1. Spirit Fanfics >
  2. Apenas Ela >
  3. Los Angeles: dia 2

História Apenas Ela - Los Angeles: dia 2


Escrita por: DanyPS

Notas do Autor


Sem palavras pra vocês, meninas. Amei os comentários anteriores. Morri de rir com alguns e morri de fofura com outros. Obrigada de verdade pelo incentivo.
Eu não ia parar a fic por muito tempo, seria só uma pequena pausa pra reorganizar as ideias. E tava pensando em dar um espaço maior entre as postagens dos capítulos pra me dedicar mais a cada um. Tipo um por semana, sei lá. Como eu disse, quando leio a estória fico sem muito parâmetro.
Maaaaas se vocês estão achando que tá bom desse jeito escreve-posta sem muita revisão, se estão gostando, vamos seguindo como tá.
Fiquei fora o dia todo e não deu tempo de responder uma por uma. Mas acho que uma boa forma de recompensar é soltando logo o segundo dia delas juntas. Capítulo mais curtinho, mas tá valendo

Capítulo 23 - Los Angeles: dia 2


Taylor acordou sentindo-se mais relaxada. Ainda não podia dizer que estava totalmente à vontade na casa de Laura, mas seu humor tinha melhorado muito se comparado ao do dia anterior.

Na verdade tinha de admitir que Prepon a surpreendera com a forma que vinha conduzindo toda a situação. Schilling havia ficado tão envergonhada ao ver a cilada que Natasha armara a ponto de temer que Laura pensasse que era cúmplice naquilo. Mas fosse por educação, por pena, ou simplesmente por ainda ter algum carinho por Taylor, a morena fizera de tudo pra consertar o mal entendido. E pra aliviar ainda mais as coisas, a conversa inesperada e franca que tiveram na noite anterior fora fundamental pra melhorar seu astral.

Apesar de tudo, pelo menos haviam conseguido aquele saldo positivo: conversar sobre o que tinha acontecido e desculparem-se. Se ela e Laura se esforçassem, poderiam retomar a amizade abalada. 

Mesmo assim, Schilling ainda pensava em ir embora no dia seguinte. Por duas razões. Primeiro porque estava realmente chateada com Natasha e não sabia se estava disposta a passar por cima do que ela fizera tão facilmente. O outro motivo, e mais importante, era porque não achava boa ideia que ela e Laura ficassem tão próximas. Uma coisa era se resolverem e voltarem a se falar. Outra bem diferente, era ter de resistir à presença da morena ao seu lado o tempo todo.

E Taylor sabia o quanto isso seria difícil pra ela. Tinha consciência de que Laura não tinha a menor intenção de que se envolvessem amorosamente de novo, se é que algum dia ela tivera essa intenção de verdade. Mas pra Schilling as coisas não eram tão simples. Ela sentia falta dos beijos, do toque, dos carinhos. Sentia falta de Laura como sua mulher. E se ficasse ali, teria de se controlar o tempo todo para não deixar que Prepon percebesse isso.

Após tomar um banho, Taylor desceu e encontrou Laura e Natasha conversando na cozinha. Assim que a viram elas tentaram disfarçar, mas a loira percebeu que o assunto era ela. Resolveu deixar pra lá.

- Bom dia – cumprimentou as duas de uma só vez.

- Bom dia. Dormiu bem? Gostou do seu quarto? – Laura era uma anfitriã exemplar.

- Adorei, Laura. Tudo na sua casa é perfeito.

- Bom dia, Schilling – Natasha tentou uma aproximação.

Taylor respondeu apenas com um aceno de cabeça. Sabia que teria de resolver aquele problema com Lyonne, mas naquele momento ainda não tinha certeza se não acabaria gritando com ela de novo.

Uzo desceu em seguida e as quatro sentaram-se para tomar o farto café da manhã preparado por Laura. Por que aquela mulher tinha de ser tão maravilhosa daquele jeito? Era o que Taylor se perguntava.

- Vamos passar o dia fora hoje. Preparadas? – Laura perguntava a todas, mas Schilling notou que ela lhe lançava um olhar especial de expectativa.

- Pra onde vamos? – a loira estava curiosa.

- Por aí... vou ser a guia de vocês.

- Sempre sonhei com isso – Lyonne tentou brincar, mas sua empolgação claramente não era a mesma.

Cerca de uma hora depois já estavam todas em seus lugares no carro de Laura. Taylor preferira sentar atrás com Uzo.

A primeira parada foi Venice Beach. Schilling desconfiava que o objetivo de Laura em levá-las ali era principalmente animar Natasha. O local era a cara dela, um ponto tradicional de skatistas e culturas alternativas. Ali, quanto mais diferente, melhor. E mesmo estando no outono, a orla estava bem cheia. O lugar reunia pessoas tão diversas e peculiares, que elas passaram praticamente despercebidas. Taylor insistiu para que parassem em algumas lojinhas para fazer compras e Laura fez questão de acompanhá-la.

Embora já tivesse ido outras vezes a Los Angeles, percorrer a cidade sob o acompanhamento e o olhar de Prepon era algo único e especial para Schilling. Tinha que se esforçar para não ficar olhando a morena feito boba a cada informação que ela dava.

Uzo também parecia estar se divertindo bastante no meio de todas aquelas bizarrices e Schilling subitamente descobriu-se feliz em estar ali com elas. O incômodo ia ficando cada vez menor.

Depois de mais de duas horas de caminhada, decidiram fazer uma pausa para o almoço.

- O que preferem? Um restaurante mais descolado por aqui mesmo ou algo mais sotisficado? -  Prepon deixava que elas escolhessem.

- Tipo o restaurante do Dylan? Você sempre fez tantos elogios ao lugar.

Taylor não acreditou ao ouvir Lyonne dizer aquilo. Ao encará-la pôde ver o olhar de desafio por parte da pequena mulher. A loira logo entendeu o objetivo de Natasha. Ela estava provocando-a abertamente para que conseguisse alguma reação da parte de Schilling. Ela sabia lidar bem com confrontos diretos, mas a indiferença com que Taylor a tratava é que estava matando-a por dentro. Pois bem, não daria esse gostinho a ela:

- Vocês escolhem, por mim tanto faz.

- De jeito nenhum. Natasha, para. – Laura claramente deu um alerta para a amiga.

- Ok, podemos comer por aqui então. É mais a minha cara – Lyonne falou dando de ombros.

Schilling teve vontade de esganá-la naquele momento.

 O clima no almoço voltou a ficar ameno e Taylor notou que Prepon a olhava com uma certa constância acima do normal, como se quisesse lhe falar algo, mas não tivesse coragem. Achou melhor não perguntar o que era. Se Laura quisesse, que falasse diretamente sobre o quer que fosse. Ela já estava com problemas demais ali para entrar em algum joguinho.

Na parte da tarde Laura levou-as ao Los Angeles County Museum of Art. O museu era simplesmente maravilhoso. Abrigava obras dos quatro continentes e além das exposições permanentes, possuía instalações externas que também chamavam a atenção. As atrizes passaram horas lá, totalmente fascinadas. No finzinho de tarde foram contempladas com uma apresentação de jazz e acabaram ficando até o anoitecer para verem os famosos postes serem acesos, proporcionando um visual digno de cartão postal. Taylor permitiu-se até mesmo posar para algumas fotos junto com as amigas.

Depois de um dia tão cheio, todas admitiam estar mortas de cansaço e resolveram voltar pra casa. Taylor sentia-se completamente dividida, quanto mais gostava da ideia de permanecer em Los Angeles para aproveitar o restante dos dias, mais tinha medo disso acabar trazendo esperanças que depois não seriam correspondidas.

Assim que chegaram, cada uma foi pra seu quarto tomar um banho e descansar um pouco. Resolveram que não sairiam à noite por saberem que pouco aproveitariam, depois da exaustão de passarem o dia inteiro andando.

A loira tomou um banho de água quente demorado e reconfortante. Depois pensou em descansar um pouco, mas não conseguiu ficar cinco minutos na cama. Estava inquieta e sabendo que de jeito nenhum conseguiria relaxar, acabou por se arrumar para descer.

Encontrou Laura na cozinha sozinha, já rodeada por panelas e travessas.

- Oi – Taylor disse de forma tímida. Era a primeira vez que se encontravam sozinhas desde a noite anterior.

- Oi. Pensei que estava descansando.

- Era o que você deveria estar fazendo também. Não precisa ficar ocupada o tempo todo, Laura. Tem que descansar um pouco.

- Estou descansando aqui na minha cozinha. Pensei em preparar um lanche e mais tarde podemos fazer uma sessão de filmes. O que acha?

- Ótima ideia. Quer ajuda?

- Quero. Você pode temperar o frango, assar as batatas e preparar o molho. Acha que consegue? – Laura olhava-a séria.

- Você tá de brincadeira comigo? Eu mal sei cortar uma cebola.

A morena caiu na risada.

- Tinha que ver sua cara de desespero agora.

- Droga, não faz isso. Eu realmente quero ajudar pra não te deixar sobrecarregada, mas não sei o que fazer.

- Senta aí e só olha então.

Taylor bufou. Tinha que começar um curso de culinária urgentemente, não aguentava mais só ficar olhando enquanto Laura sempre cozinhava pra elas. Mal esse pensamento surgira, ela se deu conta do erro que estava cometendo. Aquilo era passado. Um passado recente, certo, mas que não voltaria.

- Tá pensando em que, Schilling?

- Em fazer um curso de culinária. – a loira achou melhor só falar dessa parte.

- Essa eu pago pra ver.

- Não me desafie, Laura Prepon.

As duas riram. Era bom ter aqueles momentos com a morena de novo.

- Quando você vai se resolver com a Natasha?

- Você viu o que ela fez na hora do almoço?

- Ela fez aquilo pra te provocar. A Tasho é uma criança grande.

Pensando melhor sobre aquilo, Schilling resolveu fazer algo:

- Será que ela tá dormindo?

- Tá pensando em ir lá agora? – Laura parecia surpresa.

- O que você acha?

- Vai e se ela estiver dormindo você acorda.

- Boa ideia.

Taylor subiu os degraus de dois em dois já tramando algo pra assustar Lyonne. Entrou no quarto sem bater e encontrou a mulher deitada com os cabelos ainda mais desgrenhados espalhados pelo travesseiro. Assim que a viu tão desarmada e serena, Schilling arrependeu-se de tentar perturbá-la. Ficou olhando a amiga dormindo e só naquele momento percebeu o grande favor que ela lhe fizera. Só Natasha sabia o tamanho de seus sentimentos por Laura e se a trouxera ali, era pra uma tentativa de que se acertassem.

Já estava saindo do quarto, determinada a esperar que a amiga acordasse para conversarem quando a ouviu chamar:

- Taylor?

Schilling virou-se:

- Oi. Te acordei?

Antes que Natasha respondesse, a loira percebeu lágrimas brotando de seus olhos. Aquilo acabou de vez com qualquer resquício de raiva que porventura ainda existisse.

- Ei, não chora – ela jogou-se na cama ao lado de Lyonne, abraçando-a e enchendo-a de beijos – Tá tudo bem. Não vou aguentar te ver chorando.

- Desculpa, Taylor. Fui idiota, burra, egoísta e qualquer outra coisa que queira me chamar. Se quiser me bater, eu vou aguentar sem revidar. Mas por favor, não fica me tratando assim. – Lyonne estava realmente sentida.

- Isso é jogo sujo. Você sabe que eu devia mesmo te dar uns bons tabefes.

- Então dá.

- Nem pra isso tenho coragem. Tive que pedir a Laura pra te afogar na piscina porque eu mesma não conseguiria.

- O que? Que traidora que você é. Ainda bem que a ruiva agora tá do meu lado.

- Você que pensa. Ela aceitou rapidinho.

- Claro né, com você pedindo. Que chance eu teria? Aquela lá era capaz dela mesma se afogar por você.

- Não exagera. – Taylor já estava se sentindo totalmente à vontade com a amiga de novo. Era impressionante a conexão que tinham.

- Amo você, Tayloface. – Natasha deu um beijo estalado em sua bochecha -  Quando me dei conta do tamanho do estrago que tinha feito, já era tarde.

- Tasho, eu já entendi o que você queria fazer. Mas você viu a confusão que deu. Imagine se Laura não tivesse levado as coisas numa boa.

- Eu sei, confesso que tinha mais medo dela do que de você. E foi ela que me salvou.

- Prometa que nunca mais vai tentar ajeitar as coisas do seu jeito daqui pra frente?

- Prometo. Lição aprendida. – como Lyonne estava feliz por enfim terem feito as pazes, decidiu que era hora de mudar de assunto – Já resolveu se vai ficar? Laura me disse que conversaram ontem à noite e você prometeu dar uma resposta final hoje.

- Ainda não.

- Qual é Tayloface. Vai ficar torturando ela até quando?

- Na verdade estou torturando a mim mesma, Tasho. Eu realmente não sei o que fazer. Seguir meu coração ou a razão?

- Você sabe minha opinião.

- Sei, mas prefiro não me basear nela no momento. – foi a vez da loira mudar de assunto: – Vamos descer. Laura tá sozinha cozinhando pra gente.

- Vai indo que logo eu desço.

Assim que Taylor desceu, viu que Uzo já fazia companhia à Laura e sentiu-se menos culpada.

- Pronto. Tudo resolvido.

- Que bom, Taytay. Bem melhor assim. – Uzo estava feliz em ver todo aquele clima pesado enfim se dissipar.

- Vem cá. – Laura chamava-a para perto.

- Eu? – a loira não entendia o que ela queria.

- Quem mais? Vem cá, Taylor Jane.

Assim que Schilling aproximou-se, Laura a tomou em um abraço apertado tão sincero e afetuoso que ela ficou totalmente sem ação.

- Boa menina. – Prepon completou dando um beijo em sua cabeça.

- Para Laura. Você tá me deixando sem graça.

- Posso participar também? – era Natasha que também já estava ali. Sem esperar resposta ela apertou as duas em um novo abraço. – Que bom ver minhas meninas tão calminhas. Nem parecem aquele furacão de ontem.

- Idiota!! – Taylor e Laura falaram ao mesmo tempo e se entreolharam espantadas com a coincidência.

Após o momento demonstração de afeto explícita, cada uma retomou seu lugar.

- Ruiva, que história é essa de que ia me afogar na piscina a pedido da loira?

- Taylor! – Laura parecia indignada com a indiscrição de Schilling.

- Natasha!  Você não tem jeito. – foi a vez de Taylor protestar.

- Já vi que segredos não são o forte aqui né? – Uzo ria daquela bagunça toda.

O restante da noite continuou naquele clima de harmonia. Após se satisfazerem com o farto lanche preparado por Laura, foram assistir um filme de ação. Na hora de se acomodarem nos sofás e poltronas disponíveis, Taylor percebeu que Laura a olhava. Era impressão sua ou a morena estava esperando ela decidir onde ficaria para se sentar ao seu lado? Não querendo correr nenhum risco, Taylor foi para o lado de Uzo.

O tempo todo em que assistiam o filme, mesmo sem olhá-la, a loira podia sentir que vez por outra Laura a estava observando. Talvez o que ela realmente estava esperando era saber o que Taylor decidira. E ela enfim tomara sua decisão. Mas deixaria para anunciá-la somente no dia seguinte ao acordar.

As meninas resolveram emendar o filme de ação com uma comédia. Taylor não resistiu ao cansaço e acabou pegando no sono. Acordou com Uzo, sacudindo-a levemente:

- Ei, mocinha. Vá pra cama. Você está toda torta aqui no sofá.

Mesmo envergonhada por ser a primeira a se retirar pelo segundo dia seguido, a loira realmente precisava deitar. Despediu-se das três e foi impossível não notar o olhar suplicante de Laura quando passou por ela. Mas estava tão sonolenta que de forma alguma iniciaria qualquer conversa aquela hora.

 

Schilling acordou no meio da madrugada com uma sensação estranha. Olhou o relógio na mesa de cabeceira ao seu lado e viu que eram quase três da manhã. Virando-se na cama, quase teve um ataque do coração ao ver Laura deitada a seu lado encarando-a. Quando a morena lançou-lhe aquele sorriso devastador que mexia tanto com ela, Taylor esfregou os olhos pra confirmar se não estava sonhando.

- Laura?

- Oi.

Oi? Só isso? Oi? O que diabos Prepon estava fazendo em seu quarto? Na sua cama?

- O que houve?

- Nada, só estava te olhando dormir.

- O que? – Schilling ergueu-se sentando na cama sem acreditar no que estava acontecendo – Você veio até aqui pra ficar me vendo dormir?

- Na verdade não. – Laura continuava na mesma posição – Vim cobrar uma resposta que a senhorita prometeu dar e fugiu do assunto o dia todo.

- Não acredito que você me acordou pra isso.

- Eu não te acordei. Não conseguia dormir, então resolvi vir até aqui. Já estou há mais de uma hora te observando e você dormia tranquilamente. Se acordou, foi por algum outro motivo.

- Você tá doida?

- Você que tá querendo me deixar doida. Não vai embora, né?

Taylor deitou-se novamente ficando de lado na cama e de frente para Laura.

- Por que você quer tanto que eu fique? Pra se sentir menos culpada?

- Claro que não, Taylor. Não tem porque você voltar pra Nova York e ficar sozinha quando pode ficar aqui com a gente.

Resposta errada, Laura Prepon.

- Quem disse que vou ficar sozinha? – Schilling teve de admitir que adorou ver a cara de espanto de Prepon ao ouvi-la dizer isso.

- Bem, se você tem alguém te esperando lá, realmente não tenho muitos argumentos mais - Laura disse depois de se recuperar.

- Se você quer eu fique só por pena de me ver sozinha lá, não precisa se preocupar.

- Quem disse que eu tenho pena de você? Eu adoro sua companhia e por mais que goste das meninas também, se você for embora vai perder a graça.

Opa, as repostas estavam melhorando.

- Eu vou ficar Laura.

- Sério? – ver os olhos da morena brilhando daquele jeito fez com que Taylor não conseguisse conter um sorriso.

- Sério. Tenho medo de me arrepender dessa decisão. Mas já que estou aqui... – ela não completou.

As duas ficaram se olhando por tempo demais e Schilling começou a pressentir o perigo se aproximando, então resolveu acabar com o silêncio:

- O que vamos fazer amanhã?

- Jodi e Terasa vem almoçar com a gente. E à noite, estava pensando em sairmos. Um bar, uma boate, o que vocês quiserem.

Taylor sentiu um incômodo ao ouvir o nome das amigas de Laura.  Não que não gostasse delas, na verdade Jodi fora muito simpática quando se conheceram e Terasa ela tinha visto uma única vez. Mas já imaginava o quanto a morena ficaria travada na presença das duas, tentando esconder ao máximo a intimidade que um dia tiveram. A loira já estava reavaliando sua decisão.

- O que foi? Não parece muito empolgada.

- Eu não quero criar nenhuma situação constrangedora pra você, Laura. Sabe como a Natasha é sem filtro. Ela pode soltar alguma piada. – pensando melhor ela teve uma ideia: – Se quiser, posso sair com ela amanha. Damos uma volta pela cidade e você fica mais à vontade para receber suas amigas.

- De jeito nenhum. Essa ideia não tem o menor cabimento.

- Amanhã resolvemos isso.

- Já está resolvido. Quero todo mundo junto.

Um novo silêncio se instalou. Laura fechou os olhos e ficou tão quieta que Schilling começou a se questionar se ela tinha pegado no sono. De repente, do nada, ela soltou:

- Senti sua falta, Tay.

Taylor sentiu o coração acelerar. O que Laura estava tentando fazer?

- Foi você que quis se afastar. – Taylor imaginava o que poderia falar pra evitar que a conversa se encaminhasse pra um terreno perigoso.

- Era o que eu precisava naquele momento. Você consegue imaginar como eu me senti? Todos os meus medos jogados na minha cara de uma hora pra outra? E você ali beijando outra mulher na minha frente?

- Se eu pudesse voltar atrás, eu voltaria.

- Não estou dizendo isso pra te acusar, Tay. Só estou tentando fazer com que entenda porque eu me afastei daquela forma. Doeu demais.

- Não doeu só em você, pode acreditar.

- Por que teve que ser assim?

- Talvez pra nos mostrar que só servimos pra ser amigas uma da outra. – Taylor tentou falar aquilo rindo pra que a frase ficasse mais leve, embora fosse totalmente verdadeira.

- É, eu também estava pensando assim nessas últimas semanas.

O que ela queria dizer com aquilo? Que não pensava mais dessa forma? Schilling começou a ficar nervosa. Não estava gostando do rumo daquela conversa.

Encarando-a nos olhos, Laura foi aproximando seu rosto do de Taylor. Devagar, sem nenhum movimento brusco, mas demonstrando claramente o que pretendia fazer. Quando seus lábios estavam quase se tocando, Schilling tirou forças não sabia de onde para interromper aquele gesto.

- Não, Laura. Não faz isso.

A expressão de choque refletida no rosto da morena mostrou o quanto ela ficou surpresa em ser rejeitada.

- Não?

- Laura, de que adianta nos beijarmos pra daqui a cinco minutos ou uma hora ou um dia você se arrepender?

Laura pensou por uns segundos antes de responder.

- Você tem razão, desculpa. - ela já estava levantando da cama, parecendo totalmente envergonhada.

- Fica. – Taylor falou sem pensar.

- Que?

- Fica. Você pode dormir aqui comigo.

- Taylor, você acabou de dizer que é melhor não fazermos nada.

- Sim, eu acho melhor. Mas isso não impede de você deitar ao meu lado. Eu também sinto sua falta.

- Você quer simplesmente dormir ao meu lado? – Prepon estava totalmente confusa.

Ela não era a única, Taylor também estava completamente perdida. Impedir que algo acontecesse entre elas era fundamental para sua sobrevivência emocional. Para ela um beijo nunca era só um beijo. Uma noite de amor nunca era apenas aquela noite. Era incontrolável que fizesse novos planos ao lado de Laura caso se permitisse deixar aquilo acontecer. E de que adiantariam novos planos se sabia que logo eles seriam frustrados como das outras vezes?

- Eu quero ficar perto de você. Se você sair daqui, eu não vou conseguir dormir e você também não. – Schilling tentava encontrar um meio termo.

Laura enfim deu um sorriso:

- Isso é verdade.

Vendo que ela estava à vontade novamente, Taylor insistiu:

- Vem, deita aqui. É só não ficar perto demais.

- Tá achando que vou te agarrar, sua convencida?

- Não, tô achando que eu vou te agarrar – ela brincou arrancando risadas de Prepon.

As duas enfim se acomodaram na cama, procurando uma posição confortável e segura.

 Taylor fechou os olhos e tentou dormir, mal acreditando que conseguira resistir à irresistível Laura Prepon. Com certeza ela merecia um prêmio.

Alguns minutos depois, quando já estava quase pegando no sono, sentiu Laura se aproximando lentamente e encaixando a cabeça em seu pescoço. Ajeitando-se ainda mais, a morena também passou um dos braços em volta de sua cintura. Schilling ligou o alerta, mas percebendo que Prepon não estava tentando nada além disso, acabou relaxando e dormindo rapidamente.


Notas Finais


É interessante ver que algumas querem Taylor esnobando Laura e outras querem que elas voltem a se pegar logo hahaha


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...