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História Aprendi com Você! (Adaptação Clexa) - Aparando as arestas


Escrita por: debnamtaylor

Capítulo 5 - Aparando as arestas


Passei o fim de semana pensando em Anya, em como chegar até ela pra conversar sobre aquela noite, contar o meu lado da história. Depois de muito pensar decidi ir até o café, se eu quisesse conquistar a ruiva teria que repensar a minha atitude e me abrir com ela. Todos os funcionários eram familiarizados comigo, então acabei indo em direção ao escritório sem ser anunciada, como já fizera tantas outras vezes, mas a encontrei na escada que dá acesso ao apartamento do primeiro andar, provando uma das suas muitas estripulias culinárias na cozinha do café, linda e com aquela aura de menina mulher que encanta a todos.
-- O café tá quase fechando!
-- Eu sei ruiva, mas nós precisamos conversar - não estava disposta a deixar o lugar antes de falar a ela sobre meus sentimentos.
-- Alexandra desculpa, eu tô cheia de trabalho acumulado no escritório. Adoraria te fazer companhia nesse momento, mas tenho prazos a cumprir - sabia que ela estava chateada, em outros tempos o trabalho não nos impediria de passar horas na companhia uma da outra.
-- Eu peço apenas vinte minutos da tua atenção, se você não quiser falar comigo depois, eu te deixo em paz. Será que a gente pode subir? - a ruiva nada disse, apenas subiu as escadas, tomei isso como consentimento para segui-la até a escada do apartamento.
-- Ok. Não lembro de ter conversado com você sobre meus pais, eles são divorciados...
-- Então toda a pressa pra me deixar a par do teu histórico familiar, acho que tá meio tarde pra isso... - é, a moça estava afiada...
-- Vou te contar como tudo aconteceu e então você vai entender onde quero chegar, apenas peço que escute.
-- Cresci numa família bem estruturada financeiramente. Meu avô materno, Bernardo, era um homem muito sensato e apesar de não ter muitas posses, sonhava o melhor pra filha única. Dono de uma pequena propriedade rural, desde o nascimento da minha mãe abriu uma conta poupança no banco da cidade e bem depois, quando ela havia atingido a puberdade, fez uma aplicação financeira, sonhando vê-la com um diploma universitário e uma quantia suficiente para iniciar sua carreira profissional. Com dezoito anos ela conheceu meu pai numa festa típica da cidade, começaram a namorar às escondidas e seis meses depois descobriu que estava grávida. Os dois se casaram e meu avô não teve outro remédio a não ser dar o dinheiro, da sonhada universidade, para que eles abrissem um negócio próprio e assim poderem se sustentar, já que eram muito jovens e não tinham formação para o mercado de trabalho. Na época eles começaram com uma pequena oficina de reformas de estofados, três anos depois estavam com uma casa de móveis em sede própria, mais cinco anos e tinham filiais em outras duas cidades, além de uma fábrica de móveis personalizados. Tudo isso graças ao talento para negócios da minha mãe, que eu acredito ser herança paterna. Dona Indra, então, se desdobrava para criar duas filhas, ser uma esposa dedicada e ainda gerir os negócios junto com o marido e sócio, vulgo meu pai, que na verdade era um sanguessuga aproveitador. Apesar de muito ativa e presente em todas as etapas do negócio, minha mãe sempre teve adoração pelo marido, confiava nele com a própria vida, a ponto de assinar muita coisa às cegas. Numa dessas, ela deu a parte que lhe cabia na sociedade de bandeja ao querido esposo. Quando eu tinha oito anos meu pai foi embora de casa viver com a secretária, como era dono de tudo, vendeu a rede de lojas, a fábrica e nossa casa para levantar capital e montar um negócio com a mulher da sua vida, queria escrever junto com a “esposa” uma nova história e deixou a nós três na miséria. Minha mãe entrou em depressão profunda, tentou tirar a própria vida mais de uma vez, não sei que seria de nós sem meus avós a segurar as pontas, porque ela estava totalmente destruída. - terminei o relato a muito custo tentando controlar as lágrimas, mesmo depois de tantos anos nunca deixou de doer.
-- Sinto muito por vocês, deve ter sido uma barra. - Comentou sensibilizada.
-- E foi, eu passei o resto da minha infância e a adolescência acompanhando os altos e baixos de minha mãe. Odiando o amor que ela sentia por ele e jurando nunca me apaixonar, jamais dar a alguém a oportunidade de me aprisionar como ele fez com a vida da minha mãe. E consegui levar essa minha resolução com êxito até aquela tarde no café...
-- Lexa...
-- Anya, escuta, eu sei que não agi bem contigo no dia que você me beijou e me senti imensamente culpada por tudo. Por te levar pra minha casa no momento em que você estava tão triste e em vez de te alegrar, como era minha intenção, acabei te magoando mais. Por deixar você ir embora sem conversar e principalmente por não te procurar para falar sobre o que aconteceu... - Anya não dizia nada, apenas me olhava e eu não conseguia identificar o que aquele olhar significava, mas resolvi arriscar assim mesmo. - ... e dizer que se você me der a honra, eu ficaria muito feliz de ser apresentada a teus avós como tua namorada.
A beijei, não queria dar tempo para que ela pensasse, como dizia minha avó “de pensar morreu um burro” e eu já havia perdido tempo demais com minhas dúvidas e medos. Se eu fui até lá, disposta a mostrar meus sentimentos a Anya, não deixaria espaço para questionamentos. Nossas bocas se encaixavam perfeitamente, pela segunda vez senti a textura dos seus lábios e dessa vez sem medos pude desfrutar o sabor do seu beijo, a sua língua passeando pela minha boca, seus beijos descendo pelo meu pescoço, clavícula, subindo ao meu ouvido pra dizer o quanto me desejava. Totalmente excitada, Arranquei sua roupa enquanto a levava para o sofá e a sentava no meu colo, pressionando nossos sexos, o que me deixava louca. Levantei a segurando pelas nádegas com as pernas cruzadas nas minhas costas e a levei para o quarto. Já deitadas na sua cama nos despi sem pressa e a amei como jamais havia feito com nenhuma garota, desnudando meus sentimentos através dos toques, do meu corpo e fui correspondida na mesma proporção.

Acordei no outro dia, exausta, porém feliz como não me lembro de ter sentido com qualquer outra garota com quem fiquei.
--Bom dia, dorminhoca! - acordei a ruiva com selinhos na nuca - as duas precisamos trabalhar, voltar à realidade depois de uma noite de sonho.
--Hum, vou pedir folga à minha chefe hoje, uma certa morena acabou comigo essa noite. - falou manhosa.
-- Vem tomar café comigo antes de eu ir embora - e enquanto ela fazia sua higiene matinal arrumei a mesa de café para nós.
-- Que surpresa boa, não conhecia esse teu lado atencioso, só fica é meio estranho produtos da concorrência no nosso primeiro café da manhã juntas - observou a ruiva de modo divertido.
-- Eu sei, mas não quis virar assunto de expediente ao te preparar café na cama antes de conversarmos – a trouxe para a cadeira próxima a mim, lhe olhando no olhos_ Anya eu sei que errei contigo te dando as costas naquele dia, fui covarde, orgulhosa durante esse tempo que passou, apenas não tive coragem para enfrentar os fantasmas que eu mesma criei e estiveram me atormentando ultimamente, mas eu sinto por você algo que jamais senti por alguém na vida. Essa noite foi maravilhosa, pela primeira vez eu fiz amor com alguém. Eu quero saber se você aceita namorar comigo, se me deixa cuidar de você, curar essa mágoa que minha atitude deixou aqui – falei lhe tocando o coração - e ajudar a amenizar todo o sofrimento que a vida te trouxe?
-- Aceito com uma condição, vamos esquecer o que passou e recomeçar do zero. Eu também gosto muito de você, desde de que nos conhecemos, antes era ruim gostar de ti e não saber se você sentia o mesmo. O sentimento de rejeição desses últimos dias foi ruim, mas não fez diminuir o que eu sinto aqui – colocou a mão no seu peito sobre a minha - então nós vamos iniciar hoje a nossa história e eu prometo também te fazer feliz todos os dias e provar que o amor não machuca ou aprisiona - concluiu com um beijo terno me embalando pelo pescoço - agora minha namorada vamos tomar café, porque o trabalho nos espera.
Nos despedimos após a refeição combinando de nos encontrar à noite na minha casa.
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Depois de três meses de namoro eu seria oficialmente apresentada aos avós da minha ruiva, estávamos a caminho do sítio onde os dois moravam. Decidimos aproveitar o final de semana para curtir um pouco do clima do interior, além é claro, de Anya matar as saudades da família.
-- Amor, nada de estresse. Meus avós são tranquilos em relação à minha sexualidade, desde cedo eles sabem que sou lésbica e sempre tive liberdade para levar minhas namoradas em casa, não será diferente contigo.
Apesar de toda a serenidade de Anya em relação aos avós eu não poderia deixar de ficar nervosa, era a primeira vez que eu tinha uma namorada e ia encontrar seus parentes.
Quatro horas de viagem e chegamos à cidadezinha de pouco menos de vinte mil habitantes, sabe aqueles lugares onde todo mundo se conhece, pois é Anya foi apontada por muitas pessoas como a neta da dona Marcela. O sítio tinha criação de ovinos e um pomar, além de um riacho que acabou se tornando meu lugar predileto durante os dias de passeio.
-- Anya minha filha, você não exagerou em nada quando falou da beleza da sua namorada! - A primeira coisa que o avô da ruiva falou quando descemos do carro estacionado na porta da casa.
-- Ei, que negócio é esse de chegar assim elogiando a minha mulher – falou brincalhona ao abraçar o avô – Sou ciumenta hein! Aliás puxei a minha vó.
-- Eita, esse velho assanhado já tá dando em cima da moça? – chegou dona Marcela também abraçando a neta.
-- Vô, vó, essa é Alexandra minha namorada.
-- Bem vinda a nossa casa e nossa família minha filha. – disse o senhor Augusto e logo foi complementado pela esposa.
-- É um prazer conhecer a mulher que vem fazendo nossa menina tão feliz nesses últimos meses.
-- O prazer é meu por finalmente conhecê-los pessoalmente.
-- Pois é, depois de conhecer essas duas caras feias, Que tal um banho e um almoço? Como não sabia O que você gosta de comer eu pedi á Maria que fizesse uma costelinha com aipim e pirão que tá uma delícia.
-- Vamos amor, se eu já estava louca por um banho, a comida da Maria é um incentivo a mais.
Depois do banho fomos almoçar e realmente a senhora grisalha que ajuda nos cuidados da casa é uma ótima cozinheira. Almoçaram conosco também seu marido André e outros dois rapazes que ajudam a tocar o sítio.
Depois do almoço Anya nos levou para conhecer o pomar e o riacho onde aproveitamos para dar um mergulho e uns amassos durante boa parte da tarde, á noite passamos com os rapazes tocando viola e cantando enquanto tomávamos uma cachacinha da região, a ruiva exagerou um pouco nas doses e me atacou quando chegamos ao quarto. Quase morri no outro dia quando cumprimentei os avós da minha namorada e recebi uma piadinha como resposta.
Passamos a manhã com os avós de Anya e a tarde novamente no riacho, à noite fomos a um barzinho para que eu conhecesse a rotina da noite na cidade e também curtir um som ao vivo das filhas de Maria. As duas formavam uma dupla que tocava na noite aos finais de semana. Jessica e Élen até tinham talento, mas eu não curti muito a festa, pois fiquei com uma nítida impressão que Élen estava dando em cima da minha namorada.
--Amor vem cá! – parece que os ares do interior estavam deixando minha namorada em brasas.
-- Nem pensar, você vai dormir aí quietinha. Sabe o que teu avô falou hoje pela manhã quando dei bom dia? Que ia mandar Maria fazer uma gemada pra repor minhas energias.
A ruiva gargalhou.
-- É sério, fiquei com vontade de enfiar minha cabeça num buraco. Vamos apenas dormir de conchinha, nada de descaramento como diz Jasper.
-- Nem uns beijinhos?
-- Só uns beijinhos. A propósito...
-- Au! Lexa! – reclamou de um beliscão.
-- Isso é pra você aprender a não dar ousadia a cantoras atiradas.
-- Amor, você sabe que eu não tenho olhos pra outra.
-- É bom mesmo, agora vamos dormir que eu quero fotografar a movimentação na feira livre da cidade e ainda fazer uns registros de vários cantos antes de ir embora.
Voltamos no domingo ao anoitecer, depois aproveitar a cidade e namorar um pouco sob as águas do riacho. Chegamos em minha casa e meu anjo da guarda chamado Octavia havia preparado o jantar para nós.
-- Como foi lá no sítio? – perguntou enquanto sentávamos à mesa.
-- Lexa ficou um pouco tensa, mas foi tranquilo com meus avós. A única coisa que ela não gostou foi o convite que meu avô fez para degustar uma gemada, receita de família . – falou cinicamente piscando pra mim e eu quase morri engasgada.
-- Normal ficar nervosa, lembra como você ficou quando me conheceu? – perguntou descontraída e eu amava o quanto elas duas se davam bem.
-- Isso foi diferente, a gente estava planejando um jantar pra que Lexa me apresentasse a todos vocês. Me pegar pelada no sofá da tua irmã não foi muito legal. – não posso negar que esse episódio foi hilário, estávamos fazendo amor no sofá quando Octavia entrou no apartamento. Como ela tem as chaves e nunca cogitou me encontrar numa situação dessas, não existia esse tipo de preocupação.
-- Quanto tempo você ficou envergonhada me evitando? Um mês? – Octavia pega no pé da ruiva, mas ela também ficou constrangida por atrapalhar o nosso momento, queria me entregar as chaves de casa e tudo, eu que não permiti. Agora ela antes de entrar sempre toca a campainha.
As coisas não poderiam estar melhores nos últimos meses, as duas pessoas que eu mais amava se adoravam. O relacionamento de Anya com meus amigos e minha família era ótimo, ela e minha mãe estavam sempre ao telefone ou nas redes sociais, logo iriamos vê-la para que as duas se conhecessem pessoalmente. Um ano atrás eu jamais imaginei estar amando alguém e totalmente feliz com isso.



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