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História Apaixonada Por Um Criminoso - Desconfiança


Escrita por: DriAeon e Zaaddy

Notas do Autor


Boa Leitura!!!

Capítulo 10 - Desconfiança


Fanfic / Fanfiction Apaixonada Por Um Criminoso - Desconfiança

POVS: Helena
Os cinco policiais, mais o capitão se encontravam apreensivos, barulho de dedos nervosos se chocando inúmeras vezes sobre a mesa se dividiam entre o som de passos e pés impacientes se colidindo com o chão. Carlos andava de um lado para o outro segurando as mãos atrás das costas, com os olhos presos no relógio de parede que marcava o começo de tarde, após uma manhã conturbada. Fomos intimados para uma reunião de urgência, depois de fracassarmos mais uma vez na tentativa de prender a quadrilha Evil, a delegada Hunnigan não iria aliviar dessa vez, todos nós sabíamos disso, nosso capitão foi imprudente ao se negar a se render por puro despeito, colocando toda a equipe em risco e uma morte estava envolvida por conta do seu erro. Rebecca, batia os dedos na mesa, se entre olhando com Hunk que sorria tentando lhe passar confiança, Mike estava debruçado sobre a mesa batendo o pé com firmeza no chão, enquanto Nicolai encarava o teto esparramado na cadeira com os braços cruzados sobre o peito e a cabeça inclinada para trás, já eu olhava para as unhas recém feitas concentrada em arrancar uma cutícula, não me preocupando com o que nossa digníssima delegada tinha para nós dizer, a culpa era do Carlos não minha, até agora não sei por que eles estavam se descabelando tanto.

-Acho que acabou pra gente galera. Hunk atraiu todas as atenções para si.

-Com assim acabou?! Rebecca apressou em dizer, quase entrando em desespero.

-É óbvio que a delegada, convocou essa reunião para nos informar sobre a nova equipe. Ele afirmou plantado uma pulguinha na orelha de todos nós.

-Nova equipe? Não existe essa de nova equipe Hunk. Nicolai o encarava sério se endireitando na cadeira.

-Veremos se não meu amigo! Hunk deixou a dúvida no ar, crescendo a tensão entre todos.

-Eu não quero perder meu emprego, dependo dele para sobreviver porra. Mike nos olhava nervoso.

Confesso que também fiquei um pouco inquieta com essa possibilidade, não como os meus colegas que temiam por seu salário, no meu caso eu teria que enfrentar algo pior que isso. Os chiliques de Ingrid passavam raios luz da ira do meu verdadeiro chefe, sem contar que eu falharia com minha família e isso nunca foi uma opção.

-Deixem de especulações tolas, vamos aguardar a chegada da delegada para saber de fato do que se trata. Carlos falou autoritário apoiando na parede se perdendo em pensamentos.

Como se ouvisse suas palavras Ingrid entrou com tudo pela porta, raiva era pouco para descrever seu estado, a mulher soltava fogo pelas ventas, até um dragão seria mais amigável nesse momento.

-Boa tarde a todos! Ela nos cumprimentou por educação sem nos olhar uma única vez.

Hunnigan se sentou esperando que façamos o mesmo, já que tínhamos nos colocando de pé com sua chegada, Carlos se juntou a nós pronto para o que estava por vir. A delegada abriu a pasta preta que trazia em mãos sobre a mesa, continuando a nos tratar com frieza nos deixando ainda mais preocupados.

-Todos já sabem o motivo de estarmos aqui... Ela deu uma pausa finalmente nos olhando, um por um deixando evidente sua decepção.

-Devido a todos os acontecimentos, muitas coisas foram revistas e analisadas em relação a sua equipe comandante Oliveira. Ingrid se virou para Carlos que concordou com o que ela lhe dizia com um aceno de cabeça.

-Seu comportamento hoje é algo inaceitável para um comandante do seu prestígio. Todos nós nos entre olhamos, alguns já se despediam em silêncio esperando receber um ultimato.

-De início o afastando de suas funções era a opção mais sensata, porém devido há anos de trabalho exemplar se dedicando ao máximo, cumprindo com extrema competência o cargo que lhe foi concedido com méritos próprios, revemos por horas sua condição e acabamos decidindo que o senhor continuará com suas funções capitão. Carlos assim como nós suspirou aliviado liberando todo o ar dos seus pulmões.

-Obrigado pelo voto de confiança delegada! Eu lhe garanto que isso nunca mais vai se repetir. Oliveira agradeceu com um meio sorriso.

-Assim espero! Sua equipe não está mais sujeita a falhas, erros como o de hoje não será mais tolerado comandante. Ele engoliu em seco mais uma vez afirmando com a cabeça.

-Desculpe o atraso, acabei de chegar do aeroporto. Um homem entrou apressado na sala nos olhando sem graça, sorrindo com timidez.

Ele era alto, corpo atlético, barba serrada, sobrancelhas grossas, cabelos acobreados entre o ruivo e castanho claro e possuía lindos olhos verdes. Seu olhar se encontrou com o meu, todo o meu corpo se aqueceu, ao encarar as belas esmeraldas que brilhavam intensamente como se fossem para mim, seu sorriso se alargou me permitindo ter a visão de seus dentes alinhados incrivelmente brancos.

-Não se preocupe senhor Fisher, ainda não tinha comentado sobre sua chegada. Hunnigan se levantou caminhando até ele, que continuava me encarando sem dar muita importância para o que ela acabou de dizer.

-Seja bem-vindo a cidade! O homem até então desconhecido se virou ao perceber sua presença. Suspirei aliviada, já estava começando a me incomodar com seu olhar sobre mim.

-Muito obrigado! O tal Fisher segurou a mão da delegada que estava estendida diante de si.

Nós olhávamos tudo sem compreender nada, todos tinham a mesma expressão facial que parecia dizer. Quem é ele? Como Ingrid o conhece? E por que nós precisávamos ser informados de sua chegada?

-Comandante Oliveira, este é Neil Fisher, detetive policial recém chegado de Nova York, e o mais novo membro de sua equipe. Carlos se levantou de supetão surpreso com a notícia.

Eu também me assustei pulando da cadeira ao saber sua identidade, meu gesto não passou despercebido por ele, que voltou a me olhar como se estivesse tentando me decifrar.

-Me desculpe, mas não fui informado sobre um novo policial na minha equipe. Oliveira se manifestou se sentindo menosprezado por receber a notícia junto com seus subordinados.

-Está decisão não cabia ao senhor comandante! Ingrid foi curta e grossas em suas palavras, formando um clima tenso.

-O senhor Fisher, está aqui exclusivamente para ajuda-los a colocarem ordem na bagunça que se formou entre vocês nesse último mês.
Ela afirmou os deixando chocados e envergonhados por dizer isso na presença de um estranho.

Após a emboscada no morro, com a perda da metade dos policiais, a equipe se desestruturou completamente. Carlos como líder deveria levantar seu pessoal, mas nesse último mês tudo o que ele fez foi se culpar pelas mortes, empenhado a encontrar Leon totalmente transtornado por vingança.

-Ele entrará no lugar deixado pela tenente Wong. Oliveira estava em silêncio apertando as mãos com força, todos olhavam para Neil com cara de poucos amigos.

-Eu não vou subsistir a amiga de vocês, eu vim aqui apenas para cumprir meu trabalho, e espero que possamos nos dar bem. Sua voz grave, ecoou pelos quatro cantos da sala.

-Nós sabemos disso, ela jamais será substituída. A intenção dele era amenizar o clima pesado, porém Hunk não entendeu assim, o rebatendo com arrogância.

Ada é muito querida por todos, até eu tenho uma simpatia por ela, o pessoal não ia engolir alguém ocupando um lugar que sempre há pertenceu assim do nada, ainda mais sendo por uma pessoa que mal conhecíamos. Esse detetive policial vai ter que ralar muito para conseguir seu espaço.

-Claro que todos irão lhe tratar muito bem e com o devido respeito! Ingrid falou por todos com o tom de voz autoritário, empurrando o novo policial por goela abaixo e quem não estivesse satisfeito que pedisse para sair.

-Senhor Fisher esses são os seus novos colegas de trabalho! A delegada se aproximou nos apresentando.

Rebecca, Hunk, Nicolai, Mike, Helena e seu capitão Carlos Oliveira. Ele nos cumprimentou educadamente com um aperto de mão e um sorriso amistoso, beijando o meu rosto e o de Rebecca no final do cumprimento.

Sentir seu toque e presenciar a profundidade do seu olhar a centímetros do meu, me tirou o fôlego, seu perfume era marcante sua fragrância se impregnou em minha mente, seu cheiro masculino estava marcado em mim, guardado em algum lugar no fundo da minha memória. Rebecca ficou toda acesa, recebendo olhares de reprovação de Hunk que emburrou feito uma criança.

-A reunião está encerrada, vocês já podem voltar a seus afazeres. Depois de todas as devidas apresentações fomos liberados.

Sai apressada da sala, seu olhar estava sobre mim me seguindo como uma sombra. Minhas pernas estavam bambas, eu não fazia idéia de o por que de estar assim. Talvez seja pelo calor que estava fazendo, ou quem sabe foi o susto que tive com a notícia que a partir de agora teremos um detetive perambulando pela delegacia, e o pior ele era da minha equipe e passaríamos praticamente vinte quatro horas por dia juntos. Neil Fisher era chave de cadeia em todos os sentidos da palavra, todo o cuidado perto desse homem era pouco. Eu estava ferrada tinha que me manter afastada dele e agir com o dobro de cautela, Leon precisava saber disso, esperaria até o almoço para falar com ele, o banheiro feminino não era mais seguro.

Peguei um copo descartável o enchendo com água. Minhas mãos tremiam e tudo parecia girar, tomei todo o líquido voltando a enche-lo novamente, tomando mais um pouco. Fechei os olhos respirando fundo, eu precisava me acalmar antes que levantasse suspeitas.

-Você está bem amiga? Becca tocou meu ombro, me olhando preocupada.

Seu toque me assustou, puxei o braço com rapidez derrubando toda a água restante do copo sobre minha farda.

-Que merda! Apertei o copo de plástico com raiva, voltando minha atenção para Rebecca.

-Eu sinto muito! Ela se desesperou, seus olhos desviaram para minha farda molhada, voltando sua atenção para meu rosto.

-Está tudo bem é só água! A culpa foi minha estava meio distraída. Sorri forçado disfarçando minha fúria.

-Distraída né? Já até sei o por que dessa distração toda. Rebecca me sorriu sacana tocando meu braço de leve.

-Como assim?! Levantei uma sobrancelha em dúvida não compreendo seu comentário.

-Corta essa Helena, seu segredo está guardado comigo. Será que ela suspeitava de alguma coisa? Não pode ser, eu sempre fui muito cautelosa, há não ser aquele dia em que ela entrou no banheiro quando eu passava algumas informações para o Chris. Mas isso já faz tanto tempo, por que Rebecca não comentou nada antes e resolveu mexer nisso logo agora.

-Segredo? Que segredo é esse Rebecca? Ela ficou confusa ao ouvir meu tom de voz áspero se deparando com minha expressão séria.

-Calma, eu não vou contar para ninguém. Ela sabia, mais como isso foi acontecer? Leon vai arrancar minha cabeça quando descobrir.

-Como você? Ela voltou a sorrir balançando a cabeça em negação.

-Como eu descobri? Foi fácil, era impossível não sacar nada. Eu suava frio, minha cabeça voltou a girar e agora não era só as mãos que tremiam.

-Fácil? Sussurrei encarando o chão. E eu achando que fazia um bom trabalho sem levantar suspeitas.

-Você não vai me entregar para o capitão Oliveira? Ela estava estranha, Rebecca se mantinha calma e parecia se divertir com a situação.

Minha vontade era de agarra-la e perguntar que porra estava acontecendo com ela. Se algum dia eu fosse descoberta todos se revoltariam contra mim, me punindo duramente por ser uma traidora, terminaria meus últimos anos de vida atrás de uma cela fria e solitária, sendo torturada três vezes ao dia na cadeira elétrica, disso eu tinha total certeza. Sua atitude não tem cabimento, ela só pode estar tramando alguma coisa, quem sabe não seja uma emboscada, Rebecca deve estar grampeada, seu trabalho com certeza era me fazer confessar tudo antes de me prender.

-Eu não vou precisar dizer nada, do jeito que vocês se olham logo todos ficaram sabendo. Seu sorriso se alargou como se estivesse acabado de descobrir que ganhou na loteria.

-Rebecca eu... Do jeito que nos olhamos? Minha mente deu uma volta de trezentos e cinquenta graus, assimilando sua afirmação que não fazia sentido algum para mim.

-Você achou mesmo que ninguém perceberia o clima que rolou entre você e o policial bonitão? Toneladas foram tiradas das minhas costas.

-O que? Não dava para acreditar que esse era o segredo, senti o sangue voltar a circular por minhas veias que haviam congelado de pavor.

-Não precisa negar mais, eu dou o maior apoio para vocês! Ela me abraçou brevemente.

-Espera ai! Todo aquele alvoroço era por isso? Foi impossível conter o riso, não consegui me controlar me divertindo com minha própria confusão.

-Claro, o que mais poderia ser? Becca cruzou os braços fazendo uma careta.

-Eu sei lá, você estava toda eufórica que achei que poderia ser algo importante. Desconversei suspirando aliviada.

-E como você queria que eu ficasse, depois de presenciar o jeito de vocês, não tiravam os olhos um do outro. Ela voltou a se animar como uma adolescente ao saber da primeira paixonite da melhor amiga.

-Não seja boba, isso não aconteceu! Ela olhou para todos naquela sala igualmente sem exceções. Revirei os olhos andando até o outro canto da delegacia, jogando o copo amassado na lixeira.

-Se isso é realmente verdade, então por que ele está nos olhando agora? Desviei minha atenção para onde seu olhar se encontrava.

Neil estava em frente a sala de Ingrid com a mesma ao seu lado, ele segurava uma pasta preta com as iniciais R.P.D. Gravadas atrás em letras grandes na cor branca. A delegada lhe passava algumas informações, ele revessava seu olhar entre prestar atenção ao que ela lhe dizia apontando para os papéis que ele segurava e nos olhar.

-Foi só uma coincidência! Voltei minha atenção para ela que me encarava com cara de abobada.

-Continua me enganando que eu gosto! Rebecca soltou uma gargalhada escandalosa, agora não era só o novo policial que nos olhava, graças a ela a delegacia inteira havia parado para prestar atenção na gente.

-Já deu de maluquices, eu vou até o banheiro me secar e já volto. Girei nos calcanhares, me afastando com o som de sua risada descontrolada ao fundo.

Assim que entrei me apoiei na pia, encarando meu reflexo no espelho. Rebecca estava certa, aquele detetive estava me secando, mas sua intenção não era nada do que ela imaginava. Minha reação de espanto ao descobri que ele era um investigador o intrigou, afinal de contas por que uma policial temeria um colega de farda. Esse cara é muito esperto e não era preciso conhece-lo para saber disso, joguei um pouco de água no rosto, deslizando a mão húmida para meu pescoço inclinando a cabeça para trás, esse homem mal chegou e já está me causando dor de cabeça.




POVS: Ada
Um plano arriscado em um momento delicado, a solução menos provável se tornou a única forma de salvação. De vítima a isca atraindo seu assassino, eu não pensei muito as chances de erros eram mínimas, vidas estavam em jogo e o medo poderia me fazer desistir. Ir contra minha ética e ensinamentos profissionais foram uma das coisas mais difíceis que já fiz. Não queria deixa-los mas era preciso, que escolha eu teria, andávamos em círculos nos tornando um alvo gigante em um campo aberto, como havia dito antes o caçador se tornaria a caça. Não queria mortes, porém essa decisão já não cabia mais a mim, em uma fração de segundos, três vidas estavam em minhas mãos, uma criança inocente que chorava em desespero, uma mãe que protegia seu filho com sua vida e um ser frio sem escrúpulos que transparecia a pura face da maldade. Em uma situação como essa não restava tempo para palavras ou pensamentos, tudo era por instinto de sobrevivência, nossas ações movidas por impulso acreditando no que era certo, lamentações ou alegrias ficariam para depois. Eu não tinha o direito de brincar com suas vidas assim, foi uma atitude covarde, eu tinha total concorrência disso, e me envergonhava por tal ato. Agora não tinha mais volta, não me sobrava um segundo sequer para arrependimentos, as consequências de uma atitude insana estavam ali me cobrando pelo o meu erro ou acerto. A decisão que só caberia a mim foi tomada, um disparo por trás, o homem que antes ameaçava uma mãe e seu filho completamente indefesos, foi pego de surpresa caindo na armadilha, sendo atraído por sua sede de sangue. O primeiro tiro lhe alvejou as costas, ele se virou para mim ainda de pé com o sangue respingando de sua roupa. Um sorriso amargo de dentes avermelhados foi direcionado a mim, sua mão trêmula segurou a metralhadora ao mesmo tempo que suas pernas perderam as forças o fazendo cair de joelhos, seu dedo indicador antes tão ágil se moveu vagorosamente tentando alcançar o gatilho. Outro disparo ecoou pelo beco, atingido o peito do indivíduo que me encarou com o olhar vago cuspindo uma grande quantidade de sangue, o barulho de sua arma chegou ao chão primeiro seguido de seu corpo já sem vida. Meu braço que estava completamente estendido fraquejou, minha visão que antes fixava somente o revólver que tinha em mãos ganhou outra direção. A voz embargada de Charles chamando pela mãe chegou aos meus ouvidos, mais que de pressa fui até eles, Jill estava imóvel sobre o filho que usava suas mãozinhas na tentativa inútil de tirar seu corpo de cima de si.

-Calma pequeno! Me abaixei próximo a ela, girando seu corpo com cuidado para o lado.

-Voce está machucado? Alcancei a criança, á segurando em meus braços, ele se agarrou a mim respondendo minha pergunta com um aceno negativo de cabeça.

Usei uma de minhas mãos segurando sua cabeça mantendo seu rosto escondido entre o meu pescoço e o ombro, para poupa-lo da cena macabra que se encontra há alguns passos de nós. Voltei minha atenção para a pessoa que mais me preocupava naquele momento. Jill estava pálida, respirava pesado e seu rosto suado tinha uma preocupação evidente mesmo ela estando desmaiada sua face era de puro pavor. Usei toda minha força na mão livre para faze-la ficar sentada, com Charles ainda agarrado em mim, a parede foi minha única ajuda para conseguir envolver meu braço em sua cintura e arrasta-la pra longe do corpo do bandido, que ainda sangrava bastante. Depois de alcançar uma distância considerável repousei seu corpo com cuidado ao solo, usando minha perna direita para apoiar sua cabeça. Minha preocupação só aumentava, Jill não havia demostrando nenhuma reação de que estava próxima de recobrar a consciência, ela estava grávida certamente isso não faria bem para a gestação.

-Fica quietinho aqui meu amor. Afastei os bracinhos de Charles do meu pescoço o colocando sentado ao meu lado, o menino apertou meu braço encarando a mãe com o olhar amedrontado.

-Jill! Dei leves batidas em seu rosto tentando desperta-la.

-Jill acorda! Voltei a espalmar as mãos em seu rosto gélido mais duas vezes, sem obter nenhuma reação de sua parte.

-Mamãe! Charles chamou por ela agoniado voltando a chorar. Seus lábios ressecados se roçaram suavemente e suas mãos se fecharam apertando os dedos.

-Isso Jill, volta para o seu filho! Sua cabeça se moveu para os lados e seus olhos começaram a se abrir devagar.

-Você está bem? Ela cerrou os olhos confusa, toquei seu pulso sentindo seus batimentos compassados.

-Ei! Presta atenção em mim! Segurei seus ombros estalando dois dedos próximo ao seu rosto.

-Tudo bem com você? Voltei a perguntar enquanto ela olhava de mim para o filho em silêncio com a aparência sonolenta.

-Chris... Sua voz saiu fraca, Jill se rendeu a exaustão voltando a fechar os olhos.

-Abre os olhos! Não apaga outra vez caramba. Ela estava fisicamente e emocionalmente sem forças, tudo isso mexeu demais com ela, não era para menos ainda mais na situação que se encontrava.

-Ma...mãe... Mamãe! Charles se desesperou gritando entre soluços e lágrimas.

-Fica tranquilo pequeno, sua mamãe vai ficar bem, ela só precisa descansar um pouco. Toquei seu rosto secando com o polegar, lhe sorrindo sem humor.

-Ela tá dormindo? Charles tossiu engasgando com sua saliva, me olhando com os olhinhos marejados e o rosto angelical todo molhado.

-Digamos que sim, vamos deixa-la descansar está bem? Ele acenou com a cabeça, recebendo um beijo em seus cabelos.

O perigo não havia passado, ainda restava um assassino, a essa hora ele já deve ter se recuperado da pancada na cabeça, e com toda a certeza já estava em nosso rastro. Tinha perdido tempo de mais fugindo, o melhor a se fazer agora era procurar um abrigo, se esse bandido nos encontrar não teremos a mesma sorte, não havia me sobrado nenhuma munição e com Jill neste estado era impossível fugir. Voltei a segurar Jill pela cintura puxando seu corpo para cima com muito sacrifício, passei um de seus braços em volta do meu pescoço e com a outra mão entrelacei meus dedos com o de Charles saindo do beco em busca de um esconderijo.

-A casa da Lucy! Charles apontou como o dedinho para uma casa amarela e branca no final da pequena rua.

Parei no meio da calçada esburacada, ofegante completamente esgotada, Jill era muito magrinha para ser tão pesada, levantei a cabeça encarando para onde ele indicava. Tínhamos andado bastante desde que saímos da viela, Jill às vezes despertava pronunciando coisas desconexas seu corpo estava mais quente que o normal, ela estava com febre e isso não era nada bom para uma gestante. Charles não tinha dito nada até agora, ele estava assustado de mais e me seguia comportado com sua pequena mão agarrada a minha com firmeza. Apressei os passos chegando de frente para a pequena cerca branca de portão marrom, cruzei o portão que se encontrava aberto subindo com dificuldades dois degraus, finalmente alcançando a porta. Soltei a mão de Charles voltando a segura-la após bater três vezes sobre a madeira pintada de amarelo. A porta se abriu no estante, seguinte revelando a figura da mulher loira de cabelos curtos que usava uma blusa acinzentada e tinha um cachecol azul em torno do pescoço.

-Nos ajude! A mulher que eu havia conhecido na festa de noivado estava estática com a filha agarrada em sua perna.

-Tia Sherry! Charles correu para seus braços sendo recebido de imediato por ela.

-Jill? O que você fez com ela? Sherry se inclinou olhando para a amiga desacordada dependurada em meu pescoço machucado.

-Por favor nos deixei entrar! Sua amiga não está bem, eu só quero ajudar, acredite. Confusa demais para dizer mais alguma palavra, ela se virou liberando minha entrada fechando a porta atrás de nós.

Arrastei Jill até o sofá há deitando com cuidado, usando uma almofada para lhe servir de travesseiro acomodando seus pés sobre o móvel de cor café com leite. Ela precisava recobrar a consciência e tínhamos que dar um jeito na febre que estava um pouco alta, espero que Sherry possa confiar em mim.

-Você pode me trazer um algodão com álcool e um pano húmido? Sherry levou as crianças para o quarto, indo até a cozinha voltando até mim, com um olhar desconfiado trazendo o que eu havia lhe pedido em mãos.

-Coloca o pano sobre a testa dela, isso vai ajudar abaixar a temperatura. A loira começou a passava o pano humedecido pela testa de Jill, enquanto eu colocava álcool no algodão aproximando algumas vezes de seu nariz, ela olhava discretamente para as marcas em meu pescoço e o corte em minha bochecha, tentando compreender o por que delas estarem ali.

-O que está acontecendo? Por fim ela atreveu a perguntar sem medo da resposta.

-Eu também não sei ao certo, mais acredito que agora tudo vai acabar bem. Jill gemeu se contorcendo no sofá, tendo dois pares de olhos preocupados voltados para si.

-Ela está reagindo! Sherry segurou sua mão se abaixando ao seu lado.

Eu me afastei um pouco abandonando o álcool com o algodão sobre uma poltrona. Jill acordou analisando tudo ao seu redor com o olhar perdido, encarando sua amiga confusa por vê-la.

-Sherry? Ela levou uma de suas mãos na cabeça tentando se sentar.

-Calma amiga, fique deitada. Sherry tocou seu braço há impedindo de se levantar.

-Charles! Jill se lembrou do filho se colocando de pé contudo sem tempo para que Sherry a segurasse.

Antes que pudesse dar um passo seus joelhos fraquejaram, sendo segurada rapidamente por mim e Sherry, impedindo que seu corpo chegasse ao chão.

-Charles está bem, eu o deixei no quarto brincando com a Lucy. Nós a colocamos de volta no sofá nos sentando ao seu lado.

-Como viemos parar aqui? O que aconteceu com o homem da metralhadora? Ela se afundou no sofá fechando os olhos provavelmente por ainda estar zonza.

-Eu trouxe vocês, enquanto ao assassino, não se preocupe ele foi morto! Sherry apertou a mão de Jill engolindo em seco.

-Você o matou? Como você chegou a tempo? Eu me lembro que ele estava prestes a me dar um tiro, eu cheguei até a ouvir o barulho dos disparos, como foi que eu desmaiei? Eu não me lembro de nada depois disso. Jill estava atordoada seus olhos confusos me imploravam uma explicação.

-Isso não importa agora, se tranquilize. Toquei seu joelho sorrindo de leve.

-Ela tem razão amiga, vamos para o quarto assim você descansa. Jill concordou se apoiando em Sherry para ficar de pé.

-Eu preciso ver meu filho só assim eu ficarei bem. Ela comentou com Sherry enquanto subiam as escadas degrau por degrau.

Suspirei derrotada me acomodando no sofá, minha garganta ainda ardia um pouco e meu abdômen incomodava bastante com uma dor intensa. Deveria ter tomado um analgésico antes de tentar fugir, mas com eu poderia imaginar que uma tentativa de fuga se tornaria uma tentativa de sobrevivência. O som de saltos descendo as escadas, atraiu minha atenção, inclinei um pouco a cabeça vendo Sherry se aproximar com um sorriso tímido.

-Ela está melhor? Fiquei de pé encarando seu rosto envergonhado.

-Ela ainda está bastante assustada, mais ficou bem mais calma ao ter o filho nos braços. Sherry disse aliviada, esfregando as mãos inquieta.

-Que bom! Fico feliz em ouvir isso. Ela abriu um sorriso sincero ao escutar minhas palavras.

-Me desculpe por ter te acusado. Sherry abaixou a cabeça demostrando seu arrependimento verdadeiro.

-Não se desculpe, eu no seu lugar teria feito o mesmo. Se um bandido batesse no meu AP me pedindo ajuda provavelmente eu daria com a porta na cara do pobre infeliz.

-Jill me contou o que fez, você foi uma heroína. Balancei a cabeça sorrindo de lado ao ouvir sua frase.

-Eu sou apenas uma policial, que cumpriu o seu trabalho, nada mais que isso. Ela ficou surpresa com minha resposta, porém sorriu seguindo para a cozinha.

Sherry foi preparar um chá de camomila para Jill, me dizendo que ligaria para a doutora logo em seguida. Ela assim como eu estava preocupada com o bebê, depois de todas as emoções que foi submetida, seria bom Jill ser examinada só para ter certeza de que estava tudo bem. Uma sombra surgiu de repente na janela, a imagem que parecia ser de um homem carregando algo suspeito em mãos foi vista por mim em meio as cortinas.

-Mais que merda! Corri até a porta girando a tranca com o coração saindo pela boca. Só pode ser o outro assassino, ele deve ter nos seguido até aqui sem que eu me desse conta.

-O que foi? Sherry perguntou regressando da cozinha com uma xícara florida de chá fumegante em mãos, parando ao lado da escada.

-Tem alguém lá fora! O sangue sumiu de seu rosto, ela se assustou com o barulho da maçaneta sendo forçada soltando a xícara de porcelana, que se tornou cacos, molhando o assoalho de madeira bem conservada com o líquido quente amarelado.

-Que... Quem? Ela tremia dos pés a cabeça, mal conseguindo falar de medo.

-Não sei, acho que fomos seguidas por um dos bandidos. Sherry quase desmaiou, só não caiu por que ela conseguiu se apoiar no corrimão.

Me aproximei da janela com cautela olhando para a rua sem movimento, meus olhos varreram o pequeno jardim com atenção, até onde minha visão alcançava não encontrando ninguém.

-Fica calma! Eu não vou deixar ele chegar até vocês, você tem alguma arma por aqui? Fui até dela com rapidez, Sherry tinha os olhos arregalados, ela suava frio com uma mão trêmula na boca.

-Não! Jake não traz nenhuma arma para casa, ele tem medo que nossa filha encontre. Ela se pronunciou rapidamente passando as mãos no cabelo desesperada.

-Tudo bem, se acalma e me escuta. Eu quero que você vá lá para cima e se tranque em um dos quartos com Jill e as crianças, não deixa ela perceber o que está acontecendo, Jill já passou por muita coisa hoje. Sherry correu escada acima me deixando sozinha.

Retirei o revólver da cintura, mesmo sem munição ele era minha única garantia de sobrevivência, e serviria para intimidar quem estivesse do lado de fora.





POVS: Chris
Não queria acreditar que tudo isso estava realmente acontecendo, imagens da noite anterior atormentavam minha mente, o rostinho de Charles assustado espiando pela fresta da porta, meus gritos há acusando sem piedade, e sua voz doce me pedindo calma se misturavam se tornando uma música de filme de terror. Eles estavam tão perto de mim, e agora já não sabia se os veria novamente, a incerteza me enlouquecia aos poucos dilacerando minha alma, eu estupidamente me considerava um homem forte, agora percebo do jeito mais desesperador que eles são as minhas força. A noite já começava a cair, já tínhamos revirado uma boa parte da comunidade e não havíamos chegado nem na metade, também não tínhamos encontrado nenhuma pista, o que de uma certa forma era bom e ao mesmo tempo agonizante. Jake e eu estávamos andando sem parar um segundo sequer, com nossas armas em punho prontos para disparar até em nossas sombras, eu preferia estar sozinho, mais Leon ordenou que ele viesse comigo, em outras épocas eu o questionaria e certamente acabaríamos brigando, eu não precisava de uma babá, porém não tinha cabeça para discussões tudo o que me importava agora era encontrar minha família.

-O que é aquilo? Jake apontou com a pistola para alguma coisa no final do beco que tínhamos entrado há alguns minutos.

Seguimos mirando para o amontoado que não conseguimos identificar por estar coberto de preto, em um ambiente de pouca visibilidade ao anoitecer.

-Ele já era! Jake exclamou o óbvio ao nos aproximar do corpo de bruços.

-Esse filho da puta não é um dos nossos! Ele olhou para o rosto do cadáver que tinha um buraco nas costas e uma poça de sangue já seco debaixo de seu peito.

-Ele deve ser um dos miseráveis que matou o Stephen e os outros, antes de invadir sua casa. Encarrei o homem com ódio não pensando duas vezes antes de atingi-lo em cheio com um chute na costela, eu queria ter o encontrado vivo, mais eu já me contentava em saber que a essa altura sua alma já queimava no inferno.

-Será que foi a Jill que o matou? Jake me olhava confuso assim como suas palavras haviam me deixado.

Por um momento voltei a me encher de esperas, mais a dura verdade me deu um soco na cara me mostrando a terrível realidade que me assombrava.

-Não... Não pode ter sido ela! Tínhamos uma arma em casa, mais ficava trancada a sete chaves em um cofre no fundo do armário e somente eu tinha acesso a chave.

-Por que? Jill sabe atirar não? Jake estava esperançoso, mais no fundo ele sabia que eram esperança tolas.

-Sim... Mas a única arma que temos em casa não estava ao seu alcance. Passei as mãos pelo bolso onde se encontrava meu molho de chaves.

-Ela pode ter usado outra arma! Jake continuava tentando me convencer do contrário.

Como eu queria acreditar nisso, mesmo desesperado por uma misera pista de que eles haviam escapados ilesos, eu tinha total consciência de que minha Jill não havia matado esse homem. Eu há ensinei a atirar, minha mulher era boa manuseando uma arma, mais nem mesmo assim ela não poderia ter disparado com tanta precisão, ainda mais com uma criança nos braços.

-Não foi a Jill Jake! Alterei a voz suspirando pesado.

-Então quem foi? Ele me encarou esperando por uma resposta que eu também tentava encontrar.

-Não sei, mais seja quem for essa pessoa deve saber onde minha mulher e meu filho estão. Eu o olhei seriamente, voltando a caminhar, Jake me seguiu em silêncio retomando nosso caminho deixando o corpo para trás.

-Não devemos voltar e avisar o Leon sobre o que achamos? Ele parou me questionando.

-Se você quiser pode ir, eu vou seguir e só saio daqui quando encontra-los. Parei brevemente para olha-lo voltando a caminhar.

-Eu estou com você parceiro, vamos até o fim. Jake bateu em meu ombro esquerdo com um meio sorriso.

Saímos do beco indo em direção ao caminho oposto que tínhamos feito. Voltamos a andar atentos ao mínimo ruído, assumindo novamente as armas em punho. Tínhamos nos afastado bastante de onde estava o corpo do homem desconhecido e tudo estava normal, há não ser por algo vermelho na calçada, que chamou minha atenção assim que foi captado por meus olhos ligeiros.

-Achei alguma coisa! Jake que cobria nossa retaguarda se apressou em chegar até mim.

-O que é isso? Ele se inclinou onde eu me encontrava abaixado, analisando uma gota de sangue quase imperceptível no concreto.

-Você acha que é de algum deles? Jake cerrou os olhos tentando conseguir enxergar mais nitidamente a mancha.

-Se for estamos no caminho certo! Temos que ir agora, não podemos ficar aqui parados Jill ou Charles podem estar gravemente feridos precisando de mim. Levantei bruscamente ficando em pânico só de pensar nesta possibilidade.

-Chris espera! Jill pode ter ido lá pra casa! Jake gritou quando eu comecei a caminhar desorientado.

Olhei ao meu redor, percebendo só agora que estávamos na rua da sua casa, estava tão atormentado e empenhado em buscar por minha família que não tinha me dado conta de estar percorrendo um caminho que seria capaz de fazer com os olhos fechados.

-Talvez você tenha razão! Em meio ao desespero Jill não teria lugar melhor para buscar refúgio do que a casa da melhor amiga. Jake sorriu confiante batendo duas vezes em meu peito com a mão espalmada.

-O que estamos esperando? Vamos até lá porra! Confirmei com a cabeça não esperando ele falar duas vezes.

Apertamos os passos chegando na casa de Jake, após alguns minutos de caminhada, que para mim pareceram horas. Jake tentava abri a porta girando a maçaneta algumas vezes estranhando por encontra-la trancada, ele abriu a boca para gritar por Sherry, mas o barulho de algo se quebrando o fez desistir. Girei o corpo para a janela que estava próxima a mim tentando olhar por entre as cortinas, não conseguindo ver nada no interior da casa.

-O que vai fazer caralho? Sussurrei para ele, que deu dois passos para trás disposto a arrombar a porta no peito.

-Tem alguma coisa de muito errado, eu tenho que entrar cacete! Segurei seu ombro o impedindo de continuar, Jake já mostrava nervosismo temendo por sua família.

-Raciocina cara! Vamos dar a volta e entrar pelos fundos, assim pegamos o vagabundo de surpresa. Jake concordou sacando a arma assumindo a ponta.

Demos a volta na casa abaixados chegando até a entrada da cozinha sem fazer barulho. Jake abriu a porta com cautela soltando um suspiro de alivio por encontra-la aberta, passei por ele assumindo á frente. Assim que cruzamos a sala uma arma foi apontada no meio da minha testa ao mesmo tempo em que eu posicionei a pistola no peito do filho da puta que me ameaçava.

-Você?! Nós dois falamos ao mesmo tempo, assim que nos demos conta de para quem apontávamos as armas.

-Ada!? Jake se viu perdido ele também havia apontado sua arma para ela no calor do momento, por não saber quem iriamos encontrar de fato.

Ela fez menção de abaixar a guarda, mas se arrependeu ao perceber que minha intenção não era a mesma.

-Que porra você faz aqui? Alterei a voz tremendo de raiva.

-A baixa a arma Redfield, vamos conversar com calma. Ela ordenou seriamente tentando me intimidar com o olhar.

-Abaixa essa merda você! Levantei o olhar para o cano do revólver que roçava em minha testa conforme eu pressionava a pistola em seu peito.

A policial deu dois passos com a arma em punho, ainda mirada para minha cara.

-Onde está minha mulher e minha filha? Jake estava indeciso em se render ou não, ele não desconfiava dela como eu, mais agora diante dessa situação ele já não sabia o que pensar.

-Então lá em cima, eu juro que não fiz nenhum mal a elas. Ele a encarou confuso se virando para mim como se me pedisse permissão para abaixar a arma e conferir se o que ela havia dito era mesmo verdade.

Um aceno de cabeça bastou para Jake se render, ele guardou a arma atrás das costas subindo as escadas apressado chamando pelo nome da namorada. Eu continuava com a pistola apontada para ela, meu dedo indicador comichava no gatilho sem a mínima chances de me dar por vencido. Ela segurava o revólver com técnica demostrando experiência no que fazia, olhando para sua arma pude perceber algo familiar.

O revólver Colt 1894 Bisley, já foi visto por mim antes, era impossível não reconhecer uma arma como essa, um modelo muito antigo que já não se fabricava mais não passaria despercebido os olhos de ninguém, as balas eram muito difícil de se conseguir, uma arma deslumbrante muito procurada por colecionadores e raramente se encontrava em bom estado de uso, somente uma pessoa da comunidade tinha esse privilégio e ele estava morto.

-Onde conseguiu esse revólver? Perguntei entre dentes começando a juntar os fatos.

Stephen e os demais homens foram mortos friamente por alguém com excelente pontaria. Haviam marcas que indicavam claramente que ela esteve em uma briga e quase foi estrangulada, e a maior prova de todas estava em suas mãos me ameaçando perigosamente.

-Foi você maldita... Você os matou! Esbravejei a deixando surpresa, não dando tempo para que ela respondesse minha pergunta anterior.

-Isso não é verdade, abaixa a arma e me deixa te explicar o que realmente aconteceu! Ela disse com a tranquilidade transparecendo em sua voz, tentando acalmar os ânimos agindo como foi treinada na polícia. Vê-la se comportando como um tira nojento, aumentou ainda mais a minha fúria.

-Cala a boca porra! Eu não acredito em nada que venha de você. Ajeitei a arma bufando, sendo vigiado por seus olhos atentos.

-Você tem que acreditar em mim, eu não matei os seus amigos droga! Ela me encarava com a respiração quase ofegante.

-Você pode enganar os outros, mas a mim não! Eu sei que você é um tira filho da puta que só quer nos fuder, é uma pena que o Leon não esteja aqui, mais ele vai adorar saber que sua protegida matou cinco membros de sua família. Voltei a gritar, ela engoliu em seco ao me ouvir falar de Leon, por mais que ele tenha se encantado por ela, Leon jamais perdoaria uma traição assim, seus dias estavam contados a partir desse momento e ela sabia disso.

Ela recuou mais um passo sem dizer mais nada percebendo que suas palavras não me serviam de nada. A atitude que veio a seguir me deixou desacreditado, ela se inclinou jogando o revólver próximo aos meus pés com o tambor aberto, me permitindo ver que a arma estava sem munição.

-Minha intenção nunca foi ferir ninguém, eu só queria ajudar! Ela levantou as mãos para o alto ficando totalmente vulnerável perante a mim.

O barulho de duas batidas na porta nos alertou, nos olhamos por uma fração de segundos, voltei a fixar meus os olhos na porta.

-Fica parada ai! Pequei o revólver do chão, trocando a pistola de mão, andando até a porta destravando a tranca, sem desviar meu olhar dela.

-Chris? Leon passou com tudo pela porta olhando fixamente para a policial de mãos para o alto que estava sob a minha mira.

Ele se manteve calado trocando olhares com ela, sua expressão estava confusa e ao mesmo tempo raivosa.

-O que está havendo aqui? Sua voz mais grave que o normal, ordenou uma explicação imediata.

-Leon foi ela que matou o Stephen. Ele apertou as mãos grunhindo de raiva.

-Que merda é essa que você está dizendo Chris? Eu ordeno que abaixe essa pistola e me explica essa porra direito. Leon não tirava os olhos da policial um segundo sequer, ele se continha para não explodir em fúria, sendo encarado pelos olhos amedrontados da mulher oriental que parecia ter perdido as palavras.

-Ela estava com isso! Abaixei minha arma, lhe entregando o revólver que estava em seu poder.

Leon passou as mãos no cabelo indo de encontro a policial em silêncio após reconhecer a arma.

-Como você conseguiu o revólver? Ele perguntou rude apertando a arma nas mãos.

-Responde! Ele esbravejou após ela ter se mantido em silêncio.

-Você o matou? Leon segurou seus ombros sacudindo violentamente seu corpo, a policial gemeu de dor tentando se soltar.

-Tire suas mãos de mim Kennedy, eu não matei aquele homem! Ela tomou coragem para se manifestar tentando se libertar das mãos dele.

-E como você me explica isso? Ele segurou o revólver para o alto, bastante incomodado com toda essa situação.

-Leon para com isso! Jake desceu correndo se colocando entre a policial e o seu chefe.

-Não se meta nisso Jake, sai agora da minha frente, eu estou mandando! Ele gritou em pleno os pulmões, cada célula do seu corpo fervia de raiva.

-Você está cometendo um grande erro, ela não matou o Stephen. Jake continuava entre eles enquanto a policial estava pálida.

-E como você tem certeza disso? Eu me intrometi indignado por Jake estar dando razão ao inimigo.

-Chris! Meu mundo se desligou ao som de sua voz, tudo o que eu via era somente a figura de Jill descendo as escadas em câmera lenta.

Seu corpo chegou até meus braços, que não tinham forças para retribuir o abraço, queria poder me desculpar por ter agido como um idiota mais minha boca não abria. Não sei se foi questão de segundos ou horas, mais posso garantir que naquele momento só existia nós dois no mundo. Soluços trouxeram de volta a minha realidade que só fazia sentido com ela ao meu lado, seu corpo pequeno tremia agarrado ao meu, finalmente juntei meus braços ao redor de sua cintura afundando meu rosto em seu pescoço, aliviado por te-la novamente comigo.

-Tudo vai ficar bem meu amor! Me afastei brevemente tocando seus lábios apaixonadamente.

-Eu tive tanto medo de nunca mais te ver! Jill se pronunciou entre meus lábios com a voz embargada.

-Fica calma, está tudo bem agora! Ela voltou a chorar escondendo seu rosto em meu peito.

-Onde está o nosso filho? Como vocês estão? Sussurrei em seu ouvido voltando á abraça-la apertado.

-Ele está lá em cima, estamos bem! Ada nos salvou Chris, devo minha vida e a de nossos filhos há ela. Jill se afastou um pouco de mim, seus olhos estavam vermelhos seu rosto molhado e sua expressão era de cansaço extremo, ela olhava para a policial com gratidão voltando a se aconchegar em meus braços repousando a cabeça em meu peito.

Leon e eu encarávamos a tira chocados, eu estava desacreditado das palavras de Jill.

Notas Finais


Obrigada a todos pelos comentários, em especial aos que sempre comentam. Bjs!!! 😍😚😍


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