História Apenas uma Fã - Capítulo XXX

Capítulo XXX

Emanuele — Londres, Inglaterra

Sentei-me na cama rapidamente e encarei Harry, ele sorriu e se aproximou, pondo a badeja sobre o criado-mudo e sentou-se na cama. Ele respirou fundo e pegou a colher e logo trouxe a minha boca um pedaço de mamão. Ficamos nesse silêncio enquanto ele me dava comida, sem retirar os seus dos meus. Algum tempo depois eu havia terminado.

— O que você está fazendo aqui? – não o encarei, mas sei que ele estava me encarando com aquele par de olhos verdes.

— Vim ver como você está e, também, para levar você e o bebê para casa. – ele disse calmo, coçando a parte traseira de sua cabeça. — Não entendo o porquê você ter saído da nossa casa, seu relacionamento é comigo e você deveria ter ignorado a minha mãe. – ele segurou minhas mãos e fez um carinho nelas. — Quero estar perto de vocês, eu amo vocês sem medir esforços! – ele disse eufórico. Harry se abaixou e beijou a minha barriga. — Quero acompanhar o crescimento do nosso bebê.

Sorri com sua atitude. Harry estava me encarando, esperando que eu o respondesse.

— Eu não queria ter saído de lá, do mesmo jeito que não queria ter ouvido as barbares que Anne me disse; tudo o que ele proferiu me machucou muito. – suspirei contendo as minhas lágrimas. — Ela ofendeu o meu bebê! Sei que a sua vida virou-se de cabeça para baixo, assim como a minha, mas ela não pode me culpar por algo que eu não fiz! – quando eu percebi as lágrimas estavam escorrendo por meu rosto e eu pude sentir toda a dor que eu estava sentindo em maior evidência. — Sempre quis sua felicidade.

— Eu decidi ficar ao seu lado, Emanuele, e essa decisão se cabe em todos os momentos, sejam eles bons ou não. Desculpo-me pelas barbares que ela lhe disse. – seus polegares secaram as minhas lágrimas. — Quero que você volte para casa para podermos passar por esse obstáculo. Quero ver um sorriso nesse rosto lindo que você tem.

Confesso que me senti melhor com as falas de Harry, me senti segura. Ele retirou os sapatos e entrou embaixo do edredom comigo, passando seu braço por minhas costas.

— Quero conversar sobre o nosso bebê.

— O que você quer saber?

— Quero saber de tudo! Como soube da gravidez, quando iremos poder saber o sexo, nomes que podemos escolher e quantos serão. – ele disse tudo em um fôlego só. — Eu gostaria que fosse uma menina, quero ter uma bonequinha para poder mimar.

— Ok, irei te contar tudo. – entrelacei nossos dedos. — Minha menstruação estava atrasada e isso me preocupou. Compartilhei com a Gemma o que estava acontecendo, ela contou para a minha mãe e para Anne e, assim, decidimos fazer testes de gravidez que, para a minha surpresa, todos deram positivo. – Harry estava ouvindo tudo atentamente. — Fiquei radiante quando eu vi os dois risquinhos e decidi que iria te fazer uma surpresa no Brasil, mas foi nesse momento que houve um imprevisto. – disse a última parte bem baixinho, não queria ser questionada sobre esse assunto. — Pensei em alguns nomes e eu decidi que eu deveria escolher o nome se for menino e você deveria escolher se for menina, no entanto nós temos que entrar em um consenso. E o sexo só pode ser visto do terceiro mês em diante.

— Nossa! Eu queria estar aqui para acompanhar tudo em primeira mão. E, aliás, eu já tenho ideias e nome, sendo eles: Jasmine, Dominique, Emma e Sophia. – seus olhos estava brilhando. — São diversas possibilidades... Enfim, você tem ideias do que quer?

— Pensei em alguns nomes brasileiros como Davi, Benjamin e Lorenzo... Existem muitos nomes, é difícil de decidir. Apenas quero que o nome tenha um significado que faça sentindo para ambos. – ele concordou. — Amanhã eu tenho pré-natal e quero saber se você quer ir comigo.

— Quero sim. Ainda bem que eu trouxe algumas roupas para passar uns dias aqui

— Não sei se quero voltar de imediato para a sua casa e, não sei se quero voltar para aquela casa. – ele me olhou por um instante. — Não sei se quero voltar para uma vida a dois assim de cara, quero-me sentir bem para poder voltar.

— Ok, vou respeitar a sua vontade e tempo, apenas saiba que eu quero seu bem e estar ao seu lado. Podemos reformar a casa e deixar aconchegante para nós três! – ele disse animado. Aconcheguei-me em seu peito. — Agora vamos descansar um pouco, por favor.

— Vamos dormir então! Boa noite, cachinhos.

(...)

Acordei-me com um barulho no corredor e logo deduzi que fosse Liam. Levantei-me da cama cuidadosamente e fui até meu roupeiro, onde separei roupas íntimas e uma muda para eu poder usar. Fui para o banheiro e fiz todas as minhas higienes matinais. Um tempo depois Harry estava parado na porta do banheiro.

— Achei que você tivesse fugido. – ele apoiou-se no batente. — Você é linda.

Ri da sua frase e sentei minhas bochechas ganharem um rubor.

— Pega a toalha ali, por favor. – ele fez o que eu pedi. Enrolei-me e saí do box. — Sou linda sim, muito obrigada! Agora eu vou me arrumar para ver o meu feijãozinho. Espero que ele seja perfeito!

— Uma junção nossa só irá dar perfeição, você pode ter certeza. – eu já estava fora do banheiro enquanto Harry estava fazendo suas higienes. — Já pensou se forem gêmeos? Já imagino diversas crianças correndo por nossa casa.

— Não pense tão longe, Harry. Uma bela criança já está de bom tamanho. – estava terminando de me vestir. Logo Harry terminou suas higienes e se vestiu. Saímos de casa e logo estávamos no local onde o pré-natal será feito. Tomamos café em uma padaria. — Bom dia Catarina.

— Bom dia senhorita Riachuelo. Bem, a médica Martinez já está a sua espera na sala quinze. – ela checou os dados no computador e me encarou. — Precisa de ajuda para chegar lá?

— Não Catarina, mas muito obrigada.

Ela assentiu e voltou o seu olhar para a enorme tela do computador.

Nós seguimos em silêncio até a sala. Minhas mãos estão suando e eu me sinto nervosa. Assim que cheguei à sala quinze bati na porta e logo entrei. A médica sorriu e nós mandou sentar.

— Bom dia Emanuele! Como está indo a gravidez?

— Está indo bem, e agora está muito melhor. – sorri encarando Harry.

A médica nos encarou e pode deduzir que Harry é o pai do meu bebê.

— Bem... Sua mãe me ligou preocupada essa semana e me disse que você não estava se alimentando direito. Você sabe que não pode fazer isso, Emanuele. O seu bem-estar é preciso para que o bebê fique bem. Não queremos um novo aborto.

Fiquei sem reação. Ela estava me dando uma bronca e com razão.

— Deite-se na maca, irei fazer a ultrassonografia.

Fiz o que ela pediu-me. A médica levantou minha camisa e passou o gel para dar início a ultrassonografia. Eu estava ansiosa olhando para a pequena tela onde eu poderia acompanhar o procedimento. Ela estava com uma cara de surpresa, que me preocupou.

— Está tudo bem? – logo em seguida eu pude ouvir um som forte de coração batendo, o que me assustou.

Harry me encarou sem entender nada, assim como eu estava. A médica sorriu e olhou para mim.

— Eles estão saudáveis, estão se desenvolvendo bem.

Arregalei meus olhos em pura surpresa. Eles? Não estou grávida de gêmeos!

— Eles? – Harry tomou a frente, vendo que eu estava sem reação.