História Apenas me toque com suas mãos - noren - Twenty One

CHAPTER 21, DRAWINGS 

Ansiedade;

Era essa a melhor palavra para descrever o turbilhão de sentimentos que Renjun sentia "flutuar" dentro de si. Os motivos não necessitavam serem repensados para que ele soubesse quais eram cada um. E é claro que parte - talvez até mesmo todos - deles se davam graças a um coreano de cabelos castanhos e de escuros olhos brilhantes que jogava basquete muito bem.

Só de imaginá-lo sua barriga retorcia-se por completo. Era quase desprezível a forma que seu corpo instantaneamente reagia a cada pensamento que tinha sobre ele.

Antigamente somente suas mãos conseguiam lhe trazer esses sentimentos. Mas agora, simplesmente cada parte de seu corpo lhe causava o mesmo efeito.

Renjun nunca fora do tipo de expressar suas afeições com palavras ou ações, e agora ele sentia que toda essa droga que nutria pelo coreano estava transparecido em todo o seu rosto. Ao menos não estava o demonstrando tanto por suas atitudes – ou assim esperava. 

─ Caramba.. ─ Resmunga baixo tendo esses pensamentos em mente. 

Ele então olha para o céu e seu imenso azul soprando os fios de seu cabelo que ficavam sobre a testa. 

O tempo era limpo com algumas poucas nuvens no céu. Acima de sua cabeça, a árvore do campo do colégio lhe servia de guarda sol e principalmente de grande calmaria. Era o quarto horário e havia o cabulado especialmente para estar ali. E claro que para desenhar também. 

Ao menos dessa vez não eram as mãos de um certo coreano a serem esboçadas ali.

Assim, inundado nestes pensamentos, não nota a presença do capitão do time de basquete se aproximando devagar com um pequeno sorriso no rosto.

─ Oi. ─ O cumprimenta quando ele finalmente entra em seu campo de visão. ─ Não deveria estar no treino agora?

Jeno só poderia ter alguma espécie de censor que monitorava os  pensamentos do chinês para sempre aparecer no momentos mais inoportunos.

─ E deveria mesmo. ─ Fala enquanto se senta na grama em frente ao namorado. ─ Como sabe disso, hyung?

─ O Jaemin me contou. Como você já deve saber, ele é apaixonada no seu outro amigo. ─ Conta com naturalidade. Até porque Jaemin era quase tanto amigo dele quanto era seu.

─ Ah sim, o Jisung. Eu não sei como ele ainda não deu um soco no Jaemin. Eles são vizinhos e ele viv... ─ Ao notar os olhos do namorado deixarem de o observar, ele desiste de terminar sua frase. ─ O desenho é mais importante?

Ouvindo a frase em tom irônico direcionado a si, o mais velho tira a atenção do caderno em seu colo e volta a olhá-lo.

Uma expressão séria está em seu rosto.

─ Você é o intruso, não? ─ O outro nada mais fala. ─ Eu estou brincando, seu bobo.

─ Sabe, não se brinca com essas coisas. ─ Fala de cara fechado, balançando a cabeça de um lado ao outro.

O Huang não consegue conter um sorriso. Aquela era a feição mais fofa que havia o visto fazer. Assim, ele solta seu desenho no chão ao lado, vai um pouco mais para frente e aproxima-se significativamente do outro.

─ Desculpa. ─ Sorrindo, ele coloca as mãos nos ombros alheios e inclina-se o suficiente para dar-lhe um rápido selar. ─ É quase impossível não brincar com você.

─ Espero que isso seja uma coisa boa. ─ O Lee posiciona as duas mãos sobre cada uma das coxas do chinês.

─ É sim. Você faz umas carinhas muito fofas. 

Após dito, o coreano toma a iniciativa de também achegar-se mais para outro beijo. Porém, ao invés de um bitoca, recebe a palma da mão de seu namorado em frente ao seus lábios.

─ O quê?

─ Como assim "o quê"? ─ Era retórico ao perguntar. ─ Nós estamos em uma área aberta. 

─ Mas acabou de me dar um, hyung.

─ Eu posso. ─ Dá de ombros sorrindo pequeno. ─ Além do mais, não tinha ninguém por perto quando eu fiz, agora tem algumas garotas se aproximando.

─ Ah, então vamos namorar escondido?

─ Não escondido... ─ Ele para enquanto faz uma expressão pensativa. ─ Discretos. Não é que vamos esconder das pessoas, mas é que ninguém precisa saber, não é?

Voltando ao local onde estava inicialmente, o mais velho se recosta na árvore atrás de si vendo seu namorado engatinhar para fazer o mesmo.

─ Ótimo argumento. ─ Ri entre as palavras. ─ E os nossos amigos?

─ Nesse caso fica ao seu critério, Nono.

─ "Nono"? ─ Indaga surpreso. Era sem dúvidas a primeira vez que o garoto usava outra palavra para referir a si que não fosse seu próprio nome.

─ Não gostou?

─ Bom, eu preferiria um "amor", "bebê" ou "vida". Mas tudo bem, "Nono" já é um começo.

─ Só nos seus sonhos vou te chamar dessa forma. ─ O tom é brincalhão, mas as palavras são sinceras.

Sentindo-se cansado para discutir sobre o bobo assunto, o mais novo só discretamente deita a cabeça no ombro ao alheio. 

O local era extremamente macio e cheiroso. Conseguia sentir o refrescante cheiro da mistura do perfume e do próprio aroma do seu garoto ali.

Algum tempo se passa com o casal daquela forma, nem um centímetro a mais ou nem um centímetro a menos havia mudado entre eles. Renjun continuava a desenhar com os joelhos dobrados a sua frente e seu namorado continuava deitado em seu ombro enquanto mantinha-se totalmente calado - fazendo o chinês o olhar de canto algumas vezes para ter certeza de que não tinha adormecido daquela maneira.

─ O que acha? ─ Segura o caderno em frente a visão de ambos para mostrá-lo direito.

─ Ficou lindo. ─ Estende os dedos da mão esquerda para levemente tocar a folha. ─ Aliás, tenho um desenho seu em casa.

─ Meu? ─ Questiona intrigado.

Não lhe vinha a mente alguma vez ter dado um de seus desenhos a ele.

─ Sim. Se lembra do dia em que te chamei para um encontro? Estávamos exatamente aqui no dia.

Como um filme rápido e com pequenas cenas, o Huang recorda-se do tal dia citado.

Havia sido uma tarde igualmente ensolarada. Ele estava ali com Hyuck enquanto desenhava e quando o amigo saiu, Jeno se aproximou para conversarem. Foi tudo muito rápido e normal, em momento algum havia lhe dado alguma folha com um de seus esboços.

─ Sim, acho que me lembro vagamente.

─ Bom, eu estava brincando com uma das folhas arrancadas de seu caderno com os desenhos que jogou fora. Era uma bolinha pequena. ─ Comenta antes de continuar: ─ Eu acabei levando ela pra casa e uma das funcionárias encontrou quando foi lavar a calça que usei no dia. Por sorte não acabou tudo molhado. Eu até pensei em te devolver, mas como estava toda embrulhada, imaginei que não quisesse mais.

Sabendo que tudo que tinha desenhado naquela data remetia-se as mãos do próprio garoto, seu coração acelera-se levemente.

─ Era uma mão, né?

─ Sim, uma muita linda por sinal. ─ Ele assim pega a mão que Renjun utiliza para manter o caderno na frente deles e a segurar sobre a sua. A diferença no tamanho entre elas era quase fofa. ─ É a sua?

─ Não. ─ Gostaria de contar a verdade, mas provavelmente seria estranho. ─ Era somente um esboço bobo.

─ Só um esboço? ─ Para o Lee, o traços eram todos altamente estáveis e fortes para um simples esboço - mas provavelmente era porque não entendia nada sobre o assunto.

─ Sim, eu sou péssimo em desenhá-las e aquela foi uma tentativa de melhorar as minhas habilidades. ─ Não era uma completa mentira, nem uma inteira verdade.

Aproveitando que o mais velho já estava deixando que sua palma ficasse abaixo da dele, ele entrelaça os seus dedos nos do outro e discretamente coloca ambas daquela forma sobre as suas pernas estiradas.

E no fim, ri sem-vergonha sentindo-se a pessoa mais esperta do mundo em ter feito aquilo sem que ninguém ao redor notasse.

─ Então você conseguiu. Ela ficou muito linda mesmo. Tão linda quanto a sua. ─ Continuava tendo em face o mesmo sorriso anterior.

O coração do Huang continuava acelerado. 

Provavelmente porque sua mão estava completamente acomchegada com a de Jeno, ou porque alguém poderia os ver ali, mas provavelmente era porque o namorado havia tocado em um tópico ao qual não estava sendo completamente honesto.

Porém no momento, Renjun tomaria a primeira alternativa como a verdadeira. Num próximo minuto - talvez - iria pensar na segunda opção. 

E assim, naquele exato segundo aproveitaria de todo o coração o que estava vivendo.

 ─ Tem razão. ─ Sorri soprado olhando de soslaio de suas mãos até o namorado que ainda encontrava-se deitado sobre o seu ombro. ─ A mais bonita de todas...