História Aprendi com Você! (Adaptação Clexa) - Eliza?

Alexandra acordou com o celular tocando, percorreu 300 quilômetros no primeiro dia de viagem. A cidade foi escolhida totalmente ao acaso, estava em um posto abastecendo o carro quando ouviu um casal falar sobre a cidade vizinha onde levariam os filhos, falavam de uma pracinha onde todos vão para tirar fotos e ver os patos, diziam que as crianças ficavam encantadas com os bichos e o lago de águas cristalinas. Decidiu parar na cidade para ver a praça e resolveu descansar um pouco. Se hospedou em hotel acessível, sua meta era pesquisar lugares confiáveis, sempre com preços que não pesassem no orçamento, principalmente no início.

-- Oi dona Indra... Claro, estão todos avisados... sim, mãe pelo whatsapp, vou manter os meninos informados, já tirei uma foto da praça de cidade para que eles vissem onde estou... Está tudo Bem não se preocupa... Beijos, também te amo. - Desligou o celular e voltou a dormir, fazendo uma nota mental para sempre se comunicar com a mãe através de ligações ou mensagens, pois esta era avessa a smartphones. Pela manhã decidiria quanto tempo permaneceria e pensaria no que fazer para conseguir algum trabalho.

No dia seguinte saiu de carro para dar uma volta na cidade. Descobriu um lugar bastante charmoso com seus vários monumentos e arquitetura da metade do século 20, porém o que mais lhe encantou e rendeu fotos belíssimas foi a reserva florestal com diversas trilhas e flora e fauna preservadas. Passou dez dias ali, durante o dia saía para explorar os cantos da cidade e á noite quando não ia a algum lugar ou evento ficava no hotel a puxar conversas com hóspedes e a proprietária, uma defensora do turismo como fortalecedor do crescimento econômico da região. Numa dessas conversas contou um pouco de sua vida, omitindo detalhes, e sobre a pretensão de escrever um guia de viagens contando fatos sobre as cidades enquanto mostrava os populares, costume e pontos turísticos. Por obra do destino, a mulher era conselheira da federação estadual de hoteleiros e a reunião trimestral com o s membros aconteceria justamente no seu hotel. Como gostou do projeto, prometeu apresentá-lo aos seus pares e dependendo do que fosse decidido em assembleia apresentaria uma proposta à fotografa.

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Octavia e Eliza estavam no estúdio testando o equipamento novo quando recebem uma chamada de vídeo de Lexa.

-- Oi amores da minha vida, como estão as coisas? Muito trabalho? – O sorriso da morena denunciava seu estado de espírito e as duas mulheres tiveram a certeza de que viajar naquele momento foi a melhor decisão que Alexandra poderia ter tomado.

-- Por aqui tudo ótimo. Para você a gente nem precisa perguntar. Esse bocão aí diz tudo!

-- Eliza você é uma peste! – A morena protestou- Mas eu estou realmente feliz. Recebi uma proposta hoje pela manhã, que vai me ajudar muito durante a viagem e ainda tirar dona Indra do meu pé.

-- Sendo bom para você eu fico feliz. Já falou com a mamãe? – A morena assentiu – Então a notícia é realmente boa, já estava indo à loucura de tanto que ela reclama comigo ao telefone.

-- E a boa notícia?

-- Boa notícia minhas caras, é que eu consegui uma parceria com a federação estadual de hoteleiros e conseguirei hospedagem e alimentação com descontos nos hotéis associados em troca de publicidade no meu diário de bordo e demais redes sociais. Será bom para mim que de certo modo já estarei preparando um esboço do livro e ganharei visibilidade, uma vez que eles divulgarão meu trabalho nos hotéis e na web, e deles que terão publicidade de baixo custo.

-- Isso é ótimo! Qualquer dia eu vou te visitar e desfrutar de todas as mordomias contigo.

-- Vem mesmo gatinha! – Lexa adorava provocar Eliza – Assim você esquenta minha cama, está tão frio aqui.

-- Eca! Nós somos como irmãs, sua pervertida!

Se despediram com a promessa de a morena manter todos atualizados. As duas fotógrafas ficaram bastante animadas com a novidade, pois o projeto estava começando a se concretizar bem antes do que imaginavam.

Alexandra não hesitou em começar a empreitada, passou a se hospedar por um terço da diária e fazendo bicos como fotógrafa, tanto em cerimônias quanto books de férias em família durante a alta temporada nos hotéis mais sofisticados. Em pouco tempo se tornou bastante conhecida no meio pela qualidade de seu trabalho e a facilidade com que conseguia extrair das pessoas as mais diversas histórias durante horas de conversas com populares, hóspedes e funcionários.

Continuava se comunicando com a família e os amigos pelos grupos de conversa e pelas chamadas de vídeo. Foi a primeira a saber sobre o romance de Eliza e Alycia. Depois de passar a noite com a ruivinha, a castanha fugiu do no meio da madrugada e passou dias sem falar com a moça, estava confusa e sem coragem para encarar a outra. Alycia quem resolveu o impasse, foi a procura de Eliza no apartamento e deu o ultimato " ou some ou soma”, não estava a fim de ficar no quero não quero coma garota. Apesar de perceber há algum tempo que tinha sentimentos para além da amizade com a garota, esperou o momento certo para falar e surpreendentemente Eliza em vez de rechaçá-la a agarrou e foram parar na cama. Lexa, que contava com o dia que receberia essa notícia, não ficou nada surpresa, mas não deixou de dar altas gargalhadas com as trapalhadas de Eliza e Alycia até conseguirem se acertar.

Anya estava seguindo com sua vida, ficou muito chateada com a morena por ter ido embora sem sequer uma ligação, mas a saudade já não maltratava tanto como no início, embora cultivasse a esperança de um dia voltarem. Lexa também já era capaz de levar a vida com mais leveza, já conseguia colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila. Em dezoito meses de viagem poderia se considerar uma pessoa feliz, estava fazendo o que gostava e tudo estava dando certo para a concretização de seu sonho. Através de um projeto de financiamento cultural obteve recursos para a publicação do livro, teria um prazo de dois anos para concluir as fotos e publicar o material, portanto decidiu que ficaria mais seis meses viajando e o tempo que restava do prazo programado se dedicaria a finalizar a proposta.

Saiu com algumas mulheres, nesse meio tempo, porém nunca engatou um relacionamento, não tinha disponibilidade nem vontade. Iniciou seu diário de bordo e com a divulgação da federação, conseguiu atingir um público maior do que esperava e o blog virou referência, a levando até a fazer viagens para alguns países vizinhos, compartilhando suas impressões sobre lugares pessoas e hotéis, usando os recursos que economizou a partir da parceria e o dinheiro que conseguiu fazendo “bicos” de fotógrafa. Também publicava imagens no Instagram e vídeos no Youtube, guardando detalhes importantes e as imagens mais impactantes para o material publicado.

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Alexandra havia chegado em uma cidadezinha do Nordeste sob um calor infernal. Inicialmente planejava ir à capital, mas desviou de seu roteiro de viagens por um dia quando soube, no posto de gasolina, que a cidade estava se preparando para a festa de seu santo padroeiro. Como nunca havia visto algo assim, resolveu ficar e descobrir as peculiaridades do festejo. Quem sabe não renderia histórias e ótimas fotos para seu diário?

Estava no meio da praça principal perguntando a uma moça sobre hotéis nas proximidades, sua parceria estadual se estendeu para a nacional e agora não precisava ficar procurando informações sobre hospedagem, apenas em casos como aquele, seguiu pelas ruas informadas e chegou a um hotel pequeno, porém aconchegante, aqueles com ares de casa de família do interior. Fez o registro e indo para o quarto a viu entrando em um que ficava em frente ao seu. Imaginou o que Eliza poderia estar fazendo tão longe e se perguntou porque a amiga não havia lhe falado sobre a viagem na noite anterior quando se falaram por telefone.

Decidiu falar com a castanha, bateu à porta e esperou que a mesma fosse aberta. Como era do tipo que perdia a amiga, mas não perdia a piada, entrou no recinto assim que a outra girou a chave.

-- Então você aceitou a proposta para esquentar minha cama, hã? – Foi agarrando a garota, sabia que ela tinha horror a tipos cafajestes, até na brincadeira – Meu quarto está aqui na frente, é só dar um passo e eu te dou o melhor presente de aniversário que você poderia receber.

-- Me solta. Eu nem te conheço! – Lexa se surpreendeu com o tapa que recebeu – Você é algum tipo de maníaca por acaso?

-- Foi só uma brincadeira. – A morena respondeu atônita pela reação de Eliza, seu rosto ardia e ela não entendia o porquê da reação. Sempre brincaram assim uma com a outra.

-- É sério isso? Até aqui eu vou ser confundida com minha irmã?