disposto à atitudes como dar a vida por Gaara se fosse necessário ou simplesmente lhe ajudar a se aproximar de alguém do sexo oposto.

Mas naquele momento, ele ainda era o menino arrogante e travesso que Rasa criara, que detestava pirralhos!

 

— Bom, já estamos indo então – o garoto deu meia-volta — Tchau, Gaara!

— Vocês precisam mesmo ir?

— Ah, sim. Precisamos mesmo, não é maninha? Temos uma coisa importante para fazer agora!

— O que? – Temari e Gaara perguntaram, uníssonos.

Kankuro fitou Gaara, depois Temari. De sua boca saiu a resposta, direta e com um que de “não é obvio?”:

— Brincar, oras!

E depois disso, o menino ruivo voltou-se para a irmã. Ao longo de sua vida, Gaara aprendeu a aceitar a maioria das coisas que lhe eram impostas, e por mais que quisesse brincar com os irmãos, ele sabia que não deveria pedir.

— Temari, obrigado pela visita. Vocês podem voltar mais tarde, se quiserem.

— Quer brincar com a gente? – Dessa vez, a menina não resistiu ao ruivinho de olhos azuis/verdes.

— É sério, nee-san? – Temari fez que sim e Gaara sorriu um pouco mais. — Claro que eu quero!

Kankuro observou aquela cena por um segundo, Gaara e Temari sorrindo um para o outro, os dois parecendo felizes. E mesmo que ele não quisesse desfazer aquilo, precisou lembrar a irmã da realidade em que os três viviam:

— Temari, não podemos fazer isso, lembra? Ouça, Gaara, não é nada pessoal, acredite, mas temos mesmo que ir embora agora. Sinto muito.

Kankuro já se colocava perto da porta quando Temari se levantou da cama, correu até ele e cochichou alguma coisa em seu ouvido, algo que fez Kankuro voltar até Gaara imediatamente, sorrir para ele e perguntar a mesma coisa que Temari:

— Quer brincar com a gente, Gaara?

 

As palavras sedutoras de Temari:

— Minha mesada inteirinha por três meses!

 

Os irmãos da Areia estavam na sala de estar, era um lugar amplo, com alguns móveis distribuídos. Local perfeito para a brincadeira que Temari sugeriu:

— É muito fácil, Gaara: enquanto um conta até o número 100 de olhos fechados, os outros correm e se escondem. Daí o que contou tem que achar os outros que estão escondidos. Você entendeu?

— Hai!

— Legal! Kankuro, você conta e eu e o Gaara nos escondemos!

— Ah, e por que eu que tenho que contar?

— Porque eu sou a irmã mais velha e estou dizendo que você conta e a gente se esconde!

Gaara sorriu para a irmã. Ela parecia tão legal agindo assim, parecia ser a líder dos três. Gaara era o líder, na verdade, mas ninguém sabia disso naquela época. A menina loira piscou para o menino ruivo e ele sentiu pela primeira vez o que geralmente todo irmão caçula sente pelo irmão mais velho: admiração.

— Tá bom, tá bom. Eu conto...

Naquele momento, eles eram três crianças inocentes brincando juntas. Os irmãos faziam isso pela primeira vez. Aliás, era a primeira vez que Gaara brincava com outras crianças. Era por isso que ele não conseguia tirar aquele sorriso abobado do rosto, estava mais que feliz. Lembrou-se que Yashamaru havia dito que sua estadia ali não ia ser tão ruim. Parecia que o tio estava certo de novo.

Temari pegou em sua mão quando Kankuro foi para um canto na parede, começar a contagem.

— Vamos, Gaara! – disse ela, gentilmente. — A gente tem que se esconder muito bem agora, otouto!

E correram para algum esconderijo na sala.

Os três ficaram assim durante algum tempo. Felizes, rindo e se divertindo juntos.

Gaara contou uma vez. Temari, duas. E Kankuro, três.

Na terceira vez, o irmão do meio já estava cansado, com vontade de mudar de brincadeira, talvez teatro de marionetes. Foi por isso que Kankuro recostou o corpo na parede, com as mãozinhas nos olhos, tapando o rosto. Não contou até cem, preferiu fingir e contar só até dez. Antes de tirar a mão dos olhos, gritou:

— Temari e Gaara, prontos ou não, lá vou eu!

Infelizmente, ao abrir os olhos, a criança se deparou com a última pessoa que gostaria de ver naquela situação em especial: um homem de olhar furioso, palma da mão aberta, braço levantado... E que por acaso também era seu pai.

Uma sensação gélida tomou o corpo de Kankuro no mesmo instante; ele já previa o que ia acontecer: a pancada que recebeu fez o menino deslizar no chão e parar o corpo contra outra parede, do outro lado da sala.

— Onde estão seus irmãos? – Rasa vociferou.

Já chorando, Kankuro apontou para o corredor, mais precisamente para uma cortina, onde pôde ver os pés descalços de sua irmã Temari. Ela se escondia ali.

O kazekage foi até lá, puxou o tecido para o lado com força e desconstruiu imediatamente o sorriso que a menina loira tinha na face.

— Saia já daí, Temari.

Ela obedeceu ao pai.

— Onde está seu irmão Gaara?

A menina engoliu em seco. Procurou Kankuro e o viu caído no chão, choramingando, com uma das mãos no lado direito do rosto, onde sangrava o canto da boca. Sentiu profundo arrependimento de ter chamado Gaara para brincar.

— Eu perguntei onde o Gaara está. Diga logo!

Temari apontou com o indicador.

— Ele foi se esconder na cozinha... Desculpe, papai.

— Vem comigo.

Rasa puxou Temari por uma das mãos. Levou a menina até a cozinha. Fez sinal para ela chamar Gaara de onde ele estava escondido.

Temari enxugou uma lágrima que escorria de seus olhos verdes.

— Você já pode sair, otouto – a menina disse, tristemente.

Instantes depois, Gaara apareceu, com um semblante puro e contente. Claro, o sorriso dele também foi arrancado por Rasa no instante em que o viu.

Agora, os três estavam sentados num dos sofás da sala, ambos de cabeça baixa, com o pai diante deles. Rasa começou a sessão de berros:

— Olhem para mim, os três!

Kankuro e Temari levantaram o rosto. Gaara, não; era mais difícil para ele.

— Gaara, você está surdo? Quer que eu grite mais alto?

Foi Temari quem levantou o queixo do irmãozinho assustado. Com carinho, ela colocou Gaara no alvo do kazekage.

— Eu acabo de dar minhas ordens a vocês dois e o que é que vocês fazem? – um grito mais irritado como resposta à própria pergunta: — Me desobedecem! Vocês tem a audácia de me desobedecer!

Rasa limpou a saliva que tinha saltado de sua boca na hora do grito. Fez um momento de pausa, só para recuperar o fôlego e recarregar os berros.

— De quem foi essa ideia brilhante, ehm? Foi sua, não foi, Gaara?

Gaara olhou para Temari. Os dois se encararam e pela primeira vez, trocaram olhares de cumplicidade, como se dissessem apenas com os olhos que um protegeria o outro se fosse necessário.

— Responda, seu monstrinho!

O caçula abriu a boca para responder que sim, tomando a culpa e se colocando no lugar da irmã. Porém, Kankuro foi mais rápido:

— Não foi ele, otou-sama. Fui eu.

O pequeno jinchuuriki arregalou os olhos, surpreso com a atitude de seu nii-san.

 Temari, no entanto, já conhecia esse lado de Kankuro. Ela não contestava porque sabia que nunca aguentaria passar pelo que ele passava quando o castigo de Rasa lhe era imposto. Quando tudo acabava, ela implorava desculpas e o irmão dizia estar tudo bem, quando na verdade, nada estava bem.

 — Eu chamei a Temari para vermos nosso irmão Gaara e depois insisti para brincarmos juntos. Foi isso. Foi tudo minha ideia, eu a fiz concordar com tudo... Sinto muito.

Rasa cruzou os braços, estudado os três ali. Fitou Gaara, que permanecia vidrado em Kankuro. Depois, seus olhos foram até sua primogênita cabisbaixa.

— Temari, vá agora para o seu quarto – Rasa vociferou. — Gaara, você também. Andem, os dois!

Temari se levantou primeiro, correndo até as escadas que davam para o segundo piso; Gaara imitou a irmã e foi para seu quarto, que ficava ali perto. Antes de fechar a porta, pôde ver Rasa catando Kankuro pelo colarinho e retirando o cinto de sua cintura,  levantando-o dobrado um pouco acima dos ombros. Notou os olhos arregalados do irmão mais velho e a fivela do cinto do kazekage brilhando, pronta pra ser usada. Gaara fechou a porta com força quando viu o cinto descer e a primeira pancada ser dada no corpo de Kankuro. O grito do menino foi abafado com o barulho da porta do quarto de Gaara sendo fechada com força.

Todos os outros gritos de Kankuro foram encobertos pelas mãozinhas geladas de Gaara, que apertava os ouvidos tentando não escutar aquilo. Ele correu para um canto do quarto e ficou ali, encolhido e se sentindo culpado pelo que estava acontecendo com o irmão mais velho. Mentalmente, Gaara pedia aos céus que aquilo acabasse logo e Kankuro parasse de gritar. Quando não era esse seu pensamento, a única coisa que povoava sua mente era Yashamaru. Por que ele não voltava logo? Por que não voltava naquele exato momento, aliás?

Gaara começou a chorar.

 


Notas Finais


Então, o que acharam do cap.?
Deixem seus comentários ^^

Beijos e até sábado que vem!


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