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História Aprendendo A Amar - Isso Tudo É Culpa Sua


Escrita por: MoniVillalba

Capítulo 26 - Isso Tudo É Culpa Sua


Lucero acompanhou todo o processo de transfusão de sangue sem soltar a mão de Viviane. Algumas horas depois, o processo acabou e o doutor sorriu para ela.

 

 

− Vamos?

 

 

− Para onde? – Lucero perguntou confusa.

 

 

− Viviane será transferida para o quarto, ela já não corre mais perigo e agora a senhora e o senhor Fernando poderão ficar com ela o tempo todo.

 

 

− Graças a Deus. – Lucero sorriu emocionada e beijou a mão de Viviane.

 

 

Depois de terem transferido Viviane de maca, alguns enfermeiros saíram a empurrando com Lucero e o doutor atrás. Ao ver isso, Fernando se levantou confuso.

 

 

− O que está acontecendo?

 

 

− Nossa filha não corre mais perigo e não precisa mais estar na UTI. – Lucero sorria comovida.

 

 

− Deus ouviu nossas orações. – Fernando sussurrou igualmente emocionado.

 

 

− Vamos. – Lucero segurou a mão de Fernando e ambos seguiram os enfermeiros que carregavam Viviane.

 

 

Depois de acomodarem Viviane, os enfermeiros se despediram e saíram, deixando Lucero e Fernando a sós fazendo com que eles se perdessem na conversa sobre a infância de Viviane. Até naquele momento, Lucero via como Fernando conhecia mais a sua filha do que ela mesma, mas se tudo desse certo logo ela teria a chance de se aproximar mais e ser a mãe que a moça sempre precisou.

 

 

~ ♥ ~

 

HORAS DEPOIS

 

 

Fernando saiu do quarto por alguns instantes para se alimentar, deixando Lucero com Viviane. A mulher lia uma revista sentada em frente à cama da filha e vez ou outra a olhava e suspirava ao vê-la ainda dormindo. Mas depois de um tempo, Viviane abriu os olhos devagar sem reconhecer o local em que estava, mas encontrou Lucero e seu coração se aliviou.

 

 

− Mamãe? – Viviane sussurrou.

 

 

Lucero quase não acreditou ao ouvir a voz de Viviane e correu até ela, segurando sua mão.

 

 

− Minha filha, que bom que você acordou. – Lucero não parava de beijar a mão de Viviane, emocionada.

 

 

− Onde eu estou?

 

 

− Nós estamos em um hospital dos Estados Unidos. Você sofreu um acidente de carro quando estava indo fazer o desfile. – Lucero falou com os olhos marejados.

 

 

− E há quanto tempo estou aqui?

 

 

− Há dois dias. Você precisou fazer uma transfusão de sangue, por isso dormiu esse tempo todo.

 

 

− E quem fez a doação?

 

 

Lucero forçou um sorriso. Ela poderia muito bem dizer que foi qualquer pessoa do hospital, mas não queria mentir para Viviane.

 

 

− O seu pai. – Lucero falou com a voz embargada e pigarreou disfarçando.

 

 

Aquilo de certa forma não era uma mentira, realmente o pai de Viviane havia lhe doado o sangue, só não era o pai que ela pensava. Mas a moça ficou tão surpresa que não percebeu a expressão de Lucero.

 

 

− Não sabia que o papai tinha o mesmo tipo sanguíneo que eu. – Viviane sorriu confusa.

 

 

Lucero ia responder, mas foi interrompida pela entrada de Fernando que se surpreendeu e se emocionou ao ver Viviane acordada.

 

 

− Filha, você acordou! – Fernando correu até Viviane.

 

 

− Eu já soube que você doou o sangue para me ajudar, meu herói. – Viviane brincou sorrindo.

 

 

Fernando e Lucero pararam de sorrir e se encararam. O homem não acreditou que Lucero havia dito aquilo para a menina, mas já estava feito e ele não podia desmentir, pois faria Viviane ficar confusa e desconfiada.

 

 

− É o meu dever de pai. – Fernando forçou um sorriso.

 

 

Viviane alargou o sorriso e quis esticar a mão livre para pegar a mão de Fernando, mas não conseguiu, parando de sorrir. Ela tentou novamente com todas as forças, mas continuou sem sucesso.

 

 

− Eu não consigo me mexer. – Viviane falou desesperada.

 

 

− O quê?! – Lucero perguntou assustada.

 

 

− Eu não consigo esticar minha mão. – Viviane começou a chorar tentando mexer os dedos.

 

 

− Calma, meu amor, deve ser por que você passou muito tempo parada. Eu vou chamar o médico. Fica com ela, Fernando. – Lucero saiu correndo.

 

 

Fernando se aproximou mais de Viviane e começou a acariciar o cabelo dela tentando acalmá-la.

 

 

− O que será que eu tenho, papai? – Viviane perguntou chorando.

 

 

− Eu tenho certeza que não deve ser nada. É como sua mãe falou, os ossos ficam dormentes depois de muito tempo parados. Fique tranquila. – Fernando engoliu o seco.

 

 

Fernando não queria nem imaginar o que poderia ser, por isso resolveu esperar o médico chegar. Segundos depois, ele adentrou no quarto junto com Lucero que vinha com os olhos marejados.

 

 

− Boa noite. Eu posso te examinar, Viviane? – o doutor perguntou cauteloso.

 

 

Viviane tentou assentir nervosa, mas também não conseguiu.

 

 

− Eu também não consigo mexer o pescoço. – Viviane falou com a voz embargada.

 

 

− Nós já vamos checar isso. – o doutor falou.

 

 

Lucero caminhou até onde estava antes, segurando a mão de Viviane. O doutor levantou devagar o lençol das pernas da moça, deixando-as à mostra e tirou uma caneta do bolso, passando de leve no calcanhar dela.

 

 

− Sente algo, Viviane? – o doutor perguntou.

 

 

− Não. –Viviane respondeu chorando.

 

 

O doutor fez o mesmo no outro pé.

 

 

− E agora?

 

 

− Também não.

 

 

− Viviane, aperte a mão da sua mãe. – o doutor pediu.

 

 

Todos a encararam com expectativa e Viviane tentou fazer o que lhe foi pedido, mas mais uma vez não conseguiu se mover. Na verdade, nem sequer sentia nenhum membro do seu corpo, era como se todos eles estivessem adormecidos.

 

 

− Eu não consigo, não posso! – Viviane soluçou desesperada.

 

 

− Shhh, tenha calma. – Lucero sussurrou com a voz embargada e abraçou Viviane mais forte.

 

 

− O que eu tenho, doutor? – Viviane encarou o médico.

 

 

− Eu acho melhor repetir alguns exames antes de dar o diagnóstico. Com licença, vou pedir para preparar a sala. – o doutor falou sério e saiu.

 

 

Viviane voltou a chorar e Lucero beijou sua testa tentando não fazer o mesmo enquanto Fernando encarava as duas sem saber o que fazer ou dizer.

 

 

− E se eu nunca mais conseguir me mexer? – Viviane encarou os pais.

 

 

− Não diga isso, meu amor. Eu tenho certeza que não é nada demais. – Lucero engoliu o seco encarando Fernando.

 

 

− Vai ficar tudo bem, filha. – Fernando falou direcionando o mesmo olhar temeroso a Lucero.

 

 

Ambos sabiam o que aquilo poderia ser, mas tentavam não pensar no pior, principalmente por estarem perto de Viviane que já estava bastante nervosa. Minutos depois, o doutor voltou ao quarto com alguns enfermeiros que levaram Viviane até a sala de exames enquanto Lucero e Fernando continuaram aguardando onde estavam. Lá dentro, o doutor realizou uma ressonância e um raio-X, sem precisar de maiores laudos para comprovar o que ele já sabia que Viviane tinha. Eles voltaram para o quarto e os pais da moça encararam o doutor nervosamente e ficaram ao lado de Viviane quando ela foi colocada novamente na cama.

 

 

− E então, doutor, quais foram os resultados do exame? – Lucero perguntou nervosa.

 

 

− Infelizmente com o acidente, Viviane teve uma lesão na medula espinhal e quando isso ocorre, afeta os músculos dos membros superiores, inferiores e algumas vértebras da coluna que impedem a locomoção da pessoa.

 

 

Lucero, Viviane e Fernando se encararam entre lágrimas.

 

 

− Eu não vou mais andar, é isso? – Viviane perguntou com a voz embargada.

 

 

− Não, minha querida. – o doutor abaixou a cabeça.

 

 

Lucero escondeu o rosto em Fernando que a apertou enquanto Viviane encarava o nada, sem acreditar no que estava acontecendo.

 

 

− Não, isso não pode ser. – Viviane soluçou. – É mentira, não é? Fala que é mentira! – ela gritou.

 

 

− Procure se acalmar.

 

 

− Como se eu perdi a minha vida inteira?!

 

 

− Filha, ao menos você está viva. – Lucero soluçou.

 

 

− Pois eu preferia estar morta a ter que viver desse jeito. – Viviane falou fria. – E não adianta chorar, Lucero, isso tudo é culpa sua.

 

 

Todos se assustaram com a forma da moça falar. Viviane sempre foi doce, meiga e mais do que isso, amava Lucero com todas as forças até quando a mulher lhe destratava.

 

 

− Não fale assim. Você não sabe o que eu daria para estar no seu lugar agora. – Lucero falou chorando.

 

 

− Mas infelizmente não está! – Viviane enfatizou. – Eu passei a minha vida inteira querendo o seu carinho, a sua atenção e o seu amor, coisa que você devia me dar por espontânea vontade. Quando eu vou fazer algo contra a minha vontade, só por amor a você, para que você se orgulhe de mim, acontece isso, tudo o que eu sonhava se destruiu por sua causa. E agora você quer dar uma de mãe amorosa e preocupada por quê? Por pena e remorso da garota chata que você deu a luz.

 

 

Lucero abaixou a cabeça soluçando, sabendo que Viviane tinha razão em dizer todas aquelas coisas. Ela sempre soube que uma hora a menina se revoltaria, só não esperava que fosse tão doloroso daquele jeito, mas ela merecia por ser uma mãe que passou a vida inteira desprezando e culpando a filha pela desgraça que sua vida se tornou por causa da sua mente inocente e apaixonada por um canalha que nunca a mereceu.

 

 

− Filha, não fale assim com sua mãe. Ela... – Fernando tentou falar, mas Viviane o interrompeu.

 

 

− Tira essa mulher da minha frente que eu não estou suportando olhar na cara dela. – Viviane falou dura.

 

 

Lucero encarou Fernando com os olhos banhados de lágrimas.

 

 

− Viviane, tente se acalmar. Nesse momento você vai precisar ter paciência para conseguir se reabilitar na sua nova vida. – o doutor falou.

 

 

− Eu vou me acalmar assim que ela sair daqui. – Viviane falou desviando o olhar de Lucero.

 

 

Todos se encararam e quando Fernando já ia falar novamente, Lucero se manifestou.

 

 

− Eu saio. – Lucero falou com a voz embargada e foi até a poltrona, pegando a bolsa com as duas mãos e encarando Viviane. – Se é para o seu bem, eu passo o resto da vida sem chegar perto de você. Com licença. – ela saiu rápido.

 

 

Fernando olhou para a porta. Ele sentiu pena de Lucero, por mais que ele estivesse lhe avisado que mais cedo ou mais tarde aquilo aconteceria, a mulher não merecia ser tratada daquela forma, pois apesar de seu jeito frio e distante com Viviane, ela sempre amou a filha e trabalhou a vida inteira para dar tudo que ela quisesse.

 

 

− Eu já volto. Com licença. – Fernando saiu atrás de Lucero.

 


Notas Finais


O pior aconteceu e Vivi se revoltou contra Lucero. Será que ela merecia um castigo tão grande assim? :(


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