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História Apenas fique - Sonhe comigo


Escrita por: Kinders

Notas do Autor


Oi Gente!!



Espero que estejam gostando da História =)
Boa leitura!

Capítulo 5 - Sonhe comigo


A loira observava atenta no rosto envergonhado de sua aluna que ora parecia tão forte e destemida, ora parecia uma criança acuada. Desejava nesse momento ter prestado atenção na menina de dreads a sua frente mais cedo, imaginava quanto tempo de seu ano e até mesmo de sua vida teria perdido só por deixar de reparar naquela criatura, que com tão pouco esforço agora chamava totalmente a sua atenção e a fazia literalmente querer voltar ao passado e não ter feito certas escolhas.

O silêncio pairava no estacionamento vazio da faculdade onde Delphine dava aulas e Cosima cursava o 4° período do curso de ciências biológicas, a chuva chegava calma e fina, Delphine olhou para o céu e decidiu que aquela garoa não estava condizente com o que aparentava que iria cair do céu. Lá no céu as nuvens ficavam claras e escuras, os relâmpagos faziam um verdadeiro show, a chuva logo ficaria forte e perigosa.

–         Venha comigo, te deixarei em casa.

Delphine falou com um tom firme para sua aluna que continuava calada fitando os próprios pés.

–         Não precisa fazer isso, minha casa é longe, se você quiser me ajudar, pode por gentileza chamar um táxi para mim? – Cosima respondeu sem desviar os olhos dos próprios pés.

Delphine sorriu. Sabia que não seria fácil, talvez por isso a menina a sua frente parecia tão interessante. Sim, era exatamente só por isso. Delphine deixava se enganar, como qualquer um que se apaixona a primeira vista por alguém que não deveria e nega para si mesmo dando desculpas esfarrapadas para seu coração. Quem sabe assim essas meias mentiras se tornassem verdades.

–         Srta. Niehaus, vamos ser realistas, você é uma estudante universitária, faz um curso quase integral, ou seja, provavelmente não tem um trabalho, deve viver de alguma bolsa ou de mesada dos pais, vai querer mesmo me dispensar para pagar taxi? Deveria aproveitar a minha gentileza, não vai ser incômodo nenhum te deixar em casa, além do mais seria meu pedido de desculpas por você ter visto aquela cena em minha sala mais cedo. Estaremos quites depois disso.

Pela primeira vez Delphine de alguma forma se desculpava pela cena imprópria que ocorrera horas antes, fazendo então Cosima levantar o olhar em sua direção.

–    Não se preocupe – disse Delphine, após alguns segundos de silêncio –, não vou fazer nada que você não queira.

Delphine mostrou seu sorriso provocador, virou de costas e começou a andar em direção ao seu carro sem esperar pela resposta de Cosima, certa de que sua aluna a seguiria.

–         Vamos logo Srta. Niehaus, não tenho a noite toda.

Essa última frase fez a mulher mais velha sorrir novamente, lembrou-se daquela manhã em que sua aluna entrava em sua aula atrasada, pedindo licença de olhos arregalados, chamando-lhe sua atenção de uma forma que não deveria, parecia que agora aquela menina se tornara outra pessoa, Delphine não sabia, mas era a mesa Cosima de sempre, o que mudava na verdade era o seu olhar para ela.

Cosima caminhou logo atrás revirando os olhos, não adiantava e nem queria discutir com a sua professora, estava cansada e ansiava por um banho e uma boa noite de sono.

–         Isso é tão cliché.

Cosima resmungou para si, não podia deixar de reparar nas curvas de sua professora, sua bunda rebolava de um lado para o outro tão elegantemente, a postura impecável a fazia parecer cada vez mais distante, talvez inalcançável.

Delphine chegou em seu carro, parou ao lado do passageiro e abriu a porta para Cosima que vinha logo atrás, soltou um pequeno sorriso. Cosima não sabia se ficava aliviada ou irritada com tantos sorrisos dispensados a ela.

–    O que é clichê? – Perguntou Delphine - Uma aluna se apaixonar por sua professora, ou conseguir uma carona com ela?

Cosima sentou no banco do carro bufando, apertou o cinto e observou sua professora que ainda a olhava sorridente segurando a porta.

–    Você é tão insolente.

Puxou a porta e a fechou, ouvindo a outra soltar um riso alto do lado de fora. Delphine deu a volta no carro e entrou, passou seu telefone para a mais nova pedindo para que ela colocasse seu endereço no GPS e assim Cosima fez.

–         É… – Delphine observou após ver o endereço – Você mora longe mesmo.

–    Se você quiser, ainda dá tempo para chamar um táxi, assim você pode chegar em casa logo e aproveitar melhor a sua sexta.

–    Eu não quero.

Disse a mais velha com olhos atentos a rua enquanto tirava o carro do estacionamento.

–    Você ainda mora com seus pais? – Delphine ainda não sabia o porquê, mas sentia certa curiosidade sobre a menina ao seu lado.

–    Não, eu moro... quase sozinha - Cosima respondeu olhando para a janela, não se atreveria olhar para Delphine, não cairia nessa tentação.

–    E por que escolheu morar tão longe da faculdade?

–    Simplesmente porque às moradas são muito caras aqui perto, sra Cormier, como você mesmo disse, eu vivo de mesada, que não é suficiente para me sustentar, é apenas uma ajuda de custo que recebo de meus "pais", mesmo trabalhando nos finais de semana, não conseguiria bancar o aluguel de uma casa próximo a faculdade.

Delphine assentiu com a cabeça, já sabia que a resposta seria essa ou algo parecido, precisava puxar assunto com Cosima, não seria nada ruim se a conversa acabasse na cama, com a menina que estava ao seu lado de pernas abertas para ela. Sexo. Sim, era somente nisso que Delphine pensava, era somente isso que queria, novamente tentava enganar a si mesmo com outra meia verdade.

Delphine logo desistiu dos planos de puxar conversa com Cosima quando viu que ela dormia em um sono profundo no banco do passageiro, alcançou um casaco que estava no  banco de trás do carro e o jogou em cima de Cosima cobrindo seus braços desnudos. A incrível vontade de olhar para Cosima não era compatível com a necessidade de olhar para o caminho, mesmo assim Delphine o fazia dividindo sua atenção entre a linda estudante ao seu lado e o caminho para sua casa. A chuva começava a cair forte e Delphine foi obrigada a prestar atenção somente na rua, mas quando estacionou em frente a casa em que o GPS indicava, pôde finalmente colocar os olhos em Cosima, pela segunda vez naquele dia Delphine via a mais nova dormindo e gostava do que via.

Após alguns minutos tentou delicadamente acordar Cosima, mas a sua aluna estava com o sono pesado demais para responder.

Delphine sorriu.

Delphine sabia que esse era um motivo muito bobo para que um sorriso fosse arrancado dela, não entendia como Cosima conseguia fazer isso, ou não queria entender.

A mulher mais velha se aproximou do ouvido de Cosima a chamando pelo seu nome, mas não teve sucesso, deu um beijo em sua bochecha e só depois disso a chacoalhou, chamando um pouco mais alto. Cosima acordou assustada, demorou alguns segundos para se lembrar onde estava, não percebeu que havia dormido no carro, ao  ver onde estava se envergonhou por tal atitude, Delphine oferecera carona, o mínimo que podia fazer para agradecê-la era fazer companhia a ela durante o caminho.

–    Você me deixou dormir…– Cosima disse resmungando, com a voz rouca de quem acabara de acordar – Por que não me acordou?

Cosima ameaçou devolver a jaqueta mas Delphine a impediu.

–    Parecia que você precisava, leve a jaqueta com você para fugir um pouco da chuva até entrar em casa – Delphine novamente sorriu para Cosima, aquela não era a prof.ª Cormier que Cosima conhecia, a mais nova desviou o olhar, não podia encará-la por muito tempo, o dia foi longo e não precisava de mais uma dose de constrangimento.

–         Obrigada pela carona – Cosima falou ainda sem olhar para sua professora –, tome cuidado no caminho de volta – pausou um pouco pensativa, abriu sua bolsa e tirou um papel onde anotou um número –, esse é o meu número, me mande uma mensagem quando chegar – então, ao entregar o papel precisou encarar a Sra Cormier que a fitava com aquele maldito sorriso no rosto.

–         Essa é uma ótima desculpa para conseguir meu número srta. Niehaus.

Cosima semicerrou os olhos e abriu a porta do carro deixando um pouco de chuva entrar.

–         A senhora é tão segura de si, não é mesmo? – Fechou a porta para fugir um pouco da chuva – A chuva está muito forte, então se puder me avisar se chegou bem... afinal de contas você só está longe de casa por minha culpa. Até mais.

Cosima colocou a jaqueta na cabeça e abriu novamente a porta, saiu correndo em direção ao portão de casa, ao abrir subiu as escadas laterais do sobrado e finalmente entrou em sua casa.

Delphine ficou esperando até que sua aluna estivesse dentro de casa para sair. O Caminho para sua casa foi longo e perturbador, quando Delphine acordou naquela manhã jamais esperava que o dia fosse acabar daquela forma. Assim como não esperava acabar o dia sozinha. Cosima conseguiu estragar com seus planos de levar Shay para a cama, mas apesar de tudo, sentia-se feliz com a aproximação da morena.

Assim que Delphine chegou em casa tirou do bolso o papel com o número de sua aluna e o salvou em seu celular, em seguida mandou a mensagem.

“Estou entregue, pode dormir tranquila. Sonhe comigo”.

Delphine riu ao enviar a mensagem imaginando as caretas que Cosima faria ao receber.

Assim que terminou de enviar a mensagem recebeu uma ligação. Ao ver quem era se alegrou, não conseguiu terminar a sua noite na cama de Cosima, mas não iria terminar sozinha.

-    Oi Rachel…

    ...

Do outro lado da cidade Cosima lutava contra o sono, estava deitada em sua cama com o celular nas mãos, esperando a mensagem de Delphine. Quando finalmente a mensagem chegou Cosima se alegrou, sorriu e revirou os olhos ao ler.

“Que mulher prepotente” Pensou antes de cair no sono.


Notas Finais


Parece que tem alguém se apaixonando aqui...

heheheh


Bjus no cérebro!


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