História Aqueça o Submundo - SH - I'm seeing the pain, seeing the pleasure

AQUEÇA O SUBMUNDO

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9

Suba a bordo
Vamos devagar e rápido
Luz e escuridão
Me segure forte e calmamente
Estou vendo a dor, estou vendo o prazer

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Com cara de poucos amigos, Sasuke girou a maçaneta adentrando o quarto, sentindo aquela fragrância floral conhecida invadir seus sentidos. Algo dentro de si aqueceu ao ver Hinata tão envolvida nos lençóis da sua cama, completamente exausta, em sono profundo. Os olhos negros passearam por cada detalhe dela, observando os seios subir e descer em uma respiração tranquila.

A pele clarinha fazia um contraste angelical com o tecido escuro da camisola que ela usava, tanto, que Hades desejou se juntar a ela, abraça e cheirar os cabelos azulados, enquanto segredava baixinho que a amava. Com um suspiro, e tentando dissipar seus pensamentos, removeu a capa imperial, deixando o cetro no pilar próximo a uma estátua de gesso.

Vagaroso, andou até o banheiro, constatando que ela havia o usado há pouco tempo, visto que a banheira ainda estava molhada, junto ao roupão pendurado na parede, e obviamente, o cheiro dela em todo o lugar. Aquilo era uma tentação. Sasuke Tirou toda a roupa, exibindo o corpo atlético e bem talhado com uma marca bem explícita no peitoral masculino, adentrando por fim no box.

Quando tornou a sair, secava os cabelos rebeldes com uma toalha felpuda, andando nu, completamente desavergonhado pelo recinto. Entrou no closet, voltando para o quarto usando apenas uma calça leve escura. Afundou um dos joelhos no colchão macio, vendo o corpo pequeno se remexer, e sem muita cerimônia, se deitou ao lado dela, sentindo que o Submundo inteiro estava quieto.

Nisso, uma onda de calmaria se apossou do seu ser. Ela estava ali, segura, e em breve voltariam a ser o casal que eram. As mãos grandes e calejadas tocaram com suavidade a pele pálida, contornando o nariz pequeno, descendo o indicador para os lábios carnudos louco para roubar-lhe um beijo.

Aproximou o rosto, roçou calmamente o nariz no dela, para então envolver o corpo pequeno num abraço de urso, sentindo seu ser em festa em contato com as curvas avantajadas. Antes de conhecer Hinata, tinha total domínio de si e dos seus desejos carnais, mas ela, a sua mulher, lhe tirava todo o bom senso e autocontrole.

Os lábios frios tocaram no calor dos dela em apenas um selar. Perséfone era a sua droga, bastava só uma gota para ficar alucinado e querer mais. Parecia um vampiro tentado a morder o pescoço da pessoa amada, então apenas afastou seus lábios, convencido de que aquilo havia sido o suficiente para acalmar o seu demônio louco.

Mas para sua surpresa, os braços finos se envolveram no seu tronco, junto aos lábios pequenos e macios sendo pressionados nos seus. Sasuke não pensou muito, e foi logo invadido a boca quente, sentindo o corpo pequeno colado ao seu, as pernas grossas se enroscando nas suas, enquanto movia seus lábios com fome sobre os dela.

Hinata deu passagem, e logo a língua habilidosa se encontrou com a sua em uma dança sensual, subindo, sem perceber no colo masculino, sentando sobre algo duro e pulsante, que acarretou em um arfar manhoso. Mas talvez a pulsação viesse dela, ou melhor, das suas partes baixas completamente meladas. As mãos grandes deslizavam desde a panturrilha, apertando a carne macia das coxas grossas, subindo o tecido da camisola fina entre os dedos.

Apertou as nadegas com vontade, completamente duro abaixo dela. Seu membro latejava, quase implorando atenção, e o único pensamento que ainda restava na sua mente, era de possuir a sua mulher, reivindicar seus direitos como marido, ouvi-la gemer seu nome, enquanto deslizava com força para dentro dela.

Há muito tempo o corpo de Hinata o escolheu para se molhar inteiro, enquanto o de Sasuke para fode-la pela eternidade.

— Eu preciso de você..— O sussurro saiu pesado, rouco e provocante.

Os olhos claros se abriram encontrando os negros tão nebulosos de tesão. Com o desejo estampado na face, Hinata voltou a beijar os lábios finos, como se desse a confirmação necessária. Sasuke agarrou o quadril feminino, instigando-a rebolar sobre o volume bem marcado no tecido da calça. Um gemido suspiroso escapou da boca pequena, que logo tratou de ser invadida novamente pela do marido.

As reboladas eram lentas, ora mais afoitas, depois voltavam a lentidão, como se Hinata quisesse provoca-lo. Abandonando o quadril, o Uchiha subiu com os dedos longos para as alças da camisola, abaixando uma de cada vez, descendo os lábios pelo pescoço pálido, deixando alguns chupões no percurso, rindo internamente ao ver o seu símbolo um pouco acima de um dos seios redondos.

A língua quente contornou os mamilos durinhos, vendo a mulher arquear o corpo, dando mais espaço para que ele explorasse. As mãos pequenas, de unhas pontiagudas apertaram seus ombros, descendo pelas costas largas, sentindo os músculos se contraindo contra seus dedos. Sasuke continuava a lamber, chupar os seios fartos, ouvindo os suspiros deleitosos da sua mulher.

Agarrou com força o quadril redondo, girando seus corpo na cama, apoiando seus braços no colchão, sentindo as mãos pequenas puxar seus rosto para mais um beijo sedenta. Hinata abriu as pernas para acomoda-lo, soltando um gemido arrastado quando sentiu o membro rijo e pulsante se esfregando na sua calcinha completamente encharcada.

Com uma mão, Sasuke puxou-a para o lado, afundando os dedos na intimidade melada, contornando os grandes lábios, para então começar uma massagem no clitóris, sentindo o corpo da morena estremecer abaixo de si. Separou seus lábios minimamente dos dela, se perdendo na claridade dos olhos cristalinos. Os cabelos azuis estavam uma verdadeira bagunça, a face corada, a boca maltratada e entreaberta, suplicando por mais beijos.

— Sas..Sasuke, faça..— Hinata pediu ofegante, empurrando o quadril contra os dedos do marido.

Com um sorriso sacana, Hades voltou a atacar os lábios vermelhos, deslizando os dígitos para dentro da sua mulher, sentindo a cavidade quente, apertada e completamente úmida esperando pelo seu membro necessitado. Os olhos perolados se fecharam quando a boca masculina voltou a maltratar seus seios, e logo uma dor aguda veio em seu cabeça, junto a uma forte luz a consumindo de dentro para fora.

Flashes começaram a passar, bagunçando sua mente.

Era arrastada pelo braço com grosseiria pelos corredores do Submundo. Daquele ângulo, só conseguia enxergar a capa imperial junto aos fios escuros e bagunçados do seu sequestrador. Perséfone se debatia, tentava a todo custo se soltar das mãos brutas do homem, e quando chegaram na frente de uma porta, ele a abriu jogando-a lá dentro.

Hinata olhou apavorada para os olhos negros assassinos, com medo que ele fizesse algo com ela. Hades estava louco se pensava que poderia se apaixonar por ele. O deus do submundo havia a roubado do Olimpo sem uma explicação plausível, e quando percebeu, já estava naquele lugar asqueroso, frio, úmido e que cheirava a morte e solidão.

— Hades, por favor, pense melhor. — A voz saiu embargada, enquanto se levantava do chão — Eu estou noiva. Não amo você. Por favor, isso é loucura. Me deixe ir embora.

— Você não vai sair daqui nunca. — Duro, ameaçador e sem um pingo de sentimentos, era essa a definição dele para Perséfone — Entenda isso de uma vez.

— Não! — O grito se misturou com o choro — Você é louco. Hades, eu nunca vou ser sua..— desespero, pavor, medo, tudo ao mesmo tempo nos olhos de Hinata. — Não, eu não posso ficar aqui..— começou a percorrer o recinto, derrubando as coisas que via pela frente — Tem que haver uma saída.

— Não tem. E considere o seu noivado cancelado. — os olhos perolados se arregalaram, olhando para ele incrédula.

— Não..— Hinata partiu pra cima dele, desferindo vários socos no peitoral masculino, chorando copiosamente — Você não pode fazer isso, não pode, não pode!

Sasuke agarrou os pulsos femininos, a puxando de encontro ao seu corpo, olhando bem no fundo dos olhos claros, vendo a raiva, a mágoa estampados neles.

— Não só posso, como já fiz. Você está no meu reino, e aqui eu tenho o controle de tudo. Permito quem entra e quem sai, e você, não está autorizada a sair. — Dizendo isso, ele a largou, dando as costas para Perséfone, que parecia perdida demais tentando assimilar o que ele havia dito.

Os olhos claros se abriram, empurrando Sasuke com toda sua força, fazendo-o bater na parede escura do quarto há alguns metros. Zonzo, Hades a olhou buscando uma explicação, mas no momento que seus olhares se encontram, era como se estivesse vendo a Hinata do passado, completamente cega de ódio.

A mulher levantou as alças do vestido, olhando ferozmente para ele, pulando da cama, andando em sua direção exalando ira.

— Como você pôde?! — O grito saiu raivoso — Mesmo depois de tantos séculos eu não consegui me livrar de você, da sua obsessão por mim, do seu amor doentio, Hades!

Então era sobre aquilo que Kakashi falava.

— Hinata..— Ele sussurrou retomando a postura ereta.

— Pra você...— Ela se aproximou, tentando soca-lo — é Perséfone!

Sasuke esquivou do soco, que com certeza, quebraria alguns ossos da sua face. Ele a agarrou com força, prendendo-a contra seu corpo, na ânsia de faze-la se acalmar, mas não adiantou muito.

— Você me roubou do meu noivo! — Ela se debatia, se esperneava — Você tirou o meu amor de mim, Hades!

Os olhos negros a miraram com intensidade, buscando não se afetar com as palavras dela. — Hinata, pare com isso. Eu sou o seu marido, isso ficou no passado! 

— Marido?! — Sasuke afrouxou o aperto, sentindo o corpo pequeno rígido nos seus braços. Hinata olhou para o colo, observando a marca que parecia uma cruz com uma meia lua deitada em cima, junto a uma bola no centro, próximo ao seu seio esquerdo, incrédula e totalmente aterrorizada — Não..— A boca feminina começou a tremer levemente, junto às lágrimas caindo pelo rosto bonito, e logo a constatação veio dura: — Você me marcou..! Eu sou sua esposa. Não...não pode ser!

Seu olhar se caiu sobre o peitoral masculino, vendo a mesma marca ali, exposta para quem quisesse ver. Não poderia voltar para Neji, não poderia tê-lo de volta porque outro homem havia a marcado, unindo seus corpos, suas almas. Os joelhos alcançaram o chão, apoiando as mãos no piso, chorando como se sua vida não tivesse mais sentido.

— Você pediu..— Sério, Sasuke pontuou. E embora não esboçasse expressão, a reação dela o machucou.

— Não! — Hinata levantou o rosto, que estava encharcado de lágrimas — Eu nunca pediria isso. Assim como nunca me apaixonaria por você. Você é um monstro, Hades. Não tem coração, muito menos uma alma para vincular à alguém.

Os olhos negros se abriram, bem pouco, mas se abriram, demonstrando por breves segundos a mágoa ali, o orgulho completamente ferido. No entanto, Hinata sequer percebeu.

— Se está tão convencida disso, por que agora a pouco se derretia em meus braços? — Com o cenho franzido e braços cruzados, Sasuke a interrogou.

— Porque você faz isso! — Hinata se levantou, erguendo os olhos cristalinos para ele, cheios de ódio.— Você manipula as pessoas!

— É mesmo? — como um animal, Sasuke se aproximou degavar, exibindo o corpo atlético e pálido, vendo a mulher dar alguns passos para trás.

— Não se aproxime! Não vou deixar que me envolva de novo na sua sedução nojenta! — Hinata colocou o braço na sua frente, como se quisesse se proteger dele — O único que pode me tocar é o Neji, ele sim merece.....Tudo.

Orgulho, ego, coração. Tudo estava ferido. Os olhos negros caíram por breves segundos buscando autocontrole, bom senso, mas aquilo ardia como o inferno. Seu peito ardia como o inferno.

— Eu não estou fazendo nada. Não uso nenhuma sedução nojenta como diz. — Sasuke estava tentando se manter calmo e coerente, mas falar no maldito Eros, o tirava do sério.

— Usa. Não minta para mim! — Hinata continuou andando para trás — Você se aproxima e parece ter controle do meu corpo, não consigo pensar com coerência, nada funciona!

— E acha que eu sou o responsável da sua falta de estabilidade? — Sasuke esboçou um mínimo sorriso tentando esconder a dor, e logo prosseguiu: — Hinata, me escute.

— Perséfone.

Detestava aquela pose de deusa cheia de ódio dela. Cheia de ódio dele.

— Jamais marcaria você sem sua permissão. — Ela arqueou uma sobrancelha, e Sasuke quis rir por ela ainda esboçar uma das suas manias. — Nós ficamos muito tempo separados, suas memórias foram inibidas e parece que só as ruins resolveram voltar para o nosso azar. Hinata, eu preciso que confie em mim.

— Se você me trouxe pra cá sem minha permissão, o que mais faria?!— Ela riu soprano, tentando controlar a nova remessa de lágrimas — Quando minha mãe falava que você era psicopata, narcisista, egocêntrico e manipulador, eu achava que ela estava exagerando. Mas vendo agora, percebo que estava certa. — A face do Uchiha ficou petrificada diante da fala dela.

No calor do momento as palavras saem impensadas.

— .....— As pernas estavam bambas ao ouvir aquilo da boca do seu amor.

— Veja só, ele ficou mudo. Por que não se defende, Hades?! — Ela levantou e andou em direção a ele — Se defenda! — novamente, os socos começaram a ser disparados no seu peitoral, mas sequer conseguia reagir. — Se defenda! Você tirou tudo de mim, tirou minha liberdade, minhas escolhas, como posso ama-lo, Hades, me diz?!

Os olhos negros estavam opacos, sentindo toda a ira dela na própria pele.

— Lute comigo! — àquela altura, Hinata ja chorava, complemente confusa. Seu corpo não queria feri-lo, ela não queria, e sua cabeça estava uma bagunça. — Por que..? Se defenda..

Branco e preto se encontraram, e Perséfone sentiu toda a tristeza preencher seu ser ao ver aquilo no olhar dele.

— Não importa o que eu diga, você está convencida que sou um monstro. — Hinata o olhava da mesma forma que as criaturas do Submundo. Um olhar de pavor, medo, como se a besta sanguinária fosse ele.

E talvez fosse..

Pela primeira vez, Sasuke deixou a mágoa transparecer, e por fim deu as costas, andando em direção a porta, e quando saiu completamente, Perséfone bateu com força a fechando. O homem encostou a cabeça na madeira, escutando o choro baixo e sofrido, mas o que o rasgou por completo, como se fosse a cereja do bolo, foi o sussurro que saiu dos lábios dela.

— Eu odeio você...Eu odeio você..