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História Ar: a outra parte de mim - .ar


Escrita por: Lunastica000

Notas do Autor


bom dia pra vcs que tao lendo isso aqui
temos aqui o segundo cap de Ar galero, mas quem liga né
GENTE EU E REBECA SOMOS AVÓ

tá, mas as coisas que eu deveria dizer aqui:
eu não tenho certeza se vou atualizar amanhã, aniversário do meu maninho, mas acho que o próximo sai segunda ou terça (falando nisso, minhas aulas começam segunda)
e próxima semana também teremos a primeira -de três- fanfic especial do BecaDay project
se vocês gostam de Jilix, fiquem sabendo
falando nisso, esse cap tem uma dica para a fic especial
e é isso
como sempre, erros não fui eu, ainda odeio a formatação do Spirit
Beca eu te amo

Capítulo 2 - .ar


 

Ato II: Arco

 

A onda calorosa e leve dos raios de sol indicavam que era, finalmente, final de março e que, agora, estava no meio da primavera.

 

Era sua estação do ano favorita. Não muito frio, pedindo que usasse roupas pesadas, mas também não muito quente, fazendo que não precisasse ter a visão indesejada de seus vizinhos velhos usando camisetas regatas em suas caminhadas matinais - principalmente o Sr. Kwon, se fosse para falar a verdade. Na primavera, sua varanda sempre estava fresca, e o calor do sol não lhe oferecia riscos em sua rotina de leitura na sacada, todas as tardes. Na primavera, sua parte do canteiro que dividia com sua mãe passava de botões e desabrochava em lindas bellis vermelhas.

 

Vermelho.

 

Não havia esquecido a cor desde o inverno, alguns meses atrás. Claro, quando plantou suas flores, não conhecia aquele garoto, mas quando voltou de casa  um dia, depois da escola, pensando em como logo seria primavera, sua mente inundou-se com a ideia de bellis vermelhas, assim como o cabelo de Lee Donghyuck. Quando elas desabrocharam, não conseguiu tirar a comparação da cabeça. Não havia o visto mais, depois daquele dia em que passaram horas conversando e brincando entre as árvores altas, mas lembrava-se bem de seus olhos com glitter, fios ruivos e risada exagerada. Admitia: havia feito um amigo muito inesquecível e especial.

 

– Jeno Lee! - a voz soou no seu ouvido, assustando-o e o fazendo pular no banco do carro.

 

– Noona! - exclamou de volta, fechando a expressão.

 

– Que foi? Só queria avisar que a gente chegou. - disse a mais velha, dando de ombros. O mais novo apertou os olhos e cruzou os braços, julgando-a, ela, porém, apenas riu de sua careta engraçada, indicando a janela ao seu lado para que ele pudesse observar a rua.

 

Jeno olhou para fora. O centro de treinamento continuava o mesmo desde que se lembrava tê-lo visto pela última vez, quando menor. Olhou para a irmã, animado.

 

–  Vamos logo, noona! E depois do meu treino, vamos tomar sorvete para comemorar que você não bateu o carro estacionando, dessa vez!

 

Saiu do carro, cruzando a rua antes que a garota pudesse dizer alguma coisa - talvez não devesse debochar de sua irmã, que, recentemente, alcançando a maioridade, conseguiu sua carteira de motorista com sucesso. Mas era tão engraçado ver sua cara de brava que talvez continuasse por algum tempo.

 

Olhou para os letreiros, contente. Como uma tradição da família Lee, os garotos e garotas, ao completarem seus 10 anos, podiam finalmente se inscrever na academia e aprenderem a arte venerada pela família: arquearia. Havia se iniciado a tradição há muito tempo, quando seu tataravô tornou-se vice-campeão mundial na categoria. Desde então, todos os Lee cativaram uma paixão pelo arco e a flecha. Sua irmã mesmo havia vencido vários campeonatos regionais, pouco antes de desistir de competições e continuar com aquilo apenas como hobby. E agora, era sua vez de estar ali, aprendendo sobre a arte carregada no sangue de toda sua família. Estava animado, ao mesmo tempo que nervoso.

 

Naquele momento, se sentia um garoto crescido. Seus pais finalmente haviam o dado uma bicicleta maior e mais legal. Seus primos mais velhos o disseram que ele finalmente era um cara grande e sua mãe disse que ele estava mais alto. Ainda assim, sentia-se temeroso por dentro, e não queria admitir, mas se pudesse, teria trago sua mãe junto a ele.

 

– Está pronto, maninho? - sua irmã parou ao seu lado. Jeno sorriu.

 

– Nem um pouquinho, noona.

 

Ela gargalhou, pegando sua mão e o puxando para dentro.

 

 

×

 

 

Caiu como um meteoro em sua cabeça.

 

Havia entrado no campo de treinamento calmamente, seguindo as ordens do instrutor para a turma novata, observando as coisas ao seu redor como um peixe criado em aquário observaria um grande oceano. Soon Jaehyuk, seu instrutor, orientava a turma, falando de coisas como proteção, postura, modalidades do arco e flecha e outras informações que Jeno havia feito seu máximo para absorver.

 

Uma hora depois, ele os direcionou para um lado específico do campo, onde ele os mandou sentar nas arquibancadas para ver alunos que já estavam ali há mais tempo treinarem, para que assim pudessem observar suas técnicas e serem rapidamente orientados por eles. Conseguiram um veterano para cada aluno, pois, infelizmente, não haviam muitos garotos e garotas interessados no esporte, ainda  por cima, na idade de Jeno. O instrutor os apresentou, um a um, aqueles que já treinavam ali, a maioria na faixa dos dois à três anos de experiência. Dentre eles, Jeno deparou-se com um garoto curioso, de cara fechada e que parecia ser mais novo que si - descobriu, no entanto, durante sua apresentação, que o menino era um ano mais velho. Ele acompanhou Jaemin, o garoto falador que conversou consigo na recepção, e ver todos irem embora deixou Jeno ansioso para saber quem lhe ensinaria algo naquele dia, e se seria capaz de fazer um amigo.

 

Como se fosse um tipo de brincadeira do destino, Jeno foi o último nas arquibancadas, até um garoto aparecer, sob o chamado do instrutor.

 

Seu corpo congelou com a vista dos cabelos vermelhos e pele bronzeada. Seus ouvidos foram capazes de discernir as palavras de apresentação do menino, sua voz melodiosa dizendo o próprio nome simpáticamente. Ele apenas olhou para Jeno após sua reverência, e por um segundo o de cabelos escuros temeu que não fosse lembrado pelo menino ao qual ele mesmo lembrara durante todo o resto do inverno e início de primavera. O garoto que lhe encheu a mente  ao ver suas bellis renascerem durante o começo abril. O garoto que poderia ter estado consigo durante seu aniversário. Ali estava Lee Donghyuck, tão sorridente e cheio de brilhos e brilho nos olhos quanto da última vez que se lembrava. Quando o menino o olhou com uma cara de nada, Jeno temeu que sua presença não fosse tão marcante quanto a dele.

 

Mas, antes que pudesse se deprimir com os próprios pensamentos, Donghyuck pareceu finalmente lembrar-se. O sorriso, de alguma forma, tornou-se maior, e ele correu para apertar Jeno em um abraço - como se não tivessem apenas passado uma manhã aleatória juntos, no inverno, muitos dias atrás.

 

– Lee Jeno! - falou alto, soltando-o finalmente. - Não posso acreditar que vou te ensinar. Vem comigo. Vou te dizer em que alvo nós vamos treinar.

 

O puxou pela mão, tagarelando por todo o caminho até um outro campo, onde vários alunos que estavam consigo anteriormente, treinavam com seus veteranos. Pôde ver, rapidamente, Jaemin tagarelando sem parar, enquanto o garoto baixinho e de feições bravas o encarava, entediado. Foram andando, até a outra extremidade do campo, o último alvo visível,

 

– Aqui é perfeito. - Donghyuck disse com um sorriso. - É meu alvo preferido para treinar, você vai gostar daqui.

 

Acenou com a cabeça, olhando em volta. Donghyuck foi até ele.

 

– Trouxe suas coisas, certo? - acenou mais uma vez. - Imagino também que já passou pelas instruções iniciais com o treinador, certo? - e de novo, Jeno respondeu. Quase riu, estranhando o modo maduro de agir do ruivo, sendo que, no dia em que “capturou” sua mão, ele havia choramingado como um bebê. - Então eu vou pegar seu primeiro alvo.

 

E saiu, voltando logo depois com outro garoto, carregando um grande alvo e colocando-o a poucos metros do local em que Jeno estava parado. Viu o ruivo agradecer e acenar para o garoto que o ajudara, gritando um “Fico te devendo essa, hyung!”, e voltando para junto de si.

 

– Ok, vamos começar. Pegue suas coisas, por favor. - Jeno obedeceu, finalmente colocando em mãos seu arco, equipando-se com o carregador de flechas atrás de suas costas. - Agora, o que você vai fazer é ficar na postura que te ensinaram na orientação inicial e tentar acertar o alvo. - falou, calmamente de um modo que mal combinava com ele. - Entendeu, Lee?

 

– Entendi.

 

E ali, Jeno atirou a primeira flecha de sua vida, que cortou o ar e passou direto pelo alvo.

 

 

×


 

Jeno suspirou, caindo sentado. Um incômodo coçava na ponta de sua língua.

 

Nunca pensou que aquele fosse um esporte que o faria suar tanto, assim como nunca pensou que palavras não ditas o deixariam nervoso à ponto de perder sua concentração. Donghyuck o olhou, como se questionasse se já estava desistindo. Como uma boa criança que odeia ser desafiada, o outro Lee levantou-se, já se colocando em postura. Olhou para o alvo, que brilhava refletindo o sol. Sua mente retornou à primeira semana de abril, quando suas bellis desabrocharam.

 

– Por que não apareceu na floresta depois daquele dia? - deslizou de sua língua, facilmente, como se não pudesse impedir, seu instinto curioso o vencendo mais uma vez. O ruivo não pareceu ter se surpreendido, como se já esperasse que o perguntaria aquilo, uma hora ou outra.

 

– Passei o resto do inverno com meus pais, em Jeju. - disse, passando por trás de Jeno, arrumando sua postura. Jeno pôde jurar que viu o olhar de Donghyuck mudar por um instante mínimo. - Não te avisei porque fui no dia seguinte que você quase decepou minha mão.

 

Jeno fez uma careta e virou para olhar o ruivo.

 

– Eu não decepei sua mão. - fez um bico, sentindo-se acusado.

 

– Foi por isso que eu disse quase. - os dois riram, Jeno lançou outra flecha que passou longe, fazendo-o bufar.

 

Donghyuck o virou para si, colocando a mão em seus ombros, roubando seu arco e uma única flecha. Ele colocou-se na postura, soltando a corda. A flecha cravou-se bem no centro, e Jeno sentiu sua boca cair. O menino olhou para ele, devolvendo seu arco.

 

– Não é tudo sobre o alvo. Preste atenção no que faz com seu arco, desde a corda até o grip. Você não pode olhar apenas o objetivo, tem que saber como chegar até lá.

 

Jeno sentiu-se impressionado.

 

– Desde quando você fala coisas tão adultas e legais?

 

– Eu faço dez daqui a pouco mais de um mês, então eu tenho que ser legal. - apontou para si mesmo, fazendo algum tipo de careta que o moreno imaginou ser algo descolado. Eles riram de novo, Jeno voltando para a postura e firmando as mãos em seu arco, olhando para Donghyuck, que lhe ofereceu um grande sorriso, e voltando a olhar para frente depois.

 

10 pontos. Sentiu o ruivo abraçar-lhe pelo ombro. Era um avanço, afinal.


 

×


 

Ato III: Artimanha

 

Jeno olhava para sua sacola customizada com um bico nos lábios.

 

Vazia. Ela estava totalmente vazia. Ou quase isso.

 

Já fazia ao menos duas horas que havia saído de casa, quase sendo impedido por sua mãe - que insistia que ele não deveria ir sozinho -, com sua fantasia de astronauta feita por sua avó. Até agora, porém, não havia conseguido muita coisa, apenas algumas balas de menta da senhora fumante da esquina, um tipo estranho de chocolate que Jeno tinha certeza que sua mãe não o deixaria ao menos provar, e uma quantidade considerável de um tipo de pirulito de limão. Sim, de limão. Jeno queria entender que tipo de pessoas horríveis eram seus vizinhos, para combinarem entre si de comprarem pirulitos de limão para as crianças da rua.

 

Jeno tinha que admitir: estava decepcionado.

 

Havia decidido, na manhã de domingo da semana passada, que aquela seria a última vez que recolheria doces de Halloween. No ano seguinte, já teria 12, estaria na escola média e já seria grande demais para se fantasiar e andar na rua com roupas extravagantes. Sendo assim, prometeu para si mesmo que aproveitaria sua última oportunidade e voltaria para casa cheio de doces deliciosos. Até agora, porém, tudo havia sido uma decepção. Já eram oito da noite, e logo teria que voltar para casa, mas em sua sacola haviam apenas doces ruins, que não enchiam nem metade do espaço.

 

Sentou-se na calça, abaixando a cabeça e pegando uma pedrinha. Observou as crianças que andavam felizes, algumas fantasias simples, outras exageradas. Uma quantidade exacerbada de fadas e vampiros. Ridículo, pensou.

 

Jeno queria estar em algum bando também, recebendo a oportunidade ter muito mais chances de ganhar doces. No entanto, o fato de que já estava sem ir à escola há um mês, devido uma queda de sua imunidade, e de não ter realmente muito mais que colegas na escola, dificultava a realização de seu desejo. Era inevitável não se entristecer com o pensamento. Sempre fora muito quieto e tranquilo, além de ficar doente várias vezes durante o ano letivo. Era difícil. As únicas duas coisas que o impediam de desanimar, na verdade, era os amigos que aos poucos fizera na academia, em meio à flechas e arcos. Esses, porém, não eram tão abertos, e mal sabia onde moravam.

 

E a outra coisa, tinha cabelos vermelhos e risada contagiante.

 

Donghyuck era alegre e legal. Ele passou cerca de um mês ajudando Jeno a se adaptar aos treinamentos, o ensinou diversos truques e o apresentou aos seus diversos amigos. Ele brincava com Jeno todos os dias na floresta, o ajudava a fotografar os pássaros e às vezes os assustava também - ele ficava bravo, mas nunca por muito tempo, porque Donghyuck tinha um talento especial para acalmar as pessoas, principalmente quando o motivo da irritação era ele mesmo. Não demorou muito para que se tornassem melhores amigos, e também não demorou muito para que sua mãe soubesse o que o fazia passar tanto tempo à mais nas clareiras da floresta. Agora, sua mãe cuidava do outro e o mimava muito mais que a ele mesmo, sempre fazendo o bolo de laranja favorito dele, ao invés de seu próprio de morango. Jeno sorriu, pensando em como o menino ganhou a Sra. Lee, a pessoa mais desconfiada do mundo, com apenas um sorriso e olhos brilhantes, se curvando ao se apresentar para ela.

 

Jeno, porém, não sabia muito sobre Donghyuck. Não sabia onde era sua casa, onde ele estudava, nem com quem estaria andando naquela noite, pedindo doces com seu riso divertido.

 

– Jeno Lee! -levantou a cabeça ao ouvir uma voz conhecida. Sorridente como sempre, vestido com um tipo de roupa escura e cachecol, estava Jaemin, acenando freneticamente. Ele olhou para os lados, atravessando a rua, e Jeno se perguntou como ele conseguia correr e sorrir ao mesmo tempo. - Tá fazendo o que aí? - perguntou, ao parar em sua frente, a cabeça caindo levemente para o lado direito. Antes que o moreno pudesse abrir a boca, no entanto, o menino já havia voltado a falar. Típico de Jaemin. - Quer saber? Nem me diz. Vem comigo, os outros estão esperando na esquina.

 

E o garoto sorridente o puxou pela mão, o fazendo levantar em uma velocidade que ele ao menos sabia que poderia, seus passos apressados passando a ecoar pela rua, já menos barulhenta que uma hora atrás.

 

Aos poucos, se aproximavam da esquina, onde Jeno finalmente foi capaz de ver quem eram os tais outros. Localizou o cabelo vermelho primeiro, e depois, um tufo de cabelos castanhos claros e uma carranca. Donghyuck, Renjun.

 

– Olha só quem eu encontrei jogado na calçada! - Jaemin apontou para Jeno alegremente, ainda segurando seu pulso, como se anunciasse um prêmio da loteria. O moreno acenou com sua mão livre.

 

–  Jeno! - Donghyuck sorriu alegremente, pulando até chegar à sua frente.

 

– Oi Hyuck. - sorriu sem graça. Olhou para o outro garoto que se aproximava. - Oi Jun!

 

Hm. - recebeu como resposta. Como de costume, o chinês e seu comportamento de quem não estava realmente nem aí para o que qualquer um diz. Reparou que o acastanhado usava roupas parecidas com as de Jaemin, porém seu cachecol e gravata tinha cores diferentes. Não demorou muito para que Renjun puxasse Jaemin pelo pulso, exatamente a mão que segurava o braço de Jeno, fazendo-o querer agradecer por ajudá-lo a se livrar do garoto grudento.

 

Passou a acompanhar os outros à sua frente, Hyuck rapidamente se prontificando a ficar ao seu lado.

 

– Onde estamos indo? - perguntou para o ruivo.

 

– Estamos indo no bairro ao lado. - respondeu pacificamente, arrumando a coroa sobre sua cabeça. Vestido de rei e com glitter e maquiagem nos olhos, como esperado de Donghyuck. Jeno nem mesmo se surpreendeu. A surpresa na verdade foi saber onde os outros garotos iam. Eram cinco quarteirões de distância de sua casa. Nunca havia ido tão longe. - O que foi? Nós sempre pedimos doces lá. É uma artimanha.

 

Artimanha?

 

– Sim. Eu tenho muitas para o Halloween. Essa é uma delas. - colocou-se na frente de Jeno, cobrindo a visão da discussão acalorada que os outros dois amigos mais distantes estavam tendo - como sempre. – Os moradores do outro bairro são mais jovens, menos ranzinzas, mais esperançosos e a maioria não têm filhos, o que significa que sobra dinheiro e tempo para comprar os doces. - Quando dobraram mais uma esquina, Donghyuck virou-se para a frente, e Jeno olhou maravilhado. – Bem vindo ao paraíso.

 

Era uma rua inteira. Jeno jurou que nunca havia visto tantas crianças, luzes e decorações. Com certeza o paraíso.

 

Pararam em frente à segunda casa. Se amontoou com os outros garotos na varanda, e Donghyuck virou-se para eles.

 

– Segunda artimanha. - falou, fazendo um dois com a mão. Jeno pensou que ele estava engraçado. - As outras crianças tentam ser fofas, mas é fácil para elas, porque elas são realmente pequenas e fofas. Já nós, com exceção do Renjun, é claro - Jaemin segurou o garoto, antes que ele atacasse Donghyuck. Este, apena o olhou desinteressado, antes de continuar sua explicação. – ... somos garotos crescidos e melequentos. A alternativa, então, é sermos sérios, pois eles nos acham engraçadinhos e nos dão o que queremos. Caso a gente não consiga, usamos a terceira e última artimanha.

 

Jeno o olhou, fascinado.

 

– E o que é?

 

Donghyuck lhe lançou um olhar divertido.

 

– Use a alegria do seu amigo mais simpático e o rosto de seu amigo mais fofo. - explicou simplesmente, dando de ombros. O ruivo chegou mais perto de si, o puxando para frente da porta consigo, sussurrando em seu ouvido sorrateiramente. – É por isso que trago os dois bobos comigo.

 

Jeno riu, e Donghyuck virou-se para trás, avisando que iria começar. Ele tocou a campainha, e a porta não demorou a ser aberta por uma mulher jovem, jeans e moletom, sorriso simpático. O ruivo se prontificou, fazendo uma reverência, puxando Jeno para fazer o mesmo.

 

– Boa noite noite senhora. - falou o menino, uma face séria. A mulher levantou uma sobrancelha. - A gente tá aqui só pra saber se você prefere doces ou travessuras, nada demais.

 

– E vocês não vão imitar seus personagens? Não vão fazer nada fofo? - questionou.

 

– Não senhora. Nós somos homens sérios. - respondeu, mantendo seu rosto inexpressivo. A mulher riu e Jeno, que antes estava assustado por pensar que não ganharia nada, ficou surpreso.

 

– Se eu não te der doces, vocês vão fazer travessuras com o meu jardim? - a mulher perguntou mais uma vez.

 

– Não senhora, somos cidadãos de bem e essa frase é apenas uma forma de iniciar nosso sério diálogo. - a mulher riu verdadeiramente, tirando um grande pote de doces ao seu lado pedindo-os para estender sua sacolas. Jeno sorriu para Donghyuck, sussurrando um “Você é um gênio”, que o menino respondeu com um dar de ombros.

 

– Vocês não são desse bairro, não é? Nunca vi vocês por aqui. - a mulher perguntou, diretamente para Donghyuck, enquanto colocava doces nas sacolas de todos. Jeno se admirou com a quantidade e qualidade dos doces aos quais ela enchia sua sacolinha.

 

– Não somos não, somos do bairro ao lado, mas os adultos de lá são muito chatos.

 

– Que pena. Eu vou me mudar para lá logo logo, quem sabe vocês não precisem vir até aqui para buscar doces, não é? Até logo, meninos. - os garotos fizeram uma reverência para a mulher, acenando logo após.

 

Saíram da casa rindo, partindo para a próxima.

 

– Ei Jaemin, porque você e o Renjun estão usando vestidos?

 

Jeno jurou que, em seus dez anos de vida, nunca viu duas pessoas se virarem tão rápido.

 

– Não são vestidos! - reclamou Jaemin.

 

– São vestes. - justificou o Renjun.

 

– Grifinória… - Jaemin apontou para si.

 

– E corvinal. - continuou Renjun.

 

– Harry Potter, Jeno! - Jaemin exclamou.

 

– É conhecimento básico. - Renjun terminou, dando de ombros.

 

Voltaram a andar. Hyuck e Jeno riram.

 

– São vestidos. - Donghyuck disse em seu ouvido, logo após indo juntar-se aos garotos, arrumando a coroa em sua cabeça antes de passar os braços pelos ombros dos outros dois. Jeno o olhou e sorriu. Depois, passou a andar do lado de Jaemin.

 

Naquele dia, Jeno voltou para casa com uma sacola cheia de doces. No ano seguinte, ele se fantasiou para o Halloween novamente, caminhando com outros três garotos para o bairro vizinho.

 

Talvez ele não fosse tão crescido ainda.

 


Notas Finais


kkknao sei galero
novamente nao me julguem
repito, meu twitter é Lunastica001, me cacem
ódio, amor, e picos de felicidade nos comentários
até a próxima parte do BecaDay Project

e sim, os títulos são pontos pq eu nao tenho criatividade

minhas fics nohyuck: https://www.spiritfanfiction.com/tags/lunastica-nohyuck


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