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História Aquela Que Me Inspira - Na chuva ninguém me ver chorar


Escrita por: RavenaAilee

Notas do Autor


Cheguei para abrilhantar seu sábado
Espero que gostem do capítulo
Agraço aos poucos mais assíduos comentários
Fico muito feliz!

Capítulo 14 - Na chuva ninguém me ver chorar


 


Se eu esperar por céus tempestuosos,
Você não distinguirá a chuva das lágrimas nos meus olhos
Você nunca saberá que ainda te amo muito
Só restam mágoas
Eu vou chorar na chuva

A-HA  (Crying In The Rain)

 

Itachi, arte quando seu irmão vai tocar aquele violão? Já faz uma semana! –Konan perguntou ao marido enquanto ele se arrumava para ir até a cidade comprar algumas necessidades do rancho.

—Konan deixe-o. Antes aqui do que pelo mundo com Kisame.

—Eu já não aguento o som desse violão!

—Você costumava dizer que achava bonito ele tocando... –Sorriu indo até ela.

—Mas uma semana! –Esticou o pescoço para que o marido lhe beijasse a testa.

—Mas você sabe o porquê...

—Se ele vai ficar assim durante os dois meses que faltam para ele aqui, é melhor que ligue logo para ela...

—É mais fácil você ver uma vaca voar por esse rancho... –Puxou a mão da esposa a fazendo fica de pé, roçou o nariz sobre o dela e ela riu em resposta peças cócegas que sentiu.

—Tente fazer ele me dá um descanso, minha cabeça vai explodir!    

—Vou tentar tirá-lo de casa. –Beijou os lábios rosados da esposa e saiu arrumando a camisa xadrez preta.

         O mais velho dos Uchihas caminhou até o quarto que o irmão se hospedava. Tinha que concordar com Konan, Sasuke a uma semana tocava sem parar, dormia pouco e voltava a dedilhar o velho instrumento. Não que tocar fosse um problema ou o jovem músico não saber, mas há uma semana não saia da mesma melodia e Itachi percebera que o irmão parava em um momento e depois voltava para o início da melodia.

         Bateu na porta e pode ouvir o irmão da autorização para ele entrar.

—Vamos ao centro da cidade comigo?

—Não estou afim... —Continuou dedilhando o instrumento.

—Qual é! Sai desse quarto, você já é bastante branco. Melanina faz bem a saúde sabia?

—Me deixa em paz.

—Sasuke vamos, preciso de ajuda para trazer algumas coisas...

—Chame seu funcionário... –Soltou o violão na cama e encarou o irmão, os olhos com olheiras profundas, os olhos negros estavam turvos e cansados.

—Ele está concertando a cerca do lado leste do rancho, venha. —Segurou o braço do irmão o puxando.

—DROGA EU NÃO QUERO! –Se exaltou puxando o braço, Itachi sabia que seu irmão era forte, mas se tinha uma coisa que o irmão dele não sabia era que o mais velho estava muito mais forte graças aos trabalhos braçais que costumava fazer. Rapidamente envolveu o pescoço do irmão com braço e começou a arrastá-lo, por mais que tentasse, Sasuke sabia que se puxasse mais quebraria o braço do irmão e isso ele não faria, mesmo com muita raiva.

       Deixou-se levar até a camionete do irmão. O mais velho deu a volta no carro e entrou dando logo partida. Após uns dez minutos de puro silencio Itachi resolveu perguntar.

—Iai já tem algo pronto?

—Ainda não... –Itachi não precisaria especificar, já que Sasuke tinha certeza que era só questão de tempo para o irmão puxar o assunto.

—Se quiser, eu posso ajudar. Ainda toco...

—Não preciso... –O mais novo encarava o horizonte por entre as árvores, o sol da manha se mostrava tímido por entre as nuvens que pesavam anunciando uma chuva de começo de inverno.

—Não fique com vergonha... –Bagunçou o cabelo do mais novo como quando fazia quando Sasuke era mais novo. O músico empurrou a mão do irmão e o encarou carrancudo. —Estou falando sério, eu ouvi um pouco, parece boa.

—Não está legal, falta algo...

       Itachi não quis continuar o assunto, sabia que ainda não era o momento, pois tinha um plano para aquele dia e caso irritasse Sasuke tudo desandaria.

      A primeira parada de Itachi fora em uma madeireira, comprar o material necessário que iria precisar para construir mais um estábulo. Sasuke nem se deu ao trabalho de levantar. Ficou lá todo carrancudo reclamando do tempo seco e quente, e que não sairia do carro de jeito nenhum. Após aquela parada, Itachi rumou para a floricultura dos Yamanaka e comprou algumas mudas para Konan, e Sasuke continuou dentro do carro. As paradas foram se seguindo, da floricultura á quitanda, da quitanda á farmácia, da farmácia á um depósito de materiais de construção.

—Itachi vamos para casa. –Sasuke falou assim que seu irmão entrou no carro após parar no depósito.

—Ainda temos mais uma parada...

—Já não aguento mais!

—Saía do carro quando eu parar em algum lugar.

–Ninguém pode me ver e você sabe... –O mais novo encarava o painel como se fosse a coisa mais interessante da face da terra.

—Sasuke as pessoas daqui tem mais o que fazer ao invés de fazer alguma fofoca sobre um astro que para eles é totalmente desconhecido.

—Você acha que eu sou desconhecido nesse fim de mundo?

—Não totalmente, mas você precisa sair, ver gente e não ficar preso dentro de casa como se fosse um incapacitado.

—Não deixo de ser...

—Pare de se lamentar, isso não combina com você... –O carro de Itachi entrou em uma estrada de terra ao mesmo tempo em que uma chuva fina começara.

—Como se você soubesse o que combina comigo... –Itachi parou o carro no ato. Respirou fundo retirando o cinto e logo encarou o irmão.

—Então conversa comigo, me fala o que você pensa, o que sente, se me odeia e por que me odeia...

—Eu nunca disse que ti odiava!

—Mas também não disse o contrário! Eu estou o tempo inteiro tentando lhe entender será que é difícil assim confiar em mim? O que eu fiz?

—Itachi... Me deixa em PAZ! –Voltou a encarar a parte da frente do carro, os pingos batendo na lataria do automóvel começavam a ficar altos demais.

—Éramos unidos... –Itachi voltava a por o cinto e apertava o volante com muita força, precisava ter essa conversa com o irmão, mas não sabia se essa era realmente a hora.

—Falou bem, e isso nem é o começo do que você estragou! –Sasuke enfiou os dedos das mãos por entre os cabelos tentando controlar toda aquela tensão que reprimia a muito tempo.

—Eu estraguei? Sasuke, não me diga que me odeia por que casei? Ou... –Novamente encarou o irmão —Me odeia por que fui embora! –Afirmou surpreso.

—Itachi eu não quero falar sobre isso... –Abriu o cinto de segurança e mas não olhou para o irmão.

—É isso não é? –O mais velho puxou o ombro do mais novo para que aquele lhe encarasse.

—Nada disso importa... Nada... –Trincou o maxilar.

—E eu pensando que você odiava meu casamento, por algum motivo bobo, quando na verdade você me odeia bem antes da Konan! Você sempre soube dos meus sonhos, sempre soube que queria ser músico.

—Me solta! –Pediu retirando a mão de Itachi de seu ombro abriu a porta do carro e saiu na chuva. O mais velho mesmo surpreso saiu atrás do mais novo.

—SASUKE! VOLTA AQUI! –Os pingos da chuva caíam pesados machucando a pele que se não tivesse com mangas compridas da blusa xadrez, o mais velho sentiria muito mais dor.

—Volte para sua casa! Volte para sua família Itachi... –Sasuke continuou andando, esse por sua vez sentia com muito mais força a chuva. A blusa que usava era preta e a manga que já era curta ainda estava dobrada nos bíceps bem próximo aos ombros. Os cabelos caíam molhados sobre o rosto.

—Você não cansa de fugir não, meu irmão? Não seja um covarde! Um mês com você aqui e eu aguentei tudo. TUDO! Olha para mim SASUKE. Olha na minha cara e assumi que me odeia por eu ter ido atrás dos meus sonhos!

—E OS MEUS SONHOS ITACHI? –Virou para o irmão o encarando, a chuva atrapalhava a visão, mas já não aguentava mais aquele papo. Era a hora que ele mais evitou na vida inteira. —ME DIZ! ONDE FICARAM OS MEUS SONHOS?

—Como assim? Você ama isso! Você ama canta. –A distancia dos dois fora encurtada pelo mais velho, agora somente um espaço de três metros os separavam tendo somente as árvores e chuva intensa como telespectadoras.

—Não... Não mesmo. Isso, o espetáculo, os shows, as músicas, a fama! TUDO ERA SEU! Nada meu...

—Mas você disse que tudo estava bem, que me substituiria! –Itachi sentiu seu coração falhar. Será que ele tinha sido o culpado pelo o que seu irmãozinho se transformara?

—Eu queria era lhe agradar! —Um trovão surgiu e mesmo assim nenhum dos dois se abalou.

—Mas você podia ter me dito!

—Você lembra o que me fez prometer quando foi embora? –Ele viu no rosto de seu irmão a confusão —Você não lembra, não é novidade. Eu tinha treze anos quando você covardemente fugiu no meio da noite em busca dos seus tais sonhos, e em um bilhete RIDÍCULO, você me pediu para ter paciência com nosso pai. Você sabe o que eu passei na mão do nosso pai?

—Sasuke eu... –Itachi procurava na sua mente o que falara em sua despedida singela no dia que fora embora de casa.

—NÃO! Você vai me ouvir. —Se aproximou do mais velho, os olhos negros tão idênticos aos seus já podiam demonstrar o cansaço de um homem na casa dos trinta. —Fugaku me bateu e muito após a sua fuga. Me coagiu para que eu contasse aonde você estava. Eu passei a ter nosso pai em cima de mim para tudo, minha vida passou a ser um inferno, tudo por que o filho querido tinha se rebelado! Mas eu fiz o possível e o impossível para realizar o que me pediu. Durante quatro miseráveis ANOS, tive que conviver com os castigos gratuitos por não ser você!

—Por que não me ligou? Me contasse eu teria...

—Teria o que? Voltado? Não. Você não voltaria, era o seu sonho e quem sou eu para atrapalhar os seus sonhos? Estudei como nunca, trabalhei para aquele velho como um burro de carga, para que ele um dia me visse como ele tinha ti visto um dia, mas não! Eu só era para ele, um cópia mal feita e fraca de VOCÊ! O incrível Itachi...

—Eu teria ti levado...

—Não me faça de idiota! PORRA ITACHI! EU NÃO SOU MAIS AQUELE MOLEQUE QUE VOCÊ DEIXOU NAQUELA MERDA DE CASA COM O UM PAI BABACA!

—Eu daria um jeito...

—Que jeito? Nem nossa mãe fez algo, todas as vezes que apanhei ou fui castigado ela estava lá, acuada como a merda de um passarinho de asa quebrada. Ela morria por você, se preocupava com você. ''Será que Itachi está bem? Será que ele comeu? Estou com tantas saudades do meu bebe" Eram essa as palavras dela enquanto aquele que você chama de pai me atormentava. E você sabia Itachi, você sempre soube que seria assim. Por isso me mandou ter paciência com ele, VOCÊ SABIA QUE ELE IA AGIR DESSA MANEIRA! —Sasuke nunca foi um cara que chorasse facilmente, mas ali de frente com seu irmão, lágrimas presas a anos rolavam pelo rosto misturadas a água da chuva.

—EU APENAS ACHEI QUE ELE IRIA FICAR NERVOSO! Droga Sasuke, eu jamais imaginaria... —Tentou tocar no ombro do irmão, mas o mais novo se afastou novamente e riu sem humor algum.

—VOCÊ É UM MERDA DE UM ESCROTO! Como pode dizer que não sabia? Eu lembro quando você começou a fazer sucesso... Aquele velho interesseiro começou a fazer de conta que nada tinha ocorrido, falava para os outros com todo orgulho que você era filho dele e eu... Bem, eu era apenas um erro da família, uma gozada dentro que não fez nada bem para a família Uchiha...

—Não fale dessa maneira...

—Ah, mas a merda em si veio um ano depois do seu sucesso medíocre. Uma visita, você a trouxe a tira colo, Konan. E eu lembro como se fosse ontem, você encher a boca para dizer que iria casar, mas até aí tudo bem, qual mal faria você casar? Mas deixar à carreira? MERDA ITACHI! ERA TEU MALDITO SONHO CARALHO! Eu sacrifiquei minha adolescência pelo seu sonho, gastei suor e a própria pele por essa sua vida de astro do rock! E pra que? Para você se casar com a primeira vagabunda que apareceu em seus shows!

—Não meta Konan no meio, ela não tem culpa das minhas escolhas, as coisas mudaram...

—CLARO! Claro que mudaram você ia casar e realizar o sonho daquele velho, ia ter uma família, um trabalho digno e a mim o que sobrou? COBRIR SUAS MERDAS! Mais uma vez você tomou decisões colocando em risco os sonhos dos outros. Por que você até hoje sente o afastamento de Obito...

—Eu não coloquei isso para vocês, todos aceitaram! Bastaria dizer não!

—O egoísta de todos nós é você! Quem iria dizer não para Itachi Uchiha e seu poder de convencimento? Eu aceitei ti substituir para que você visse o quanto eu era bom e para que nosso pai visse em mim o que ele via em você... Coloquei minhas vontades, meus sonhos de lado por você, por sua felicidade... Eu sonhei com família você sabia? Aos dezoito eu dizia que seria engenheiro para nossa mãe, me casaria com uma mulher linda e teria filhos para brincar com os velhotes, por que era isso que nosso pai esperava. Uma família linda, grande e feliz.

—Mas você sempre foi bom com música...

—Eu sempre fui bom em imitar a merda de talento que você tem e jogou fora isso sim! E sabe o que eu ganhei com tudo isso? Uma simples frase do nosso pai: –Eu nunca esperei algo bom de você mesmo.

—Nosso pai fez besteira, mas quer ter contato com você.

—Nada disso. O que ele quer é o controle, a certeza que ainda tem a família nos seus tentáculos de provedor. Ele é um merda de um agressivo que preferiu espancar seu filho de treze anos ao invés de aceitar que o filho mais velho não era perfeito.

—Me desculpa Sasuke. Eu não pensei que você...

—EU NÃO QUERO AS MERDAS DE SUAS DESCULPAS! EU NÃO QUERO PORRA NENHUMA DE NENHUM DA FAMÍLIA UCHIHA! Estou cansado... Eu não durmo mais de quatro horas desde que venho tentando ser Itachi Uchiha, virei um viciado, sabe Deus como não morri de uma doença venérea, só por eu ter nessa bendita cabeça –Começou a bater com a mão aberta na lateral da cabeça, tudo doía, mas já era tarde para recuar e não falar o que estava entalado — que ninguém vai esperar algo de mim. EU NÃO SOU VOCÊ! EU NUNCA VOU SER PERFEITO COMO VOCÊ!

—Sim, você não é! É muito melhor do eu, Sasuke você vendeu mais em um ano do que eu pude conseguir em três com a Dark Valley!

—A que custo?

—Eu errei e assumo meu erro com você, foi uma carga grande tendo um pai como Fugaku.

—Eu não fiz nada de relevante na minha vida, pra viver o seu sonho... Como você pode me dizer que Konan não tem nada a ver com suas escolhas, quando você abandona uma vida que sonhou pra viver aqui! —A chuva começava a passar, os queixos dos dois batiam pelo frio. —Eu estou quebrado e não tem concerto e se você ainda for o Itachi que eu sei que é, você está nem aí para meu inferno particular. –Virou de costas e começou a andar, ouvia os passos de Itachi na sua cola, mas ignorou os chamado. Em algum momento o mais velho desistiu e voltou para o carro. Não sabia se era bom deixar o irmão mais novo naquele estado, mas estava tão em choque por saber sobre como tinha sido um inferno na vida de Sasuke depois de sua partida, que nem podia dizer que não se sentia culpado.

        Era verdade para Itachi que lembrava não se importar muito com os familiares, as sempre gostou do irmão mais novo, e sabia que seu pai sempre quis filhos pais de família, quietos e sóbrios como ele. Fama era para vagabundos que não sabiam lutar com próprio suor, eram palavras do patriarca. Mas daí saber que Sasuke fora não uma, mas várias vezes fora espancado, lhe dava uma sensação de ânsia no estomago de tão nervoso e claro não foi nada estranho seu nervosismo ser colocado para fora ao lado do carro.

          Sasuke por sua vez andava a esmo. Não conhecia nada, mas continuou caminhando. O corpo tremia pelo frio, as pernas cansavam e ele já podia sentir o corpo mais fraco, ficaria doente e isso era uma certeza.

           Meia hora caminhando na chuva e espirros já estava fortes e intermináveis, mas acabou dando de cara com uma entrada de uma fazenda. Reconheceu no ato o emblema, e ficara realmente feliz ao ver o nome em letras garrafais no arco com portão.

‘’FAZENDA HYUUGA’’

           Chegou próximo o suficiente para ver que estava trancado, estava sem telefone não teria como ligar para ‘’ela’’ e duvidava realmente que ela queria vê-lo. Olhou novamente e podia ver ao longe a entrada da casa grande com varanda rodeando toda a habitação. Como da outra vez era noite ele não reparou, mas podia ter certeza que ela tinha posses. Cansado e sem coragem de chamar, desabou na frente do portão, mas por sorte um carro parava do lado de fora quase em cima dele.

—EI! O que você faz aqui? –Sasuke pode reconhecer os olhos. Eram tão cinzentos quanto os de Hinata, mas esse homem era um pouco mais velho, mesmo com o rosto quase escondido pelo guarda-chuva —Está esperando alguém?

—Hi-Hi-Hina-Hinata... –Conseguiu falar enfim, após muito tremer o queixo de tanto frio.

—Oh CÉUS! Você deve está congelando! Venha, vou chamar a Hinata para o senhor quando estiver lá dentro. –O homem abriu o portão e logo outro homem surgiu, era um empregado Sasuke pode constatar, já que na aparência ele era bem diferente. Ko, como ele mesmo se apresentou, colocou Sasuke no carro e dirigiu a até a casa grande. Logo Sasuke fora coberto por uma toalha imensa, uma senhora mais velha de olhos idênticos com Hinata avisara que sua filha tinha ido ao médico ver o pé. A mulher a sua frente era simpática e o levou para um quarto de hospede com um banheiro, o praticamente o colocou na banheira, dizendo o quanto ele estava roxo e acabaria morrendo de um resfriado.

          Após o banho quente, Sasuke até se sentia revigorado. Na cama no quarto encontrou uma roupa limpa e quentinha, não ligou para saber de quem eram, apenas se enfiou na blusa de mangas compridas e na calça de moletom. Enquanto secava o cabelo na toalha, caminhou pelo corredor grande na casa, pensando o quanto aquele era povo louco por confiar nele do nada, só por achar que ele era um amigo de Hinata. Acabou encontrando a cozinha da casa e como em tudo que era ali, era grande e um pouco mais rustica, toda em madeira escura, e possuía dois fogões, um elétrico e um a lenha. Dois refrigeradores e muitos armários.

—Venha querido, sente aqui. —A mulher o mandou sentar. Outra moça mais nova ajudava a senhora com o fogão. Ele podia sentir o cheiro gostoso de café preto recém passado e chocolate. –Tome um pouquinho até ela chegar. Vai fazer bem. –Mesmo não gostando de coisas doces, aceitou a xícara com a bebida doce e enquanto saboreava, reparava na mulher. É claro que percebeu que ela só podia ser a mãe da Hyuuga, tinha os mesmo movimentos contidos, e olhos eram idênticos. O cabelo já possuía alguns fios brancos, mas ainda assim era bela em seu tom índigo. Ela e muito menos a outra moça perguntaram algo para ela, apenas ficavam ali arrumando possivelmente o almoço já que já passava de mais de meio dia. Não as achou mal educadas, apenas aceitou que ela era mais simplórias e contidas que as demais pessoas, e que aparentemente não faziam ideia de quem ele era.

—Estou impressionada como melhorou rápido esse pé! —A voz masculina se fez presente, e o dono da voz Sasuke reconheceu como o tal primo, o de cabelos longos demais.

—Eu sou forte! Viu? Consigo até... ÃN? –Se engasgara ao dá de cara com um Sasuke todo empacotado em cobertores e roupas de frio, cabelos molhados e agarrado a uma xicara. –Sa-Sasuke? –O moreno levantou-se para encarar a mulher a sua frente, desde que ouvira a voz dela entrar no recinto seu corpo se arrepiava mais do que quando estava no frio.

—Hinata acredita que ele estava ti esperando na chuva filha! –A matriarca falou sorridente, não percebendo o clima meio tenso no local. Neji encarava Sasuke de forma dura e descaradamente direta.

—Hinata eu preciso que você olhe i... –Tenten entrou na cozinha e reconhecera Sasuke na hora —OH MEU DEUS! AHHHHHHHH É SASUKE UCHIHA! –Gritou o suficiente para assustar toda residência que viera até a cozinha para entender. Sasuke queria muito morrer. Estava indo tudo bem até aquela bendita mulher começar a gritar como louca. Não podia fazer nada, sabia que uma hora isso aconteceria, e enquanto tentava olhar para uma Hinata aturdida, a outra que gritava incessantemente tentava se aproximar dele enquanto Neji a segurava pela cintura. Mais dois homens surgiram no cômodo e tudo virou um caos.

—Deus! O que está havendo aqui? –Perguntou Ko ao lado de Hiashi.

—Tenten controle-se! –Brigava Neji.

–EI, tira uma foto comigo? Pode me dá um autógrafo? Será que eu enlouqueci de vez, você está vendo ele ali não é amor? GENTE DO CÉU NINGUÉM VAI ACREDITAR! –Tenten ignorava todo mundo tentando se aproximar de Sasuke que por sua vez não sabia como reagir, apesar de já ter lidado outras vezes com fãs.

       Em meio a toda aquela confusão, Hinata surgiu na frente dele, segurou sua mão e o arrastou ali mesmo na frente de todo mundo. Hiashi a até tentou acompanhar a filha, mas ela fora rápida a se trancar com o moreno dentro de seu quarto. Pode ouvir seu pai e Ko bater na porta, Tenten gritar com  Neji para pegar o celular e se preparar para tirar uma foto do cantor com ela, mas os dedos dela ainda prendiam os dedos frios e compridos do Uchiha. Após perceber que Ko conseguira afastar todo mundo da porta, percebeu o toque do homem.

—Você não devia está aqui... –Soltou a mão dele e se afastou, indo para frente de sua penteadeira.

—Eu...

—Cale-se! Não quero ouvir suas desculpas por me deixar sem notícias durante uma semana, semana essa que passei invalida! –Sasuke compreendia a raiva dela. E daria a cara para ela socar com todo prazer, mas ela era tão magnificamente linda, que lhe faltava palavras para descrever tudo que sentia desde o momento que a olhou novamente. Lembrou-se da briga com o irmão, todo rancor acumulado em seu peito e mais uma pessoas se envolvia com ele e que poderia se machucar. Ela não precisava dele, dos problemas dele e sua inconstância. Mas sem pensar duas vezes atravessou aquele pequeno espaço entre os dois e abraçou, abraçou com tanta força e desespero que Hinata não conseguiu resistir e mais uma vez, como na noite em que o vira chapado, o abraçou. Sentiu seu ombro molhar e se desesperou.

—Ele está chorando? –pensou.

—Por favor Hinata, só fica assim... Só assim. –E assim ela ficou, pelo tempo que fosse possível ela ficou ali, abraçando e passando toda a sua calmaria para aquele coração destruído e que como ela, também era quebrado e cheio de defeitos. Sabia que não o teria em dois meses, mas por aquele abraço naquele exato momento ela aproveitaria cada segundo com ele.



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