O geminiano ainda olhava as guerreiras indo quando Shura acabou por despertar.
– Usagi… – Sussurrou Saga. –
– Saga… – Chamou Shura, ainda grogue. – O que aconteceu?
– Shura. – Falou Saga mais aliviado, ajudando o amigo a se levantar. – Você teve a tal semente estelar roubada.
– Aquela dor é infernal. – Comentou Shura, já de pé. – E quem eram aquelas garotas?
– Umas tais de sailors. – Respondeu Saga. – E uma delas… Foi quem salvei mais cedo de uns rapazes idiotas.
– Como sabe? – Perguntou Shura, sem entender. –
– Loira e mesmo penteado. – Explicou Saga, olhando para o moreno. – Seria coincidência demais. É melhor irmos.
O capricorniano concordou e os dois voltaram para a mansão. Lá, contaram à Saori o que tinha acontecido.
– Mais um de vocês atacado. – Suspirou Saori, se sentando. – Pedirei ao Mu para que leve vocês de volta e depois traga Milo e Camus. Precisamos saber rapidamente quem são essas sailors.
A deusa, em silêncio, se comunicou com o guardião de Áries através do cosmo. Mu concordou e, em cinco minutos, chegou à mansão. Levou Saga e Shura para o Santuário e depois levou a outra dupla de amigos para a mansão.
Enquanto isso, Usagi estava em seu quarto, penteando os cabelos. Sua gata dizia algo, mas a loira estava desligada. Pensava no rapaz que a salvara duas vezes naquele dia.
– U-SA-GI! – Chamou Lua, em voz mais alta. –
– Eh? Me chamou? – Peguntou Usagi, assustada. –
– Já tem cinco minutos! – Respondeu Lua. – Está pensando no Mamo-chan?
– Hm. – Mentiu Usagi, sorrindo levemente. –
De repente, o computador de Usagi apitou. Assim que ela foi até o aparelho viu que era seu noivo e atendeu.
– Oi, Mamo-chan! – Disse Usagi, ainda sorrindo. –
– Usako. – Sorriu Mamoru, mas logo estranhou a expressão de preocupação da amada. – Algum problema?
– Novos ataques. – Respondeu Usagi, suspirando. – Digo… As aliadas de Hikari voltaram. Mas ela não foi corrompida. Elas querem trazer Caos de volta. E hoje elas conseguiram achar uma semente estelar verdadeira, sem ser de uma de nós ou sua.
– Quem foi? – Perguntou Mamoru, confuso. –
– Não conheço! – Negou Usagi, prontamente. – Foi um rapaz. Eu acho que é estrangeiro.
– Isso é estranho. – Comentou Mamoru, pensativo. – Já conversou com as meninas?
– Rei e Ami estavam comigo. – Respondeu Usagi. – Provavelmente elas vão colocar as outras a par da situação.
– Desculpe por não estar aí. – Pediu Mamoru, carinhoso. –
– Não se preocupe. – Sorriu Usagi. – Seus estudos em primeiro lugar. – Outra ligação. Era Haruka. – Mamo-chan, Haruka me ligando.
– Certo. – Concordou Mamoru. – Amanhã a gente se fala. Te amo.
– Eu também… – Começou Usagi, mas o resto da frase ficou presa na garganta. – Até amanhã.
A loira desligou e suspirou. Por que aquilo tinha acontecido? E por que aquele rapaz não saía de sua cabeça? Balançou a cabeça negativamente e atendeu a ligação de Haruka.
– Desculpa a demora, Haruka. – Pediu Usagi. – Estava falando com Mamo-chan.
– Como o príncipe está? – Perguntou Haruka. –
– Está bem. – Sorriu Usagi. – Algum problema?
– Ami falou para Michiru sobre o ataque que vocês presenciaram. – Começou Haruka, séria. – Como era o rapaz?
– Moreno, com cabelos quase esverdeados. – Respondeu Usagi, se lembrando. – Por quê?
– Eu presenciei um ataque na festa que fui com as meninas. – Explicou Haruka. – Não queríamos preocupá-la mas… Com o fato de mais uma semente estelar verdadeira ter aparecido…
– Vocês têm ideia de quem eles possam ser? – Perguntou Usagi. –
– Ainda não. – Negou Haruka. – Mas qualquer novidade, falamos com você.
– Por favor… – Pediu Usagi. – Até qualquer hora.
– Até. – Disse Haruka. –
As duas desligaram e Usagi se jogou na cama, olhando para o teto. O olhar de Saga veio à mente da loira, a fazendo sorrir. O rapaz a tinha salvo duas vezes no mesmo dia.
– Usagi, você está estranha. – Comentou Lua, sem entender o sorriso que estava nos lábios da dona. –
– Estou normal. – Falou Usagi, se cobrindo. – Boa noite!
Enquanto isso, na Grécia, Santuário Ateniense…
Deathmask estava subindo as escadarias da casa de Touro para Gêmeos, quando encontrou Saga olhando para a lua. O guerreiro protegido pela constelação de Gêmeos estava perdido, admirando a enorme bola branca no céu.
– Terra chamando Saga! – Chamou Deathmask, sem paciência. –
– Hm? – Fez Saga, “acordando”. – Oi, Deathmask.
– Será que posso passar para poder ir para minha casa? – Perguntou Deathmask, rindo. –
– Claro. Bom descanso. – Desejou Saga. –
– Obrigado. – Agradeceu Deathmask, sorrindo. –
Casa de Capricórnio…
Aiolos entrou e viu que o amigo não estava na sala.
– Shura? – Chamou Aiolos, através do cosmo. –
– Estou no quarto. – Respondeu Shura. –
O guerreiro mais velho foi até o quarto de Shura. Lá viu o moreno desenhando algo.
– Faz tempo que não vejo você desenhando. – Comentou Aiolos, indo até a mesa para ver o que o mais novo desenhava. – Uau! Que mulher linda. Quem é?
– Desenhei através desse brinco. – Respondeu Shura, apontando o objeto que estava na mesa. – E do perfume que senti quando entrei em uma floricultura.
– Suposta dona? – Supôs Aiolos, se sentando na cadeira ao lado. –
– Quem sabe… – Sussurrou Shura, sorrindo levemente. –
A noite passou e logo a manhã chegou em Tóquio.
Milo e Camus saíram bem cedo da mansão. O francês seguiu para a área comercial do distrito e o escorpiano, para a área dos parques.
Camus, em sua área, entrou em uma livraria. Assim como seu antecessor, o aquariano também gostava de ler. Logo que entrou, começou a andar pelas seções. Enquanto caminhava, viu uma jovem de cabelos azulados tentando pegar um livro em uma altura que a mesma não conseguia alcançar. Camus foi até a moça e pegou o livro, estendendo para ela.
– Obrigada! – Agradeceu Ami, corada, olhando para o rapaz. –
– De nada. – Respondeu Camus, também olhando para a jovem. –
A troca de olhares foi curta, porém intensa. Algo nostálgico atingiu a dupla, mas logo o cavaleiro desviou o olhar e continuou seu caminho. Ami foi acompanhando o rapaz até o mesmo sumir de sua vista. Era muito bonito.
Em sua área, Milo estava deitado no gramado, olhando para o céu, quando de repente, começou a escutar o som muito bonito de um violino. Por mais que o cavaleiro não gostasse de música clássica, tinha que confessar que era um bonito som. O rapaz se levantou para saber de onde vinha.
Michiru Kaioh, uma famosa violinista, ensaiava ali perto para seu próximo concerto. Suas músicas eram lindas e a jovem tocava com o coração.
Logo Milo encontrou quem tocava o violino e ficou encantado com a jovem. Ela era muito bonita. O guerreiro ficou escondido atrás de uma árvore, admirando Michiru de longe. Foi quando uma sensação boa invadiu o corpo do escorpiano. Era como se a conhecesse de algum lugar.
– Netuno… – Sussurrou Milo, vidrado. –
Porém, o “encanto” se quebrou quando alguém encostou no ombro de Milo, fazendo-o “acordar”.
– Milo? – Chamou Camus, sem entender. –
– Hm? – Fez Milo, se virando. – Ah, oi, Camus.
– Podemos ir? – Perguntou Camus. – Não encontrei nada.
– Nem eu. – Comentou Milo, suspirando. – É melhor irmos.
O guerreiro deu uma última olhada para a violinista e seguiu o amigo. Porém, Camus parou bruscamente, fazendo o grego bater nas suas costas.
– Ai! – Reclamou Milo, massageando o nariz. –
– Achamos algo. – Sussurrou Camus. –
Ao ver o que o aquariano olhava, Milo se surpreendeu. Uma criança estava sendo encurralado por duas mulheres vestidas com roupas estranhas.
– Uma criança sendo atacada? – Perguntou Milo, furioso. –
Sem esperar Camus falar algo, o cavaleiro correu para ajudar o pequeno.
– Milo! – Chamou Camus, desesperado, indo atrás. –
O escorpiano ficou na frente da criança para proteger o mesmo.
– Quem são vocês? – Perguntou Milo. –
– Milo, cuidado. – Alertou Camus, chegando. – Elas podem tentar tirar sua semente estelar.
As duas se olharam e sorriram.
– Caíram na nossa armadilha! – Riu Sailor Tin Nyanko, olhando para Milo. –
– Armadilha? – Repetiu Camus, surpreso. –
Sailor Iron Mouse gargalhou e atirou na direção de Milo. O guerreiro desviou, tirando a criança do caminho.
– Corra! – Disse Milo, virado para a criança. –
– T-Tá! – Gaguejou o pequeno, correndo. –
– MILO!!! – Gritou Camus, vendo o estranho brilho retornando ao amigo. –
O escorpiano se virou ao ouvir o grito do francês, mas dessa vez, não conseguiu desviar, sendo atingido em cheio.
– AAAHHH!!! – Gritou Milo, tendo sua semente estelar roubada. –
Logo a semente estelar saiu do corpo do cavaleiro, liberando o brilho de uma verdadeira semente estelar, para a alegria das duas sailors malignas.
– Agora é você, bonitão. – Disse Sailor Tin Nyanko, apontando suas pulseiras para Camus. –
O aquariano se preparou. Nunca tinha lutado contra mulheres, mas teria que lutar, se quisesse salvar seu melhor amigo. A sailor atirou e Camus não se moveu. Apenas elevou seu cosmo e o ambiente ficou frio.
– Pó de diamante! – Atacou Camus, congelando o brilho e quebrando o mesmo. –
– D-Desgraçado! – Gaguejou Sailor Iron Mouse, tremendo de frio. –
– É melhor vocês irem embora. – Aconselhou Camus, sério. – Ou farei um esquife de gelo para as duas.
– Eu não quero virar uma escultura de gelo! – Choramingou Sailor Iron Mouse, com medo. –
– N-Não se preocupe. – Gaguejou Sailor Tin Nyanko, mostrando um pequeno vidro¹. Nesse recipiente continha um buraco negro. –
– O que vai fazer sua louca?! – Perguntou Sailor Tin Nyanko, desesperada. – Por causa de uma semente estelar?!
– Duas, meu amor. – Corrigiu Sailor Tin Nyako. – Ô lindinho… Acho melhor você entregar sua mente estelar, ou posso derrubar, por acidente, esse vidro. E ele contém um buraco negro.
Ao ouvir aquilo, Camus paralisou. O cavaleiro sabia muito bem que um buraco negro sugava tudo o que via pela frente. Não poderia arriscar a vida de todos ali presentes. Camus diminuiu seu cosmo, levando-o a zero. Acabara de se entregar.
– Bom garoto. – Riu Sailor Tin Nyanko, entregando vidro para a parceira. – Tome cuidado.
A sailor estava prestes a atirar quando…
– Maremoto… – Começou Sailor Netuno, juntando energia. – ...De Netuno!
– O quê…?! – Perguntou Sailor Tin Nyanko, desviando. –
– Rapsódia Aquática de Mercúrio! – Atacou Sailor Mercúrio. –
Aproveitando aquela brecha, usando sua velocidade da luz, Camus foi até a sailor que segurava o pequeno objeto e o congelou.
– Ai que frio! – Reclamou Sailor Iron Mouse, jogando o vidro ao chão. –
Por estar congelado, o vidro se espatifou ao cair no chão.
– Sailors, suas malditas! – Disse Sailor Tin Nyanko, se levantando. –
– Tin Nyanko… – Chamou Sailor Iron Mouse, apontando para o vidro espatifado. –
– É melhor vocês irem! – Falou Sailor Mercúrio. –
As duas entraram na cabine quase se atracando e sumiram. A semente estelar voltou ao corpo do grego e Camus amparou o amigo.
– Esperem! – Pediu Camus, vendo as sailors irem. –
– Falou conosco, rapaz? – Perguntou Sailor Netuno, se virando. –
– Sim. – Afirmou Camus, sério. – Quem são vocês? Sailors do bem, sailors do mal…
– Somos guerreiras que lutam pelo amor e pela paz no mundo. – Respondeu Sailor Mercúrio, sorrindo. – E protegemos nossa princesa.
Camus logo percebeu que aquela jovem era a mesma que ele encontrar na livraria mais cedo.
– E vocês? – Perguntou Sailor Netuno, séria. – Como o seu amigo tem uma semente estelar verdadeira? Quem são vocês?
– Cavaleiros protetores da deusa Atena. – Respondeu Camus, sincero. –
– Atena? – Repetiu Sailor Netuno, rindo baixo. – Deuses não existem. Por ora, são nossos inimigos… Vamos, Mercúrio.
– Mas, Netuno… – Tentou Sailor Mercúrio. –
Suspirando, a sailor seguiu a companheira. Milo acabou por despertar, dando tempo do mesmo ver as sailors indo.
– Netuno… – Sussurrou Milo. –
Continua…
1: Esse vidro aparece em Sailor Moon Stars, no episódio 193, quando a princesa das sailors Starlights aparece.
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