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História Apenas Aprenda a Me Amar-Bughead - Fourty-Nine: Em pedaços


Escrita por: Drama_queeen

Notas do Autor


Oi meus bens, tudo bem?!
Gente, não voltei antes por motivos de: Saúde muito lascada e o fato de esses capítulos precisarem ser muito bem pensados.
Esse não saiu como eu queria, mas vai ter que servir. Eu espero que vocês gostem e não taquem as tomates em mim.
É isso, um beijo e aproveitem

Capítulo 49 - Fourty-Nine: Em pedaços


Fanfic / Fanfiction Apenas Aprenda a Me Amar-Bughead - Fourty-Nine: Em pedaços

•••••••••••••••••••• Jughead's P.O.V. ••••••••••••••••••••

Naquele instante, foi como se tudo tivesse parado no ar. Minha visão ficou cada vez mais turva e o ar ao meu redor já não era mais suficiente para me saciar. Meu peito agonizava e eu sentia algo inexplicável, era uma dor absurda, não se igualava a nada que eu já havia sentido... Era a dor de perdê-la para algo pior que a morte.
Fazem praticamente dez minutos que ela saiu de dentro do quarto, eu caio sob meus joelhos e tento respirar sem forças. Minha visão acha um ponto aleatório no chão e não se desvia, tudo o que sinto agora são as pesadas lágrimas que se esvaem de mim e o meu coração... Que bate quase em uma parada completa.
Toco devagar o lugar onde meus batimentos diminuíam, me recuso a sentir essa dor. As palavras ecoam mais alto na minha cabeça, cada palavra dela me atravessa como uma flecha afiada, como se estivessem saindo da boca dela neste exato momento.
E de novo...


"Eu vou embora Jughead, pra bem longe de você"


E de novo...


" Não me chama de meu amor Jughead! Eu vou embora, nosso namoro acabou e pronto! Eu não preciso te dizer mais nada"


E mais uma vez...


" Eu tô perdidamente apaixonada por outro Jughead! E vou me casar com ele"


E outra vez...


" Mas o que tá me machucando é você"
" Começamos errado, não teria como dar certo"


Eu agonizo a cada novo segundo desde que ouvi a porta fechar e o carro arrancar na estrada, levando a mulher que eu amo para milhas de mim. Cada palavra dela me despedaçou, me machucou como ninguém jamais conseguiria... Então por que não existe dentro do meu peito um só fio de ódio dela?
Por que eu sinto que isso é só uma bagunça mal resolvida? Um pesadelo? Por que sinto que ela vai entrar por essa porta a qualquer momento e me abraçar com força? Por que eu sei que ela foi embora amar outro homem e mesmo assim ainda a amo tanto? É o meu limite...
Sem nem entender o que estava acontecendo, me levanto e começo a quebrar tudo ao meu redor. Sinto minha respiração cada vez mais pesada, como o respirar é agora pra mim uma tarefa odiosa. O jarro com flores que estava sob a mesa se despedaça com tudo contra a parede da cama. O abajur sente seu fim no impacto contra o impiedoso e frio chão. Espelhos, perfumes, decorações... Tudo quebra tão rápido que em pouco tempo já não tenho mais o que machucar.
Meu último impulso é um grito. Cortante, sai rasgando minha garganta e ecoa pelo quarto, levando junto o último objeto que achei, um porta retratos que guardava a foto da nossa formatura. Cessante o grito, mas não me alivia em nada.
Caio de joelhos outra vez sob todos os estilhaços de vidro no chão, em frente à foto de apenas um dos nossos dias de felicidade incondicional. Choro tocando o rosto dela na foto, minha doce loirinha. As bochechas rosadas marcadas na pele tão pálida, a boca bem desenhada e o rosto com os fios dourados bagunçados. Os olhos profundos.. Os olhos nos quais eu me encontrei.
Uma fúria me invade, por que eu não a odeio?! Por que não consigo?! Ela foi embora, com outro homem, disse que eu a machuco. Começo a desferir socos e mais socos contra a foto, que a amassavam e rasgavam a medida que os estilhaços de vidro também cortavam minhas mãos. A dor é inexistente, é como se não me afetasse, faço com mais força.


- JUGHEAD!- Ouço Verônica gritar quando a porta do quarto é aberta, mas não me dou ao trabalho de virar para ela. Continuo a dar socos na foto quando Archie também entra correndo no quarto- Archie, precisa fazer alguma coisa! Ele vai se machucar mais!


- Para com isso cara, vem aqui!!!- Archie fala sem demora e me puxa com força, me afastando do chão e me colocando de pé, sofrendo então as consequências da minha relutância


- Precisa me soltar, eu ainda não terminei!- Falo com raiva. O problema é essa raiva não ser contra ela.


- EM QUE ISSO VAI TE AJUDAR?!- Archie grita ainda agarrado com forças a mim e eu tento dar outro impulso


- EU NÃO SEI!- Grito contra ele e ouço o Apollo chorar assustado no colo da Verônica, e é como se voltasse a mim naquele instante- Eu não sei...- Falo calmo, então olho para a Verônica que segurava com aconchego o filho. Ando devagar até ela que tinha o rosto dominado por lágrimas, assim como o Apollo que também chorava assustado. Estendo os braços para ele muito devagar, mas ele não recua, e pula no meu colo no mesmo instante me abraçando e me fazendo chorar alto- Me desculpa meu pequeno. Desculpa o Tio Jug.


- E-eu vou buscar o ki-kit de pr-primeiros socorros..- Verônica fala com pressa, tentando não nos deixar perceber que ela vai chorar mais. O Apollo não me responde, apenas chora.


- Ela me deixou...- Sussurro alisando os fios ruivos do meu sobrinho, olhando para o meu melhor amigo que me observava com peso e dor no olhar.


O quarto em caos se silencia, nada mais ousa fazer barulho. Eu ando devagar para trás e me deito devagar na cama, com o Apollo deitado no meu peito ainda soluçando enquanto para devagar de chorar.
Eu miro o teto, eu sei que uma hora essa dor precisa passar, e em sã consciência saberia que isso não acontecerá tão cedo. Mas é errado eu implorar e dar qualquer coisa para que meus sentimentos parassem agora? Eu não faço ideia do que acontece agora...
Eu não sei quanto tempo passou desde que Verônica desceu. Pareceram eternidades, mas foi só o suficiente para o choro do Apollo cessar e ele se encontrar agora adormecido sobre mim. O Archie nos observava sentado na poltrona do canto, não dizia uma só palavra durante sua lenta respiração.
A porta se abre pouco a pouco e revela a Verônica respirando fundo, segurando uma caixa primeiros socorros e com uma expressão indecifrável, que misturava dor, preocupação e algo como um mal estar crescente.


- Archie, pode levar o Apollo pra dormir no quar..- Verônica tenta falar mas eu a Interrompo sem bruscalidade


- Não.. P-por favor, deixa ele aqui- Digo acariciando o cabelo do pequenino que respirava sereno e soluçava vez ou outra. Ignoro minha crescente vontade de chorar, me recuso a isso.


- Eu vou ligar pra alguém...- Archie fala e deixa um beijo leve nos lábios da noiva, que se segura a ele por alguns segundos colando suas testas. Fecho Os olhos com força e respiro fundo, então Archie sai do quarto e a Verônica fecha com delicadeza a porta atrás dela, andando até mim em seguida com um sorriso solidário.


Vou me sentando devagar com o Apollo ainda aconchegado a mim na mesma posição. Verônica me ajuda colocando um travesseiro em minhas costas, então se senta na cadeira ao lado da cama e pega minha mão, da qual começa a tirar um a um os estilhaços de vidro.
O silêncio reina outra vez. Miro o horizonte tardio além da varanda, o frio crescente me obriga a querer chorar cada vez mais... Onde você tá agora pequena? Por que meu abraço não é mais o suficiente pra te aquecer?


- Então... O que aconteceu de verdade?- Verônica fala solidária a mim. Sem julgamentos ou conclusões contra minha face.


- Podemos não.. Falar sobre.- Digo ainda sem olhar pra ela, que aperta a pinça nas minhas feridas propositalmente- Aí!


- Eu conheço essa dor, o Archie também já foi embora uma vez, muito antes de você e da Betty sonharem estar juntos, lembra?- Verônica fala calma, e eu lembro de quando o Archie brigou feio com a Verônica e foi embora do país- Duvide comigo... O que aconteceu?


- Eu... E-eu não sei.- Falo depois de algum tempo pensando comigo mesmo- Você escutou a briga, eu não entendi o nexo. Ela só... foi. Eu não sei pra onde, não sei quem é o novo amor dela, eu não sei nada...


- A Betty não faria isso Jughead. Eu conheço o coração da minha amiga..- Verônica começa a falar


- Mas ela fez Verônica. Ela fez e foi embora, era pra estarmos juntos agora. Comemorando o número de CRM dela, o aniversário, o amor, o ped..- Eu travo a voz dentro ao lembrar da caixa em meu bolso, Verônica percebe- Ela só não me ama mais. Nosso amor foi moldado errado, então realmente não poderia dar certo.


- Fala isso da boca pra fora... Mas o seu coração? O que ele diz?- Ela fala singela, mas eu percebo que tenta controlar o choro tanto quanto eu. Eu penso comigo, tento encontrar meu coração que perde as batidas mais e mais.


Então aquilo ecoa na minha cabeça, uma última vez...


"Até dar certo"


- E-eu... Meu coração deseja que ela estivesse aqui, agora, só. Não me importo com o que aconteceu, tem alguma coisa errada, eu a amo e sei, eu sinto que ela me ama.- Eu falo com uma chama crescente em mim- Por que ela foi Verônica? Por que ela precisava ir e tornar tudo tão complicado?


- Essa pergunta, só ela pode responder... E ela saiu há quase uma hora. É quase certeza que ela não foi ainda.- Verônica fala com um leve sorriso de canto- Ela errou, mas não sai da minha cabeça que tem algo errado nessa história. Vai buscar minha amiga Jughead... Vai buscar o amor da sua vida.


- Vai buscar minha tia, titio..- O Apollo fala levantando devagar o corpo e se sentando na minha barriga, coçando os olhinhos sonolentos.


Tudo gira em torno de mim como um furacão. As últimas palavras dela, não tinha ódio ali... Tinha dor, tinha amor. Eu preciso ir buscá-la, mas onde?!


- Eu vou buscar ela!- Falo e me levanto da cama com um impulso, deitando o Apollo nela em seguida- Mas eu não sei onde ela tá! Não me disse pra onde vai, nem com quem!


- Pega o localizador, com sorte ela ainda não desligou!- Verônica fala apontando apressada para o meu celular, e eu o pego


- Aeroporto Internacional... Verônica, ela tá saindo do país!- Falo em desespero


- Então corra! Vá buscá-la...- Ela mal termina de falar e eu já saio correndo do quarto, perto das escadas eu ouço- E se ajoelhe lá mesmo!


É isso mesmo que farei. Abandono a casa em menos de segundos, passando sem dar satisfações ao Archie. Entro no meu carro e saio arrancando com ele pela estrada, incontrolável, imparável. Passo a mão pelos fios negros do meu cabelo, precisa me esperar meu amor.
Nas primeiras marchas, eu não entendi direito porquê eu estava indo atrás dela. Me despedaçou, ama outro homem, eu sinceramente me sinto um idiota por estar dirigindo como um louco atrás delas, ou talvez um completo babaca que não sabe o que está sentindo de verdade. Mas naqueles instantes, eu estava vivo outra vez. Eu racionalizei a verdade, e isso é uma coisa a qual Betty não estava falando. Ninguém deixa de amar em um segundo, ainda mais quando se está chorando, olhando com peso pra pessoa. Ela vai estar lá me esperando, não importa... Eu conheço bem a mulher que amo.


Ou pelo menos pensava que conhecia.


Estaciono no aeroporto depois de quase uma hora de trânsito, tenho minutos para encontrá-la. Falo em desespero com a recepcionista, a minha menina está indo pro outro lado do mundo, Inglaterra. Por hora penso em ficar com raiva, o homem com quem embarcou, que ela ama, é o Reggie. Eu não vou deixar! Corro até o portão de embarque dela, o fôlego me falta, o vento bate contra meu corpo, mas nenhum baque se torna maior que esse.
O portão de embarque dela já estava trancado. Vejo ao longe o avião que faz a curva, não pode ser... Naquele momento sim, eu sinto a verdade. Não posso me enganar, eu realmente não a conheço. Tudo que ela falou é verdade, cada palavra que ecoa na minha cabeça e me machuca outra vez.
Meus joelhos me abandonam pela milionésima vez só hoje, caem com tudo no chão e me fazem desabar por completo. Eu pensei de verdade que conseguisse me amar, Elizabeth... Mas sinto que somos apenas estranhos outra vez, com pássaros que voam em sentidos opostos e para longe um do outro.
Me sinto em estéreo, meu telefone em minhas mãos liga para o primeiro número da agenda.


> Ligação ON <


- Fala cabeção- A voz doce da minha irmã fala feliz


- Eu a perdi... P-pra sempre.- É a única coisa que sai antes do meu choro preso por tanto tempo


- JUGHEAD?! Como assim, o que aconteceu?- Ela fala assustada


- Ela se foi, pra s-sempre. Pra l-longe d-de mim, Beenzie..- Falo entrecortado e desligo a chamada


Não se passam mais de trinta segundos, eu ligo pra ela outra vez. Mas agora a chamada consta como ocupada


> Ligação OFF <


Era o meu limite, eu preciso sair daqui.


Corro com força, os olhos por momentos fechados derramavam mais e mais lágrimas. Foi naquele momento, naquele exato momento, que eu me perdi de mim. Ali, meus sentimentos já se faziam ausentes, meu coração parava para qualquer outra função que não fosse bombear meu sangue.
Estou no meio do aeroporto agora. Desnorteado e sem destino, esbarro com tudo contra uma garçonete que olhava distraída os guardanapos da mesa. Eu não sei o que dizer, apenas a levanto e a olho em pedido de desculpas. Já estou prestes a ir embora outra vez, quando vejo entre seus dedos os guardanapos... Presos por uma presilha. A presilha de Estrela cadente. A presilha dela.
Arranco os guardanapos da mão daquela moça e saio correndo de novo, eu não escuto mais nada que está acontecendo dentro de mim. Eu só sinto caos. Dor, uma destruição sem precedentes que me deixa a cada novo segundo mais em pedaços.


Não sei como cheguei ao carro. Começo a desferir socos e mais socos contra o volante, minha mão se machuca cada vez mais. O estacionamento movimentado do aeroporto era testemunha da tamanha dor que residia em mim. Por um segundo me sinto irônico, o que eu esperava? Que ela estivesse aqui me esperando como uma mocinha apaixonada assim igual os filmes clichês?
Não... A vida real não é assim. Preciso admitir que isso perdeu. Onde eu tava com a cabeça de ir atrás dela?! Ela me abandonou, disse que não me ama, que eu a machuco. Como pôde passar pela minha cabeça a ideia de que ela não me dizia a verdade? Eu sou um tolo mesmo, só pode.
Logo ela, quem eu achei que estaria ao meu lado e me protegeria para todo o sempre, me machucou das formas mais cruéis possíveis. A verdade é que eu mereço isso. Depois de tanta coisa que já a fiz passar, não poderia esperar que tiraria a sorte grande de poder amá-la né?
Olho para o lado e pego os guardanapos. Por um segundo, senti o cheiro dela ali. Vi sua letra; que continuava linda e bem desenhada, mas levemente turva. Sei que vou me arrepender por fazer isso com meu coração, mas com cuidado retiro sua presilha da Barra dos guardanapos e começo a ler.


" Meu doce idiotahead.
Preciso que você saiba que não fiz isso porque quis. Acredite em mim quando digo que queria correr em volta ao teu abraço, sentir teu cheiro e não largar teu beijo nunca mais, mas eu não tinha escolha.
Eu estou tão errada, tão fudida... Eu me odeio por fazer você chorar. Eu só queria que nada disso precisasse acontecer, que pela primeira vez na vida conseguíssemos ser felizes juntos. Mas não dá...
Você já fez tanto por mim, já me salvou de tanto.. Não dá pra deixar algo te acontecer. Prefiro estar morta antes de não poder sentir seu calor pelo coração pulsante.
Eu te amo com todas as minhas forças, mas não vou voltar a te ver nunca mais sem a garantia que seu coração está batendo sem perigo. Mas não te prendo, espero que encontre alguém melhor que eu e que possa te amar sem pesadelos. Quero que não venha atrás de mim, por favor.
Se um dia voltarmos a nos ver, espero ter pelo menos o seu abraço. Se não, saiba que meu coração vai sempre bater em amor por você, pra sempre e sempre... Meu Jughead Jones
( Até parece que você vai realmente ler isso) "


Jogo a série de guardanapos de lado outra vez... Mas que merda! Eu não estou entendendo mais nada, se ela foi ou se não queria, se acredito em suas palavras ou em suas folhas... QUE CARALHOS!
Grito com força e ódio, por que não consigo odiá-la de uma vez? Como nos velhos tempos, evitando toda a dor! Naquele momento, não pensei mais em nada. Não quero e não vou organizar isso, não me importo com mais nada que foi dito.
Eu sei que o que vou dizer agora pode não ser verdade,  mas a partir dali nada mais importaria. É como se não tivesse acontecido nada. Vejo minhas íris tomarem tons escuros, perdem a vida... Que tudo se foda! Eu não quero respostas, não quero mais nada. Eu quero estar longe de mim.


Saio em disparada do estacionamento do aeroporto, dirijo pela cidade como um louco. Chego em casa em um tempo reduzido a metade, estaciono o carro de todo jeito e nem me dou ao trabalho de guardar chaves ou algo do tipo. Abro a porta com um impacto, Verônica corre até mim e eu passo direto por ela.
Subo as escadas e ela me segue até o quarto, assim como o Archie. Entro no closet e sinto o espírito adolescente me assolar outra vez. Coloco um moletom cinza e a touca vermelha, arranco o colar de pedra da lua do meu pescoço e jogo com força no chão, quebrando a pedrinha em estilhaços.


- J-jughead... Cadê ela?- Ronnie fala assustada e eu puxo do bolso da calça a série de guardanapos


- Toma. Interpreta como quiser isso aí. Não me importo com o "Eu te amo", porquê ela me garantiu que nunca vai voltar. Ela tá indo pra Inglaterra, com o Reggie!- Falo com o peso das lágrimas despontando de mim outra vez. Veronica me olha aterrorizada. Passo por eles que lêem os papéis, então quando estou prestes a sair do quarto falo: - Por favor, saiam daqui o quanto antes.


- Cara, onde você vai?!- Archie fala mas eu vou embora- Jughead?!!!- Ele grita, mas corro pelas escadas e saio de casa outra vez.


Subo na minha moto, meu cérebro comanda. Saio em disparada, sem rumo, não sei até onde vou. A brisa gelada da noite recocheteia contra meu rosto, me faz arrepiar e a saudade dos braços dela na minha cintura se fazem presentes. Acelero mais, sem ligar para os sinais, como se a vida pudesse se esvair de mim sem problemas.
Paro em uma mercearia, compro garrafas de diversas bebidas, sem nem olhar quais eram elas antes. Pago tudo e volto pra moto, acelerando pela estrada outra vez. As luzes de Nova Iorque não tinham mais o mesmo brilho. Agora, eu não tinha mais nada que me guiasse, a não ser um cérebro e um coração... Que não bate, em pedaços.
Quando tomo por conta de mim, vejo que meu cérebro também me traiu. Eu estou no lugar, o mesmo lugar, o nosso lugar. O nosso fim do mundo... Quanto tempo que não venho aqui. Tudo era igual, nossas estrelas ainda estavam eternizadas ali. Mas agora... Agora dói muito mais.
Pego uma das garrafas de bebida e começo a botar pra dentro, como se fosse só água. O frio era absurdo, mas não me doía. O caos de Nova Iorque não me impressionava mais, era só um amontoado de luzes e concreto. Sem ela, é como se essa cidade tivesse me amado e ido embora, me deixou sozinho... Partiu meu coração. A pior parte é não ter sido a cidade quem fez isso.
Choro alto, a bebida descia como giletes rasgando minha garganta. Quando menos percebi, eu já tomava a segunda, a terceira... quinta? Sexta garrafa? Não sei. Corro até o limite do morro, jogo uma garrafa ali de cima sem me importar se vou cair junto. Meu relógio marca quase meia noite.
Tiro do meu bolso a caixinha da Tiffany com o anel de casamento, para o nosso casamento de verdade, do jeito certo. Choro mais alto, então grito:


- EU TE AMO ELIZABETH COOPER! EU VOU TE AMAR PRA SEMPRE...- Grito a plenos pulmões e rio descontrolado quando caio sentado, com a caixinha em mãos e olhando o anel de brilhantes- Mas não tem nada que eu possa fazer sobre isso.


Ali se iniciava a primeira noite da trilha do meu coração partido. Dessa vez, o negócio acabou comigo.
Ela se foi, e eu não posso fazer nada sobre isso porquê não sei nem em quem minha confusão está acreditando.
Teríamos um longo caminho de volta meu amor... Mas de volta pra onde?


•••••••••••••••••••••• Betty's P.O.V. ••••••••••••••••••••••

Saio de perto do Reggie e entro no banheiro da primeira classe do avião, ativando o modo aéreo e o Google a cem mil pés para conseguir falar com a Beenzie de dentro do avião que já começa a subir. Regulo meu choro e me acalmo, tenho que pensar demais em pouco tempo agora. Eu sei do risco que estou colocando a Jellyan e o Jason, sou egoísta por isso, admito. Mas eles dois são os únicos que eu sei que não poderão alterar isso.

> Ligação ON <

- Jellybean, tudo que eu vou falar agora é muito perigoso, eu não deveria...- Falo pensando pela milionésima vez

- Que caralho Elizabeth; eu tô pouco me fudendo se podem me matar! Me explica o que aconteceu!- Beenzie fala nervosa, não com raiva

- Seu pai me sequestrou...- Falo com a voz falha e ao lembrar do terror de mais cedo, me apoio no cantinho do banheiro

- COMO É?!- Ela fala incrédula

- Eu tava feliz saindo da Columbia com meu número de CRM e... E-eu só lembro do meu pescoço ser apertado e o ar me faltar. Acho que fui drogada, meu corpo implorava água quando eu acordei..- Falo sem vacilos na voz- Em resumo, seu pai disse que se eu não...- Começo a chorar sem precedentes agora

- Betty, Bee se acalma! Me explica devagar- A Jellybean tenta manter a calma da ligação

- Seu pai me mostrou uma câmera ao vivo direto da arma de um assassino de aluguel apontando pro Jughead e pro Apollo. Se eu não partisse o coração do seu irmão e saísse do país com o... Reggie, ele mataria todo mundo.- Eu falo e meu choro não para, incontrolável e em coração despedaçado

- Ele fez o que?!- A Jellybean fala em desespero

- Eu não pude falar não Beenzie, ele mataria todos vocês... Eu tô indo pra Inglaterra agora, não verei vocês nunca mais enquanto seu pai respirar- Falo e esse pensamento me desmonta outra vez como um tiro, me fazendo cair fraca no chão

- Mas a gente vai resolver isso agora! Eu vou contar a verdade pro Jughead, a gente vai atrás de você e...- Ela tenta, mas eu a Interrompo

- Não pode. Não vai fazer nada!- Falo em completo terror- Se o Jughead vier atrás de mim, vocês morrem igual. Você é de menor, não pode fazer nada...

- Mas que mer... É por isso que você só falou pra mim né?- Beenzie fala finalmente entendendo o que estou fazendo, mas não tem raiva em seu tom

- Foi sim... Me d-desculpa.- Digo entre os soluços do choro- Eu não aguentei tanta dor dentro de mim, eu não suportaria saber que você também me odeia, eu, e-eu..

- N-não precisa se desculpar Bee..- Ela fala solidária

- Agora você já sabe, está feito...- Digo tentando me acalmar- Agora você vai sair da República da faculdade. Agora me entendeu?! Mandei mensagem para o Jason, depositei um dinheiro na conta de vocês e tem um apartamento bem protegido e escondido esperando por vocês dois.

- Mas Bee..- Ela tenta, mas eu não deixo

- Sem mas Jellybean! Você quis saber, eu sou uma irresponsável por contar.- Falo e ela suspira- Não posso machucar mais alguém que eu amo...

- Você é tão forte...- Ela fala com voz fraquinha

- É isso Beenzie. Se cuida e quando puder ver seu irmão outra vez, cuida dele... Por favor cuida dele, só Deus sabe o tamanho do amor e da importância que aquele menino tem pra mim.- Falo em um desespero final, sem estancar o choro.

- Vocês precisam achar seus caminhos de volta...- Ela fala e eu fecho os olhos com força, o frio cresce dentro de mim- Em pensar que ele ia te pedir em casamento hoj..- Ela se interrompe e eu grito, desligando a chamada em seguida.

> Ligação OFF <

A dor era crescente em meu peito, não conseguia respirar, gritava com mais força, minha garganta sentia rasgar. Caio no chão do banheiro levemente extenso, as mãos agarradas com força aos cabelos. O que eu fiz?!
Eu não podia, não podia deixar todos morrerem. A senhora Gladys me falou do que FP é capaz, ele faria um inferno para destruir a felicidade do filho.. É consequentemente, a minha.
Não tenho resposta, a ficha cai em verdade. Não vou vê-los, não vou vê-los nunca mais... O que eu vou fazer agora?! Todos que eu amo, ficaram do outro lado do mundo. Eu machuquei o meu menino, eu o deixei em pedaços, há milhas e milhas de onde estou agora...
Abaixo a cabeça, apoiando a testa sob os braços nos joelhos juntos. Tudo em mim dói, não sinto meu coração, minhas íris perdem o brilho, miñha vida não tem mais um sentido... Ele era meu sentido. Então eu choro, choro e choro até que me sinta saciada. E eu sei que enquanto não estiver no abraço dele, não estarei saciada.
É possível que uma pessoa seja obrigada a nunca poder ficar com o amor? Estou indo para a Inglaterra, em mais um "casamento" arranjado. Afastando quem amo, muros e milhares de quilômetros de distância... Por que Deus? Por que ao menos uma vez na vida não posso ser feliz?
Minhas frações estão sangrando no chão, eu não sinto mais vida em meu corpo. Me percorro e agonizo em ódio de mim mesma. Começo a desferir machucados contra mim.

- Você merece morrer Elizabeth! MORRER ENTENDEU?!- Grito comigo mesma, em estéreo, não sinto mais o que acontece.

Onde será que ele está agora? Será que jogou fora o anel com o qual ia me pedir em casamento? Deus... Ele ia me pedir em casamento. Será que já parou de chorar? Será que me odeia?
São tantas perguntas...
A verdade é que não sei o que tá acontecendo dentro de mim. A culpa de ter feito todos sofrerem ou o sentimento que salvei suas vidas? O mundo seria um lugar melhor sem mim.
Um retrocesso sobe meu estômago, vômito em nojo de mim mesma na privada. Caio sentada outra vez e limpo o canto da boca, estou quieta, calma, silenciada...

Olho meu relógio, vejo como a hora voou. São quase meia noite, restam quatro horas das longas oito horas de vôo até a Inglaterra. Desejo internamente que ninguém precise usar esse banheiro, porquê não vou sair daqui.
Repouso meu corpo no canto do cômodo, choro baixinho. Meu celular toca... Verônica, Archie, Jellybean, Jason... Não atendo. Deixo cair na caixa postal. Jughead não liga uma vez sequer, não sei se agradeço ou se me odeio ainda mais por isso.
Meu corpo desliza em encontro ao chão, sem se importar com nada, tão menos com o frio. Minha cabeça dói e lateja em uma dor que não chega nem perto da que se passa em meu peito... Deixo que as últimas horas de viagem corram sozinhas.
Eu não sei o que vou fazer daqui pra frente. Estou sem rumo, sem ele. Ah Deus... Se pode me ouvir, por favor, faça alguma coisa. Eu não aguento toda a dor outra vez, eu não tenho mais ele, não sei fazer isso sem ele.

Eu mereço ser feliz depois de tudo que o fiz passar? Por que sinceramente, eu não acho.
Mas imploro que alguém me leve de volta a ele....



Capítulo com muuuuuuuita Narração, porém muito necessário.
A parte do Jughead foi pra passar a confusão que ele tá sentindo, e a da Betty foi pra mostrar o quão culpada ela tá se sentindo. Mas todos aqui sabemos que a nossa menina não tem culpa, né?!
Fiquem ligadinhos, volto Domingo ou Segunda com a nossa menina na Inglaterra e o que o Jug faz depois.


Notas Finais


Até mais drammers🤞💖


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