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História Aquela História - Aquele Castigo...


Escrita por: AkazawaSG

Notas do Autor


Se você achou que eu nunca mais fosse postar continuação dessa história, deixe um "Finalmente" nos comentários :v

Capítulo 4 - Aquele Castigo...


Aquele castigo...

 

Nenhum dos nossos pais foi chamado ou avisado...
Eu não entendi o por que no inicio, mas no meio do sermão do diretor, fez sentido.

Olhei para  a garota ao meu lado... Himawari Uzumaki... a garota que estava tão desesperadamente tentando ser expulsa. Claro que eles estavam preparados para quando ela aprontasse algo e eu apenas fui pego no fogo cruzado.

Eu a impedi de fazer seu ataque, porque pensei no risco daquilo, mas o diretor me usou de bode expiatório para se livrar do jogo dela. Em vez de aceitar o ataque em que eles eram alvos dela, preferiram acreditar que nós dois estávamos juntos vandalizando o corredor.
Não poderíamos ser castigados de forma diferentes por um mesmo "crime" e eu era um aluno bom de mais para punições pesadas... O plano deles foi obvio de mais...

Eles nos entregaram baldes com água, sabão e esponjas, nos arrastaram ate a parede pichada e decretaram que voltariam em 2 horas para garantir nosso trabalho estava sendo feito.

Eu não disse nada, não perguntei nada, apenas aceitei... Mas essa garota? Himawari? Ela exigia coisas piores. Ela reclamou ate o ultimo segundo, claramente tentando irritar o diretor, mas falhou. E no fim estávamos apenas no mesmo barco:
Sozinhos no corredor com nossas esponjas na mão e um castigo a cumprir.

Comecei a esfregar o desenho mal feito da parede, mas ela apenas suspirou e sentou no chão, desinteressada.

– O que é isso? – Perguntei.

– Eles vão voltar em duas horas e vão ficar fulos da vida quando perceberem que eu não ajudei. – Ela deu os ombros como se o que ela dissesse fosse obvio.

– Eu tenho certeza que alguém já te disse isso, mas toda essa birra só faz você parecer uma criança ridícula...

– Melhor do que ser um mimadinho que faz tudo que mandam.

– Como é? – O tom dela me irritou. – Eu não sou assim!

– Qual é? Você não fez nada errado e está ai esfregando a parede. Não tentou nem reclamar ou se defender, só aceitou e fim...

– Aah, eu sabia que você era encrenca! – Esbravejei, me focando em esfregar a parede mais forte. – Não sei porque não ignorei você logo ao invés de tentar entender as coisas.

Ela me olhou com raiva uma vez, quase se levantando para me encarar, mas depois seu olhar suavizou e isso me lembrou muito mais a mamãe do que eu gostaria.

Ela olhou para longe e nós ficamos em silencio por mais alguns segundos, mas tê-la ali era surreal de mais para apenas ignorar. As perguntas estavam martelando na minha cabeça.

– Eu suponho que você não tenha uma mãe...

– E você não tem um pai...

– Somos gêmeos ou algo assim? – Eu não a olhei quando perguntei isso, mas tive que encará-la quando a ouvir rindo.

– É isso que você acha? – Ela tinha um olhar sapeca e eu me senti brevemente irritado.

– Você tem uma teoria melhor?

– Você é um... – Ela desviou o olhar, mas o sorriso não saiu de seu rosto. – Você é um tipo de clone mal feito do papai...

Eu tive que rir disso e então ela riu junto comigo. Dois idiotas com um mesmo jeito de rir, desde o som cortado pela respiração ate a forma como os olhos se fecham e os lábios se curvam para cima mostrando a fileira de dentes. Ninguém poderia negar... Nós éramos irmãos...

Deixei a esponja cair e me sentei ao lado dela.

– Sou parecido com ele? – A pergunta simplesmente fugiu da minha boca antes que eu a percebesse.

Ela não respondeu imediatamente, pegou seu celular e mexeu por um instante antes de me mostrar a foto que tinha dele. Era um homem alto e sério, tinha o cabelo loiro curto e olhos azuis profundos, usava um terno chique e havia três marcas de cada lado do rosto, igual as minhas marcas.
A gente realmente se parecia...

Eu pensei que o silencio se instalaria entre nós, mas a cabeça dela parecia ter tantas duvidas quanto a minha.

– Boruto, somos mesmo gêmeos ou algo do tipo? – Himawari repetiu a minha pergunta de antes.

– Não acho. Eu repeti um ano na escola, por mal comportamento... – Confessei.

– Como? – Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa como se fosse um fato inacreditável.

– Foi uma coisa com a mamãe e um namorado que ela tinha... Não vem ao caso, então... – Minha garganta arranhou para fugir do assunto. – Se você não repetiu também, eu acho que sou um ano mais velho.

– Não – Ela sacudiu a cabeça, com um sorriso astuto. – Eu estudei em casa por um tempo e avancei um ano a mais quando voltei para o colégio... Então acho que são 2 anos de diferença.

Então eu era dois anos mais velho que ela... Significa que nossos pais me tiveram por anos e fomos uma família durante esse tempo... e depois acabou...
Ambos suspiramos agora, olhamos um para o outro por um segundo antes de fitar o nada a frente de nossos narizes, estávamos perdidos em pensamentos com uma mesma pergunta martelando nas cabeças: O que aconteceu?

– A mamãe não é uma prostituta, é? – Ela perguntou contida.

– O QUE???

– Foi o que o papai disse... – Ela me olhou. – Ela me entregou para ele porque não tinha condições de me criar, mas... – Ela olhou em volta deslumbrando o tamanho do colégio. – Acho que ela tem muita condição se ela esta pagando isso pra você

O tom dela me pegou de surpresa. Era irritante, provocativo, quase ofensivo.
Peguei meu celular e busquei uma boa foto da mamãe, mas todas que eu tinha foram tiradas de surpresa e desfocadas, ou com alguém na frente atrapalhando a visão completa, nenhuma fazia jus a pessoa incrível que ela era e que eu queria mostrar a Himawari.
Finalmente, achei uma boa que tirei do coquetel do vovô, ela conversava com um dos sócios, estava elegante e centrada, como a promotora famosa que ela era.

– Aqui! – Mostrei a menina. – Mamãe é a melhor pessoa do mundo!

Himawari olhou atentamente por mais tempo do que o necessário, mas depois desdenhou da imagem, dando de ombros.

– Ela pode ter mudado de vida, e você não sabe... Ou ela é só uma daquelas "acompanhantes" chique que cobra muito.

– Ela não é prostituta! Ela é advogada! A família toda é! – Me levantei enquanto falava. – Seu pai é um mentiroso!

De alguma forma, eu ter falado "seu pai" pareceu irritá-la ao extremo, então Himawari me seguiu, se levantando também.

– Aposto que ela mentiu também! Qual foi a desculpa dela?

– Ela disse... – Quase gritei, mas me contive. Pensei nas minhas palavras seguintes e engoli a seco quando percebi que talvez minha irmã poderia ter razão. – Ela disse que ele morreu.

– Que? – Ela ficou surpresa e ainda mais irritada.

– Ela disse que foi uma doença, sei lá...

– E você ficou zangado pelo que o papai falou?!! – Himawari riu desdenhando.

– Xingar ela de puta é pior!

– Desejar que ele morresse é pior!

Nos encaramos com raiva um do outro.
A forma como ela falou... era inaceitável! O que quer que o pai dela tivesse dito sobre a mamãe só poderia ser mentira. Não havia outra explicação.

Peguei novamente a minha esponja e voltei a esfregar a parede, descontando minha raiva e mal-humor contido nas manchas de tinta. Decidido a não olhar para a minha irmãzinha nunca mais pelo resto da minha vida.

Mas então...

A garota se levantou e começou a ajudar a limpar a parede também, silenciosa e emburrada como se odiasse tudo nisso.

– O que é isso? – Me senti obrigado a perguntar, encarando-a cautelosamente.

– Eu só quero terminar com isso e sair logo daqui. – Ela deu os ombros, mas não me olhou de volta.

Bufei o ar preso nos pulmões, voltei ao trabalho...
E pelo tempo restante nenhum de nós falou ou olhou para o outro ate a parede estar quase completamente pronta.
Apesar das duvidas e perguntas, apenas ignorar a presença ao lado ficou cada vez mais fácil e – com o histórico de que nossos próprios pais ignoraram nossa existência por anos – isso realmente fez sentido...


Notas Finais


Depois de anos consegui atualizar \o/
Por favor sejam bondosos comigo nos comentários que eu passei por um bloqueio de escrita horrível e estou lutando pra sair disso (um paragrafo de cada vez, como dizem)
Obrigada a quem teve paciência e acreditou nessa história ^^


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