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História Aoi Umi - À deriva


Escrita por: Nishka

Notas do Autor


Bem, aqui é a tia Nishka, com um lindo e amoroso lemon relâmpago, porque eu sei que por essa vocês não esperavam. Ou esperavam meio sem esperança... sei lá :v
Devido as novas mudanças nas regras já confusas (algumas das quais se, não aplicadas corretamente, só vão ferir o direito dos autores de se expressar) to com um pézinho atrás com esse site. Então se quiserem alguma das minhas fanfics, é só passar o e-mail por mensagem que eu sei que a versão de impressão é uóh demais.
Agora vão ler!

Capítulo 8 - À deriva


Já estava bem difícil andar pela casa com Yutaka esbarrando em mim a todo momento, não precisava de visitas, mas foi o que recebi lá pelas quatro horas, quando procurava qualquer desculpa para mandar meu primo embora. Estava exausto de limpar e evitar seus sorrisos sacanas.

-Kou?! – meu estômago afundou tanto que pensei que nunca mais fosse sentir fome, mas isso foi só até o cheiro de comida quente chegar até mim – O que faz aqui?

Desviei os olhos do embrulho que ele tinha em mãos e tentei respirar normalmente enquanto fingia não estar apavorado. Os passos atrás de mim indicavam que Yutaka podia aparecer a qualquer momento.

-Taka-san disse... disse ontem que ficaria limpando – eu dissera? Estava mesmo distraído – Pensei que teria fome. Então eu trouxe... eu trouxe algumas coisas. Me perdoe, eu devo estar parecendo bem estranho, não?

-Imagina – sei que fui bem interesseiro, mas a comida dele cheirava tão bem! – Estava mesmo precisando de uma pausa. Por que não entra?

-Posso? Obrigado...

-Bem... é que... meu primo está aqui – tentei sussurrar, mas provavelmente Yutaka também ouviu porque parou às minhas costas em seguida. No outro segundo Kouyou e eu estávamos completamente vermelhos.

-Hum, Takashima – reparei que ele não o chamou de Kou de novo, mas não disse nada. Talvez estivesse tão bravo com aquela visita que se esquecera até mesmo de tentar fazer ciúmes. E ciúmes a quem? A mim ou Kouyou? Só de pensar nisso senti vontade de vomitar – O que estão fazendo? Não vão entrar?

-Hum.

De uma maneira bem estranha, acabamos seguindo Yutaka até a cozinha e ele mesmo pegou os pratos para dividirmos os pães recheados, ainda quentes. Takashima não queria comer porque ele que trouxera para mim, e já eram poucos, mas Yutaka largou um pão de geleia na sua frente e não parecia disposto a negociar. Reita surgiu como sempre, sem avisar e sem dar importância ao clima geral. Para coroar a situação mais tensa e bizarra da minha vida (bem, depois do aparecimento de Aoi, claro), tia Tenti apareceu com minha sereia e acabamos todos no mesmo cômodo.

O mais estranho? Foi divertido. Yutaka não parecia um babaca maníaco sexual, tia Tenti gostava de Aoi, Reita conseguia fazer Takashima se soltar, e eu não me sentia deslocado. Pela primeira vez eu estava feliz em fazer parte de um grupo barulhento desses. Realmente feliz.

Quando todos eles se despediram, a casa ficou estranhamente vazia. Antes disso eu estava sempre sozinho. Nossa casa sempre era vazia. Meu pai trabalhava demais e eu percebia agora, também não lhe dava abertura para uma conversa. Quando Aoi chegou, jogou meu mundo de pernas para o ar, mas me sentia melhor, mais livre. Depois de todas aquelas vozes, só nós dois parecia pouco. Eu compreendi ali que, quando se vive sozinho, não se sente solidão.

-Olha o que a tia Tenti me deu! – as mãos de Aoi estavam cheias de notas amassadas e moedas que provavelmente ela recolhera do troco do mercado – Ela disse que o irmão dela é tão desligado que provavelmente nem lhe deu dinheiro.

-O quê?! Meu pai me deu algum dinheiro... Não muito, mas... – suspirei, sentindo no bolso as últimas moedas que haviam sobrado da última visita ao mercado e a compra das roupas para Aoi – Tudo bem. Vamos comprar alguma coisa para amanhã. E você viu? Yutaka lhe deu duas camisetas.

-É? Ele é realmente uma boa pessoa – murmurou consigo mesmo enquanto saíamos de casa. Começava a escurecer rápido e o calor esmaecia depressa. Aoi caminha muito perto e quase podia sentir seu braço roçar no meu. Ele tinha essa necessidade de contato humano que me deixava mais do que nervoso.

Compramos feijão e vegetais enlatados, um pouco de carne e ainda sobrou dinheiro para um doce. Quando saímos, Aoi parecia a pessoa mais feliz do mundo, um imenso pirulito enfiado na boca. E eu estava tão distraído observando ele, que levei vários segundos para entender que o homem que esbarrara em mim e correra levava nossas sacolas.

-O q... Ele levou a nossa comida! – disparei atrás dele no automático, mas Aoi passou por mim muito mais rápido, suas pernas compridas lançando-o de encontro ao ladrão.

Estava a meio caminho deles quando Aoi o puxou pelo braço e recuperou nossas sacolas. Provavelmente o cara nem estava armado com nada, mas fiquei apavorado que ele pudesse se machucar! Meu coração acelerou tanto que fiquei sem fôlego. Queria dizer a ele que se afastasse, que voltasse até mim, mas minha voz não saia. O homem tentou pegar as sacolas de volta e então... então Aoi o socou no rosto, e eu juro, o som era de uma rebatida com um bastão de basebol. O cara chegou a tirar os pés do chão antes de cair e dali não levantou.

-Ah... acho que ele morreu.

-Não morreu nada – consegui dizer entre ofegos quando o alcancei. Morrer ele não morreu, mas o seu nariz... Peguei Aoi pelo braço e voltei a correr, voltando para casa.

Ele era forte. Era ridiculamente forte. Não sabia que tipo de treinamento sereias recebem, mas ele devia ser o melhor da classe. Depois que voltamos, ele foi dormir e eu voltei a minha pesquisa. Tinha de encontrar respostas para aquele cara.

 

 

 

Eram seis horas da manhã quando desisti e fui ligar para o meu pai. Ele provavelmente já estava acordado, porque atendeu no segundo toque, e não pareceu surpreso quando pedi para ficar mais tempo. Ainda teria uma semana para ajudar Aoi. Prometeu mandar algum dinheiro para a conta da tia Tenti e ela me repassaria depois, então também pararia de ficar preocupada.

Quando Aoi finalmente acordou, apesar de exausto, já tinha uma cesta pronta.

-Nós vamos a praia.

Aquela alegria dele fazia valer todo o esforço. Passamos o dia na praia e era divertido ver Aoi interagir com a água como se ela fosse uma velha amiga. Claro que tive de ouvir murmúrios e gritinhos depois que fui abraçado e arrastado para a água brincar com ele. Certeza que a garota no guarda-sol ao lado tinha tirado uma foto!

Foi só quando Aoi se sentou ao meu lado com uma expressão abatida que percebi que estávamos ali há tempo demais.

-Ta-chan...

-O que foi?

-Eu estou bem estranho.

Claro que nem me passara pela cabeça que, um cara que vivia no oceano, fosse ficar desidratado, então Aoi estava bem tonto quando o levei para casa. Fiz com que tomasse toda a água da geladeira e ali, dentro da casa escura e gelada, ele parecia minimamente melhor, mas não conseguia me acalmar!

Aoi estava tão quente que meu primeiro pensamento foi lhe dar um analgésico, mas não lembrava se era isso mesmo que deveria dar a ele, e SE deveria dar alguma coisa, então só o levei para o andar de cima e abri a torneira da banheira.

-Dói alguma coisa? A cabeça? O corpo? Isso são queimaduras? – o empurrei delicadamente até que ficasse sentado na borda da banheira e lhe arranquei a camiseta com cheiro de suor, mas a pele tinha o mesmo tom bronzeado – Acho que não queimou... Mas você está muito quente!

-Ta-chan também está quente – comentou muito tranquilo, o sorriso bobo de sempre no rosto enquanto eu morria de preocupação – Ta-chan, não precisa se preocupar tanto. Se lembra que eu sou bem mais velho que Ta-chan? Quantas centenas de anos?

-O suficiente – ri sem jeito, mas verifiquei sua temperatura de novo. Mesmo que ele brincasse, mesmo que me fizesse sentir tão bem quando estava ali comigo, ainda não sabíamos o que a permanência em terra firme faria consigo. Minhas mãos estavam suadas demais para sentir alguma coisa decisiva, então fiz como minha mãe costumava fazer e me inclinei sobre ele, colando os lábios a sua testa morena – Ainda está quente.

-Ta-chan... – o murmuro angustiado me fez olhar para baixo e senti meu estômago afundar com o sentimento novo e estranho daqueles olhos negros cravados nos meus. Ainda era o meu garoto peixe tímido e perdido, mas havia uma decisão ferrenha ali que o fazia parecer realmente mais velho do que eu – Eu realmente gosto do Ta-chan.

-E-Eu sei que sim – desconversei enquanto ainda tinha algum controle sobre a minha capacidade de fala – S-somos amigos, é claro que gosta de mim.

-Não esse gostar. Eu falo do gostar que me faz querer Ta-chan sempre perto – não conseguia me mover enquanto falava com tanta certeza e isso serviu de incentivo para que suas mãos inexperientes segurasse minha cintura, mantendo-me perto de si – Que faz eu desejar que...

-De-desejar o que? – me arrisquei a perguntar, aquela curiosidade mórbida me impedindo a querer tudo que fosse dele.

-Desejar que Ta-chan me beije – mas, não pude sequer pensar em realizar seu desejo porque ele mesmo me beijou. Puxou meu rosto para baixo, mas não era desconfortável. Seus lábios apenas tocaram os meus e se afastou com os olhos arregalados. Meus olhos ainda estavam abertos e não os consegui fechar a tempo, meio atordoado. Quando ele desviou os seus, quem sabe envergonhado daquele surto de ousadia, fui eu que segurei seu rosto e o fiz me encarar de novo.

-Abre a boca – disse num sussurro rouco pelo nervosismo e ele obedeceu devagar, mais imitando meu gesto que compreendendo onde queria chegar – Pode ser meio estranho... – então o beijei, não demorando a deslizar minha língua para a sua boca. Pude sentir como ele estranhou o primeiro contato, mas não se afastou. Foi um beijo curto e ele parecia perdido quando o encarei – Ruim?

-A língua de Ta-chan é molhada – observou como se isso não fosse óbvio e eu acabei rindo – Desculpe.

-Não peça desculpas, você não disse nada errado. Só que é... muito fofo, vindo de você, e isso me faz sentir meio culpado – não pretendia tomar o controle, mas Aoi tremia nas minhas mãos e me olhava hipnotizado, esperando o próximo passo, pedindo pelo que era certo se fazer. E como eu saberia?! – Nee, você é novo nisso, mas eu também sou... então, vamos acabar aprendendo junto, eu acho.

-Quero aprender tudo com Ta-chan – aquela frase simples me aqueceu de uma forma perigosa e senti meu coração acelerar de forma diversa – Pode me beijar de novo?

-Também não precisa pedir permissão para isso – disse com um meio sorriso trêmulo, me inclinando sobre ele de novo.

Sua boca já ansiava pela minha quando toquei sua língua de novo e o segundo beijo foi ainda melhor porque ele se sentia seguro para forçar um pouco, apertando meus lábios, as vezes quase mordendo-me. Imagino que não haja um beijo padrão, e que sem ensino algum, seja uma das incríveis coisas que todo mundo aprende fazendo. É automático. Instintivo.

Assim como era instintiva a força que Aoi exercia na minha cintura e me ocorreu que ele pudesse estar cansando daquela posição, então, nada mais normal no mundo, me afastei um momento e sentei sobre seu colo, uma perna de cada lado, apoiadas dentro d’água. Aoi me encarou com a expressão lívida, mas antes que pudesse perguntar se o incomodava ou pesava demais, me beijou ainda mais cheio de vontade e parei de pensar.

Me passou pela cabeça que Aoi estava vendo filmes demais, mas não reclamei quando se apressou em erguer minha camiseta, fazendo apartar aquele beijo insano apenas um momento. Uma parte muito pequena do meu cérebro registrou que estávamos indo a uma velocidade perigosa, mas a maior parte não estava se importando. Era um sentimento misto de euforia, necessidade e medo de que não houvesse nada de concreto para me lembrar dele quando se fosse. Porque, mais do que qualquer outro sentimento, eu já sentia a dor de quando ele fosse embora.

-Ta-chan... – Aoi não tinha nenhuma noção de como a voz dele ficava sedutora naquele tom rouco, e eu não tinha muito controle de como me retorcia no seu colo, minha intimidade começando a pulsar de uma forma muito incômoda. Segurava Aoi pelos cabelos e ele me arranhava as costas, a cintura, o peito. Quando ficava ofegante demais, soltava minha boca para respirar e eu mordia sua jugular, fazendo-o jogar a cabeça para trás.

Nunca, jamais, me sentira daquela forma. Parecia que estava incendiando e Aoi só me faria queimar mais.

-Ta-chan, eu... – ele engoliu a frase com um olhar sofrido e parei de beijá-lo um instante, minha boca formigando de tanto pressioná-la contra a dele.

Encarei Aoi esperando que ele me dissesse o que aconteceu, mas ele parecia constrangido – O que foi? – segurei seu rosto como da primeira vez, mas ele continuava tentando olhar para outra coisa – Não está gostando?

-Não é isso. Eu acho que essa é a coisa que eu mais gosto no mundo – respondeu com seu jeito inocente e eu sabia que era verdade, mas ainda estava incomodado.

-Então o que? Quer parar?

-Não...

Estava me sentindo tão no controle que ousei colar meu peito mais ao dele, esfregando-me despudoradamente no processo, então o senti se encolher, suas bochechas ficando vermelhas.

Estreitei os olhos e ele espiou um segundo, voltando a se encolher – Aoi? Não quer mesmo que eu pare?

-É que... É que quando o Ta-chan faz isso, eu me sinto estranho – arqueei as sobrancelhas e ele soltou uma das mãos que mantinha na minha cintura para tocar o volume bem considerável na bermuda – Estranho aqui.

Senti meu próprio rosto esquentar, mas tentei me lembrar que ele estava numa situação bem mais complicada do que eu – I-isso não acontece quando você vive no mar? – ele fez uma careta sofrida e eu mordi o lábio inferior. Ser assim tão adorável não tornava as coisas mais fáceis – Você... nunca encontrou uma garota, uma sereia, sei lá, com quem quisesse ficar assim... mais perto?

-Mais perto?

-É. BEM perto. Tipo... agora – soergui os ombros e ele pareceu entender, então negou com um aceno – Eu estou desvirtuando um garoto peixe? – perguntei para o nada, então suspirei e tentei parecer entendedor do assunto – É que, quando um homem fica... excitado... bem... o sangue vai... é que é de onde os bebês vem e... Ai, meu deus, assim não vai dar certo.

-Eu vou ter um bebê?

-Não! – minha vontade era rir histericamente, mas se isso acontecesse, qualquer clima ia pelo ralo abaixo e eu também não podia parar agora. Se é que me fiz entender – Não adianta explicar muito, então, basicamente, você fica duro. E... e você tem que fazer... não continuar duro. Deu para entender?

Aoi piscou algumas vezes antes de negar com a cabeça – Será que Ta-chan pode me ajudar a não continuar duro?

-Ah, se eu posso...

Aoi apertou a própria intimidade e deve ter se surpreendido com a sensação inesperadamente boa, porque sua expressão confusa me dizia isso. Mordi meu lábio inferior e o toquei por entre seus dedos, quase tão nervoso quanto ele. Aoi me encarou com os olhos arregalados e fixei os meus ali, tentando, quem sabe, acalmar a nós dois.

-Gosto quando Ta-chan me toca assim.

-Não me diga – ele não entendia ironia, então sorri sozinho, meu coração acelerando porque eu também estava a ponto de explodir – Agora... eu vou abrir a sua bermuda, ok? E eu sei que não tem problema com isso, porque adora mostrar essa bunda por ai – Aoi não protestou e baixei os olhos enquanto meu peito se apertava de nervosismo. Nunca, em qualquer momento nos meus quinze anos de vida, me imaginaria fazendo isso. E ainda por vontade própria.

E que vontade.

Abri o botão e respirei fundo antes de descer o zíper da bermuda. A cueca simples que compráramos no dia anterior quase não conseguia suportar sua intimidade. Sabia que ele cuidava cada movimento meu, mas havia aquela coisa de “é o Aoi”, então, mais nervoso do que estava, não podia ficar. Assim que puxei um pouco o elástico para baixo, seu membro ereto pulou para fora, me deixando completamente vermelho. Aoi observava sem dizer nada, então corri meus dedos por toda sua extensão, primeiro devagar e suave, então com um pouco mais de força. Ele tremeu debaixo de mim e sua respiração começou a sair em silvos pelos dentes trincados.

-I-Isso se chama masturbar – expliquei sem um pingo de vergonha na cara e ele assentiu, o rosto vermelho e afogueado. Tentou me dizer alguma coisa, mas sua voz foi perdida num gemido que ele quis esconder – Você pode... pode gemer se quiser. Pode gemer pra mim saber se está gostando...

Aoi ainda relutou um pouco, mas sua respiração o traía e os gemidos baixos e roucos conseguiam me deixar maluco enquanto corria meus dedos pelo seu pênis, surpreso com a forma como a textura e o calor já me pareciam confortáveis. Ele me soltou, apoiando as mãos na ponta da banheira e na outra borda, e essa liberdade o deixava mexer o quadril, por vezes impulsionando-o contra meu baixo ventre.

-Ta-chan, aperta mais – pediu com uma voz manhosa até então desconhecida e percebi que estava tão dolorido que não conseguia pensar em outra coisa além de me aliviar.

-Espera um pouco – pedi com a voz falha, minha mão molhada pelo pré gozo de Aoi. Tinha vontade de provar, mas ainda faltava um pouco de loucura para isso. Me levantei com mais dificuldade do que esperava e era arrogante e poderosa a sensação de necessidade que eu via no olhar daquele cara, seguindo-me concentrado. Parei com uma das mãos no botão da calça e pensei um momento.

Ah, eu podia mesmo fazer isso.

-Me dá a sua mão – Aoi obedeceu prontamente, se endireitando na borda da banheira – Abre – ele me encarou como se pedindo permissão e acenei. Por incrível que pareça, seus dedos não tremiam mais como os meus e a tarefa foi fácil. Tocou minha excitação por cima do pano, mas parou quando desci minha calça devagar, seus olhos acompanhando tudo. Abri minha boca, mas não disse nada porque ele mesmo estendeu as mãos novamente e me puxou para mais perto. Minhas pernas bambearam e não consegui respirar quando enterrou o rosto na minha barriga, seu hálito quente fazendo cócegas, e desceu minha última peça de roupa. Seus dedos me arranharam propositalmente e quase gemi só com isso, meu rosto completamente vermelho.

-Ta-chan... acho que eu não quero tomar banho – murmurou contra minha pele e me surpreendi com a súbita mudança de atitude, não dando tempo de pensar antes que ele se erguesse e me tomasse nos braços com facilidade. Já havia tido uma prova bem concreta da força de Aoi, mas ali era diferente. Ergueu-me pelas coxas e passei as pernas pela sua cintura, o que, involuntariamente, fez nossas intimidades ficarem em contato. Mordi a base do seu pescoço para não gemer alto e ele não se impediu de me colar a parede um momento, deixando meu corpo escorregar contra o seu, seu membro teso se encaixando entre minhas nádegas expostas. Não sabia que podia sentir tanto tesão por alguém, mas naquele momento, não havia mais nada no mundo que me importasse.

Podia lembrar de alguma conversa constrangedora num ponto inicial da minha adolescência quando meu pai tentou conversar sobre sexo comigo. Proteção sempre, mas merda, ele veio do mar! O que eu ia pegar? Poluição?

-V-Vamos pro meu quarto – murmurei entre gemidos patéticos e entregues, minha cabeça girando. Senti que Aoi esbarrou em algumas coisas pelo caminho e meu braço tinha um roxo muito peculiar depois, mas na hora, só sentia meu corpo pulsando de vontade de provar o seu.

Me jogou na cama e nem pensamos em fechar a porta, ele ali parado, com aquela bermuda meio aberta e sua excitação na altura dos meus olhos. Eu ali, largado de costas, ofegante e totalmente entregue, as pernas afastadas como ele deixou ao me largar.

Não sabia o que dizer agora e ele não me perguntava mais nada. Seus cabelos negros compridos estavam bagunçados e balançaram ao redor do meu rosto, como uma cortina, quando se inclinou sobre mim. Baixou seus olhos para meu corpo nu, interessado em cada mínima porcaria de imperfeição mais do que visível, sem me tocar, e fui ficando com vergonha.

-Não me olha assim...

-Sinto que eu poderia comer cada parte de Ta-chan, apenas para sentir o gosto que tem – murmurou de forma desconexa, e um fio de pensamento ponderou o canibalismo implícito ali, não dando muita atenção – Preciso gravar isso bem na memória. É a primeira vez que me sinto assim e é com Ta-chan. Eu preciso ver cada detalhe... Ah, Ta-chan tem cabelo aqui também?

Tentei fechar minhas pernas, mas seu corpo estava entre elas, me impedindo – N-Não comente sobre isso. Até hoje eu não tinha motivo para tirar eles daí. Me deixa em paz – reclamei completamente envergonhado, mas Aoi não parecia ver problema nisso.

-Quero dar a Ta-chan a mesma sensação boa que me deu – podia ver sua excitação tão dura quanto antes, mas minha barganha era boa.

-Se me der o que eu quero agora, vou lhe dar uma sensação ainda melhor – prometi com um sorriso felino que ele até podia não entender, mas compreendia muito bem. Passei a língua pelos lábios e ele acompanhou o movimento, respirando fundo – Pega... – murmurei, nervoso e ele obedeceu antes que completasse a frase – Você segura... devagar aqui... e... p-pode pôr na boca, se sentir vontade.

Aoi me encarou por um segundo e sorriu, inclinando-se antes mesmo que estivesse psicologicamente preparado. Sua boca quente e molhada pela saliva excessiva me envolveram até a base e tive que morder a falange do dedo para não gritar. Queria conseguir perguntar a ele onde diabos aprendera a fazer isso, mas não encontrava ar suficiente para isso. Sabia que ele estava feliz, porque fechara os olhos e sugava com tanta vontade que eu não tinha mais controle do meu próprio corpo. Tentei empurrá-lo para longe, mas não consegui a tempo suficiente e meu sêmen escorreu pela sua barriga lisa, colando-o a mim.

-D-Desculpe por isso – murmurei constrangido, mas Aoi não ligava para nada, a boca avermelhada e um sorriso de canto que eu queria conhecer mais – Como sabia?

-Rei-chan comentou alguma coisa...

-Comentou, é? – nota mental: verificar tudo que Reita andava comentando com ele. Aoi se levantou e, todo seguro de si, tirou o restante da roupa. Eu quis morrer e nascer de novo para ver se meu corpo ficava parecido com o dele, mas não deixei meu ciúme básico estragar o prazer que era vê-lo andar até mim, cada músculo se movendo no corpo magro na medida, cada célula dele pulsando por minha causa naquele momento – Pe-pega... pega... – olhei para a cômoda e a loção pós sol sobre ela que era a única coisa que me vinha a mente – ah, meu deus, pega a droga da loção – disse apressado demais, meu coração batendo rápido enquanto meu corpo ainda estava em letargia por causa do orgasmo.

Aoi pegou a embalagem e se ajoelhou entre minhas pernas – V-você espalha isso no seu... você sabe. Senão amanhã eu não vou conseguir me levantar. Se bem que eu ainda acho que não vou conseguir me levantar, de qualquer jeito – murmurei comigo mesmo, quase sem nexo, e tive de parar Aoi antes que acabasse se masturbando demais, antes de aproveitar sua parta na proposta – Agora você... é melhor fazer isso rápido e com força porque não quero ficar agoniando, entendeu?

-Fazer o que, Ta-chan?

-Meter isso... aqui – apontei para minha entrada virgem e ainda inteira com uma coragem que não sentia e respirei fundo.

Ele parecia concentrado com sua tarefa e não ousei questionar. Ele confiava tanto em mim... ia confiar cegamente nele também. Apoiou uma das mãos na minha cintura e a outra usou para guiar seu membro, sempre concentrado. Fechei os olhos e tentei me acalmar, e estava quase conseguindo, então fui realmente pego de surpresa.

Naquela hora me passou pela cabeça que morrer deve doer menos, mas não chorei ou gritei, ou qualquer coisa patética. Na verdade levei alguns segundos para voltar a respirar e mais alguns ainda para repor minha alma no corpo. Aoi era levado pelo próprio instinto e arremetia com vontade, indo fundo dentro de mim, seu corpo firme já mostrando uma camada de suor que me dava vontade de lamber.

Segurei na cabeceira para firmar um pouco minha posição, minhas costas raspando na cama pouco confortável, e ergui as pernas, passando ao redor da sua cintura. Aoi me encarou e tentou sorrir entre os movimentos frenéticos e fortes, parecendo quase longe da terra, sua boca aberta e meio frouxa. Soltei as mãos e me apoiei nos cotovelos, ele assumindo a minha posição anterior, o que nos trouxe alguma estabilidade enquanto meu maior anseio eram seus beijos.

Sua boca era afoita e a falta de oxigênio ameaçava a duração, mas me sentia em paz porque o sentimento ainda era o mesmo. Não sabia quão bem a loção pós sol faria com queimaduras, mas o frescor podia arrefecer a fricção do seu membro dentro de mim, deixando inclusive sentir algum prazer. Minhas pernas apertadas a sua volta forçavam movimentos mais curtos e rápidos e isso também era bom, meu membro relado entre nós produzindo mais prazer, embora duvidasse que conseguisse gozar de novo.

-Eu... – tentei prestar atenção contra todas as adversidades do momento, e não me arrependi. Ele me olhava com ternura e um desejo mesclados que fazia meu coração se apertar de forma quase insana – Eu realmente tenho certeza que o amo, Ta-chan.

Engoli em seco, nervoso – Reita também comentou com você sobre isso?

Tinha medo que seus sentimentos, mesmo verdadeiros, fossem tão fortes apenas pela insistência que mantinha neles. Tinha medo que, se fosse embora, me esquecesse rápido demais.

-Não. Ele me disse que se o machucasse, ia usar minhas tripas para fazer uma rede de pesca – não conseguia imaginar Reita o ameaçando por mim, ainda mais pensando em Aoi fazer algo cruel por conta, mas era tranquilizador – Então... é a mais pura verdade.

Mordi o lábio inferior, pouco ligando que ele começasse a parar os movimentos com a pélvis, provavelmente exausto – Então fico feliz. Posso sentir a mesma coisa e não me arrepender.

Aoi sorriu largo, tão feliz quanto conseguia aparentar, e quase em seguida, senti seu sêmen me atingir em um lugar profundo, quente e prazeroso, e ele desabou um momento sobre mim. Seu corpo estava em chamas, mas o meu também estava. Não tinha mais forças, mas queria repetir de novo e de novo.

Aoi se levantou sobre os braços e se sentou, olhando fixo para minha intimidade, e não consegui afastá-lo antes de passar um dedo pela minha entrada e sorrir algo divertido.

-Tem uma parte de mim dentro do Ta-chan.

-Você é um idiota – resmunguei cobrindo o rosto de vergonha. Aoi riu e me abraçou, aconchegando o corpo nu e sujo ao meu. Passou uma das pernas sobre meu corpo e senti minha intimidade coberta por ele, como se quisesse me proteger. Ele apagou tão rápido quanto alguém poderia apagar, mas não me sentia sozinho.

Numa coisa ele tinha razão, uma parte dele realmente estava dentro de mim. Confortavelmente alojada no meu peito.

 


Notas Finais


~comentários são amor <3


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