1. Spirit Fanfics >
  2. Apocalypt Life (Apocalipse Zumbi) >
  3. I'm not dangerous anymore

História Apocalypt Life (Apocalipse Zumbi) - I'm not dangerous anymore


Escrita por: Leups

Notas do Autor


oi oi pessoas

como sempre, cá estou eu, atrasada
hoje não tem capa, mas eu tento pôr ela mais tarde

ouvi a música Mr. Loverman 52 duas vezes, qual psicólogo vcs me recomendam? preciso de um profissional, de preferência

haters do Tsukishima, sofram, pq hj tem mais

Capítulo 8 - I'm not dangerous anymore


Kageyama seguiu o professor até uma escada. Quase todos os degraus estavam cedendo, então eles tiveram que ir com cuidado. O andar de cima também era perigoso, então eles andavam devagar, o que deixava Kageyama cada vez mais curioso. Em quanto isso, ele contava ao mais velho sobre o que descobriu dos dois prisioneiros. 

-Acha que é verdade? - Kageyama perguntou no fim de sua explicação. 

-Se ele não é do exército, o que me parece provável pela idade dele, ele teve contato com alguém que era, com certeza. - Ukai respondeu. - Você vai entender quando vir o que achamos. 

Não deu outra. Quando os dois se viraram para entrar no cômodo empoeirado, sua visão teve que adaptar-se com a simples e fraca lanterna, que Sugawara virava de um lado para o outro, um tanto assustado.  

Haviam algumas armas, todas levantadas contra a parede. Uma leve camada de poeira as cobria, mostrando que já estavam a um tempo ali. Noya e Tanaka seguravam duas pistolas, um sorriso animado nos lábios. Daichi parecia nunca ter visto tantas armas de fogo. 

-Wow... - Kageyama arfou, entrando no quarto para vê-las mais de perto. 

-Ainda não dá para todos nós, mas já é um avanço. - Daichi disse ao ouvir ele caminhar para perto de si. 

-Hinata se dá melhor com facas, não vai se importar. - Tobio disse. 

-Bom, não seja por isso. - O castanho abaixou-se. 

Do chão, perto de seus pés, pegou um grande porta-facas de tecido negro. Não era tão colorido ou variado como o de Saeko, mas possuía tantas facas quanto. Essas, por outro lado, eram facas de caça. Eram raras de se encontrar nessa região do Japão, então o moreno soube de imediato que não eram daqui.  

-Acha que isso tudo são deles? 

-Há duas mochilas cheias de comida também, então eu consigo acreditar que eles têm passado vários dias aqui. - Daichi respondeu, fechando o porta-facas novamente, e o estendendo para Kageyama. - Entregue pro Hinata. 

-Ele não está aqui? - Kageyama olhou em volta, notando só agora que o ruivo não estava presente. 

-Disse que ia tentar conversar com a loirinha também. Yachi, não é? - Daichi olhou pensativo pra cima, pensando se esse era mesmo o nome dela. 

-Aquele idiota... 

-Ele parece não ter nenhuma intenção de deixa-las para trás. - O castanho agora o fitou. - E você? O que acha? 

-Tsukishima é arrogante, e não vai saber trabalhar em equipe. Não sei se vale a pena nos arriscarmos por ele. - Tobio respondeu, logo desviando um olhar irritado. 

-Mas o Tadashi obviamente não vai sem ele. - Daichi disse. - E seria bom ter uma enfermeira habilidosa na equipe. 

-Ou seja, nós vamos leva-los... - Kageyama disse, um pouco decepcionado. Daichi não estava errado. 

-Há há! Não se estresse, tudo bem? - Sawamura pôs uma mão no ombro dele, sorrindo. - Eu vou pensar melhor nisso tudo ainda. 

Keep me here 

My heart, is near 

My love has gone away 

Tell me true 

My heart is new 

My love has gone away 

 

Ukai, mais uma vez, fumava, sozinho na varanda quebradiça daquela mansão aos pedaços. Olhava para o céu escuro daquela noite refrescante, murmurando a letra de uma música que ele não se lembrava onde tinha ouvido. Suas írises acompanhavam o movimento das nuvens, em quanto ele ignorava o rosto cercado de fumaça. Aquele era seu último maço de cigarro, e ele sabia que se quisesse mais, teria que procurar por isso. 

Porém, isso o fez pensar. É assim que a vida funciona? Quando queremos algo, temos que procurar por ela? Por que existem tantas exceções então? 

Quando o grupo confirmou que os responsáveis pelo bando que atacou a faculdade eram aquele grupo que mantinham presos agora, sentiu uma raiva crucial tomar conta de si. Ao mesmo tempo, não conseguia pensar em nada que a aliviasse. 

 

It’s ok 

I know someday, I'm gonna be with you 

It’s ok 

I know someday, I'm gonna be with you 

 

Quando pensava na vida, só conseguia chegar à conclusão de que ela era muito injusta com certas pessoas. 

Se a lei da vida era procurar, então era só ele procurar por Takeda que o encontraria? 

Com certeza não... Afinal, sua vida nunca fora tão fácil assim. 

Nessas horas, lembrava-se de quando ele e Takeda se conheceram. Ambos dariam sua primeira aula naquela faculdade enorme. Estavam nervosos, e ao mesmo tempo, lisonjeado. Takeda lia um livro que Ukai sempre tivera curiosidade de conhecer. Então, eles sentaram lado a lado, e Ittetsu começou a folhear as páginas para ele, um total desconhecido. 

Era bom pensar nesses dias. 

Qual era a frase que Takeda nunca gostara naquele livro? A frase que o deixava triste por reparar que era verdade? 

-” Esse é o problema da dor. Ela precisa ser sentida” - Ele disse baixinho para si mesmo. - Ou era algo como... “A dor é o preço de quem vive”? Ah, nem me lembro mais... 

-Você quer companhia? - Daichi deu um passo que fez a madeira ranger pela casa toda. - Ou prefere ficar falando sozinho? 

-Por que? Precisa conversar com alguém mais velho pra decidir o que fazer com aqueles pirralhos? - Ukai respondeu, não tirando o olhar do céu. 

-Você leu a minha mente. - Daichi soltou um riso, e se apoiou ao lado do professor. - E então? Qual sua opinião? 

-Hm, andar com os caras que mataram o Takeda. Parece promissor, não acha? - Ele deu um olhar sarcástico ao castanho. 

-Você não realmente acha que eles mataram o Takeda-sensei. - Daichi disse. - Ainda que tente pôr a culpa em alguém, você só consegue continuar se culpando. 

-Nem parece que eu sou o mais velho aqui. - Ele puxou deu um trago forte ao falar, fazendo Daichi rir. 

-Seja sincero comigo, por favor. 

-Bom, se eles não colocarem o resto do grupo em risco, eu não vejo porque não os levar.  

-Não acha ruim aumentarmos o número de pessoas conosco? 

-Nós não íamos ser um tipo de grupo heroico que salva os outros? - Ukai amassou as cinzas com o pé, e depois o encarou confuso. 

-Sim, mas não podemos ir tão longe com tantas pessoas! Se pelo menos tivéssemos um lugar fixo... Algum tipo de abrigo permanente. 

-Não voe tão longe, pivete. - Ukai deu um tapinha na cabeça dele. - Não sabemos nem se o mundo todo está nessa mesma situação e você já quer montar uma comunidade?  

Sawamura desviou o olhar um pouco constrangido. Ouvindo desse jeito, parecia mesmo uma ideia precipitada. Depois de passar tanto tempo com Hinata, achava que estava quase entendendo porquê ele era tão esperançoso. Nesse novo mundo de morte e escuridão, ter esperança clareava um pouco as coisas. 

-Não pegue toda a responsabilidade só pra você. - Ukai aconselhou, sério. - Somos um grupo. Conte com seus novos amigos também. 

Kyoko saiu do cômodo após deixar comida para Yachi, e agora ia para o cômodo de Yamaguchi. Porém, seu corpo estremeceu quando ela ouviu passos dentro. Ele se soltou? Estava tentando fugir? E se for isso, ela deveria chamar alguém, ou tentar a sorte de captura-lo por conta própria. 

Mesmo não confiando muito em si mesma, entrou no cômodo com os punhos levantados do jeito que Tanaka sempre fazia com seu Brass. 

Duas pessoas se viraram assustadas para ela. Tadashi se encolheu de medo, mas Hinata correu apressadamente para ficar na frente dele, e olhou para a morena com um olhar suplicante. 

-Hinata-kun, o que é isso? - Ela indagou, abaixando lentamente os punhos. 

-Ele não merece ficar preso assim. - Hinata explicou, também abaixando seus braços. - Yamaguchi não teve nada a ver com o sequestro.  

-Mesmo assim, ele pode tentar salvar os outros e fugir. - Kyoko continuou dando um rápido olhar para o esverdeado. - Não podemos nos arriscar assim. 

-Eu vou tomar conta dele, eu prometo. - Hinata juntou as mãos num sinal de imploração. - Só por favor, não conte a ninguém! Deixe-me falar com ele, por favoooor! 

Shimizu ajeitou os óculos sobre seu nariz e olhou para eles novamente. Yamaguchi não tinha a expressão de quem pretendia fazer algum mal, e não tinha tentando fugir nenhuma vez. Talvez não precisassem ser tão rígidos assim, mas ela manteve uma respiração desconfiada. 

-Amarre-o quando for dormir, e então tudo bem. - Ela disse por fim, fazendo os dois soltarem um ar aliviado. 

-Obrigado Shimizu-senpai! - Hinata deu um sorrisinho para ela. 

A morena saiu da sala ainda desconfiada, mas dessa vez, sabia que podia confiar no julgamento de Hinata. E no fim das contas, ele era forte caso o prisioneiro tentasse alguma coisa. Shoyou se virou para Yamaguchi, e então os dois se sentaram um de frente pro outro, mantendo uma distância segura. 

-Bom, eu te soltei porquê... queria conversar com você. - Hinata começou cruzando as pernas e o fitando. - Como dois seres humanos. Sem esse negócio de tentar se matar ou machucar. 

-Eu entendo... E gostaria disso também, Hinata. - Yamaguchi balançou a cabeça. - Eu acredito de verdade que todos vocês sejam pessoas legais. 

-É, somos sim. - Concordou. - Mas então, por que não me conta um pouco sobre você? Acho que diferente daquele grandão, você não é tão chato. 

-Hehe, o Tsukki é uma pessoa difícil... Mas ele vai entender, eu prometo. - Yamaguchi disse, e então olhou para cima, pensando por onde deveria começar.  - Bem, eu vivi praticamente minha vida toda com meu avô. Ele é japonês, mas morávamos nos Estados Unidos, já que meus pais tinham emprego por lá. Eles eram muito ocupados, então eu raramente os via... - Ele disse com um pouco de mágoa. - Mas eu não os culpo. Afinal, eu aprendi tudo que eu precisava com meu avô! 

-Ele deve ser muito inteligente pra ter te ensinado tanta coisa. - Hinata disse. 

-Sim... Ele era... 

-Era? - Hinata fez uma cara confusa, e depois arregalou os olhos. - A-ah, desculpe, eu... 

-Não, tudo bem. - Yamaguchi abanou a mão. - Ele ganhou pneumonia á dois anos atrás. O tratamento não era difícil, mas a aposentadoria não daria conta de pagar... Então eu usei esse dinheiro para fazer a faculdade de administração e dar a vida que meu avô merecia. Foi nessa época que eu conheci o Tsukki... - Ele abaixou o olhar, e um sorriso nostálgico surgiu em seus lábios. - Ele era grosso e distante, mas ele e meu avô se davam muito bem. Ele trazia filmes do Jurassic Park para nós três assistirmos lá em casa. A gente comia pipoca doce e ficava rindo da cara assustada do meu avô quando o T-rex aparecia. 

Hinata tentou, mas não conseguiu imaginar aquele loiro babaca e frio num momento tão caloroso quanto esse que Yamaguchi descrevia. Porém o sorriso nos lábios dele era tão verdadeiro que não podia ser mentira. 

-Por causa do Tsukki, meu avô foi muito feliz! E eu também... - Ele disse, levantando os olhos úmidos. - No meu último ano, a pneumonia evoluiu. Meu avô não tinha mais chances nem com o tratamento. Era tarde demais... - Uma lágrima escorreu por sua bochecha pintadinha, mas ele estava sorrindo. - Na ambulância, ele me disse para valorizar o grande amigo que eu tinha conseguido, e disse que eu deveria aproveitar a vida, assim como ele.  

-Ele... morreu pela doença? - Hinata se arrependeu de perguntar, fazendo uma careta. 

-Sim. - A resposta fez o ruivo se confundir. - Eu estava na ambulância, quando ele me disse suas últimas palavras. Depois disso, eu passei a morar na casa do Tsukki com o... - Sua voz despencou, e ele travou. 

-O...? 

-Boke! - A porta foi aberta de uma só vez, e os dois deram um pulo. - Me dê uma boa razão para eu não chutar a droga da sua bunda nesse exato momento!  

-Kageyama, eu posso explicar! 

-Não vai conseguir explicar se for morto. Saia daí agora! - Kageyama esbravejou batendo um pé.  

-Eu já volto, ok? - Hinata sussurrou para Tadashi, e então correu na direção do maior. 

-Você não vai nem o amarrar? Realmente, qual é o seu problema?! - Kageyama bateu à porta com força quando o menor saiu, e franziu o cenho pra ele. 

-Por que você é assim? Estávamos conversando! 

-Oh sim, desculpe por evitar que talvez ele meta uma faca na sua garganta! - Kageyama ironizou irritado. 

-Foi o Tsukishima-kun que me ameaçou, não o Tadashi, então será que você pode parar com toda essa preocupação besta??! 

-Nós o chamamos assim agora? - Kageyama não gostou nada do pronome acrescentado no fim daquele nome. 

-Eles não são maus Kageyama. Só tiveram que fazer coisas ruins para sobreviver. 

-Quando você soube de algo assim? 

-Eu acho que já sei quem eles tiveram que matar. - Hinata disse, um olhar mais sério. - Eu acho que o Tsukishima teve que matar o irmão dele. 

Tadashi ficou num canto, abraçado aos seus joelhos, e pensando se estava certo em contar sua vida para Hinata. Por acidente, quase tinha revelado o que aconteceu. Se Tsukishima descobrisse que ele falou tudo desse jeito, o loiro nunca mais olharia em sua cara, tinha certeza disso. 

Se assustou quando a porta foi aberta novamente, e Shoyou entrou no cômodo em silêncio. Ele trazia consigo um pedaço de tecido grosso, que com a pouca iluminação, ele não conseguiu perceber o que era. 

-Kageyama me deu isso. - Hinata se sentou na frente dele de novo, vendo que estava curioso sobre o novo objeto. 

Ele colocou o tecido entre eles, e abriu o lacre, estendendo-o. Uma coleção de 5 facas se abriu, e o esverdeado reconheceu na hora o precioso conjunto que Kei tinha ralado tanto para conseguir. Alguém teria um surto de raiva quando descobrisse, mas Tadashi estava maravilhado por finalmente vê-las de perto. 

-São de vocês, né? Meu grupo as encontrou lá em cima. - Hinata contou, tirando uma das facas de seu lugar. 

-Tsukki e eu nunca tivemos coragem de usa-las. São tão... bonitas. - Yamaguchi respondeu, admirando as curvas que a lâmina fazia. - Vocês podem leva-las. Podem levar tudo que quiserem, inclusive a comida. 

-O que quer dizer? 

-Sei que seus amigos não confiam tanto em nós. - Yamaguchi deu um sorriso cúmplice. - Eu vou entender se nos deixarem aqui. 

-Nada disso Yamaguchi! - Hinata se precipitou e segurou as duas mãos do esverdeado. - Eu não vou te deixar pra trás! Nem mesmo Tsukishima, ou Yachi! Todos vocês irão conosco! 

Yamaguchi olhou um pouco surpreso para as mãos trêmulas que seguravam a sua com todo aquele calor. O ruivo em sua frente tinha tanta esperança que chegava a brilhar. Como... o sol, talvez. Isso fez Yamaguchi ficar emocionado, e apertar suas mãos com as dele também. 

-Obrigado... Hinata. Muito obrigado. 

No dia seguinte, Kyoko entrou no cômodo para entregar um pouco de comida para Yamaguchi, e encontrou dois corpos adormecidos. Hinata e Tadashi dormiam um do lado do outro, quase que abraçados, próximos ao kit fechado de facas. A morena ficou os observando, antes de abrir um sorrisinho. Deixou a comida ali mesmo, e fez o máximo de silêncio possível para sair dali. 

Do lado de fora, Tanaka a esperava com uma expressão vermelha, mas tranquila. A morena o questionou com o olhar. 

-Você disse que... gostaria que eu te ensinasse á... lutar. - Ele disse, coçando a nuca e levantando seu brass. - Acha que é... uma boa hora...? 

Kyoko olhou para o brass, depois para ele, e depois para o brass novamente. Ela colocou uma mexa de seus cabelos negros atrás da orelha, e ajeitou seus óculos, levemente nervosa. 

-Por mim, tudo bem. - Disse por fim, fazendo a boca do careca tremer. 

-Vocês dois. - A voz de Daichi os interrompeu. - Nós vamos fazer as últimas perguntas. Deviam escutar também. - Ele aconselhou, sério. 

Shimizu e Tanaka se entreolharam, e apenas afirmaram com a cabeça. Daichi às vezes conseguia ser tão assustador que ninguém além de Sugawara conseguia desafia-lo. Atrás deles, todos desceram as escadas, carregando algumas bolsas, e novas armas penduradas em seus braços. Noya arqueou uma sobrancelha ao perceber que Tanaka havia falado com Kyoko. Ele se aproximou com um sorriso irônico. 

-Só um apocalipse pra fazer você namorar. - Noya disse, segurando o riso quando o maior corou. 

-Nós não estamos...!  

-Vocês dois! - Suga apareceu ao lado deles, segurando sem jeito uma pequena pistola. - Não irritem o Daichi, ou vocês vão aprender a voar rapidinho. 

-Eu acho que você devia aprender melhor como segurar uma arma, Suga-san. - Yu olhou incrédulo para o jeito trêmulo que Suga segurava sua arma. 

-Ninguém nasce sabendo ok?! - O acinzentado esganiçou. - O Asahi-san não sabia nem o que era um gatilo 

-Gatilho Suga, gatilho.  

-Não importa! - Brandou, dando um puxão leve na orelha de Nishinoya. - Vai ajudar ele menino. 

O castanho soltou um gritinho de dor e obedeceu aos pedidos do maior. Foi atrás de Asahi para ajudá-lo a não ter um infarto caso não conseguisse segurar uma faca. 

O grupo entrou no cômodo. Kageyama e Hinata já estavam lá dentro. Hinata segurava as mãos de Yachi atrás das costas, a garota, mesmo que nervosa, mas calma do que ontem. Kageyama segurava com força as mãos de Tsukishima, o loiro com uma expressão entediada no rosto, em quanto sussurrava provocações para o moreno. E para a surpresa de todos, Yamaguchi estava solto, alisando suas mãos um pouco trêmulas. 

Hinata se precipitou e explicou sobre o porquê achava que Tadashi merecia estar solto, e jurou aos amigos que ele era confiável. Daichi e Ukai trocaram um olhar pensativo, e no fim concordaram. 

-Nós vamos fazer as suas últimas perguntas para vocês. E no final, podem decidir o que querem fazer. Estamos de acordo? - Os dois menores afirmaram, o loiro apenas estalando a língua. 

-Primeiramente... - Ukai deu um passo para frente, olhando rancoroso para o altão. - Por que vocês enviaram um bando de zumbis para a faculdade? 

Yamaguchi iria responder, mas ele percebeu que aquela pergunta não era para si. Tsukishima se recusava a responder, mas o grupo não parecia estar com muita paciência. 

-Nós planejávamos sair da cidade. O bando estava na divisa. Ou morreríamos, ou nunca sairíamos daqui. - Tsukishima respondeu baixo. - Não vemos pessoas á pelo menos um mês. A faculdade tinha espaço, então eu decidi que era o mais esperto a se fazer. 

-Então a ideia foi sua? 

-Sim. 

-Isso não é verdade! - Yamaguchi se sobrepôs. - Tudo bem que eu e Yachi não aceitamos de início m-mas... nós fizemos isso juntos porque queríamos sobreviver!! Nunca pensamos que estaríamos matando alguém! 

-Cale a boca Yamaguchi. - Kei o fitou pelo canto dos óculos, a voz ríspida. - Vocês nunca aceitaram a ideia.  

Hinata olhou com um pouco de pena para o esverdeado. Era óbvio que ele tentaria defender Tsukishima, mas o loiro sempre tinha uma vantagem em suas discussões, e isso sempre fazia o menor abaixar a cabeça culpado. 

-Segundamente... - Agora fora Sugawara que dera um passo firme para frente. - O que vocês sabem sobre esse apocalipse? 

Dessa vez, Tsukishima não conseguiria responder mesmo que o batessem. Seu olhar recaiu sobre seus pés, e ele fechou os olhos. Não iria mesmo responder. 

-Uma pessoa que nós conhecíamos era do exército a-americano! - Yachi disse rápida, vendo que os dois amigos não conseguiam falar sobre o assunto. - Ele fora um dos primeiros a ser comunicado quando o vírus começou a se espalhar. Ele veio até nós para nos avisar e nos ajudar a fugir para um lugar seguro. Mas... 

A loirinho também não conseguiu responder. Escondeu o rosto nos cabelos e derramou uma lágrima silenciosa. O grupo pôde deduzir o final, e resolveram deixar a curiosidade para lá. 

-E por fim... - Daichi pôs as mãos na cintura e passou os olhos pelos três. - Vocês estão á dispostos a proteger uns aos outros, independentes da força? 

Tsukishima levantou o rosto, e olhou pacientemente para o líder castanho. Dar sua vida por idiotas? Que tipo de pergunta é essa? 

-É claro que n- 

-Sim!! - Yamaguchi usou uma mão para abaixar a cabeça de seus dois amigos, numa reverência de confirmação. - Nós vamos com certeza aproveitar essa segunda chance! 

Sugawara e Daichi se entreolharam, e depois abriram um sorriso caloroso. 

-Bom, então bem-vindos ao grupo. 

Kageyama, contra todas as suas vontades, cortou a corda fina que amarrava as mãos de Tsukishima. O maior massageou os punhos, e depois lhe deu um sorriso convencido, de quem tinha acabado de ganhar uma luta. Kageyama fez uma careta, se afastando. Hitoka abraçou Yamaguchi quando solta, e eles comemoraram em silêncio o fato de estarem cercados de novos companheiros. 

-Hm, Yamaguchi? - Nishinoya se aproximou um pouco culpado do esverdeado. - Nós encontramos isso lá em cima. É seu, não é? 

Nishinoya tirou de trás das costas um belíssimo arco e flecha. Sua cor prateada era polida, reluzindo a fraca luz do sol que passava pelas janelas quebradas. Sua estrutura era longa e afinada, quase mais altas que ele. Sua corda também era branca, combinando com toda a sua estrutura. Suas palhetas eram levemente entortadas, e sua base não tinha nada muito chamativo, exceto pelo nome “Yamaguchi” entalhado ali. 

-Ah, sim! - Tadashi pegou o arco, o segurando com uma mão. Verificou para ver se tudo continuava inteiro. - Muito obrigado. 

-Você... s-sabe atirar com isso? - Asahi perguntou, ao lado do castanho. Seus olhinhos brilhavam. 

-Sei sim. - Yamaguchi sorriu. - Meu avô me ensinou muitas coisas. Ele me deu isso no meu aniversário de 18 anos. 

-Incrível... - Os dois soltaram. 

-Vocês querem morrer, por acaso? Esse é o plano de vocês? Porque senão eu tô fora. - Tsukishima cruzou os braços, o olhar fixo nas cortinas rasgadas. 

-O que foi, Tsukishima? - Daichi questionou, se aproximando da janela. 

O olhar do líder logo se tornou mais preocupado. Zumbis estavam espalhados pela rua asfaltada. Pelo mato cercando a casa, ele não conseguiu contar, mas sabia que não eram tão poucos. Virou-se para o grupo, e pensou no que falar para não desesperar ninguém. 

-Se equipem. Nós precisamos partir antes que mais zumbis se acumulem na rua. - Disse. 

-Já tem tantos assim? Nós nem ouvimos nada durante a noite! - Tanaka já estava debruçado na janela, tentando ver por entre as ervas daninhas. 

-Por que será? - Tsukishima ironizou. 

-Yamaguchi, você pode ficar com o arco. Podemos ver suas habilidades lá fora. - Ukai tomara partido, segurando uma faca em cada mão. - Você, mocinha, ficará ao nosso lado o tempo todo. Pode não ter força física, mas você é muito inteligente. - Ukai abaixou-se um pouco para dar um canivete á ela. Agora, ele se levantara e olhara sério nos olhos caramelo de Tsukishima. - E você não precisa que alguém que coloque um babador em você, precisa? 

Kei estalou a língua e arrancou a faca da mão dele, guardando em seu cinto do exército. Ainda achava que tudo aquilo não passava de uma grande idiotice. 

Depois de alguns minutos de planejamento, eles saíram pela mesma porta de fundo. Aqueles que carregavam bolsas grandes iam no centro, protegidos pelos mais fortes do grupo, que os rodeavam com suas armas em mãos. Por agora, eles resolveram não usar as grandes armas de fogo, já que ninguém tinha a menor experiência. Yachi parecia prestes a desmaiar, mas Kyoko conseguiu acalma-la. 

-Vai dar tudo certo. - Ela disse, carregando duas bolsas grandes ao lado da menor. - Você não os conhece, mas eles são muito fortes. 

A loirinha engoliu em seco e confiou na maior. Eles chegaram á calçada, e estavam prestes a seguir a rua, quando os zumbis do outro lado os avistaram, e começaram a vir todos juntos em suas direções. 

Com as bolsas cheias de munições e comida, eles não conseguiam correr, então no momento, tiveram que lutar contra os zumbis. Sugawara teve que se segurar nos braços fortes de Asahi, ou não conseguiria nem olhar para Daichi perfurando tão facilmente aqueles crânios.  

Yamaguchi não conseguiu demonstrar tanto suas habilidades quanto gostaria. Se errasse, por mínimo que fosse, poderia acabar acertando um de seus companheiros, então ele optou por acertar os zumbis mais lerdos, que ainda vinham de longe. Suas flechas brancas voavam por cima de todos, e logo acertavam a cabeça de uma das criaturas, sujando-se de sangue.  

Hinata notou que fazia muito tempo que ele não treinava. Seus movimentos estavam um pouco lentos, e mais fracos que os de Kageyama. Isso o frustrou, e o fez errar o passo. Seu pé virou-se, e ele caiu de barriga no chão, a ardência indo para seus pulmões. Ele ouviu os sons guturais se aproximando de suas costas, e tentou se afastar, mas seu tornozelo queimou, e ele não conseguiu nem se mexer. Olhou para cima, vendo a boca de dentes podres cair sobre si. Tentou chuta-la, mas o zumbi fazia força. Na hora que fechara os olhos para não ver, o som de uma lâmina soou, e o zumbi caiu para o lado, morto. 

-Você é patético, tampinha. - Tsukishima tinha um olhar reprovador logo acima de si.  

-M-meu tornozelo, acho que eu o machuquei! - Hinata gritou, olhando para trás para os zumbis que se aproximavam. Os outros estavam muito ocupados, então o loiro era sua única opção. - Dá pra me ajudar um pouquinho??! 

-Não. - Tsukki respondeu, se virando. 

-Tsukishima!! - Ele gritou de novo. - Por favor! 

O loiro soltou o ar longamente, a irritação daquela voz subindo por suas veias. Guardando sua faca, ele se virou e esticou seu braço, os olhos ardendo de raiva por baixo dos óculos. 

-Você vai me dever muito seu pedaço de merda. 


Notas Finais


me contem nos comentários, qual personagem vcs estão ansiosos para aparecer? :D
vamos interagir seus fedidos

pra quem quiser ter uma ideia, esse é o arco e flecha de baby Yams: https://pin.it/4ffo7Cg

música do capítulo:
it's ok - tom rosenthal
https://youtu.be/w46azZVnqp0

bjo


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...