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História Apenas desejamos viver até amanhã. - Eu vou te achar. -T



Notas do Autor


Oi, desculpem mesmo pela demora, tivemos alguns contratempos, eu no caso, mas agora, iremos voltar a postar. Agradeço a compreensão, aproveitem a leitura.

Capítulo 9 - Eu vou te achar. -T


Observo aquele corpo morto sem cabeça jorrar sangue por todo o meu quarto. Apesar de já ter visto piores, aquilo me incomoda profundamente, talvez a dúvida daquilo simplesmente existir, cheio de tumores, como se acabasse de sair de um necrotério e viesse buscar pela minha vida. Lá fora, o caos reina. Me aproximo da saída, pessoas jogadas no chão com seus membros arrancados e chorando de dor, gritando por ajuda, mas qualquer um que visse tal cena, sabe que não há mais nada a ser salvo naquele inferno. Para piorar, ainda haviam essas criaturas que corriam e destruíam tudo em busca de pessoas para se alimentar. É a minha chance, finalmente alguém pode fazer “o meu trabalho sujo”.

As criaturas parecem ter um olfato bem aguçado, eles começam a se juntar no estacionamento logo abaixo do meu apartamento, eles me veem do parapeito do segundo andar, meu andar, um andar com a altura perfeita para cair sobre esses monstros e eles me consumirem completamente. Subo nas grades do parapeito e me preparo para o fim, o meu fim.

 

-

 

Isso é tão frustrante... É a segunda vez que falha e eu saio ileso, me pergunto se Rogério está bem, ele nunca ficou tanto tempo fora de cela... Espero que ele não seja transferido, apesar de ele ser louco, ele ainda é um gênio, é minha única chance de escapar daqui a tempo.

A noite passada tinha sido horrível. Nós éramos sete, planejávamos trocar de cela com os detentos que iriam ser liberados no dia anterior, Rogério deu um jeito de se livrar deles e estávamos esperando para a liberação as 18:00 horas. Porém, alguns minutos antes, algum de nós deu um passo para trás e acabou frustrando completamente o plano. Sinceramente, não sei como ainda estou aqui e não tomando algumas porradas dos guardas... Não posso dizer o mesmo dos outros...

                - Ei! Ei! Para de empurrar! Eu tô indo! – Ouço a voz de Elias passar por lá, agressivo como sempre. Me aproximo da entrada da cela para tentar ver a situação dele... Ele está bem pra alguém de dois metros de altura, poucos hematomas e cercados de guardas tentando leva-lo para sua cela.

De repente, quando Elias me percebe, ele lança um olhar de fúria para cima de mim, ele acha que fui eu que contei, por isso que eu estou aqui...

 

-

 

Eu já estava morto desde o momento que voltei para minha cela e só tinha percebido naquele momento, eu era tão ingênuo. Por que continuo me lembrando desse tipo de coisa? Por que eu simplesmente não me...

                - Socorro! – Ouço gritos de desespero de uma voz masculina com um tom um tanto afinado vindo de uma rua próxima a minha. Alguém ainda estaria vivo naquele caos? Eu não posso deixar isso passar... Além disso, ele parece que não vai viver por tanto tempo assim.

Desço do parapeito com cuidado, apenas com meu revólver em mãos, mas ele não tem tantas balas para aquele tanto de monstros lá em baixo... Escada de incêndio. Sim. Minha única alternativa.

Corro em direção a escada de incêndio, o caminho está livre, parece que só uma das criaturas conseguiu chegar até meu andar. Vou em direção ao térreo nas escadas, nunca achei que viria aqui, os jovens ficavam aqui apenas para fumar maconha e fazer sexo, às vezes, com mais de duas pessoas.

Saio do edifício, averiguando se as ruas estavam limpas, e estavam. As criaturas devem ter sido atraídas para a frente do prédio, isso me dá um tempo para chegar na fonte dos gritos. Após corre um pouco pelos becos, chego a um posto de gasolina antigo, aonde há várias criaturas batendo no vidro de um carro que está na rua, um pouco afastada do posto. Merda, são sete ou oito bichos tentando matar alguém dentro daquele carro. Como não tem nenhuma policia por perto para ajudar?!

Essa é uma ótima cidade, mas escolhi a pior parte dela para morar, eu não estava tão certo de minha situação quando saí de Campo Grande...

 

-

 

Após algum tempo, ouço os passos desengonçados de Rogério ecoando pelo corredor, acompanhado dos passos frios e firmes de dois guardas que o empurravam e o chamavam de lerdo.

                - Tenham paciência, eu tive epifisiólise na adolescência, não sou bom nisso. – Rogério usa a doença de nome difícil que contraiu para justificar sua lerdeza.

                - Ande logo, 243! – O guarda diz, arrogantemente - E cale a merda da sua boca!

Eles abrem a cela e empurram aquele garoto de 20 anos, preso injustamente, assim como outros daqui... Inacreditável como um simples erro judicial estragou a vida desse jovem, teria que passar a vida inteira naquele inferno. Estava esperando os guardas saírem para já falar com ele do novo plano, mas eles não saíram, apenas o olharam se sentar na cama dele.

                - 267, precisamos de você lá fora, agora – O guarda fala, de repente. Adeus ideia de que saí dessa ileso.

 

-

 

Concentre-se, seu idiota! Eles vão quebrar os vidros do carro!

                - Ei! – Grito para chamar a atenção dos monstros – Eu sou bem mais saboroso do que qualquer coisa que tiver ai dentro do carro, seus canibais de merda.

Audição boa também, na hora que gritei, eles já me perceberam.

Todos começam a avançar em minha direção o mais rápido que podem, eles são mais rápidos do que o que derrubou a minha porta. Corro também em uma direção oposta, eu não tinha bem um plano mas espero que o cara do carro se salve.

Ouço o carro dar partida, talvez ele esteja mais leve agora para conseguir se mover. E eu também já estou mais leve, é a minha chance. Paro de correr e olho para eles, chegou a hora

                - Venham me matar, seus desgraçados, eu mereço morrer! Essa vida nunca foi pra mim, venham logo realizar meu último desejo, me matem!

Nesse momento, quando achei que o carro simplesmente iria embora, percebo que ele estava indo em direção aos monstros, conseguindo atropelar dois deles. Mas que merda ele está fazendo?

Ele freia bruscamente do meu lado e abre a porta rapidamente, percebo que é um homem godo e baixo, de mais ou menos 40 anos, ele está usando um terno... Ele me parece familiar...

                - Entre logo, amigo! – Ele diz – Não vamos ter outra chance dessas.

Por algum motivo, eu quero entrar, mas sei que se eu entrar, eu vou viver. Eu não quero mais viver, já perdi tudo, tudo mesmo, por que eu entraria sem motivos pra viver? Eu consegui estragar tudo como sempre e ainda me acho merecedor disso? Que tipo de monstro eu sou?

                - Ei! – Ele grita, impaciente – Entre no carro, não vou te deixar para morrer

Eu deveria? Mas por que?

                - Entre logo! – Ele continua insistindo e olha para trás – Rápido, eles já estão vindo.

Jessica.

 

-

 

Eles me levam para fora da cela e eu me viro para eles:

                - Eu não tive envolvimento nenhum naquilo, eu disse que ele deveria parar, por favor, não me aumentem a pena, podem me mandar para a solitária ou...

                - Você tem uma visita – Um deles me interrompe.

                - Visita?

 

-

 

Aponto minha arma para um dos tanques de combustível e atiro. É certeiro, o tanque explode junto com os outros, fazendo o posto inteiro explodir, junto com as criaturas que estavam próximas no momento. Todas morrem queimadas ou ficam em pedaços. Felizmente, eu estava em uma boa distância. Preciso viver, pelo menos mais um pouco.

                - O que?! – O homem se assusta com a cena – O que você... Você é louco! Por pouco não nos acertou também!

Fui burro e egoísta demais, ela me tirou daquela vida. Eu só pensei da merda do culto e no meu “Propósito”.

                - Preciso acha-la

                - O que? – O homem questiona – Achar quem?

                - Jessy – Entro no carro e fecho a porta – Vamos.

                - Do que você ta falando? – Ele fica enfurecido – Quase me mata e agora quer minha ajuda?! Esquece.

                - Quer que eu te mate de verdade dessa vez? – Aponto a arma para o velho.

Ele engole em seco, sem falar nada, apenas começa a dirigir. Eu vou te achar, Jessica.


Notas Finais


Não tenho nada pra falar... Mas bloqueios criativos são uma merda, isso é fato. Enfim, deixem um comentário legal se gostaram. Se não gostaram, digam o porquê no comentário, ajuda a saber como melhorar. Obrigado


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