História Aqueles olhos... - catradora - Uau.

Adora simplesmente estava em pânico com a proposta,não tinhaa ideia se era uma brincadeira boba ou uma provocação com verdadeiras intenções.

– V-você tá falando sério? – gaguejou,arriscando tirar informações para saber do que aquilo realmente se tratava.

– Olha,beijar amigos é algo normal. É experiência, só pra você saber como é o gostinho! – mordeu os lábios, fitando os da maior com claras intenções.

A ansiedade de Adora queria apenas fazer ela sair dali para tomar um ar e fugir da situação,mas seu corpo queria provar de Catra. Queria saber a sensação de tocar aquele corpo com curvas deslumbrantes,beijar aqueles lábios convidativos e sexys,encostar naqueles fios castanhos curtos de seu cabelo. Seu interior estava em conflito com suas duas partes,e a morena já estava questionando se tinha feito algo errado,e percebendo a situação,se afastou.

– Hahaha,aí desculpa! Não precisa se não quiser,tá tudo bem ir no sei tempo. Foi mal fazer essa brincadeira. – Catra disse um pouco corada.

– É,eu não tenho coragem,hahaha. – 'Mas bem que queria.' ponderou para si sem jeito, querendo explorar daquele pedaço de perdição em forma de garota.

– E também,não é só porque eu perguntei isso que é pra achar que tô afim de você viu,hahaha!

– Não,acha,eu não pensei isso! Pff, você afim de mim? A gente é só amiga,hahaha! – estava novamente enrubescida pela vergonha. Gay panic atack: on.

– Hahaha,'cê é uma figura loirinha. – a menor riu sem graça pelo tom da outra – Tô indo ali pegar uma bebida.

– Ah,ok,vai lá! – 'Adora sua burra!' ponderou colocando a mão em sua testa,voltando a se encostar na parede. Se sentia frustrada por perder uma oportunidade daquela por conta de seu medo bobo e ansiedade. Um beijo não poderia mudar nada, então por que negar?

. . .

Pelas 2:00 da manhã,Adora já estava em sua casa,sentada em sua cama. Tinha acabo de chegar da festa e seu corpo estava totalmente exausto, diferente de seus pensamentos que não desligavam por um segundo. Lembrava do breve momento que teve a oportunidade de beijar Catra,e ficava envergonhada sempre lembrando de sua reação totalmente equivocada. Virava de um lado para o outro tentando enfriar a cabeça para poder dormir, mas sua ansiedade não deixava ela descansar por um segundo,poderia ter acontecido a coisa mais boba o possível que isso já era motivo de ficar ponderando sobre por quase uma vida toda. Estava presa pensando sobre as várias coisas que ocorreram. 'Por que eu sou assim? Não é como se eu tivesse afim dela... Não é? '

Na casa de Catra,ela estava jogada em sua cama,e por incrível que pareça,também estava pensando sobre seu momento com Adora. A loira era tão simpática, divertida,mas um poço de vergonha. Gostava de passar o tempo com ela,e não queria estragar a amizade com uma das suas únicas amigas que tinha feito na nova escola - aquela brincadeira boba poderia ter deixado tudo estranho -. A amizade estava indo tão bem. Seu celular vibra,e ao olhar a notificação,vê que se trata de seu amigo Kyle.

*chat on *

~ Chegou tarde hein, deu pra te ouvir do meu quarto!

~ Não enche viadinho. -_-

~ Só tô te mandando mensagem pra avisar que amanhã vamos ter que ir em uma gravadora. Eles chamaram a gente de última hora para fazer um teste com a gente. Cê foi embora cedo da casa do Rogelio,nem deu tempo de conversar disso!

~ PQP! VOCÊ TA FALANDO SERIO!!!

~ Sim sapa! Também tô animadaço pra isso,então vai dormir que amanhã cedo vamos sair lá pras 8 e pouco.

~ Belezinha,até depois!

* chat off *

Não pode esconder o entusiasmo ao receber a notícia,deu um grito de comemoração silencioso para não acordar os demais da casa,e se virou para tentar dormir o mais rápido possível.

. . .

Acordou cansada pelas poucas horas dormido,e ao olhar para o relógio já marcava quase 8:00 da manhã. 'Porra,quase que eu me atraso!' a morena pensou enquanto levantava as pressas e animada. Como aquela manhã estava fria,vestiu seu velho moletom vermelho com rapidez,fez suas higienes pessoais e foi até o quarto de Kyle sem fazer muito barulho. O amigo já estava a sua espera, então os dois saíram pela porta da frente,sem que alguém os visse.

– Adorei o corte de cabelo! Combinou com você. – o menor diz apontando para os cabelos da outra.

– Valeu,hahaha! Precisava dar uma mudada, era trabalhoso cuidar daquele cabelo grande. – respondeu passando a mão entre os fios castanhos.

– E o que você fez de bom ontem pra chegar tarde daquele jeito? Porra,você tem sorte do Hordak não ter te pegado viu! – proferiu Kyle enquanto os dois caminhavam.

– O velhote nem ia notar eu chegando,sou sorrateira, aliás ontem eu fui em uma festa de uma mina ai.

– Passou o rodo lá né,safada? – os dois riram com o comentário.

– Que nada cara. Tentei,mas nem deu.

O loiro olhou dando um sorriso malicioso. – Ui, quem era essa que negou a grande comedora de casadas,sedutora Catra Applesauce? Hahaha,não é você que era irresistível?

– Não enche,viado! A gente é só amiga,por isso nem ia rolar. Agora chega de enrolação e anda mais rápido que tô ansiosa! – falou apressando o passo para que pudessem chegar mais rápido. Eles precisavam chegar no horário,e se tudo desse certo,eles poderiam fechar contrato com a gravadora. Era tudo animador para os integrantes. Chegando ao local, Rogelio e Lonnie já estavam prontos com os equipamentos no carro do baterista,que já era maior de idade, diferente dos demais. Subiram no carro e seguiram estrada a frente.

. . . 

Pelas 10:30 da manhã, entraram na cidade um pouco exaustos e famintos pela longa viagem. Estavam praticamente atrasados,então nem se quer pararam para poder lanchar - isso ficaria para outra hora -. Chegaram a gravadora,que era em um grande prédio que possuía aproximadamente 30 andares,os vidros por todo ele eram espelhados,esplêndido e admirável,semelhante à um local futurista e moderno. Entraram todos juntos,e já foram conversar com uma secretária do local para poderem terem direção de onde iriam. Uma pessoa com cabelos loiros longos,olhos verdes e uma aparência de gênero indefinida aparece,vestindo uma roupa de última moda elegante,indo em direção aos músicos.

– Estava esperando vocês crianças! Prazer,me chamo Double Trouble,sou eu quem os solicitou até minha gravadora! – diz elegante e com tom amistoso para os demais – Não precisam pegar seus instrumentos,os seguranças cuidam disso. Agora me acompanhem! Quero ver se são bons como dizem.

Notando o tom desafiador,a ansiedade em Catra agora estava misturada com uma pequena sensação de nervosismo,rezava para que Double Trouble aprovasse eles. Subiram pelo elevador principal,que possuía vidros em sua volta,onde poderia ter a visão dos andares que passavam.

– Como sou sem educação! Se apresentem também,não conheço muito de vocês. – ê de olhos verdes fita os músicos no elevador.

– Eu sou Rogelio,e toco bateria. Esses são Kyle,que toca baixo, Lonnie, guitarra e a Catra,nossa vocalista! – o maior diz apontando para cada um e sorrindo meio sem jeito. Trouble apenas observa afirmando com a cabeça retribuindo o riso.

– Interessante... – o elevador para ao 20° andar – Me acompanhem,por gentileza.

Andaram por um longo corredor moderno que possuía vários quadros e discos de famosos que já fizeram parceria com a gravadora. Olhavam impressionados enquanto ê outre guiava eles até uma sala ao final do corredor,que também não era diferente de todo o prédio deslumbrante. Sentou em sua confortável cadeira de couro com papéis em sua mão,e apenas os convidou para sentar em um sofá que possuía no local. Passando os dedos pelos papéis e observando em seu celular por alguns momentos,puxa um deles,e se levanta andando pela sala.

– Já assisti vídeos de alguns show de vocês, realmente é de se impressionar que com tão pouca idade vocês possuem um talento incrível. Também peguei e fiz algumas fichas de vocês com alguns arquivos,e digamos que está interessante. – profere com um olhar fixo em Catra.

– Espera aí,como assim fichas? – a morena pergunta notando o olhar.

– Agora não é um bom momento para perguntas,mas logo poderei respondê-las para vocês minhas crianças. Vamos pra sala de gravação,logo ao lado! – responde, novamente os guiando pelo edifício. Na sala,possuía o local onde os músicos eram responsáveis por tocar,com um isolamento acústico de primeira,separados por uma parede com uma janela de vidro,onde do outro lado ficava a pessoa que ajudaria na projeção de todo o som,ouvindo e corrigindo falhas que pudessem ocorrer. Foram até o lado onde ficavam os instrumentos,e Double Trouble apareceu logo atrás a janela. Apertou um botão para que os outros pudessem ouvir sua voz. – Me mostrem o que sabem, dou quinze minutinhos para discutirem! Logo eu volto. – finalizou saindo do local deixando os quatro ali.

– Tô nervosa cara! Que caralho a gente vai tocar? – Catra pergunta ajustando o microfone para sua altura.

– Olha,eu não sei,nem deu tempo da gente treinar antes de vir. – Lonnie reclama.

– Vai ser o que? Rock? Punk? – arrisca Rogelio,sentando próximo a bateria.

Kyle coloca a mão sob o queixo,pensando sobre enquanto os outros argumentavam. Como uma luz,uma ideia veio em mente. – Que tal a gente tocar "toxic" da Britiney,só que em um estilo mais rock! – e a sugestão fez todos olharem pra ele surpresos.

– Que música de viado hein,hahaha! – a de olhos bicolores comenta,fazendo os outros rirem também.

– Ah,mas 'cêis sabem a cifra,os acordes e tals,não é?

– Eu não sei bem. – a guitarrista comenta afinando o instrumento – Mas se me passar,posso tentar! Conheço essa música.

– Tá tá,então vamos tentar isso,já que é a única musica que parece interessante. Iremos aquecer um pouco antes de finalmente apresentarmos. – Catra completa – Isso é muito importante pra nós,então espero que sua ideia seja boa viado!

Enquanto Double Trouble não chegava,treinavam no curto tempo que ainda restava. Passando alguns minutos,elu entra na sala,se sentando a uma cadeira atrás da parede com a janela. Apenas dá uma olhada para os músicos,como quem quisesse dizer que estava esperando pelo que eles podem fazer. Respiraram fundo,e então começaram a tocar "toxic" de Britiney Spears,diferente da música original, tocaram como se fosse um rock. Os sons dos instrumentos se unia,fazendo a melodia soar com clareza,e Trouble apenas observava atentamente enquanto escutava. Catra começa a cantar,com o celular em uma mão para acompanhar a letra,e sua voz perfeitamente se encaixava com a música,era de se impressionar o talento que ela tinha e de como a sua pronúncia do outro idioma era impecável. Cada acorde,cada verso,cada som que se podia ouvir,deixava ê outre mais interessade,olhando atentamente. Deram tudo de si,estavam focados para poder impressionar e fecharem logo o contrato com a gravadora - era um sonho para ambos .

Ao final da musica, Catra estava até com a garganta seca por ter se esforçado para cantar,precisava ter se aquecido mais antes. Trouble apenas observava,analisando.

– Preciso dizer uma coisa a vocês... – fez uma pausa dramática,fazendo com que um nervosismo atacasse os outros. Olhou de forma dramática.

– Eu... Simplesmente... Adorei! – disse com um largo sorriso em seu rosto – Apesar de jovens, vocês tem talento. Tocaram uma música pop da rainha Britiney,mas em um estilo diferente,e isso foi incrível. O contrato será feito, fiquem atentos que entraremos em contato com vocês para preencher aquela papelada toda! Quero comprometimento de todos.

E juntos,deram um grito de alegria,comemoraram,e estavam extremamente felizes por elu ter gostado tanto do estilo de música deles. Isso era motivo para festejar,e depois de minutos dialogando,pegaram o carro e foram até uma lanchonete daquela cidade,para aproveitarem e comerem alguma coisa.

Estavam a mesa,esperando pacientemente pelo seus pratos, Catra puxou o celular e tirou uma foto com os outros para postar em seu stories de seu Instagram. Logo depois,em sua caixa de mensagens Adora reagiu a foto postada,mandando um emoji sorrindo. Lonnie que estava ao lado da de olhos bicolores,curiosa como dava pra se notar,olhou para a mensagem e bufou,virando os olhos.

– Vish,qual foi? Tá vendo minhas conversas, enxerida. – pergunta escondendo o celular.

– Não curto nada dessa tal de Adora! Loirinha dos olhos azuis,que acha ser melhor,e blá blá blá. Por que você fala com ela hein? – a de cabelos trançados diz com desgosto em sua fala. Catra olha confusa para ela.

– Ela é minha amiga. E c-como assim "se acha melhor"?

– Que mal gosto pra amizade hein. Enfim,a treinadora do nosso time sempre exaltou o talento dela,colocando as outras jogadoras para baixo e ela nunca disse nada,sempre concordou. – o que dizia não condizia 100% com a real história,mas estava contando seu ponto de vista,enquanto a outra observava ainda confusa com o que estava ouvindo – Sempre fingindo ser a vítima,e agora que a irmãzinha dela se foi,Shadow Weaver quer que a gente pegue leve com ela. Quando aconteceu algo parecido comigo ninguém fez nada pra me confortar... Agh,que raiva!

– Espera,a SW é a treinadora de vocês? Pensei que aquela velha só era professora de educação física. E,ah cara,não pensa muito nisso,talvez ela não tenho culpa,sei lá.

Lonnie penetra ela com o olhar flamejantes de raiva. – Eu não ligo. As vezes ela precisa ter o que merece. E vai por mim,se afasta dela,ja fomos amigas uma vez.

– Deixa disso vai. Ela não deve ser tão...assim.

Um silêncio entre as duas se instalou,quando um garçom chegou com os pratos de cada um,colocando-os sob a mesa. 'Será que a Adora é tão arrogante assim? E se a amizade dela for ruim? Não,deixa disso,deve ser bobagem.' ponderou pegando o hambúrguer que pediu,tentando afastar seus pensamentos. Agora,tinha visto a loira com outros olhos,e isso deixava ela confusa sobre a amizade delas.

Após comerem e aproveitarem bastante,pegaram estrada até Etheria,e durante o caminho, Catra viajava em seus pensamentos,eram tantas coisas pra pensar; a atividade que teria que entregar amanhã,o contrato que fecharam com a gravadora, marcar um próximo show, coisas que a Lonnie disse de sua amiga - e aquilo era uma das coisas que não tirava da cabeça,não queria deixar de ser amiga da Adora apenas por coisas que outros disseram  -. Viajou tanto em seus pensamentos que pegou no sono durante o caminho,por conta da noite pouco dormida. Incrivelmente,os dias sempre eram uma surpresa.