História Apenas me toque com suas mãos - noren - Ten Part Two

CHAPTER 10, KISS?

Em frente a um garoto chinês que gargalhava quase ao ponto de sua barriga explodir, Jeno o olhava contente. Havia contado a piada mais mixuruca de toda sua vida e ainda assim o outro parecia se divertir com ela.

Claro que sua ideia inicial não era contar algo ruim, mas seu nervosismo era seu maior inimigo naquele momento.

Independente disto, ele havia dissipado um pouco do estranho clima que estava instalando-se entre os dois, desta forma, tinha sido por um "bem" maior.

─ Isso foi horrível! ─ Parava de rir aos poucos, esforçando-se ao máximo para não voltar tudo novamente. 

─ Tão ruim que te fez rir tanto? ─ Perguntou já que aquela não era uma reação esperada. 

─ Sim. Muito ruim! ─ Completou entre as risadas: ─ Esperava mais de ti.

─ Eu também. ─ Olhou para baixo um tanto envergonhado. 

Mas ainda assim sorriu, feliz. 

─ Ah, sobre o que aconteceu entre o Mark e o Haechan. Me diga que ficou tão surpreso quanto eu, por favor. ─ Sua voz era séria, mas sorria levemente.

─ O que aconteceu entre eles? ─ Aproximou-se mais do outro. Praticamente tinha todo o braço em cima da mesa para se curvar. 

Parecia que contariam segredos um ao outro.

─ Os dois dormiram juntos. ─ Estava ainda mais surpreso pelo fato de Jeno não saber sobre o assunto. ─ Não sabia mesmo?

─ Eu não fazia ideia. ─ Voltou a sentar-se ereto. O rosto em feição de surpresa não lhe saia da face. ─ Por isso o Mark andava tão estranho ultimamente.

─ O Jaemin quase bateu nele por achar que ele tava falando do Jisung e não do Mark na hora. ─ Lembrou-se da cena. ─ O Haechan não tem jeito mesmo!

─ Espera... Então nossos amigos estão quase todos se pegando. ─ Constatou e depois fingiu parar para pensar. Tinha uma falsa feição de quem questionava algo sério.─ Mas por que a gente não? O que será que eu 'tô fazendo de errado?

Renjun mais nada falou, apenas pegou seu copo de milk-shake e apressou-se em tomar todo o resto que ainda havia. Jeno do outro lado da mesa sorria malicioso. Sentia-se vitorioso por ter tido aquele efeito sobre o outro.

─ Vamos embora? ─ Foi o menor quem perguntou depois de alguns minutos afundado em pensamentos.

Em um movimento rápido, Renjun se levantou, deixou o dinheiro por seus dois milk-shakes na mesa e saiu.

Jeno pego de surpresa, sorriu, tinha deixado o outro com vergonha e isso estranhamente o fazia ficar animado.

Por fim pegou o dinheiro sobre a mesa e correu até o caixa para pagar tudo no cartão. Tentou ao máximo ser rápido, mas a maquina não colaborou muito. Quando enfim o cartão passou, ele praticamente correu até o lado de fora.

Quando seus olhos encontram um garoto baixinho de cabelos acastanhados saindo da livraria ao lado, seu coração voltou as batidas normais e a respiração finalmente se libertou dos pulmões.

─ Demorou. O que houve?

─ Achei que tivesse ido embora. ─ Ignorou a pergunta feita.

─ E passar mais um dia sem entender o que se passa na cabeça do capitão do time de basquete? Jamais! ─ Falou teatralmentre e depois estendeu a sacola em sua mão. ─ Na verdade, eu estava na livraria ao lado. Aqui, para você! Quero que leia. 

─ Hyung, eu falei sério quando dis...

─ Não importa quanto tempo demore, só espero que leia. É Stephen King então não tem como você não gostar. ─ Sorriu calorosamente esperando que o Lee pegasse a sacola. ─ E caso não goste, acho que não poderemos nos ver novamente.

Jeno gargalhou. Era inusitado as dezenas de sentimentos e atos diferentes o garoto a sua frente conseguia mostrar e fazê-lo sentir em poucas horas juntos. Não parecia nada com o Renjun sem expressão dos corredores do colégio.

─ Obrigado, de verdade. ─ Disse se curvando levemente. ─ Prometo ler tudinho!_

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Andaram pelas ruas em silêncio durante algum tempo. Os olhos do Huang vagavam pelo céu azul com um forte sol, enquanto os de Jeno vagavam por Renjun de tempos em tempos. Era legal como o silêncio não precisava ser preenchido.

Porém ambos queriam que fosse.

─ Então... ─ Surpreendentemente foi o menor quem começou. ─ O seu tal pedido era esse? Fazermos "igual" a nossos amigos?

─ Pode-se dizer que sim. ─ Não era de toda verdade, muito menos de meia mentira.

─ Não é tão estranho. ─ Riu um pouco.  ─ Se não contarmos o fato de que você é hétero.

─ Pequeno erro técnico. ─ Falou sério.

Olhou para o lado e viu o sol bater no rosto do mais velho. Ele parecia pensativo e com a mente bem longe dali. Aquilo de certa forma irritou um pouco o moreno. Não só pelo garoto parecer não estar presente ali naquele momento, mas por também não ter desenvolvido algum tipo de habilidade sobre-humana de decifrar pensamentos.

Queria poder saber o que se passava na cabecinha do mais velho. Mal sabendo ele que tudo que invadia os pensamentos de Renjun eram suas mãos e no quanto esforçava-se naquele momento para não tocá-las de soslaio.

Quando já estavam próximos a casa do chinês, os passos de ambos ficaram mais lentos. Assim, tomou um pouco a frente e quando chegaram na porta de sua casa, ficou face a face para o Lee.

─ É agora que você me beija? ─ Jeno foi quem perguntou com um sorriso enquanto a contra gosto colocava a sacola com o livro ganho no chão.

Em resposta ao outro, gargalhou alto.

─ O que você acha? ─ Era retórica, mas gostaria de ouvir uma resposta.

─ Acho que pode se arrepender mais tarde caso não faça agora.

─ Convencido.

Os garotos apenas sorriram durante certo tempo.

Ainda com o sol batendo de encontro com o rosto do menor, Jeno teve a iniciativa de colocar sua mão acima dos olhos do garoto, como a aba de um boné. O sol que chegava até ele passava por cima de seus ombros.

─ Sério, me beija. ─ Insistiu com os olhinhos pidões e a voz quase que em um sussurro.

Com a mente em turbilhões, Renjun decidiu mandar um foda-se a sua consciência e deixar que seu corpo comandasse. 

Assim, os pés do garoto esticaram-se até seus olhos verem os olhos de Jeno, até que sua boca estivesse perto da outra e que as duas respirações misturaram-se parecendo uma só.

Esperar o Huang aproximar-se mais pareceu uma década para o coreano, uma tortura em forma de segundos. Por isso, ele mesmo aproximou-se mais retirando a mão da testa do outro e a deslocando para sua bochecha.

Passou os dedos levemente sobre o local e ali deixou a mão.

Dando fim a aquele miserável espaço que ainda os separavam, o mais novo tocou os lábios alheios de forma suave e demorada. Tinha medo de que caso avançasse rapidamente com toques bruscos, o outro tentasse fugir.

Porque na realidade, queria sentar-se e colocá-lo em seu colo, ou empurrá-lo até a parede mais próxima e ali não o deixar escapar até que o ar os faltasse aos pulmões. Não importava, só queria ter a oportunidade de levar o outro a um nível de excitação que não fosse um beijo em frente a sua casa.

Quando abriu os olhos, reparou que o chinês mantinha seus olhos abertos a certo tempo. Não pareciam assustados ou surpresos, ao analisar bem, pareciam curiosos.

Quando Renjun depositou seus braços no pescoço alheio e ali os deixou enroscados, o coreano teve a confirmação que tanto necessitava.

Com isso, não perdeu tempo em colocar a outra mão livre na curvatura da cintura e a apertar forte. Quando o beijou novamente, passou sorrateiramente sua língua para a boca do chinês e com isso, a explorou. Uma sensação calorosa explodia dentro e fora de ambos.

Para Jeno, era uma pequena excitação que cresceu entre suas pernas. Nada que confirmasse sua teoria. Mas uma pequena faísca que o incentivava a continuar com sua "pesquisa".

Para Renjun, o formigamento em sua pele por onde as mãos do mais novo passavam não seria esquecido tão facilmente.

Na realidade, ele só queria poder correr para dentro de casa.

Precisava urgentemente se tocar lembrando do toque delas.