História Apaixonada Pelo Meu Vizinho - Ela voltou dos Estados Unidos

Apartamento 124

 - Da pra alguém me falar ou ta difícil? – perguntei.
 - Ther, não foi somente com a Julia que o Léo ficou. – meu coração acelerou. Comecei a me arrepender de insistir em saber. – Ele ficou com a Luísa. Pronto falei! Olha, sei que vocês haviam terminado e que você não tinha contado que tava grávida, mas não justifica. Eles tiveram um relacionamento no passado? Sim, mas o Léo podia ter tido um pouco de consideração com você. Ele sabia que vocês tinham terminado por causa dela e mesmo assim ficou com ela diversas vezes. – disse Lari.
 - Ta tudo bem, meninas. O Léo está solteiro, ele fica com quem ele quiser, não é mesmo? – torci para que a minha voz não saísse falhada e segurei para que eu não comeasse a chorar. – Espero que ele tenha aproveitado muito.
 Me levantei com Davi e o coloquei no trocador. Olhei para aquele pacotinho lindo e senti uma lágrima descendo pelo meu rosto.
 - Deixa que eu troco ele. – disse Maisa. Assenti e entrei no banheiro.
 Fechei a porta e desabei. Aquilo tinha sido demais pra mim.
 - Era por isso que a gente não queria contar pra ela. – ouvi Mharessa falando. – Não queria que ela sofresse.
 - Mha, mais cedo ou mais tarde ela ia ficar sabendo disso. Se ela juntar 1+1 vai entender que é por isso que a Maisinha não ta falando direito com o Léo.
 - Você acha que é fácil fingir que tava tudo bem com o Léo? Eu não queria ver minha amiga assim! – disse Maisa.
 Lavei o rosto e saí do banheiro. Olhei pras minhas amigas e dei um sorriso.
 - Meninas, podem me deixar um pouco sozinha? – pedi. – Isso foi demais pra eu poder assimilar...
 - Qualquer coisa, estaremos no Léo. – disse Mharessa.
 Segurei o braço de Maisa pedindo pra que ficasse. Acompanhamos Lari e Mha até a porta, trancamos e voltamos para meu quarto.
 - Entendeu porquê eu não quis te contar? – perguntou.
 - Ele não podia ter ficado com ela... Não depois de tudo que ela inventou. – falei chorando. – Você não sabe o quanto eu me arrependo de ter engra... – ela me interrompeu.
 - Esther, pára! Não mete o Davi nisso. Ele é só um bebê! Você não foi a única irresponsável da história e sabe bem disso. – ela disse séria. – Ok, o Léo não foi o cara mais santo nesses últimos meses e você sabe que ele nunca vai ser perfeito. Então, aceita a sua realidade atual e não desconta no seu filho! Poxa, olha que menino mais lindo e calmo... Só não joga bomba no Davi, tá?
 - Eu sei, meu mel. O Davi é a coisa mais importante da minha vida agora... Eu queria tanto voltar no tempo e não receber a mensagem do Caio! Ainda estaria com aquele teimoso, a Luísa não seria mais um problema na minha vida, o Léo e o Caco poderiam ser amigos e o Davi cresceria em um lugar sem brigas e sem uma mãe que fica chorando o tempo todo por culpa do pai dele.
 - É, mas não foi isso que aconteceu. – disse Maisa. – Você ainda ama o Léo?
 - Muito não descreve o quanto eu amo o Leonardo.
 - Então luta por ele. Traça o plano A, o B, o C, a letra que for. Usa e reúsa o alfabeto quantas vezes forem necessárias, mas não deixa de lutar por quem você ama. Meu xuxu, esquece essa ideia irracional que ele teve de vocês limitarem o contato. Se joga pra cima dele, pega na mão dele, beija ele de surpresa e pede pra voltar... Ele ainda te ama muito.
 Fomos interrompidas com batidas insistentes na porta da sala que fizeram com que Davi acordasse chorando. Maisa foi ver quem era e logo em seguida Léo apareceu em meu quarto.
 - Já disse que estamos só nós três aqui, Leonardo. – Maisa entrou logo em seguida.
 - Precisava trancar a porta? – perguntou.
 - Estávamos conversando. – respondeu seca.
 - Minha mãe ta chamando pra tomarem café da tarde com a gente. – disse olhando pra mim. – Você vem?
 - Não vou fazer essa desfeita com a avó do meu filho.
 Peguei umas fraldas para Davi e fomos para a casa de Léo.

Apartamento 122

 Dei passagem para as duas entrarem. Ficamos conversando até minha mãe avisar que podíamos comer.
 - Já decidiram quem vai ser o padrinho? – perguntou Mharessa.
 - Ainda não, Mha. Não quero que o padrinho do meu filho seja qualquer um... – eu disse. Em uma de nossas conversas sobre quem seria o padrinho, Esther teve a coragem de me perguntar se podia ser o Caio... Ela sabe que eu não gosto dele. – Eu queria que fosse um desses idiotas.
 Percebi que Maisa havia olhado para Esther e mexido a cabeça negativamente.
 Davi estava no meu colo, dormindo. Olhei para aquele ser humano tão pequeno e não pude deixar de abrir um sorriso. Era o meu filho. Filho que é fruto do amor que eu sinto pela Esther. Ouvi a campainha, mas  não me importei em ver quem era; preferia olhar pro meu menino.
 - Léo, visita pra você. – disse Larissa.
 Maisa pegou Davi de meus braços e entrou no quarto de hóspedes com Mharessa, Larissa e Ana. Não estava entendendo nada, até que olhei para as pessoas que estavam paradas na porta.
 - Papai!! – disse Giovana, correndo e pulando em meu colo. – Eu tava com saudade... Não quis mais ver princesa Gigi?
 Eu não conseguia falar nada. Olhei para minha irmã e minha mãe que estavam com cara de poucos amigos. Fui olhando para meus amigos que estavam de cabeça baixa. Virei para Vic, Ay e Nanda e vi que estavam bravas. Quando olhei para Esther, pude perceber que uma lágrima descia por seu rosto. Não consegui definir se já estava chorando ou se era apenas uma lágrima que havia caído contra sua vontade.
 - Oi lindo... – e a voz de Luísa ecoou pela sala. – Estamos atrapalhando alguma comemo... O que ela faz aqui, Leonardo?
 - Ela voltou dos Estados Unidos. – finalmente eu havia falado algo. Luísa pareceu não acreditar muito no que eu havia dito, mas continuei mesmo assim. – Ela voltou porque o nosso filho estava pra nascer e eu queria acompanhar o nascimento.
 - O seu o que? – perguntou ficando pálida. – A garota dorme com outro, vai embora sem te falar nada e volta dizendo que está grávida de um filho seu? Conta outra! – Luísa olhou para Esther e a analisou. – Eu tenho certeza que esse filho não é dele.
 - A minha certeza é completamente diferente da sua. Eu tenho certeza do que eu fiz. Eu tenho certeza que não traí o Léo. Eu tenho certeza que o filho é dele. A sua certeza pouco me importa. E, por favor, não fala do meu filho. – disse Esther.
 - Léo, você vai deixar ela falar assim com a sua namorada? – perguntou Luísa.
 - Namorada? – perguntou Esther.
 - Pedro, conta logo pra Esther. Vai ser melhor pra vocês dois. – disse Guilherme.
 - Me contar o que, Gui? Que ele ficou com ela diversas vezes enquanto eu estive fora? Que ele não se preocupou uma única vez comigo? Sinto muito, Leonardo, mas eu já sei as merdas que você fez. – Esther me olhou profundamente. – Eu não deveria ter voltado; Desde que cheguei foi decepção atrás de decepção.
 - Você acha que só você se decepcionou nessa história? Esther, era meu direito saber que você estava grávida de um filho meu. Eu queria ter acompanhado tudo desde a primeira ultrassom. Queria ter escutado na primeira consulta o coraçãozinho dele. – ela me interrompeu.
 - É muito fácil você jogar a culpa toda em cima de mim! Não fui eu quem escondeu uma filha de você por três anos, sendo que no final da história toda a menina não era nada sua. É como eu disse, Léo, eu tenho certeza de que o Davi é seu.
 Minha irmã entrou no quarto em que meu filho estava  e bateu a porta com um pouco de força.
 - Amor, vamos pro quarto ficar em família... Nós três, como tem sido nos últimos meses. Esquece ela, Léo!
 - Como tem sido nos últimos meses? – ela se levantou e foi até minha mãe. – Dona Adriana, a senhora me perdoa. Eu vou embora pra minha casa com o meu filho. A senhora é bem vinda pra visitá-lo quando quiser. – Esther entrou no quarto de hóspedes e voltou com Davi em seus braços. – Você também pode ir ver o seu filho quando quiser, mas aqui ele não entra mais.
 Esther pegou as fraldas que havia levado e olhou em meus olhos.
 - Só mais uma coisa... Eu te amo tanto! Eu te amo desde a primeira troca de olhares naquele hall. Mas agora eu amo mais o meu filho e eu mesma. Cansei, Léo!
 E ela se foi. Eu fui atrás, toquei a campainha, liguei no celular, em casa e no interfone diversas vezes e ela não me atendeu. Resolvi dar um tempo pra ela. Luísa queria ir ao shopping e eu levei Giovanna para uma praça perto de casa.
 Não sei dizer exatamente o que aconteceu enquanto estive na praça. Várias pessoas começaram a gritar e correr. Peguei Giovanna nos braços e corri. A última coisa que vi foi uma mulher olhando pra mim e tudo ficou preto...