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História Ao teu lado - Doce abismo


Escrita por: saavik

Capítulo 3 - Doce abismo


O tempo parou por breves segundos, tudo parou, apenas uma linda e baixa melodia poderia ser ouvida. Um arrepio agradável percorreu Jongdae dos pés à cabeça.  Os lábios de Minseok tinham um gosto inigualável, o melhor deles ao olhar de Jongdae.

 

 

Minseok permaneceu imóvel e quando por fim o maior afastou-se pode notar os olhos marejados do outro.

– Por favor, não faça isso novamente. – O menor falou franco, esboçou ao que parecia a Jongdae mais um sorriso falso. Sua tristeza era quase palpável. Fazia doer o coração do maior, e por um segundo o fez se arrepender de ter ousado beija-lo. Minseok se tornava pouco a pouco intocável.

“Cinco minutos de coragem Jongdae, apenas cinco minutos. Apenas faça” era tudo o que o maior pensava. Sua mente o obrigava a ter coragem, e seu corpo o obrigava a tomar o de Minseok, o obrigava a tomar seus lábios novamente, uma, duas, três, quantas vezes fosse preciso. O desejo estava mais do que estampado em si e seus lábios, estes tão necessitados de mais contato clamavam a cada segundo os de Minseok, fazendo Jongdae enlouquecer pela sua “paixão e desejo” jamais sentida por outro alguém, seja lá o que estivesse sentindo pelo menor, era forte, forte e sem explicação. As vezes as coisas simplesmente acontecem, por ironia da vida ou algo parecido. Desde as coisas mais improváveis até as mais fáceis, Jongdae havia começado a culpar somente o destino ao invés de si mesmo.

 

– Quer saber? – Jongdae levantou-se, e pondo-se de pé a frente de Minseok, segurou as mãos alheias levemente, depositando um beijo leve em cada uma delas. – Eu não sei o que tem em você. E eu nem sei explicar o que acontece comigo, mas quando eu o vi. Quando eu o vi algo mudou comigo, dentro de mim. E agora quando eu o vejo triste por alguém que com toda certeza não merece, só faz crescer dentro de mim um desejo de colar cada parte do seu coração despedaçado. – Jongdae calou-se por alguns instantes, apenas para observar o sorriso envergonhado estampado nos lábios que acabara de beijar, aquela face que tanto gostaria de acariciar agora tomava uma cor rubra e intensa. – Você pode me mandar calar a boca e dizer que eu não o conheço, e de fato é verdade, mas não consigo explicar a mim mesmo que eu não deveria sentir nada por quem não conheço. Não posso tirar de mim essa vaga esperança que cresceu no exato momento em que você disse que teve um namorado, porque por um momento eu pensei que poderia me aproximar sem medo. É uma sensação tão difícil de explicar. Eu quero concertar seu coração machucado Minseok, do jeito como preferir, do jeito como permitir. Se eu quisesse me aproximar, o que você faria?

 

Jongdae mal podia explicar o que sentia, sentia-se acima de tudo como um bobo e se talvez pudesse recolher todas as palavras que havia dito, recolheria. Pois agora em sua mente tudo parecia bobo demais, estupido demais.

 

Minseok o olhava incrédulo, seus olhos levemente arregalados e suas bochechas ruborizadas davam um aspecto infantil ao mesmo. O menor não sabia o que responder e Jongdae nem mesmo o podia culpar. O mais alto vacilou por minutos e quando por fim se deu vencido manteve sua postura firme.

O menor sentia medo, poderia facilmente começar a andar e deixar com Jongdae para trás, com toda certeza isso o faria sentir-se como um completo estupido.

Talvez, mas só talvez fugir não seja o correto.

– Não responda. Foi uma ideia estupida. – Seus punhos fechavam-se dentro de seus bolsos, por alguns segundos sentiu uma estranha vontade de deixar que lagrimas geladas escorressem por seus olhos. Seria a rejeição? – A agencia tem uma proposta. Uma linha de roupas quer um modelo novo e Zitao pensou em você, você tem o número então... apenas pense a respeito e ligue para dizer o que acha, mas não demore, temos pressa. – Jongdae disse da maneira mais rápida e compreensível o possível. Apenas queria voltar para casa e enfim calar todas as palavras estupidas que uma hora possam sair de sua boca.

– Ideia estupida? Então acha que me encontrar foi estupido? Ou acha que não vale a pena se preocupar com os meus sentimentos estupidos? Ou acha que não vale a pena se preocupar comigo? Você me beija e agora se mostra como todos os outros. O que quer afinal? – Jongdae não tem tempo o bastante para processar tudo que lhe foi dito, as mãos do menor lhe atingiam de forma bruta, em tapas direcionados aos seus braços. O mais alto conteve um riso baixo e apenas segurou ambas as mãos de Minseok, trazendo o corpo do menor para um abraço caloroso.

– Me deixe provar que eu sou diferente, eu não vou machucar você. Eu prometo Minseok.

– Eu não posso Jongdae, não posso porque ainda o amo. Não posso porque não sinto nada por você. Eu só pensei que pudéssemos ser amigos e ....

– Me dê alguns dias. Uma semana é o bastante, provarei que pode me amar e esquece-lo.

Minseok sentia-se amado novamente, ter alguém que o queira era algo já esquecido pelo menor. Talvez, mas só talvez se aceitasse estaria livre da solidão por tempo o suficiente. Pois alguém que gostaria de conquista-lo não o usaria. Era o que achava.

Para o menor a solidão era uma completa devastação. Estar com alguém, no presente momento era tudo o que Minseok não poderia querer, mas estar sozinho soava realmente muito pior ao menor.

 – Me deixe pensar. E-eu ligarei, sobre as fotos, eu ligarei, só me deixe pensar. É muita coisa par- – O menor interrompeu-se e pôs- se a andar em passos rápidos até a saída, confuso e atônito.  

Jongdae foi deixado para trás como um bobo, novamente.

...

 

 

Passaram-se apenas três dias desde que Jongdae havia direcionado palavras um tanto confusas a Minseok. Palavras que o causaram tantos arrependimentos, não poderia simplesmente explicar algo que nem mesmo saberia o que era. Sua mente e seu coração haviam se tornado um poço de dúvidas e sentimentos, sentimentos estes que haviam surgido tão repente que lhe tiravam toda e qualquer certeza. O culpado era somente Minseok. O petulante que tanto custava abandonar a mente de Jongdae, com todos aqueles olhares sutis e atos bobos, com todos aqueles sorrisos e bicos. Coisas tão banais e simples. Coisas que fizeram palpitar e aflorar sentimentos já esquecidos pelo maior. Sentimentos que pensara não sentir mais. Era impressionante o modo como detalhes quase opacos, gestos singelos e simples atos fizeram Jongdae tornar-se um apaixonado. Em tão pouco tempo.

Foram três dias de uma espera quase torturante. Porque os sentimentos necessitam de urgência e não dão descanso algum. E Jongdae, este estava totalmente envolto em sua paixão repentina.

Zitao havia questionado Jongdae por diversas vezes, ameaçando-o contratar outro modelo caso a demora persistisse. Mas Jongdae apenas queria um descanso, tanto para seu coração quanto para sua mente.

 

 

O sol desta manhã estava definitivamente mais quente, o que fez Jongdae aliviar-se por poder usar roupas mais leves. Seria somente mais um dia de trabalho, um dia chato e monótono. Mais um dia de espera e mais um dia pensando em Minseok. Seria um dia como qualquer outro.

Seria, se Jongdae não sentisse a necessidade de tomar uma cerveja após o expediente.

O local escolhido era um pub. Jongdae saboreava o gosto amargo de uma cerveja estrangeira qualquer, seus pensamentos ainda eram tomados por Minseok. Ainda perguntava-se que tipo de magia o menor era envolto para mexer com sigo de tal maneira.

 

– Estou começando a achar que está me perseguindo Jongdae. – A voz melodiosa e familiar se fez presente, fazendo surgir um belo sorriso a face de Jongdae.

– Poderia dizer o mesmo.

Não foi preciso convite algum, Minseok já havia tomado a liberdade de sentar-se a mesa do maior enquanto lançava lhe um sorriso zombeteiro. Suas pupilas dilatas e seu andar cambaleante denunciavam quantas bebidas havia tomado. Muitas, a supor pelo maior.

Jongdae agradeceu mentalmente por ver Minseok novamente, e de novo o culpado por seus encontros era somente o acaso. O abençoado destino, que sempre trazia o menor para si de maneiras um tanto peculiares.

– Você está bêbado Minseok? – Zombou o maior.  – Não acha que deveria ir para casa? – Jongdae não conteve o riso. Ele foi solto em tom alto, fazendo Minseok contorcer seu semblante em uma careta engraçada enquanto estapeava o braço do maior em uma repreensão muda, desajeitada e ainda mais engraçada.

 – Eu bebi só um pouquinho... mas eu estava pensando. – As palavras do menor saiam um tanto emboladas devido a sua embriaguez, mas mesmo assim Jongdae decidiu ouvir com atenção, decidiu concentrar-se apenas na voz de Minseok, por mais que sua boca e seus olhos lhe tirassem toda a atenção.

– No que estava pensando? – Perguntou o maior, como quem faz uma pergunta a uma criança em fase de alfabetização, perguntou com calma ao bebericar de sua cerveja.

– Em você – Concluiu Minseok. Fora a última frase dita pelo menor antes do mesmo recostar sua cabeça a mesa gelada, seus olhos fecharam-se lentamente. O menor nem mesmo pareceu notar o copo de cerveja tombado a mesa. Uma fina corrente daquele liquido cor de caramelo e espumante escorria, molhando pequenas mechas de seu cabelo.

Jongdae assistia toda a cena rindo, o mesmo perguntou-se como poderia Minseok não despertar com sua risada demasiadamente alta.

Minseok era definitivamente um nato atrapalhado.

Fora preciso muito mais do que leves beliscões para despertar o menor, ou tentar. Minseok nem mesmo se deu ao trabalho de levantar sua cabeça ou olhar para Jongdae.

– E-eu não... eu não me sinto bem. – As palavras ainda emboladas pela embriagues do menor soaram como um despertador para Jongdae, que apressadamente envolveu seus braços ao redor de Minseok, não tinha ideia do que faria com o menor se o mesmo começasse a passar mal. Tudo o que lhe restava fazer era leva-lo ao seu apartamento. Cuidaria dele, mesmo que o menor possa não querer. Cuidaria dele.

– Minseok? Onde você mora? – Jongdae chamou pelo menor, em vão, pois tudo o que vinha de Minseok eram respirações altas e alguns gemidos de dor, ou até mesmo de desconforto.

Certamente o menor não gostaria de acordar e deparar-se com o apartamento de Jongdae, e talvez nem mesmo gostaria de deparar-se com o próprio Jongdae. Mas o maior faria de qualquer forma. Já que Minseok nem mesmo se dava ao trabalho de se esforçar em responder os chamados de Jongdae.

 

 

 

Minseok parecia estar em um estado de sono profundo, pois não moveu um músculo sequer enquanto ambos estavam dentro de um táxi qualquer, não muito confortável. O menor não acordou nem mesmo quando Jongdae o deitou em sua cama, de modo nada gentil, já que seus braços estavam verdadeiramente cansados devido ao peso do menor.

Jongdae custava a acreditar que o menor agora dormia em sua cama, sua vontade era de não sair de perto de Minseok, queria voltar a beija-lo, queria acariciar sua pele imaculada e macia.

Foi preciso muito mais do que controle. O maior suspirou diversas vezes ao trocar as vestes molhadas de cerveja de Minseok, por segundos cogitou a possibilidade de dar um belo banho no mesmo, que já cheirava a cerveja. Decidiu por fim apenas trocar a camiseta molhada de Minseok por uma de suas surradas e grandes.

Despiu o menor com um cuidado jamais visto em Jongdae, deixando-o apenas com sua cueca.

O maior sabia muito bem que o menor faria uma grande cena quando acordasse, algo típico de Minseok, aquela face inocente, fofa e infantil não enganava Jongdae, sabia que por dentro o menor carregava certa “bomba” seja ela de feições ou atos.

Mas não ligaria. Somente vê-lo dormir era o bastante, por mais que o pensamento de uma possível dor nas costas por dormir no sofá o assombre.

Jongdae cedeu ao desejo de selar os lábios delicados de Minseok. Seu gosto era de cerveja, mas Jongdae nem mesmo importou-se. Estava de bom tamanho para si. Apenas por esta noite.

– Boa noite Minseok. – Jongdae desejou-lhe sinceramente enquanto rumava para seu tão aguardado sofá, não demorando-se ao jogar-se no mesmo e se entregar totalmente ao sono.

...

 

 

Jongdae não sabia ao certo se seu sono foi atrapalhado pelos gritos de Minseok ou pelo mesmo estar praticamente com o rosto colado ao seu.

– O que eu estou fazendo aqui Jongdae? – O maior nem mesmo conteve seu sorriso zombeteiro ao deparar-se com o desespero alheio. Estava bem mais exagerado do que havia imaginado. – Do que está rindo? Eu falo sério.

– Eu te encontrei no Pub, não se lembra? Você disse que não se sentia bem e depois desmaiou, eu não sabia para onde levar você... então eu trouxe pra minha casa.

O maior deixou de lado as indagações e possíveis reclamações do menor sobre o porquê estar “semi nu” tudo o que fez foi rir de suas caretas enquanto levantava-se.

 

– Você reclama demais, deveria me agradecer por não o ter deixado sozinho... e bêbado. O que quer para o café? – Jongdae perguntou enquanto rumava até a cozinha quando Minseok em um rompante agarrou lhe o pulso, impedindo que qualquer passo seja dado. Seus lábios colaram-se aos alheios, e pela primeira Minseok o beijou, um beijo doce, calmo e lento.

 

– Minseok... está tudo bem? – Jongdae estava verdadeiramente preocupado, por mais que o beijo o tenha lhe agradado, por mais que aquele beijo o tenha dado esperanças. Não era um gesto esperado.

O maior levou sua mão até o pescoço de Minseok, deslizando a ponta de seus dedos em uma carícia singela enquanto esboçava um sorriso reconfortante.

– Quando você me disse aquelas coisas... no parque, você falava sério? – Minseok fitava Jongdae de maneira firme, e bastava que o maior olhasse os olhos alheios para perceber o quão cansado Minseok estava.

Jongdae suspirou pesadamente enquanto envolvia o menor em um abraço apertado. Sua mão acariciava lentamente os cabelos de Minseok, que mantinha sua face sobre a curvatura do pescoço do maior. Uma risada leve e baixa pode ser ouvida fazendo Minseok franzir seu cenho.

– Eu não sei o que aconteceu naquele dia em que eu o vi no parque, tudo que eu sei é que inexplicavelmente eu me vi pensando em você a todos os minutos do meu dia. É loucura eu sei disso, eu não sei quase nada sobre você, mas talvez possa dar certo, só me deixe tentar. – Os braços de Minseok apertavam Jongdae bem mais que o necessário, em seus lábios um sorriso tímido era estampado pouco a pouco.

– Eu me sinto bem assim. De algum jeito você me dá segurança... M-mas você sabe o que eu sinto, eu já disse a você, eu não deveria te abraçar ou estar em sua casa, Me desculpe, você não deve... eu nunca quis- – As palavras do menor foram cessadas pelos lábios de Jongdae, que selaram os semelhantes em um beijo simples, apenas um selar gentil e demorado.

– Eu não me importo, eu disse que te faria me amar, não disse? Deixe tudo de lado. Confie em mim e esqueça tudo. – O sorriso de Jongdae era a tão sonhada segurança que Minseok precisava. O menor agradecia mentalmente por tê-lo ali com sigo, era como um alivio ter alguém que possa ama-lo.

Mas é tão normal o fato de tudo o que é bom durar pouco, Minseok não poderia esperar nada mais do que isso.

 – Não... a resposta... é n-não. – As palavras vacilantes de Minseok arrancaram o sorriso de Jongdae, deixando-o nitidamente abalado. Os passos lentos que o menor dava, cada vez afastando-se mais, deixaram o maior sem chão. Seu peito apertou-se de um jeito ruim, seus olhos marejados cerraram-se levemente, seria a rejeição? – Eu... eu penso que... só, é melhor que você não... é melhor que você não se apaixone. – Minseok Gaguejou.

 

Jongdae cogitou por segundos a possibilidade de deixar que lagrimas frias manchassem seu rosto. A rejeição era tão nítida quando turmalinas em águas claras, manteve-se firme, apenas suspirou pesadamente e não deixou de olhar Minseok nem por um segundo.

Ao contrário de Jongdae, quem derramou-se em lagrimas foi Minseok. Este que nem mesmo se importou em derramar lagrimas silenciosas e intrusas. O maior continuou a olha-lo, sua vontade era de abraça-lo mas conteve-se e manteve-se calado onde estava.

Sabe, é melhor que você não goste de mim. O menor abriu um sorriso enquanto continuava a afastar-se de Jongdae, seus olhos agora procuravam pela última peça de sua roupa que precisava para ir embora, seus sapatos.

– Tarde demais, eu já estou apaixonado. O mais alto segurou firmemente os pulsos de Minseok, impedindo-o de afastar-se um milímetro sequer. Porque acha que é melhor? Do que tem tanto medo? De se apaixonar por mim? O que tem de errado comigo? Jongdae bombardeou o menor com várias perguntas que nem mesmo o próprio sabia porque as tinha feito. Como tantas outras palavras que já dissera essas também pareciam bobas e estupidas.

 

 

Minseok teve a certeza absoluta de que tudo estava em ruinas quando o ouviu dizer que estava apaixonado. Sentiu-se afundando em um abismo interminável, mas não deixou de olhar Jongdae nem por um segundo. Os dedos do mais alto sobre seu pulso transmitiam um calor confortável, não era um aperto possessivo, e sim algo que beirasse a suplica.

– N-não... não tem nada de errado.

Se talvez tivesse conhecido Jongdae á alguns meses atrás, talvez assim tudo pudesse ser diferente.

Seus pensamentos foram cessados ao que fora puxado bruscamente pelas mãos do maior, seu corpo chocou-se ao de Jongdae e seus lábios selaram-se aos semelhantes sem nem mesmo ter tempo de assimilar o ato do outro. A língua do maior percorreu seus lábios pedindo passagem, Minseok não queria ceder, mas nem mesmo pode contra sua própria vontade.

Jongdae escorregou suas mãos pelas costas de Minseok enquanto o beijava terna e calmamente. Era um contato quente e gentil, impossível de desfazer-se ou afastar-se, e no fundo era exatamente isso o que o menor queria, um contato com aquele que emanava gentileza. Era o queria e pensava não poder.

 

O contato permaneceu por longos minutos e Minseok aproveitava de cada segundo, seus braços abraçaram a cintura de Jongdae enquanto o correspondia em um beijo lento.

O osculo foi quebrado lentamente e os lábios do menor foram selados diversas vezes, permaneceram abraçados. Jongdae esboçou seu sorriso mais bonito ao ver Minseok corar enquanto o olhava. Uma risada baixa e quase sem som saiu de seus lábios no mesmo instante. 

– Isso é um sim? – Sussurrou o mais alto enquanto colava sua testa a semelhante, desfrutando do momento.

Minseok ponderou por instantes antes de sorrir – É um sim.– O menor respirou fundo antes de abaixar seu olhar. Talvez, mas só talvez dizer sim tenha sido a pior coisa que havia feito em vida, talvez dizer sim, seja um sim para o possível sofrimento de Jongdae, era o que pensava.

Mas de qualquer forma não voltaria atrás, por mais que sua consciência possa corroer-se. Se deixaria ser amado. Enfim teria alguém, enfim iria deixar-se ser levado. Pois merecia, e no fundo sabia disso, merecia algo bom.

– Você tem que trabalhar hoje? – Perguntou Minseok ainda com sua testa colada a semelhante. Seus olhos fitaram a janela, mas rapidamente voltaram-se a Jongdae.

O clima estava bom, o sol deixava o ar quente, e brisas fortes e frias atrapalhavam o ar abafado que se fazia presente vez ou outra.

– Acho que posso faltar hoje. – Respondeu o mais alto ao piscar para o menor. – Você poderia passar o dia comigo, o que acha?" As mãos de Jongdae pousaram sobre o quadril do menor enquanto depositava um selar calmo sobre a bochecha do mesmo que agora sorria abertamente.

– Tudo bem desde que você faça algo para comer. – O maior concordou ao rumar até a mesa da cozinha – J-Jongdae... espera. Eu... eu preciso de um tempo. Na verdade, eu concordei com isso, mas você terá que me dar um tempo, para que eu me acostume. Eu concordei e disse sim para o que você me disse no parque... sobre me fazer ama-lo, você entende o que quero dizer?

– Perfeitamente. – Jongdae parecia indiferente, o sorriso ainda permanecia em seus lábios enquanto arrumava a mesa para um café a dois. O maior julgou bem ao pensar que Minseok comeria muito, e não hesitou ao deixar a mesa farta.

 

Jongdae estava certo ao dizer que Minseok era um enigma, não poderia nem mesmo imaginar o que o outro pensava, o que iria fazer ou o que queria, seus atos eram um tanto vacilantes, o mais alto procurou deixar de lado tudo o que pensava, afinal o mais importante era o presente.

O menor impressionou-se ao ouvir as palavras simples de Jongdae e nem mesmo pediu permissão para adentrar o quarto do mesmo a procura de toalhas e roupas limpas, pois as suas já estavam mais do que incomodando. Sem pressa rumou-se para dentro do local deixando o maior sozinho na cozinha.

Só então Minseok se deu conta do quão bonito era o local. Em todas as paredes haviam recortes e colagens, diversas fotografias espalhadas por cada canto. Fotos de câmeras e de modelos, tanto femininos, quanto masculinos. E uma enorme prateleira repletas de câmeras fotográficas, desde miniaturas á polaroides. Uma delas Minseok reconheceu bem.

Seus dedos esticaram-se em busca do objeto e sorriu docemente ao olha-lo em suas mãos. Jongdae realmente amava mesmo seu trabalho. Cada canto de seu quarto transpirava sua paixão, transpirava seu trabalho.

– Oh, não toque nisso. – As palavras do maior soaram preocupadas em demasia, o que arrancou um grande riso de Minseok.

Jongdae tirou sua câmera das mãos do menor como se estivesse tirando um pote de tinta das mãos de uma criança arteira, fazendo-o apenas olha-lo com curiosidade.

O maior depositou o objetivo em seu lugar e aproximou-se de Minseok. O menor pensou que seria beijado novamente e abriu sua boca para protestar mas calou-se quando Jongdae apenas cheirou seu cabelo, fazendo uma leve careta instantaneamente.

– Está cheirando a cerveja. – Constatou indo até seu armário e tirando de lá roupas limpas e uma toalha, bem o que o outro queria e estava procurando. – Devem servir em você, o banheiro é ali. Eu vou tomar um banho também... no banheiro do outro quarto... é claro. Quando terminar pode tomar o seu café, deixei tudo na mesa da cozinha. – Jongdae indicou as localizações demoradamente ao ver a confusão mais do que estampada sobre o rosto de Minseok, este que sem demora rumou até o banheiro.

 

 

– E então como pretende fazer isso? – Perguntou Minseok ao olhar a porta do banheiro em que Jongdae demorava-se dentro, perguntou-se se o maior poderia ouvi-lo dali, mas logo sacudiu sua cabeça, a curiosidade o fizeram falar mesmo que não pudesse ser ouvido.

O menor continuou a fitar a porta do banheiro enquanto estava encostado sobre a mesa da cozinha saboreando uma maça tão vermelha quanto um tomate.

– Isso o que? – Perguntou Jongdae enquanto adentrava a cozinha.

 

Minseok corou instantaneamente ao ver o maior, seus cabelos molhados caiam sobre sua testa e o deixavam com um ar másculo. Seu perfume levemente amadeirado poderia ser sentido de longe, foi o que constatou Minseok enquanto seus lábios abriam-se em um “o” quase perfeito. Seus braços ficavam a amostra devido a sua camiseta branca de mangas curtas, que contrastava perfeitamente com sua pele leitosa. E de novo Minseok sentiu aquela velha nostalgia, o cenário apagou-se por breves segundos.

O menor não deixou de olhar para Jongdae. Aquela velha nostalgia, aquele “Devajú” era tão gostoso de ser sentido.

 

Um tom off-white era sobreposto como cenário, Minseok esperou por minutos que algo saísse das costas de Jongdae, algo como asas brancas para completar o que sentia. Era como se Minseok vivesse esse momento pela segunda vez, e Jongdae agora mais parecia um anjo do que qualquer outra coisa.

Um arrepio foi sentido, arrepiando até mesmo os pelos da nuca de Minseok, aquele arrepio mais do que confortável que é facilmente sentido quanto estamos perto de quem nos agrada. Definitivamente, Jongdae conseguiu arrancar algo de Minseok.

– O que pretende fazer para que eu me apaixone por você. – Respondeu o menor com um riso baixo.

– Eu vou me divertir com você.

– O que? – Minseok arqueou sua sobrancelha enquanto fitava o mais alto. Este que ria distraidamente enquanto bebericava seu iogurte, logo percebendo que o menor o havia interpretado mal.

– Eu... nós, nós vamos nos divertir. Está bom assim pra você?

– Está melhor. – O menor disse por fim, com um sorriso bobo e vitorioso sobre os lábios.

– Coloque os sapatos, nós vamos sair”

Os olhos de Minseok arregalaram-se levemente em surpresa.

– Para onde? – Perguntou.

Jongdae deu de ombros antes de responder. – O céu é o limite, já ouviu essa frase? – Perguntou ao retirar as chaves do que o menor julgou serem de seu carro.

Minseok logo calçou apressado seus sapatos enquanto seguia o maior, deixando para trás uma mesa bagunçada.

– Jongdae, onde vai me levar? – Perguntou novamente Minseok, desta vez adotando um tom de voz firme mas seu semblante firme logo foi desfeito quando percebeu o “carro” que Jongdae tinha. Um breve e baixo riso escapou por entre seus lábios. – Uma caminhonete amarela? – Perguntou novamente ao adentra-la sob o incentivo do maior.

Estava longe de ser o que Minseok imaginou, mas mesmo assim não era algo ruim. Não era tão luxuoso mas também não era algo barato. Uma amarok amarela devidamente limpa e brilhante. O menor poderia até ouvir Jongdae falando que o carro era seu “bem mais precioso” como tantos faziam.

O maior fechou a porta de seu apartamento com rapidez e logo adentrou seu carro, não demorando-se a fitar Minseok, que estava com um sorriso bobo estampado em seus lábios. Jongdae havia escolhido roupas perfeitas para ele, que serviram adequadamente mesmo que a diferença entre os corpos seja grande. O mais alto perguntou-se se haveria algo que pudesse deixar Minseok feio. Não, não haveria nada.

 

Minseok esperou a tão devoção que os homens tinham com seu carro, mas de longe não foi o que Jongdae fez, tão pouco teve cuidado ao bater a porta com força demasiada.

Toda a preocupação e cuidado que Jongdae tinha iriam ser direcionados somente a Minseok.

– Eu não costumo sair com ele mas, talvez hoje seja uma boa ideia. – Dizia Jongdae referindo-se ao carro. – Então... comece me contando sobre Yifan. – Mandou Jongdae enquanto começava a dirigir, para algum lugar do qual não havia revelado.

– Porque quer saber dele?

– Quero saber o que aconteceu entre vocês, deve ter sido bem ruim. – Disse o maior com um riso baixo, impressionando novamente Minseok. Este que estapeou levemente o braço de Jongdae em repreensão.

O menor não conteve seu próprio riso enquanto se afundava sobre o banco macio da caminhonete amarela de Jongdae, respirou fundo antes de responder o outro.

– Bom, nos namorados por cerca de um ano... nove meses, talvez. Nos conhecemos em um restaurante, eu era garçom. – Minseok fitava Jongdae, que estava olhava concentrado todo caminho à frente. Deixou que mais um riso fosse solto antes de continuar. – Ele realmente não gostava de mim, mas eu o amava, muito. Eu realmente o amava muito. Ele foi embora quando eu mais precisei. Ele me traia, e é isso. – Concluiu ao sorrir em escarnio.

– É... como eu já disse idiota. Sabe eu vi o seu “currículo” no trabalho, depois de fotografa-lo, você realmente não transparece a idade que tem. Parece muito mais novo do que eu, e na verdade é dois anos mais velho. Não posso negar que também tem uma aparência infantil.

– É culpa da genética.



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